Fonte: internet
MANIFESTO
FEMINISTA À FRANCESA 2018
“DEFENDEMOS A LIBERDADE DE
IMPORTUNAR, INDISPENSÁVEL À LIBERDADE SEXUAL”
Carta aberta = Tribune das 100 mulheres francesas publicada
no jornal Le Monde em 09jan2018.
Deneuve entre as 100 mulheres que defendem "liberdade dos
homens para importunar" [09jan2018]
Ø
Uma centena
de mulheres proeminentes assinou uma carta aberta intitulada Defendemos a
liberdade de importunar, indispensável à liberdade sexual.
Fonte: Mundo; Portugal; 09.01.2018
19:37 por Cátia
Andrea Costa1113
http://www.sabado.pt/mundo/detalhe/deneuve-entre-as-100-mulheres-que-defendem-liberdade-dos-homens-para-importunar
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A actriz francesa Catherine
Deneuve é uma das 100 mulheres que assinou a carta aberta DEFENDEMOS A LIBERDADE DE IMPORTUNAR, INDISPENSÁVEL À LIBERDADE SEXUAL,
publicada no jornal francês Le Monde [em 09jan2018].
No documento, assinado por
jornalistas, editoras, artistas, além de actrizes como Deneuve, as
mulheres manifestam-se contra "a campanha internacional de denúncias
contra 'porcos'", que entrou numa "onda de purificação sem limites".
"A violação é um crime. Mas
o flirt insistente ou inconveniente não é um delito, nem o galanteio é uma
agressão machista", diz o manifesto na sua primeira frase. O documento,
também assinado por Ingrid Caven e Catherine Millet, defende que as acusações
contra Harvey Weinstein foram o início de um movimento que acabou por se
adulterar. Mais tarde, surgiu o movimento #Metoo
(eleito personalidade do ano pela revista Time), que ganhou contornos
internacionais ao denunciar casos de abusos sexuais e violações. Em França, a frase escolhida
foi #BalanceTonPorc (denúncia o teu
porco).
[TRECHOS DA CARTA DAS 100 MULHERES]
"A violação é um crime. Mas
o flirt insistente ou inconveniente não é um delito, nem o galanteio é uma
agressão machista",
"ESTUPRO É CRIME, mas tentar
seduzir alguém, mesmo de forma insistente ou desajeitada, não é - Tampouco o
cavalheirismo é uma agressão machista."
"a campanha internacional de
denúncias contra 'porcos'", que entrou numa "onda de purificação sem
limites".
"Os homens têm sido punidos
sumariamente, forçados a sair de seus empregos, quando tudo o que eles fizeram
foi tocar o joelho de alguém ou tentar roubar um beijo", ...
"O escândalo Weinstein
permitiu que se tomasse consciência das violências sexuais exercidas sobre as
mulheres, no âmbito profissional, onde certos homens abusam do seu poder. Era
algo muito necessário", ...
"Teve início, através da
imprensa e das redes sociais, uma campanha de denúncias e acusações públicas
que não permite aos acusados defenderem-se e os coloca nos mesmo saco que
agressores sexuais confessos."
"Esta febre para enviar os
porcos para o matadouro não ajuda de maneira alguma as mulheres a defenderem a
sua liberdade", ...
..."os inimigos da liberdade
sexual, os extremistas religiosos e os reaccionários mais
perigosos". ...
"Como mulheres, não nos
revemos neste feminismo que, para além de denunciar o abuso de poder,
transforma-se num ódio aos homens e à sexualidade", ...
... "sociedade
totalitária" e que as mulheres que não apoiam estes movimentos são
consideradas "cúmplices e traidoras".
"Acreditamos que a liberdade
de dizer não a uma proposta sexual corre lado a lado com a liberdade de
importunar, sem que se entre no papel de vítima", ....
"Defendemos a liberdade de
importunar como inseparável da liberdade sexual. As mulheres estão
suficientemente conscientes de que o desejo sexual é por natureza selvagem e
agressivo. Mas não confundimos o flirt insistente ou
inconveniente com a agressão sexual."
"Nem todos os incidentes
afectam necessariamente a dignidade da mulher, nem devem convertê-la numa
vítima eterna. Não somos apenas o nosso corpo, a nossa liberdade interior é
inviolável. E essa liberdade acarreta riscos e responsabilidades".
A polêmica carta de Catherine Deneuve e outras 99 francesas pelo
'direito' dos homens de cantarem as mulheres [10jan2018]
Artigo, publicado no Le Monde, vai de
encontro à campanha que estimula quebra do silêncio de mulheres que foram
vítimas de abuso ou assédio sexual.
Fonte: Por BBC; 10/01/2018
09h19 Atualizado há 7 horas
g1.globo.com/pop-arte/noticia/a-polemica-carta-de-catherine-deneuve-e-outras-99-francesas-pelo-direito-dos-homens-de-cantarem-as-mulheres.ghtml
Acesso RAS em 2018-01-10
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Cem francesas alertam para puritanismo após
denúncias de assédio sexual
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13/05: A atriz Catherine Deneuve divulga o
filme 'La tete haute' no Festival de Cannes 2015 (Foto: Arthur
Mola/Invision/AP)
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A atriz francesa Catherine
Deneuve, de 74 anos, veio a público para dizer que os homens deveriam ser
"livres para flertar" com as mulheres.
Ela é uma das 100 mulheres
francesas signatárias de uma carta aberta, publicada na terça-feira (09jan2018)
pelo jornal Le Monde, alertando para o que chamam de novo
"puritanismo", diante das recentes denúncias de assédio sexual na
indústria do entretenimento.
O manifesto lamenta a onda de
"repreensões públicas" que vieram à tona após o escândalo envolvendo o produtor americano
Harvey Weinstein, acusado de assédio sexual, e até estupro, por
dezenas de mulheres.
O empresário nega as denúncias de
sexo sem consentimento, mas admite que seu comportamento "causou muita
dor".
A publicação do artigo ocorre
dois dias após a cerimônia do Globo de Ouro, em Los Angeles, em que diversas atrizes usaram vestidos pretos em protesto aos casos
de assédio sexual. Na ocasião, a apresentadora Oprah Winfrey, uma das homenageadas da noite, fez um
discurso contra o machismo e foi aplaudida de pé.
O QUE DIZ A CARTA?
A carta foi assinada por
intelectuais, artistas e acadêmicas francesas, incluindo a escritora Catherine
Millet e a cineasta Brigitte Sy.
"Os homens têm sido punidos
sumariamente, forçados a sair de seus empregos, quando tudo o que eles fizeram
foi tocar o joelho de alguém ou tentar roubar um beijo", diz o texto.
"Estupro é crime, mas tentar
seduzir alguém, mesmo de forma insistente ou desajeitada, não é - Tampouco o
cavalheirismo é uma agressão machista."
As autoras argumentam que há um
novo "puritanismo" no mundo.
Elas afirmam que, embora fosse
legítimo e necessário protestar contra o abuso de poder por parte de alguns
homens, as constantes denúncias perderam o controle.
