segunda-feira, 13 de agosto de 2018

[678] CENTRO HISTÓRICO DE SÃO LUÍS PATRIMÔNIO MUNDIAL UNESCO (desde 06dez1997). MEMÓRIAS DO MARANHÃO: CASO DO SUMIÇO DO PAINEL DE ARTE DE ROSILAN GARRIDO, QUANDO DA DEMOLIÇÃO DO CENTRO DE ARTES JAPIAÇU PARA CONSTRUÇÃO DA PRAÇA MARIA ARAGÃO.


VISTA GERAL DO BAIRRO DOS REMÉDIOS COM O PÁTIO E OFICINAS DA ANTIGA RFFSA E A PRAÇA GONÇALVES DIAS EM PRIMEIRO PLANO, em área lindeira à margem esquerda do Rio Anil.
Foto: Edgar Rocha (?); c.1990; Arquivo Ronald de Almeida Silva.




FACEBOOK RAS nº 3.872 (13ago2018): 
RECORDAR BEM É VIVER MELHOR.
CENTRO HISTÓRICO DE SÃO LUÍS PATRIMÔNIO MUNDIAL UNESCO (desde 06dez1997).
MEMÓRIAS DO MARANHÃO.

CASO DO SUMIÇO DO PAINEL DE ARTE DE ROSILAN GARRIDO, QUANDO DA DEMOLIÇÃO DO CENTRO DE ARTES JAPIAÇU PARA CONSTRUÇÃO DA PRAÇA MARIA ARAGÃO.


POST PROTESTO DE Uimar Junior; 8 de agosto · 2018.

Foto 01: CENTRO DE ARTES JAPIAÇU, c. 1990, entre a Praça Gonçalves Dias e o Pátio da antiga RFFSA, no espaço aberto antes da construção da Praça Maria Aragão.
VISTA GERAL DO BAIRRO DOS REMÉDIOS COM O PÁTIO E OFICINAS DA ANTIGA RFFSA E A PRAÇA GONÇALVES DIAS EM PRIMEIRO PLANO, em área lindeira à margem esquerda do Rio Anil.
Foto: Edgar Rocha (?); c.1990; Arquivo Ronald de Almeida Silva.

UIMAR JR. Bem amigos . Quando postei a obra era mesmo para chamar atenção de todos. O nome da obra chama-se MULHER .[FOTO 2] 





O Painel foi retirado da Praça Maria Aragão sem que pelo menos a autora do projeto( Rosilan Garrido), fosse avisada . Uma grande falta de respeito a Maria Aragão e a artista. Não lembro a gestão. — com Katia Bogea, Ronald Almeida Silva e Euges Lima.

COMENTÁRIOS:

GUILHERME ALVES GARRIDO Um desrespeito para com a sociedade e a cultura brasileira.
Uimar Junior Precisamos chamar atenção dos nossos vereadores para criarem uma lei municipal que obra pública para ser retirada só com autorização judicial..
Uimar Junior respondeu · 2 Respostas

EDUVALDO PEREIRA FERNANDES PEREIRA A cidade está sendo mutilada lembrar dos bancos da beira mar alguem tem alguma foto lembro tinha umas cabeças nos braços dos bancos mutilaram todos e ninguém fez nada daqui um tempo ninguém nem lembra mais e as futuras gerações nem vão ter ideia do que era os monumentos da cidade.

MÁRIO DE JESUS SILVA DE MENEZES Lembro desse painel, ele ficava atrás do palco onde havia os eventos... Esse desrespeito com os artistas locais e desprezo por suas obras e criações acabam tornando o rosto dessa cidade desfigurado e o povo desacreditado. Não estou querendo dizer que reformas sejam desnecessárias, mas apagar certos símbolos e monumentos culturais, é usurpar boa parte da história e essência de um povo.

ANAMARIA PIORSKY Deram fim em todas as obras da cidade isso deveria ser alvo de uma ação civil pública exigindo que se retornasse e se desse satisfação para a sociedade afinal todos pagamos por elas não podem simplesmente sumir com todas assim sem sequer uma desculpa ou consulta pública!

FLAVIA MOCHEL Lembro-me desse painel. Lindíssimo!