Segundo elas, a onda de acusações
induz à percepção de que as mulheres são impotentes e eternas vítimas.
"Como mulheres, não nos
reconhecemos neste feminismo que, além de denunciar o abuso de poder, incentiva
um ódio aos homens e à sexualidade."
Antes da carta, Catherine Deneuve já havia se
posicionado publicamente contra as campanhas realizadas nas redes sociais para
denunciar casos de assédio. Segundo ela, as iniciativas envergonham os homens
acusados.
Milhares de mulheres ao redor do
mundo, vítimas de assédio ou abuso sexual, têm usado a hashtag #MeToo ("Eu também", em tradução literal) para
compartilhar suas histórias.
Na França, a versão #Balancetonporc ("Denuncie seu
porco") as encoraja a revelar o nome e envergonhar seus agressores.
Cem
artistas francesas contra o “puritanismo” sexual em Hollywood [09jan2018]
Manifesto assinado por atrizes
como Catherine Deneuve defende que série de denúncias de assédio vai na
contramão da liberação sexual
Catherine Deneuve, no festival de
Cannes de 2015 REGIS DUVIGNAU REUTERS
Fonte: jornal EL PAIS; ÁLEX
VICENTE; Paris 9 JAN
2018 - 21:37 CET
Em Hollywood, o
movimento Time’s Up, apoiado por mais de 300 atrizes, conseguiu tingir de preto a cerimônia do Globo de Ouro,
em protesto contra as agressões sexuais. Na França, um grupo formado por uma
centena de artistas e intelectuais tomou nesta terça-feira a direção contrária
ao assinar um manifesto criticando o clima de “puritanismo” sexual que o caso Harvey Weinstein teria desencadeado.
O texto, publicado no
jornal Le Monde, é assinado por conhecidas personalidades da cultura
francesa, como a atriz Catherine Deneuve, a escritora
Catherine Millet, a cantora Ingrid Caven, a editora Joëlle Losfeld, a cineasta
Brigitte Sy, a artista Gloria Friedmann e a ilustradora Stéphanie Blake.
“O estupro é um crime. Mas a sedução insistente ou
desajeitada não é um crime nem o galanteio uma agressão machista”, afirmam
as autoras deste manifesto.
“Desde o caso Weinstein houve uma
tomada de consciência sobre a violência sexual exercida contra as mulheres,
especialmente no âmbito profissional, onde certos homens abusam de seu poder.
Isso foi necessário. Mas esta liberação da palavra se transforma no contrário:
nos intima a falar como se deve e nos calar no que incomode, e os que se
recusam a cumprir tais ordens são vistos como traidores e cúmplices”,
argumentam as signatárias, que lamentam que as mulheres tenham sido convertidas
em “pobres indefesas sob o controle de demônios falocratas”.
Entre as promotoras do manifesto
estão personalidades que já haviam expressado opinião oposta a esse movimento,
quando não abertamente contrárias a certas lutas
do feminismo. Por exemplo, a filósofa Peggy Sastre, autora de um
ensaio intitulado A Dominação Masculina Não Existe, ou a escritora Abnousse
Shalmani, que em setembro assinou um artigo onde descrevia o feminismo como um
novo totalitarismo. “O feminismo se transformou em um stalinismo com todo seu
arsenal: acusação, ostracismo, condenação”, disse na revista Marianne. Por
sua vez, a jornalista Élisabeth Lévy qualificou como “abjeto” o movimento
iniciado com rótulos como #MeTooou #balancetonporc
(“denuncia teu porco”). Em um tom mais moderado, Deneuve também se opôs a este
fenômeno no final de outubro. “Não acho que seja a forma mais adequada de mudar
as coisas. O que virá depois? Denuncia tua puta? São termos muito exagerados.
E, sobretudo, acho que não resolvem o problema”, declarou na época. Também
Millet, crítica de arte e autora do relato autobiográfico A Vida
Sexual de Catherine M., se opôs repetidamente a um feminismo “exacerbado e
agressivo”.
As signatárias dizem que as
denúncias registradas nas redes sociais se assemelham a “uma campanha de delações e
acusações públicas contra indivíduos aos quais não se deixa a possibilidade de
responder ou de se defender”. “Esta justiça expeditiva já tem suas vítimas:
homens punidos no exercício de seu ofício, obrigados a se demitirem [,,,] por
terem tocado um joelho, tentado dar um beijo, falado de coisas íntimas em um
jantar profissional ou enviado mensagens com conotações sexuais a uma mulher
que não sentia uma atração recíproca”, dizem no texto. Também alertam para o
retorno de uma “moral vitoriana” oculta sob “esta febre por enviar os porcos ao
matadouro”, que não beneficiaria a emancipação das mulheres, mas que
estaria a serviço “dos interesses dos inimigos da liberdade sexual, como os
extremistas religiosos”.
EFEITOS NA CULTURA
O manifesto alerta também para as
repercussões que este novo clima poderia ter na produção cultural. “Alguns
editores nos pediram [,,,] que façamos nossos personagens masculinos menos
‘sexistas’, que falemos de sexualidade e amor com mais comedimento ou que
convertamos ‘os traumas sofridos pelas personagens femininas’ em mais
explícitos”, denunciam as signatárias, opondo-se também à recente
censura de um nu de Egon Schiele no metrô de Londres, ao pedido de retirada de
um quadro de Balthus de uma mostra do Metropolitan de Nova York e às
manifestações contra uma retrospectiva dedicada à obra de Roman Polanski em
Paris.
“O filósofo Ruwen Ogien defendeu
a liberdade de ofender como algo indispensável para a criação artística. Da
mesma maneira, nós defendemos uma liberdade de importunar, indispensável para a
liberdade sexual”,
subscrevem as cem signatárias do manifesto.
“Como mulheres, não nos
reconhecemos nesse feminismo que, para além da denúncia dos abusos de poder,
assume o rosto do ódio aos homens e à sexualidade”, concluem.
O texto provocou nesta
terça-feira mal-estar entre as associações feministas na França, que o atacaram
nas redes sociais. “Ultrajante.
Na contracorrente da tomada de
consciência atual, algumas mulheres defendem a impunidade dos agressores e
atacam as feministas”, declarou a associação Osez le féminisme (Ouse o
feminismo).
MAIS INFORMAÇÕES
100 Mulheres na França fazem manifesto em favor
do 'direito' dos homens de flertar [10jan2018]
Ø 'Os homens deveriam ser livres para flertarem com as mulheres',
diz a atriz francesa Catherine Deneuve
10/01/2018
14:13
https://www.uai.com.br/app/noticia/e-mais/2018/01/10/noticia-e-mais,219755/mulheres-fazem-manifesto-em-favor-do-direito-dos-homens-de-flertar.shtml
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(foto:
Valery Hache/AFP )
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A atriz
francesa Catherine Deneuve, dos filmes O
reencontro e O diário perdido, é uma das cem
mulheres que assinam uma carta aberta em oposição ao #MeToo,
campanha para barrar os casos de assédio sexual na indústria
cinematográfica.