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CENTRO DE ARTE JAPIAÇU - CAJ
Da Fundação Municipal da Cultura (Func) do Município de São Luís, MA.
http://japiacu.blogspot.com/
fonte: CAJ; terça-feira, 24 de setembro de 2013
Acesso RAS 2018-08-13


O Centro de Artes Japiaçu (Caj) continua com inscrições abertas para o curso de Desenho Artístico, até a próxima sexta-feira, 27 de setembro. O curso será ministrado pela artista Simone Almeida e terá um período de dois meses de duração, com início em 1º de outubro, sempre às terças e quintas-feiras, das 14h às 16h.

Tendo como público alvo jovens na faixa etária a partir dos 12 anos, o curso tem como objetivo desenvolver e estimular o gosto pelas artes por meio de técnicas de desenho, assim como ampliar a visão cromática distributiva, proporcional dos elementos e ambientes, com o intuito de tornar simples e rápida a reprodução e criação de elementos artísticos.

Os interessados devem confirmar a participação na sede do CAJ, localizado na Rua Travessa do Dirceu, 35, bairro Diamante, em posse de documento de identificação. No caso o candidato ser menor de 18 anos, é necessário a assinatura do responsável. As vagas são limitadas, contemplando 15 alunos. As inscrições são gratuitas.

O CAJ é um equipamento cultural vinculado à Fundação Municipal da Cultura (Func). Mais informações pelo telefone (98) 3212 8295, das 13h às 18h.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

 Centro de Artes Japiaçu comemora 40 anos revelando talentos em São Luís. Em cursos de pintura, escultura, xilogravura, por exemplo, pessoas da comunidade se descobrem artistas e ainda garantem uma fonte de renda extra.
Mãos que moldam, que pintam. Mãos que produzem arte, dessas de encher os olhos. 

É assim no Centro de Artes Japiaçu, que acaba de completar 40 anos. Binho da Chinca, como ficou conhecido o artista plástico e artesão, era adolescente quando começou a frequentar o Centro, onde aprendeu muito com artistas famosos da época. “Foi realmente bom porque a gente entende os objetivos de ser um artista plástico, então o contato com o Centro de Arte, a experiência do Centro de Arte, a experiência com outros artistas que eu vim a conhecer através dele, me consolidaram realmente nas artes plásticas. Fizeram acentuar mesmo o meu interesse e com que eu buscasse mais conhecimento”, conta ele.

Hoje, aos anos 40 de idade, ele mostra talento também na escultura. Uma foto antiga é o suficiente para inspirar a produção. “O conhecimento em anatomia, pois eu já fui professor de anatomia em artes, me permite fazer esses cálculos da proporção a partir da fotografia. Então, você tem que ter noção da volumetria, um conhecimento de luz e sombra, um conhecimento de textura e dominar também o material para você ter mais controle e conseguir um resultado mais propício”, explica Binho.

Para Beth Ewerton, a coordenadora do Centro, esses 40 anos têm sido marcados pelas descobertas da arte por parte de centenas, talvez milhares de pessoas que, além disso, descobriram também uma forma de ganhar uma renda extra. “Nós trabalhamos muito com o objetivo de geração de emprego e renda, pegar aquela pessoa que tem vontade de ganhar um dinheiro extra, ou mesmo por necessidade para ter uma renda familiar, a gente ensina uma profissão, capacita ele em algum tipo de artesanato e ele sai daqui produzindo”, afirma ela.



terça-feira, 7 de agosto de 2018

[677] ELEIÇÕES 2018 - PRESIDENCIÁVEIS: HENRIQUE MEIRELLES (PMDB); 10 DESTAQUES PARA REFLEXÃO DO ELEITOR:



FACEBOOK RAS nº 3.799 (02ago2018):

HENRIQUE MEIRELLES: CANDIDATO A PRESIDENTE DA REPÚBLICA PELO MDB ELEIÇÕES 2018, DIZ QUE VAI BANCAR SUA CAMPANHA COM RECURSOS PRÓPRIOS. [talvez R$ 350 milhões) .

SE FOR VERDADE VAI SER O PRIMEIRO NA HISTÓRIA DO BRASIL E TALVEZ DO MUNDO A TOMAR ESSA INICIATIVA.

SEGUNDO A AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DO SENADO:
Eleições no Brasil são as mais caras do mundo
Da Redação | 16/09/2014, 11h04

A título e comparação vejam quanto custaram as campanhas dos 2 principais candidatos a Presidente em 2014:
CAMPANHA DILMA ROUSSEFF (PT): R$ 350 milhões.
CAMPANHA AÉCIO NEVES (PSDB): R$ 223 milhoes
São Paulo - A campanha presidencial das eleições 2014 custou 630 milhões de reais aos 11 candidatos que participaram da disputa. Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), que chegaram ao segundo turno, são responsáveis por 91% dos gastos.
A presidente reeleita foi a que acumulou o maior montante de despesas com a campanha. No total, foram 350,5 milhões de reais. Já Aécio gastou 223,4 milhões de reais, de acordo com os dados informados ao TSE.
Boa parte das despesas das duas campanhas foi custeada com doações de grandes empresas como JBS, Itaú Unibanco e OAS.

Se as eleições no Brasil são as mais caras do mundo, como HM vai bancar com recursos próprios sua candidatura à Presidência em 2018? Para ganhar a eleição 2018 HM teria de gastar no mínimo o mesmo que DILMA gastou em 2014. Ou seja: R$ 350 milhões. Terá HM recursos próprios dessa monta para apostar na roleta da próxima eleição?

Ou quem sabe HM usará uma rede oculta de CROWDFUNDING formada pelas mega empresas, bancos e corporações globais que são membros ativos da COMISSÃO TRILATERAL e do WEF desde o início dos anos 70?

Vejam subsídios abaixo com pistas para esse inédito mistério.

https://istoe.com.br/mdb-oficializa-candidatura-de-meirelles-e-sonda-marta-suplicy-para-vice/#.W2MsTjA1rrw.facebook


HENRIQUE MEIRELLES (PMDB): 10 DESTAQUES PARA REFLEXÃO DO ELEITOR.

1) HM foi o Mentor / Tutor político-financeiro dos irmãos JOESLEY & WESLEY BATISTA e presidente do Conselho Consultivo e do Banco Garantia da J&F Investimentos (holding controladora da JBS no Brasil e EUA (2012-2016); Nessa condição e com foro político-empresarial privilegiado, foi o articulador dos negócios da J&F junto ao BNDES e ao capital internacional, o que possibilitou a 2 caipiras do interior do Brasil montar o maior conglomerado de proteína animal do mundo em menos de uma década (governos do PT); com receita líquida de R$ 174 bilhões em 2015.
Como Consultor Chefe dos Irmãos Batista, (segundo o BLOG O ANTAGONISTA) Henrique Meirelles recebeu R$ 180 milhões, de 2012 a 2016, por serviços prestados à holding J&F, de Joesley Batista.O valor está no perfil do ministro da Fazenda escrito por Malu Gaspar na revista piauí.
Meirelles alega que esse valor é “até muito pequeno” diante do que o Banco Original, que ele montou para a família Batista, renderá nos próximos anos.

2) Ex-presidente do BANCO ORIGINAL, também do GRUPO J&F; onde ganhou cerca de R$ 200 milhões

3) Banqueiro profissional por décadas, trabalhou 28 anos no BankBoston, do qual chegou ao posto de presidente na sede nos EUA, aposentando-se em 2002.

4) Presidiu o BANCO CENTRAL durante 8 anos nos Governos LULA.

5) Foi Ministro da Fazenda no Governo MICHEL TEMER

6) CONSULTOR MUNDIAL BEM REMUNERADO:
Segundo o jornal ESTADÃO, (OESP) Meirelles lucrou R$ 217 milhões em 2016 com consultoria, diz o site 'Buzzfeed'. O ministro HM teria recebido R$ 167 milhões em contas que ele mantinha no exterior e mais outros R$ 50 milhões, afirma o ministro, a serviços prestados antes de ele assumir o cargo. Tudo como pessoa jurídica de seu fundo de investimentos e/ou firma de consultoria HM&A.

7) TRILATERAL + WEF..
HM é um dos mais destacados representantes intelectuais e militantes operacionais (no Brasil) do Grande Capital Global (bancário, fundista e rentista) e de organizações influenciadoras globais, tais como a COMISSÃO TRILATERAL e o FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL. Homem discreto, foi talhado e preparado para defender esses interesses e garantir fielmente o pagamento regular e seguro dos juros da DÍVIDA PÚBLICA aos banqueiros. Com essas qualificações HM foi treinado no Brasil e nos EUA e preparado para ser PRESIDENTE DA REPÚBLICA, dentro da estratégia mundial de assegurar o controle das nações por meio da eleição de agentes não-políticos tradicionais, de preferência empresários e financistas muito ricos, tal como já surtiu efeito em algumas eleições passadas, dentre essas:
EUA: DONALD TRUMP
FRANÇA: EMMANUEL MACRON
ARGENTINA: MAURICIO MACRI
CHILE: SEBASTIÁN PIÑERA (pela 2ª vez)