A manifestação, publicada nesta terça-feira (9/1/18) no jornal Le
monde, argumenta que "os homens deveriam ser livres para flertar com
as mulheres"
e que a onda de revelações sobre abusos no ramo do entretenimento se trata de
um novo "puritanismo".
O texto ainda lamenta a
onda de "repressões públicas" contra o
produtor norte-americano Harvey Weinstein, acusado por diversas
mulheres de abuso sexual e estupro e ponto de
partida da série de denúncias que ganhraram destaque contra outros importantes
nomes de Hollywood. A publicação ocorreu dois
dias depois do protesto no Globo
de Ouro organizados por várias atrizes, que usaram pretos
e destacaram, nos discursos de aceitação dos prêmios, a importância da união
feminina no combate ao machismo.
A carta
aberta é assinada não só por artistas, mas também intelectuais e acadêmicas francesas,
como a cineasta Brigitte Sy. "Os homens têm sido punidos sumariamente,
forçados a sair de seus empregos, quando tudo o que eles fizeram foi tocar o
joelho de alguém ou tentar roubar um beijo.
Estupro é crime, mas tentar seduzir alguém, mesmo de forma insistente ou
desajeitada, não é - tampouco o cavalheirismo é uma agressão machista",
diz o texto.
"Como mulheres, não nos reconhecemos neste feminismo que,
além de denunciar o abuso de poder, incentiva um ódio aos homens e à
Catherine Deneuve and 99 Others Denounce
the #MeToo Movement [NYT; 09jan2018]
By VALERIYA SAFRONOVAJAN. 9,
2018
https://www.nytimes.com/2018/01/09/movies/catherine-deneuve-and-others-denounce-the-metoo-movement.html#story-continues-2
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The actress Catherine Deneuve, one of the authors of a letter in Le
Monde that says the #MeToo movement has gone too far. CreditGregor
Fischer/DPA, via Agence France-Presse — Getty Images
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Just one day after Hollywood offered a show of support for the
#MeToo movement on the Golden Globes red carpet and stage, a famous actress on the
other side of the Atlantic lent her name to a public letter
denouncing the movement, as well as its French counterpart,
#Balancetonporc, or “Expose Your Pig.”
Catherine Deneuve joined more
than 100 other Frenchwomen in entertainment, publishing and academic fields
Tuesday in the pages of the newspaper Le Monde and on its website in arguing
that the two movements, in which women and men have used social media as a
forum to describe sexual misconduct, have gone too far by publicly prosecuting
private experiences and have created a totalitarian climate.
“Rape is a crime. But insistent
or clumsy flirting is not a crime, nor is gallantry a chauvinist aggression,”
the letter, dated Monday, begins. “As a result of the Weinstein affair, there
has been a legitimate realization of the sexual violence women experience,
particularly in the workplace, where some men abuse their power. It was
necessary. But now this liberation of speech has been turned on its head.”
They contend that the #MeToo
movement has led to a campaign of public accusations that have placed
undeserving people in the same category as sex offenders without giving them a
chance to defend themselves. “This expedited justice already has its victims,
men prevented from practicing their profession as punishment, forced to resign,
etc., while the only thing they did wrong was touching a knee, trying to steal
a kiss, or speaking about ‘intimate’ things at a work dinner, or sending
messages with sexual connotations to a woman whose feelings were not mutual,”
they write.
The letter, written in French was translated here by The New York
Times.
The passage appears to refer to
the some of the names on a growing list of men who have been
suspended, fired or forced to resign after having been accused of sexual
misconduct in the last several months.
One of the arguments the writers
make is that instead of empowering women, the #MeToo and #BalanceTonPorc
movements instead serve the interests of “the enemies of sexual freedom, of
religious extremists, of the worst reactionaries,” and of those who believe
that women are “‘separate’ beings, children with the appearance of adults,
demanding to be protected.”
They write that “a woman can, in the same day, lead
a professional team and enjoy being the sexual object of a man, without being a
‘promiscuous woman,’ nor a vile accomplice of patriarchy.”
They believe that the scope of
the two movements represses sexual expression and freedom. After describing
requests from publishers to make male characters “less sexist” and a Swedish bill that will require
people to give explicit consent before engaging in sexual activity, the women
write, “One more effort and two adults who will want to sleep together will
first check, through an app on their phone, a document in which the practices
they accept and those they refuse will be duly listed.”
They continue, “The philosopher
Ruwen Ogien defended the freedom to offend as essential to artistic creation.
In the same way, we defend a freedom to bother, indispensable to sexual freedom.”
Though the writers do not draw clear lines between what constitutes sexual
misconduct and what does not, they say that they are “sufficiently farseeing
not to confuse a clumsy come-on and sexual assault.”
Translations of the letter were
quickly picked up by Twitter on Tuesday, and responses ranged from supportive
to hostile. Asia Argento, an actress who accused Harvey
Weinstein of raping her, criticized the Frenchwomen’s letter on Twitter.
« Nous
défendons une liberté d’importuner, indispensable à la liberté sexuelle »
Ø Dans une tribune au
« Monde », un collectif de 100 femmes, dont Catherine Millet, Ingrid
Caven et Catherine Deneuve, affirme son rejet d’un certain féminisme qui
exprime une « haine des hommes ».
LE MONDE | 09.01.2018 à
06h42 • Mis à jour le 10.01.2018 à
11h42 | Par Collectif
|
CCO CREATIVE COMMONS
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Tribune. Le viol est un
crime. Mais la drague insistante ou maladroite n’est pas un délit, ni la galanterie
une agression machiste.
A la suite de l’affaire Weinstein
a eu lieu une légitime prise de conscience des violences sexuelles exercées sur
les femmes, notamment dans le cadre professionnel, où certains hommes abusent
de leur pouvoir. Elle était nécessaire. Mais cette libération de la parole se
retourne aujourd’hui en son contraire : on nous intime de parler comme il
faut, de taire ce qui fâche, et celles qui refusent de se plier à de telles
injonctions sont regardées comme des traîtresses, des complices !
Or c’est là le propre du
puritanisme que d’emprunter, au nom d’un prétendu bien général, les arguments
de la protection des femmes et de leur émancipation pour mieux les enchaîner à
un statut d’éternelles victimes, de pauvres petites choses sous l’emprise de
phallocrates démons, comme au bon vieux temps de la sorcellerie.
DÉLATIONS ET MISES EN ACCUSATION
De fait, #metoo a entraîné dans
la presse et sur les réseaux sociaux une campagne de délations et de mises en
accusation publiques d’individus qui, sans qu’on leur laisse la possibilité ni
de répondre ni de se défendre, ont été mis exactement sur le même plan que des
agresseurs sexuels.
Cette justice expéditive a déjà ses victimes, des hommes
sanctionnés dans l’exercice de leur métier, contraints à la démission, etc.,
alors qu’ils n’ont eu pour seul tort que d’avoir touché un genou, tenté de
voler un baiser, parlé de choses « intimes » lors d’un dîner
professionnel ou d’avoir envoyé des messages à connotation sexuelle à une femme
chez qui l’attirance n’était pas réciproque.
Cette fièvre à envoyer les
« porcs » à l’abattoir, loin d’aider les femmes à s’autonomiser, sert
en réalité les intérêts des ennemis de la liberté sexuelle, des extrémistes
religieux, des pires réactionnaires et de ceux qui estiment, au nom d’une
conception substantielle du bien et de la morale...
En savoir plus sur
http://www.lemonde.fr/idees/article/2018/01/09/nous-defendons-une-liberte-d-importuner-indispensable-a-la-liberte-sexuelle_5239134_3232.html#MpfzXFidCGDSj4FJ.99
Catherine Deneuve says men should be 'free
to hit on' women [09jan2018]
Ø French actor signs
open letter that claims ‘witch-hunt’ in wake of Harvey Weinstein scandal poses
threat to sexual freedom
Tue 9 Jan
‘18 15.49 GMTLast modified on Tue 9 Jan ‘18 16.06 GMT
https://www.theguardian.com/film/2018/jan/09/catherine-deneuve-men-should-be-free-hit-on-women-harvey-weinstein-scandal
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Catherine Deneuve: ‘I don’t think it is the right method to change
things, it is excessive.’ Photograph:
Pascal Le Segretain/Getty Images
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The revered French actor Catherine Deneuve has hit out at
a new “puritanism” sparked by sexual harassment scandals, declaring that men
should be “free to hit on” women.
Deneuve was one of about 100
female French writers, performers and academics who wrote an open letter
deploring the wave of “denunciations” that has followed claims that the
Hollywood producer Harvey Weinstein raped and sexually
assaulted women over decades.
They claimed the “witch-hunt”
that followed threatens sexual freedom.
“Rape is a crime, but trying to
seduce someone, even persistently or cack-handedly, is not – nor is men being
gentlemanly a macho attack,” said the letter published in the newspaper Le Monde.
“Men have been punished
summarily, forced out of their jobs when all they did was touch someone’s knee
or try to steal a kiss,” said the letter, which was also signed by Catherine
Millet, author of the explicit 2002 bestseller The Sexual Life of Catherine M.
Men had been dragged through the mud, they argued, for “talking about
intimate subjects during professional dinners or for sending sexually charged
messages to women who did not return their attentions”.
The letter attacked feminist social media campaigns like #MeToo and its French
equivalent, #BalanceTonPorc (Call
out your pig), for unleashing this “puritanical ... wave of purification”.
It claimed that “legitimate
protest against the sexual violence that women are subject to, particularly in
their professional lives,” had turned into a witch-hunt.
“What began as freeing women up
to speak has today turned into the opposite – we intimidate people into
speaking ‘correctly’, shout down those who don’t fall into line, and those
women who refused to bend [to the new realities] are regarded as complicit and
traitors.”
The signatories – who included a
porn star-turned-agony aunt – claimed they were defending sexual freedom, for
which “the liberty to seduce and importune was essential”.
The Oscar-nominated Deneuve, 74,
is best known internationally for playing a bored housewife who spends her
afternoons as a prostitute in Luis Buñuel’s classic 1967 film Belle de Jour.
Deneuve has made no secret of her annoyance at social media campaigns to
shame men accused of
harassing women.
“I don’t think it is the right
method to change things, it is excessive,” she said last year, referring to the
#MeToo hashtag. “After ‘calling out your pig’ what are we going to have, ‘call
our your whore’?”
“Instead of helping women this
frenzy to send these (male chauvinist) ‘pigs’ to the abattoir actually helps
the enemies of sexual liberty – religious extremists and the worst sort of
reactionaries,” the collective of women who signed the letter said.
“As women we do not recognise
ourselves in this feminism, which beyond denouncing the abuse of power takes on
a hatred of men and of sexuality.”
They insisted that women were
“sufficiently aware that the sexual urge is by its nature wild and aggressive.
But we are also clear-eyed enough not to confuse an awkward attempt to pick
someone up with a sexual attack.”
The
allegations against Harvey Weinstein – a list
Read more
Catherine Deneuve, let me explain why
#metoo is nothing like a witch-hunt [10jan2018]
Source:
The Guardian, London; Wed 10 Jan ‘18 09.53 GMT; First published on
Wed 10 Jan ‘18 04.42 GMT
Access
RAS 2018-01-10
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Catherine Deneuve, most famous for her Belle de Jour role as a woman
who cannot distinguish sexual fantasy from reality, has spoken out against
the #metoo movement.
Photograph:
Ronald Grant
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This week has brought yet another reminder – O, America – that while
film stars and pop icons have matchless gifts to bestow on our collective
entertainment, responsible policymaking for our nation-states demands more
specialised qualifications.
Catherine Deneuve is a legendary
French actor, an enchanting performer, a great artist and a famous beauty.
She’s also in the news on Wednesday deploring “the wave
of denunciations that has followed claims that the Hollywood producer Harvey
Weinstein raped and sexually assaulted women”.
Yes, in the context of #metoo, and its French equivalent #BalanceTonPorc
(Call out your pig), the actor – most famous for her Belle de Jour role as a
woman who cannot distinguish sexual fantasy from reality – has stated: “I don’t
think it is the right method to change things, it is excessive.”
Catherine
Deneuve says men should be 'free to hit on' women
These “things” reported by women and men across the world have included
acts of sexual violence, abuse, assault, entrapment, harassment, coercion,
blackmail, public sexual humiliation. The
accusations include Louis CK masturbating in front of non-consenting
women. Harvey Weinstein ejaculating on to a
woman’s nightclothes after raping her. “Things” done by men who lied, insulted,
threatened, cornered, touched up, fingered, groped, squeezed and penetrated
those whose power and status were less than their own, as a reminder that it
was. As a delectable indulgence not of sex, but of advantage.
Now Deneuve’s name is among 100
female signatories in a letter to Le Monde, protesting the
campaigns with the spurious insistence that exposing abuse and naming abusers
“helps the enemies of sexual liberty”. They claim men have been punished merely
for “sending sexually charged messages to women who did not return their
attentions”. “We are clear-eyed enough,” the group pronounces, “not to confuse
an awkward attempt to pick someone up with a sexual attack.”
OMG, ladies: me, too! Me, and all
the other women who have exposed the damaged tissues of the shame inflicted on
us by our predators are quite “clear-eyed” on the distinction.
That’s why we are so angry – not because we are “puritanical”, as the
letter claims, but because we are seeking joy from sexual contact on our own
terms, not abuse or exploitation on someone else’s.
Even those of us who are not
Oscar-nominated, who will never be among a clique of “writers, performers and
academics” with the privilege to gab off in Le Monde can grasp this difference.
Those of us who have been the waitresses, shop assistants, soldiers,
scientists, students (and anyone else) who were “hit on”, said no, tried to
leave, did not consent, clearly did not want to be there – and were ignored.