8) HENRIQUE MEIRELLES: ENFANT GATÉ DO GRANDE CAPITAL GLOBAL
Sua trajetória no mundo do Grande Capital Global e sua atuação como Presidente do Conselho Consultivo (salário de R$ 40 milhões/ano ou R$ 3,33 milhões/mês) da J&F Investimentos, holding que controla a empresa de alimentos JBS e principal Conselheiro Político e Econômico da bilionária dupla sertaneja dos irmãos JOESLEY & WESLEY BATISTA durante 4 anos e 2 meses: de 03 Março 2012 a 11 Maio 2016 (data do impeachment de Dilma Rousseff).

9) HENRIQUE MEIRELLES é casado com EVA MISSINE, psiquiatra, desde 2000.

10) CANDIDATO DA COMISSÃO TRILATERAL E DO FEM/WEF, HM É, SEM DÚVIDA ALGUMA, é o preferido do MERCADO FINANCEIRO E DAS GRANDES CORPORAÇÕES GLOBAIS (GLOBAL PLAYERS) . 
Se isso vai ser bom para o povo brasileiro e para um Brasil ainda sem PROJETO DE NAÇÃO só o tempo dirá.

Ronald Almeida, SLZ, MA, 02ago2018.




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RONALD DE ALMEIDA SILVA
Rio de Janeiro, RJ, 02jun1947; reside em São Luís, MA, Brasil desde 1976.
Arquiteto Urbanista FAU-UFRJ 1972 / Registro profissional CAU-BR A.107.150-5
Blog Ronald.Arquiteto (ronalddealmeidasilva.blogspot.com)
Facebook ronaldealmeida.silva.1




[676] MPB MASTERS: NONATO BUZAR NAS LEMBRANÇAS E ESCRITOS DE AUGUSTO PELLEGRINI. São Luís, MA, 28 e 30 junho 2018.

NONATO BUZAR e Ronald Almeida, em sua casa no Condomínio da Ilha da Gigóia, Barra da Tijuca, 16ago2013. Foto by Luiza Rodrigues.



FACEBOOK RAS nº 3.772-A (31jul2018):
NONATO BUZAR NAS LEMBRANÇAS E ESCRITOS DE AUGUSTO PELLEGRINI. JUSTA HOMENAGEM
PARTE 1



https://www.facebook.com/photo.php?fbid=2079430992070105&set=a.674310022582216.1073741825.100000096741108&type=3&theater


RIO ANTIGO
(A VISITA DO ESTRANHO POETA)
Parte 1
Texto: AUGUSTO PELLEGRINI

“Quero um bate-papo na esquina
Eu quero o Rio antigo com crianças na calçada
Brincando sem perigo
Sem metrô e sem frescão
O ontem no amanhã...”
(“Rio Antigo” – Nonato Buzar e Chico Anysio)

De repente o poeta surgiu do nada.
Não me conhecia, foi-me apresentado – “este é Augusto Pellegrini, faz um programa de jazz aqui na rádio” – e parece que não prestou muita atenção.

Aliás, a rigor ele dava a impressão de que nunca prestava atenção em nada, pois seus sentidos estavam mais ligados no irreal, no surreal, no abstrato, de onde lapidava as suas frases, seus pensamentos e os seus acordes.
Sua filosofia de vida.

O poeta estava triste, havia morrido seu irmão, me contaram, e ele deixara o habitat que escolhera, a cidade do Rio de Janeiro, para cumprir com seus deveres fúnebres em São Luís e, depois de fazê-lo, resolveu procurar os amigos.
Como era dia, foi a uma emissora de rádio e depois às ruas do Centro velho; fosse à noite, talvez os procurasse pelos bares das quebradas.

O poeta não era só poeta, tinha muitas outras atividades misturadas no embornal. 

Cantor, compositor e produtor musical, nascido em 1932 no interior do Maranhão na pequena Itapecuru-Mirim (naquele tempo, muito pequena), Raimundo Nonato Buzar foi brilhar no Rio, para onde viajou aos 21 anos num verdadeiro mergulho no meio do desconhecido.

Na verdade, sua intenção era estudar Engenharia, mas a magia envolvente da Cidade Maravilhosa falou mais alto e ele acabou contagiado pela música, que se transformou no seu projeto de vida. 

Fez seu debut nas noites cariocas cantando e tocando as suas composições nos bares da moda – Bottle’s e Little Club – e logo teve o seu talento reconhecido por dezenas de artistas e frequentadores da noite, e também por proprietários de casas noturnas, diretores de gravadores e produtores artísticos. E, é claro, também pelo público que lotava as casas onde ele se apresentava.

Nonato Buzar compôs um total de 162 canções, tanto solo como ao lado de parceiros como Paulo Sérgio Valle, Ronaldo Bôscoli, Carlos Imperial, Chico Anysio, Chico Feitosa, Torquato Neto, Nelson Motta, Paulinho Tapajós, Roberto Menescal, Durval Ferreira, Rosinha de Valença, Orlandivo, Tibério Gaspar, João Nogueira, Nosly, Gerude ou Rogeryo du Maranhão.

Em nível nacional, teve suas músicas gravadas por Maysa, Alcione, Elis Regina, Elizeth Cardoso, João Nogueira, Nana Caymmi, Cauby Peixoto, Jair Rodrigues, MPB4, Wilson Simonal, Silvio César, Erasmo Carlos, Rosinha de Valença, Luiz Gonzaga, Ivan Lins, Milton Nascimento, Nelson Gonçalves e Ithamara Koorax (cuja gravação de “Vesti Azul” feita em 2012 num álbum chamado “Got To Be Real” foi “top ten” na Europa por ocasião do seu lançamento).

Nonato Buzar também atacou de produtor, sendo responsável na RCA Victor por discos de Jair Rodrigues, Wilson Simonal, a Turma da Pilantragem, Regininha e Jimmy Cliff e também por um álbum que registrou o FIC - Festival Internacional da Canção, um concurso de músicas criado por Augusto Marzagão para a TV Globo entre os anos 1966 e 1972.

Além de ter chegado às paradas europeias com “Vesti Azul”, Nonato compôs um punhado de temas de abertura que se popularizaram em novelas de televisão – “Verão Vermelho”, “Irmãos Coragem” (com Paulinho Tapajós), “O Homem Que Deve Morrer” (com Torquato Neto), além de outras músicas para as novelas “O Cafona”, “Minha Doce Namorada” e “Anjo Mau”.

Compôs temas para outros programas de tevê – “Chico City”, “Brasil Pandeiro”, “Saudade Não Tem Idade” e para filmes diversos – “O Donzelo” e “Aventuras De Um Detetive Português”.

O poeta, simples como um detalhe da natureza, não era pouca coisa não, mas não vivia sobre seus louros.
Sujeito estranho, mas simpático, quando chegava ao Maranhão, que era a sua varanda, desdenhava completamente a aura do sucesso obtido lá fora, e curtia os bares do Mercado Central e as barracas da Ponta D’Areia com a mesma disposição que curtia os bares e a praia de Copacabana, cultivando amigos e novos amigos com o mesmo desprendimento e a mesma afeição.

Nonato Buzar foi então me apresentado, e depois de cinco minutos de conversa nos corredores da emissora, ele me confidenciou que devido ao seu luto familiar não se sentia animado para cair na farra quando chegassem as tentações da noite, pois sabia que se encontrasse a turma da boemia nos bares da vida, a coisa iria inexoravelmente descambar para tal.

Pediu, então, meu endereço e prometeu me fazer uma visita, para espairecer um pouco, posto que tinha passagem marcada de volta para o Rio na manhã seguinte.

Passei o endereço e as referências – “aquela rua do supermercado, na esquina do posto de gasolina, depois de um muro amarelo cheio de pichações” – e ele anotando tudo mentalmente, sem maiores problemas, numa cidade que conhecia muito bem.

COMENTÁRIOS SOBRE A PARTE 1:
Fernando Japona Saudoso mestre!!!

Francsico de Paula Valeu! Poeta

Zelda Scott Carvalhedo Ele fez também uma música linda para São Luis, Namorada do Sol com Alcione, é linda mas pouco divulgada (acho que é este o nome Namorada do Sol)

Iranildo Azevedo Boa lembrança, italiano. Justa e merecida recordação.