“Sexual liberty” is the right to
determine your own sexual behaviour, without coercion. Dare I suggest that
those of us who have lived without power and status perhaps understand this
with a greater keenness of experience than those who have?
Imagine inhabiting such a world
of privilege that the fantasy of superiority becomes real to you. Let’s hope no
one ever gives a person like that a position of political leadership or control
of a nuclear arsenal. That could get scary. And it’s already a very scary
world. Just ask the Deneuve group, who have added their voices to the claim
that there is a “witch-hunt” out to get the poor, marginalised and oppressed
male sexual predators of the world.
If ever there was a claim that
could add wilful insult to an enraging situation, it is this one. As an
historical comparison to invoke, it’s like claiming the Spanish Inquisition as
an oppressed class or Gilles De Rais was a victim of social
prejudice.
Should it really have to be stated that – unlike the perpetrators
exposed by #metoo – society’s “witches” are never the powerful men with the
property, status and advantages of a social order that protects, hides and
excuses their crimes? David M Perry emphasised the point in
the Pacific Standard this week that “historically speaking ... witch hunts
involved powerful state and religious agencies identifying then executing
vulnerable people, mostly women and other outsiders.”
The ideological influence of
religious institutions has been supplanted by modern media structures, and the
era is one in which entertainment celebrity conflated with political authority
has provoked dangerously unstable realities. Only within the structural
narcissism encouraged in Hollywood’s predator-barons and those like them could
being held to account for one’s own behaviour provoke complaints of
victimisation. No less than accused child molester Woody Allen has claimed that
the denunciation of Weinstein is fostering “a witch hunt atmosphere” in a film
industry that, even yet, sustains him.
It’s the likes of Allen, and
Weinstein, and the other men accused – again and again – of abuses with whom
Deneuve and her friends are aligning themselves with their letter. Their
actions are not those in defence of freedom, let alone sexual expression or
female identity.
They’re standing with those
making excuses to torch powerless women, not anyone defending their liberty.
Van Badham is a Guardian Australia
columnist
Dans une tribune, 100 femmes, dont
Catherine Deneuve, défendent la "liberté d'importuner" des dragueurs
[09jan2018]
Ø
Dans un
texte publié par "Le Monde", elles disent réagir à la libération de
la parole née de l'affaire Weinstein, qui mélange selon elles des dénonciations
légitimes et une dérive puritaine.
Ø
Le texte a été écrit par cinq
auteures reconnues, parmi lesquelles Catherine Millet et Catherine
Robbe-Grillet, et signé par des personnalités comme l'actrice Catherine
Deneuve et la journaliste Elisabeth Lévy.
Source:
franceinfoFrance Télévisions; Mis à jour le 09/01/2018 | 12:02; publié
le 09/01/2018 | 11:38
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Les messages #metoo et #balancetonporc sur la main d'une manifestante
lors d'un rassemblement contre le harcèlement et les agressions sexuels,
place de la République à Paris le 29 octobre 2017. (BERTRAND GUAY / AFP)
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"Nous ne nous reconnaissons pas dans ce féminisme
qui, au-delà de la dénonciation des abus de pouvoir, prend le visage d’une
haine des hommes et de la sexualité" : dans une tribune publiée par Le Monde, mardi 9 janvier, cent femmes signataires prennent la
défense de la "liberté d'importuner", après ce
qu'elles qualifient de "campagne de délation" visant des
hommes accusés de harcèlement
sexuel dans la foulée de l'affaire Weinstein.
Le texte a été écrit par cinq auteures reconnues, parmi lesquelles Catherine Millet et Catherine Robbe-Grillet, et signé par des
personnalités comme l'actrice Catherine Deneuve et la journaliste
Elisabeth Lévy.
"Ils n’ont eu pour seul tort que
d’avoir touché un genou"
"Cette libération de la parole se retourne
aujourd’hui en son contraire", écrivent-elles, comparant au "puritanisme" et
à une "campagne
de délation" la dénonciation du comportement d'un certain
nombre de personnalités accusées publiquement de harcèlement, notamment lors
des campagnes #balancetonporc et #metoo sur les réseaux sociaux.
"Cette justice expéditive a déjà ses
victimes", estiment
les signataires : des hommes dénoncés et sanctionnés "lorsqu’ils n’ont eu pour
seul tort que d’avoir touché un genou, tenté de voler un baiser, parlé de
choses 'intimes' lors d’un dîner professionnel ou d’avoir envoyé des messages à
connotation sexuelle à une femme chez qui l’attirance n’était pas
réciproque".
Elles déplorent également les conséquences de ce
mouvement sur la culture, comme l'annulation d'une rétrospective Roman Polanski
à la Cinémathèque française.
"La drague insistante n'est pas un délit"
Le
texte dénonce enfin ce qu'il considère comme un enfermement des femmes
dans un statut de victimes : une femme "peut veiller
à ce que son salaire soit égal à celui d’un homme", mais "ne pas se
sentir traumatisée à jamais par un frotteur dans le métro" voire
l'envisage comme "l’expression d’une grande misère sexuelle" ou "un
non-événement".
"Nous
pensons que la liberté de dire non à une proposition sexuelle ne va pas sans la
liberté d’importuner", concluent ces femmes, qui débutent leur texte en estimant
que "la
drague insistante ou maladroite n’est pas un délit, ni la galanterie une
agression machiste".
« Mépris », « vieux monde »,… des féministes
réagissent à une tribune publiée dans « Le Monde » [Le Monde;
10jan2018]
Ø
Une
trentaine de militantes féministes ont signé un texte où elles écrivent que les
femmes qui défendent la « liberté d’importuner » contribuent à
« banaliser la violence sexuelle ».
Source: LE
MONDE | 10.01.2018 à 10h13 • Mis à jour le 10.01.2018 à
13h52
http://www.lemonde.fr/societe/article/2018/01/10/mepris-reminiscences-poussiereuses-des-feministes-reagissent-a-une-tribune-publiee-dans-le-monde_5239680_3224.html
C’est un plaidoyer pour
la « liberté d’importuner » qui ne passe pas. Des
militantes féministes répondent, mercredi 10 janvier, à une tribune parue
la veille dans Le Monde
dans laquelle une centaine de femmes, dont Catherine Deneuve, défendaient
la « liberté » des hommes «d’importuner» les femmes.
Pour
les militantes féministes, les signataires de cette tribune veulent « refermer
la chape de plomb » soulevée par le scandale Weinstein et « méprisent » les
victimes de violences sexuelles.
« A chaque fois que les droits
des femmes progressent, que les consciences s’éveillent, les résistances
apparaissent », pose d’emblée le texte, publié sur le site de francetvinfo.
« Dès que l’égalité avance,
même d’un demi-millimètre, de bonnes âmes nous alertent immédiatement sur le
fait qu’on risquerait de tomber dans
l’excès. L’excès, nous sommes en plein dedans […]. En France,
chaque jour, des centaines de milliers de femmes sont victimes de harcèlement.
Des dizaines de milliers d’agressions sexuelles. Et des centaines de viols.
Chaque jour. »
« Leur vieux monde est en
train de disparaître »
Le collectif de femmes
signataires de la tribune parue dans Le Monde soulignait le risque « d’aller
trop loin », de ne « plus pouvoir rien
dire » ou de ne « plus pouvoir draguer », s’inquiétant
d’un retour du « puritanisme ».
En réponse, la trentaine de
féministes signataires de la tribune publiée sur francetvinfo — parmi
lesquelles la militante Caroline De Haas, les journalistes Lauren Bastide et
Giulia Foïs, la présidente des Chiennes de garde, Marie-Noëlle Bas, la
psychiatre Muriel Salmona et de nombreuses militantes associatives — estime
que « les signataires [de la tribune publiée dans Le
Monde] mélangent délibérément un rapport de séduction, basé sur le respect
et le plaisir, avec une violence ».
Pour elles, « accepter
des insultes envers les femmes, c’est de fait autoriser les
violences ». Elles arguent également que la différence entre la drague et
le harcèlement « n’est pas une différence de degré […] mais
une différence de nature ».
Elles soulignent également, en
miroir à la tribune, qui soutenait l’importance d’éduquer les petites filles à
se défendre,
la responsabilité des hommes dans le fait de violer ou
d’agresser.
«Cette tribune, c’est un peu le
collègue gênant ou l’oncle fatigant qui ne comprend pas ce qui est en train de
se passer », poursuivent-elles.
Affirmant que la plupart
des personnalités citées
dans le quotidien sont « récidivistes en matière de défense de pédocriminels ou d’apologie
du viol », elles regrettent qu’elles « utilisent une nouvelle
fois leur visibilité médiatique pour banaliser les
violences sexuelles » et « méprisent de fait les millions
de femmes qui subissent ou ont subi ces violences ».
« Avec ce texte, elles
essayent de refermer la
chape de plomb que nous avons commencé à soulever.
Elles n’y arriveront pas », poursuivent les signataires, concluant
que « les porcs et leurs allié·e·s ont raison de s’inquiéter. Leur
vieux monde est en train de disparaître ».
« Une gifle »
Les militantes féministes ne sont
pas les seules à avoir été
choquées par cette tribune. La secrétaire d’Etat chargée de l’égalité
entre les hommes et les femmes, Marlène Schiappa, a déclaré sur France Culture :
« Dans cette tribune il y a
des choses profondément choquantes. Nous avons déjà énormément de mal à faire comprendre aux jeunes filles que frotter un
sexe d’homme dans le métro contre elles, c’est une agression. Je pense que
c’est dangereux de tenir ce
discours. »
Tout aussi critique, l’ancienne
ministre du droit des femmes et sénatrice de l’Oise, Laurence Rossignol, a jugé sur France inter que défendre
un « droit d’importuner » était une « gifle
contre les femmes qui dénoncent la prédation sexuelle » et ne
« rend [ait] service qu’aux prédateurs ». Sur Twitter, elle avait également
estimé que « l’angoisse de ne plus exister sans
le regard et le désir des hommes » conduisait « des femmes
intelligentes à écrire des
énormes âneries ».
SÉGOLÈNE ROYALE a aussi réagi sur RTL mardi, regrettant que
Catherine Deneuve ait cosigné cette tribune « parce que les victimes
des violences sexuelles sont déjà écrasées par la peur de parler,
par la loi du silence ». « On n’a pas le droit de faire des choses
comme cela », a-t-elle ajouté, affirmant que la signature d’une
actrice reconnue comme Catherine Deneuve permettrait aux agresseurs de justifier leurs
actes.
En savoir plus sur
http://www.lemonde.fr/societe/article/2018/01/10/mepris-reminiscences-poussiereuses-des-feministes-reagissent-a-une-tribune-publiee-dans-le-monde_5239680_3224.html#SWlfvgTakjTgGSDy.99
TRIBUNE. "Les porcs et leurs allié.e.s ont raison de s’inquiéter" [10jan2018]
Ø
Caroline De
Haas et des militantes féministes répondent à la tribune publiée dans "Le
Monde"
Ø
Une trentaine
de personnalités et membres d'associations réagissent, mercredi 10 janvier, sur
franceinfo, aux arguments du texte de 100 femmes défendant la "liberté
d'importuner" des hommes après les mouvements "#balancetonporc"
et "#Metoo".
|
La
militante féministe Caroline De Haas (centre) lors d'une action contre les
violences faites aux femmes, le 24 novembre 2017, à Paris. (ALAIN JOCARD /
AFP)
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Source:
franceinfoFrance Télévisions; Mis à jour le 10/01/2018 | 15:59; publié
le 10/01/2018 | 07:02
https://www.francetvinfo.fr/societe/droits-des-femmes/tribune-les-porcs-et-leurs-allie-e-s-ont-raison-de-sinquieter-caroline-de-haas-et-des-militantes-feministes-repondent-a-la-tribune-publiee-dans-le-monde_2553497.html
Un texte qui ne passe pas. Mardi
9 janvier [2018], 100 femmes ont signé
une tribune publiée dans Le Monde où elles
prennent la défense de la "liberté d'importuner", après ce qu'elles
qualifient de "campagne de délation" visant des hommes accusés de
harcèlement sexuel dans la foulée de l'affaire Weinstein.
Un texte écrit
par plusieurs auteures reconnues, parmi lesquelles Catherine Millet et
Catherine Robbe-Grillet, et signé par des personnalités comme l'actrice
Catherine Deneuve et la journaliste Elisabeth Lévy, qui défend, entre autres,
la "liberté d'importuner" des dragueurs face "aux délations et
mises en accusation publiques d'individus (...) mis exactement sur le même plan
que des agresseurs sexuels".
Cette tribune a fait réagir la
militante féministe Caroline De Haas qui en a écrit une à son tour, cosignée
par une trentaine de militantes et militant féministes, pour dénoncer
ce qu’elle considère comme un "#Metoo, c’était bien, mais…".
A chaque fois que les droits des
femmes progressent, que les consciences s'éveillent, les résistances
apparaissent. En général, elles prennent la forme d’un "c’est vrai,
certes, mais…".
Ce 9 janvier, nous avons eu droit
à un "#Metoo, c’était bien, mais…". Pas vraiment de nouveauté dans
les arguments employés. On retrouve ces derniers dans le texte publié
dans Le Monde comme au boulot autour de la machine à café ou dans les
repas de famille. Cette tribune, c’est un peu le collègue gênant ou l’oncle
fatigant qui ne comprend pas ce qui est en train de se passer.
"On risquerait d’aller trop
loin." Dès que l’égalité avance, même d’un demi-millimètre, de bonnes
âmes nous alertent immédiatement sur le fait qu’on risquerait de tomber dans
l’excès. L’excès, nous sommes en plein dedans. C’est celui du monde dans lequel
nous vivons. En France, chaque jour, des centaines de milliers de femmes sont
victimes de harcèlement. Des dizaines de milliers d’agressions sexuelles. Et
des centaines de viols. Chaque jour. La caricature, elle est là.