Elisa Lago "Rio de escola de samba
De chopp gelado
De canto na igreja…Ver mais

Daura Jorge Evinha e Reginhinha gravaram uma de suas mais lindas canções. TELETEMA
*Rumo estrada turva só despedida, por entre lenços brancos de partida no tele espaço bordado em cores do além.....
Faleceu no Rio de Janeiro em 02 de fevereiro de 2014.…Ver mais

Osvaldo Souza Mandoulegal Carambas que maravilha vc citar esses detalhes a nós maranhenses amigos. Vc mandou legal. Ganhei minha noite.



Daura Jorge Desculpem pelo engano. A música acima, TELETEMA não é do mestre Nonato Buzar e sim de Antônio Adolfo e Tibério Gaspar.

YOUTUBE.COM

Clevane Araujo Que belo e marcante depoimento! Parabéns ! E as citações aumentando a cada comentário! Use em um livro!Ótimo domingo!



Tutuca Viana Grande Nonato Buzar!!

Ronald Almeida Silva EXCELENTE TEXTO PARA UM GRANDE COMPOSITOR QUE O BRASIL PARECE TER ESQUECIDO. NONATO BUZAR TEM DEZENAS DE COMPOSIÇÕES INÉDITAS, um livro de contos, um livro de memórias e um song book. Aguardamos a parte PARTE 2 que AUGUSTO PELLEGRINI está nos brindando e que fará parte do MEMORIAL NONATO BUZAR.
Abraços Ronald Almeida


Jotta Jota Jota Tive a honra de ser amigo do Nonato e do Chico.Isso sim é poesia e musica das melhores. Cheguei a ter a ousadia de tocar com Nonato um dia. Saudades dos belos tempos, velhos dias!

Mozart Baldez Foi tudo isto, fez tudo isto e morreu no ostracismo a exemplo de Joãozinho Trinta. Ambos não tiveram o reconhecimento que o mundo civilizado presta a seus ídolos.

Rogéryo Du Maranhão Meu amigo e parceiro Nonato quanta saudade.

Dokiñi Baldoíno Jr. MUITO LEGAL... MUITO LEGAL, MESMO! ADOREI, principalmente O ENDEREÇO E AS REFERÊNCIAS... kkkk ABRAÇOS, MEU QUERIDO!



Luis Bencice O tempo é um dos senhores mais generosos deste mundo! Nós réles mortais é que insistentemente os ignoramos #ficadica

Oswaldo Boabaid de Lilia Ansioso pela parte II


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FACEBOOK RAS nº 3.772-B (31jul2018):
NONATO BUZAR NAS LEMBRANÇAS E ESCRITOS DE AUGUSTO PELLEGRINI. JUSTA HOMENAGEM
PARTE 2
Augusto Pellegrini Fllho Pellegrini






RIO ANTIGO
(A VISITA DO ESTRANHO POETA)
Parte 2

Veio a noite, eu estou com a televisão ligada falando para as paredes enquanto leio um delicioso livro – “A Lua Vem Da Ásia” de Campos de Carvalho – quando ouço um bater de palmas no portão.

Da porta da sala vislumbro a silhueta do meu novo amigo-poeta, faço-lhe a devida vênia e carrego com ele para a sala de jantar, onde meu filho e seu amigo confabulam sobre uma nova composição para a banda de pop-rock em que tocam.
Nonato Buzar é um universalista.
Para ele não existem jovens nem velhos, e as suas músicas mesclam irreverência, força e ternura, podendo ser apreciadas e tocadas tanto por um grupo de menestréis setecentistas como por uma banda de rock inconformista.
Ele pede uma dose de uísque e um violão.

Tudo à mão, é atendido com reverência e tem a seu dispor uma plateia atenta composta por três pessoas. Bebe a primeira dose como um retirante sedento e a segunda com um pouco menos de sofreguidão. Só então se lembra do gelo.

O uísque é de boa procedência – Chivas Regal 12 anos – ainda não havia sido inaugurado, e Nonato prova e aprova.
Entre um gole e outro, com pouca conversa, sucedem-se as canções, debaixo de um silêncio respeitoso e sob o olhar de quem flerta com o inesperado.