"On ne peut plus rien
dire." Comme si le fait que notre société tolère – un peu – moins
qu’avant les propos sexistes, comme les propos racistes ou
homophobes, était un problème. "Mince, c’était franchement mieux
quand on pouvait traiter les femmes de salopes tranquilles, hein
?" Non. C’était moins bien. Le langage a une influence sur les
comportements humains : accepter des insultes envers les femmes, c’est de fait
autoriser les violences. La maîtrise de notre langage est le signe que notre
société progresse.
"C’est du
puritanisme." Faire passer les féministes pour des coincées, voire
des mal-baisées : l’originalité des signataires de la tribune est...
déconcertante. Les violences pèsent sur les femmes. Toutes. Elles pèsent sur
nos esprits, nos corps, nos plaisirs et nos sexualités. Comment imaginer un
seul instant une société libérée, dans laquelle les femmes disposent librement
et pleinement de leur corps et de leur sexualité lorsque plus d’une sur
deux déclare avoir déjà subi des
violences sexuelles ?
"On ne peut plus
draguer." Les signataires de la tribune mélangent délibérément un
rapport de séduction, basé sur le respect et le plaisir, avec une violence.
Tout mélanger, c’est bien pratique. Cela permet de tout mettre dans le même
sac. Au fond, si le harcèlement ou l’agression sont de "la drague
lourde", c’est que ce n’est pas si grave. Les signataires se trompent. Ce
n’est pas une différence de degré entre la drague et le harcèlement mais une
différence de nature. Les violences ne sont pas de la "séduction
augmentée". D’un côté, on considère l’autre comme son égal.e, en respectant
ses désirs, quels qu’ils soient. De l’autre, comme un objet à disposition, sans
faire aucun cas de ses propres désirs ou de son consentement.
"C’est de la responsabilité
des femmes." Les signataires de la tribune parlent de l’éducation à
donner aux petites filles pour qu’elles ne se laissent pas intimider. Les
femmes sont donc désignées comme responsables de ne pas être agressées. Quand
est-ce qu’on posera la question de la responsabilité des hommes de ne pas
violer ou agresser ? Quid de l’éducation des garçons ?
Les femmes sont des êtres
humains. Comme les autres. Nous avons droit au respect. Nous avons le droit
fondamental de ne pas être insultées, sifflées, agressées, violées. Nous avons
le droit fondamental de vivre nos vies en sécurité. En France, aux Etats-Unis,
au Sénégal, en Thaïlande ou au Brésil : ce n’est aujourd’hui pas le cas. Nulle
part.
Les signataires de la tribune du
Monde sont pour la plupart des récidivistes en matière de défense de
pédocriminels ou d’apologie du viol. Elles utilisent une nouvelle fois leur
visibilité médiatique pour banaliser les violences sexuelles. Elles méprisent
de fait les millions de femmes qui subissent ou ont subi ces violences.
Caroline De Haas à franceinfo
Beaucoup d’entre elles sont
souvent promptes à dénoncer le sexisme quand il émane des hommes des quartiers
populaires. Mais la main au cul, quand elle est exercée par des hommes de leur
milieu, relève selon elles du "droit d’importuner". Cette drôle
d’ambivalence permettra d’apprécier leur attachement au féminisme dont elles se
réclament.
Avec ce texte, elles essayent de
refermer la chape de plomb que nous avons commencé à soulever. Elles n’y
arriveront pas. Nous sommes des victimes de violences. Nous n’avons pas honte.
Nous sommes debout. Fortes. Enthousiastes. Déterminées. Nous allons en finir
avec les violences sexistes et sexuelles.
Les porcs et leurs allié.e.s
s’inquiètent ? C’est normal. Leur vieux monde est en train de disparaître. Très
lentement – trop lentement – mais inexorablement. Quelques réminiscences
poussiéreuses n’y changeront rien, même publiées dans Le Monde.
ONT SIGNÉ CETTE TRIBUNE:
Adama Bah, militante
afroféministe et antiraciste, Marie-Noëlle Bas, présidente des Chiennes de
garde, Lauren Bastide, journaliste, Fatima Benomar, co-porte-parole des
Effronté.es, Anaïs Bourdet, fondatrice de Paye ta Shnek, militante féministe,
Sophie Busson, militante féministe, Marie Cervetti, directrice du FIT et
militante féministe, Pauline Chabbert, militante féministe, Madeline Da
Silva, militante féministe, Caroline De Haas, militante féministe, Basma
Fadhloun, militante féministe, Giulia Foïs, journaliste, Clara Gonzales,
militante féministe, Leila H., de Check tes privilèges, Clémence Helfter,
militante féministe et syndicale, Carole Henrion, militante féministe,
Anne-Charlotte Jelty, militante féministe, Andréa Lecat, militante féministe,
Claire Ludwig, chargée de communication et militante féministe, Maeril,
illustratrice et militante féministe Chloé Marty, assistante sociale et
féministe, Angela Muller, militante féministe, Selma Muzet Herrström,
militante féministe, Michel Paques, militant féministe, Ndella Paye, militante
afroféministe et antiraciste, Chloé Ponce-Voiron, militante féministe, metteuse
en scène, réalisatrice et et comédienne, Claire Poursin, coprésidente des
Effronté.es, Sophie Rambert, militante féministe, Noémie Renard, animatrice du
site Antisexisme.net et militante féministe, Rose de Saint-Jean, militante
féministe, Laure Salmona, cofondatrice du collectif Féministes contre le
cyberharcèlement et militante féministe, Muriel Salmona, psychiatre,
présidente de l’association Mémoire traumatique et victimologie et militante
féministe, Nicole Stefan, militante féministe, Mélanie Suhas, militante
féministe, Monique Taureau, militante féministe, Clémentine Vagne, militante
féministe, l’association En Avant Toute(s), l’association Stop harcèlement de
rue.
Rita Ferro Rodrigues diz que carta de Deneuve "normaliza a
violência contra as mulheres" [10jan2018]
Ø
Carta de
francesas, assinada por Catherine Deneuve, contra os movimentos onde se
denunciam crimes sexuais gera contestação. Tão “grave como o machismo dos
homens é o machismo das mulheres”, diz a apresentadora da SIC.
Ø
E a deputada
Isabel Moreira diz que é uma carta de quem "aceita o sistema tal como ele
é”
Fonte: ARDINA; visao.sapo.pt; 10
jan 16:49 [Portugal]
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Francois G. Durand / GettyImages
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“O sistema que ainda temos é
patriarcal, continua a existir uma sobreposição de um género em relação ao
outro”. Isabel Moreira, deputada do PS, é taxativa em relação à carta aberta
publicada na terça-feira, [09jan2018] no jornal francês Le Monde, e assinada pela atriz Catherine
Deneuve e mais outras 100 personalidade da vida académica e cultural francesa.
Nessa carta, intitulada “DEFENDEMOS A LIBERDADE DE IMPORTUNAR,
INDISPENSÁVEL À LIBERDADE SEXUAL”, as signatárias defendem que “A violação
é um crime. Mas o flirt insistente ou inconveniente não é um delito, nem o
galanteio é uma agressão machista.”
A deputada do PS, deixando claro
que não leu a carta na íntegra, mas que viu as transcrições na comunicação
social, diz que o que falha é que “estas pessoas aceitam o sistema tal como ele
é”.
Com o movimento #MeToo, que em
França tem uma versão chamada #Balancetonporc (denuincie o seu porco), milhares
de mulheres e homens denunciaram publicamente casos de assédio sexual,
comportamentos abusivos e violações.
No texto da carta pode ler-se que
esta “campanha de denúncias públicas e delação de indivíduos que, sem terem a
oportunidade de responder ou se defenderem, foram colocados exatamente ao mesmo
nível que os infratores sexuais.”
Isabel Moreira concorda que “pode
haver alguns excessos neste tipo de movimentos”, mas também lhe é evidente que
estes servem exatamente “para discutir” o que está mal. “Há que saber quais são
as fronteiras entre sedução e crime”, até, porque, acrescenta, há vários crimes
abaixo da violação, “como assédio sexual ou importunação sexual”.
O texto assinado por Deneuve já
foi alvo de uma outra carta aberta, publicada no site Franceinfotv, em que cerca de 30 feministas
francesas o criticam duramente. As ativistas dizem que “é normal” que os
abusadores estejam preocupados, “por o seu velho mundo está a desaparecer.
Devagar - muito devagar - mas inexoravelmente. Algumas reminiscências
empoeiradas não mudarão nada, mesmo que publicadas no Le Monde.”
A apresentadora Rita Ferro
Rodrigues, do coletivo Capazes, ficou “profundamente triste” com
as palavras do documento das 100 personalidades, e constatou “que ainda há
muito por fazer”. Tão “grave como o machismo dos homens é o machismo das
mulheres”, diz. “Estas pessoas afirmarem que importunar as mulheres é um
direito dos homens é de uma gravidade enorme”.
As Capazes estão a preparar um
comunicado para ser divulgado ainda esta quarta-feira, porque, refere Rita
Ferro Rodrigues, não é aceitável que pessoas tão reconhecidas no seu país e
internacionalmente escrevem um texto “que normaliza a violência contra as
mulheres".
Fonte: O SUL; 10 de janeiro de 2018 Capa
– Fama & TV, Celebridades, Mundo
http://www.osul.com.br/polemica-carta-de-catherine-deneuve-e-outras-99-francesas-pelo-direito-dos-homens-de-cantarem-as-mulheres-530306.html
|
Atriz
publicou artigo no Le Monde. (Foto: Reprodução)
|
A atriz francesa Catherine
Deneuve, de 74 anos, veio a público para dizer que os homens deveriam ser
“livres para flertar” com as mulheres.
Ela é uma das 100 mulheres
francesas signatárias de uma carta aberta, publicada na terça-feira (09jan2018)
pelo jornal Le Monde, alertando para o que chamam de novo “puritanismo”, diante
das recentes denúncias de assédio sexual na indústria do entretenimento.
O manifesto lamenta a onda de
“repreensões públicas” que vieram à tona após o escândalo envolvendo o produtor
americano Harvey Weinstein, acusado de assédio sexual, e até estupro, por
dezenas de mulheres. O empresário nega as denúncias de
sexo sem consentimento, mas admite que seu comportamento “causou muita dor”.
A publicação do artigo ocorre
dois dias após a cerimônia do Globo de Ouro, em Los Angeles, em que diversas atrizes
usaram vestidos pretos em protesto aos casos de assédio sexual. Na ocasião, a
apresentadora Oprah Winfrey, uma das homenageadas da noite, fez um discurso
contra o machismo e foi aplaudida de pé.
Em sua fala, Oprah citou que é a
primeira mulher negra a ganhar esse prêmio na cerimônia promovida pela
Associação da Imprensa Estrangeira em Hollywood (HFPA, na sigla original). A
atriz e apresentadora citou como influência o ator Sidney Poitier, primeiro
negro a ganhar o Oscar de melhor ator, pelo filme “Uma voz nas sombras” (1963).
“Eu entrevistei e interpretei
pessoas que passaram por algumas das coisas mais feias que a vida pode jogar em
você, mas a qualidade única que todas elas parecem compartilhar é a habilidade
de manter a esperança por uma manhã mais brilhante, mesmo durante nossas noites
mais escuras” disse Oprah.
O que diz a carta polêmica?
A carta foi assinada por
intelectuais, artistas e acadêmicas francesas, incluindo a escritora Catherine
Millet e a cineasta Brigitte Sy.
“Os homens têm sido punidos
sumariamente, forçados a sair de seus empregos, quando tudo o que eles fizeram
foi tocar o joelho de alguém ou tentar roubar um beijo”, diz o texto.
“Estupro é crime, mas tentar
seduzir alguém, mesmo de forma insistente ou desajeitada, não é – Tampouco o
cavalheirismo é uma agressão machista.”
As autoras argumentam que há um
novo “puritanismo” no mundo.
Elas afirmam que, embora fosse
legítimo e necessário protestar contra o abuso de poder por parte de alguns
homens, as constantes denúncias perderam o controle.
Segundo elas, a onda de acusações
induz à percepção de que as mulheres são impotentes e eternas vítimas.
“Como mulheres, não nos
reconhecemos neste feminismo que, além de denunciar o abuso de poder, incentiva
um ódio aos homens e à sexualidade.”
Antes da carta, Catherine Deneuve
já havia se posicionado publicamente contra as campanhas realizadas nas redes
sociais para denunciar casos de assédio. Segundo ela, as iniciativas
envergonham os homens acusados.
Milhares de mulheres ao redor do
mundo, vítimas de assédio ou abuso sexual, têm usado a hashtag #MeToo (“Eu
também”, em tradução literal) para compartilhar suas histórias. Na França, a
versão #Balancetonporc (“Denuncie seu porco”) as encoraja a revelar o nome e
envergonhar seus agressores.
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NOTA
DO EDITOR do Blog Ronald.Arquiteto e do Facebook Ronald Almeida Silva:
As
palavras e números entre [colchetes]; os destaques sublinhados, em negrito
e amarelo
bem como nomes próprios em CAIXA ALTA
e a numeração de parágrafos que foram introduzidas na presente versão NÃO
constam da edição original deste artigo / pesquisa / reportagem.
Esses
adendos ortográficos foram acrescidos meramente com intuito pedagógico de facilitar a leitura, a compreensão e
a captação mnemônica dos fatos mais relevantes do artigo por um espectro mais
amplo de leitores de diferentes formações, sem prejuízo do conteúdo cujo texto
está transcrito na íntegra e na forma da versão original.
O Blog Ronald
Arquiteto e o Face RAS
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