“Eu estou no céu ou estou no carrossel
De pé pro ar, sou barquinho de papel
À beira-mar, sou criança outra vez
Vi você corar, no espelho sua saia levantar
Na montanha russa vi você gritar
E eu no banco de trás”
(“Dez Pras Seis” – Nonato Buzar e Paulo Sérgio Valle)

“...Dizendo que eu devia vestir azul
Que azul é cor do céu e seu olhar também
Então o seu pedido me incentivou
Vesti azul, minha sorte então mudou
Vesti azul, minha sorte então mudou”
(“Vesti Azul” – Nonato Buzar)

“Nada pra fazer, apenas ver
Que a paixão chegou por causa de você
Quando se descobre ser capaz de amar assim
É alma , é paz, é fim”
(“Coração Na Voz” – Nonato Buzar, Nosly e Gerude)

“Num dia igual a qualquer um
Eu despertei dentro de mim
Se fez manhã no meu viver
Se fez igual a terra e o céu
Amanheceu onde eu segui
Me despedi dos rumos onde andei”
(“Assim Na Terra Como No Céu” – Nonato Buzar, Paulinho Tapajós e Roberto Menescal)

“Manhã despontando lá fora
Manhã, já é sol, já é hora
E os campos se abrindo em flor
Que é preciso coragem
Que a vida é viagem
Destino do amor”
(“Irmãos Coragem” – Nonato Buzar e Paulinho Tapajós)

“...Camisa verde-claro, calça Saint Tropez
Combinando com o carango, todo mundo vê
Ninguém sabe o duro que dei
Pra ter fon-fon trabalhei, trabalhei”
(“O Carango” – Nonato Buzar e Carlos Imperial)

“Menininha sai do portão
Vem também brincar
Vem pra roda, me dê a mão
Traz o seu olhar
Vou girando na roda
Vou cantando à sua espera
Quem me dera um dia ter seus olhos
Cor da primavera”
(“Menininha Do Portão” – Nonato Buzar e Paulinho Tapajós)

“Agora que você conhece Charlie Brown
Foi convidado a conhecer nossa nação
Achei legal e resolvi também tornar universal
E exportar mon ami João”
(“Mon Ami João” – Nonato Buzar e Durval Ferreira)

“...Um pregão de garrafeiro
Zizinho no gramado, eu quero um samba sincopado
Taioba, bagageiro, e o desafinado
Que o Jobim sacou
Quero o programa de calouros com Ary Barroso
Lamartine me ensinando um lá-lá-lá-lá-lá gostoso
Quero o Café Nice
De onde o samba vem”
(“Rio Antigo” – Nonato Buzar e Chico Anysio) 

No silêncio da noite, entre goles e canções, apenas meia dúzia de palavras foram pronunciadas, embora o mestre falasse para si mesmo, os ouvintes não ousando quebrar o encanto da audição.
As palavras vinham com a música.

Fim de uísque, início de madrugada, o poeta se levanta, o semblante aliviado, mas cansado, e me agradece com um abraço e um cálido “boa noite”.

E vai de encontro ao alvorecer, seu parceiro de vida.
O violão, saudoso, repousa sobre a cadeira.
Nonato Buzar morreu no Rio de Janeiro, cidade que ele escolheu para viver, em fevereiro de 2014 com 81 anos. Deixou muitas saudades e um livro de crônicas que eu não li – “Planeta Neus”.

E deixou também um vazio na cadeira bem ao lado do meu computador, junto à mesa que ainda recende ao uísque generosamente derrubado naquela noite de festa.

In memoriam.





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RONALD DE ALMEIDA SILVA
Rio de Janeiro, RJ, 02jun1947; reside em São Luís, MA, Brasil desde 1976.
Arquiteto Urbanista FAU-UFRJ 1972 / Registro profissional CAU-BR A.107.150-5
Blog Ronald.Arquiteto (ronalddealmeidasilva.blogspot.com)
Facebook ronaldealmeida.silva.1


[675] MPB MASTERS: CONHEÇA O MÚSICO LUIZ CLAUDIO RAMOS, MAESTRO E PARCEIRO DE CHICO BUARQUE [02mai2018]




CONHEÇA O MÚSICO LUIZ CLAUDIO RAMOS, MAESTRO E PARCEIRO DE CHICO BUARQUE 
[02mai2018]

Enquanto trabalha com Chico Buarque, ele toca projetos próprios

Fonte: JOSÉ TELES; JC online; 02/05/2018, às 13h10
http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cultura/musica/noticia/2018/05/02/conheca-luiz-claudio-ramos-maestro-e-parceiro-de-chico-buarque-337683.php
Acesso RAS 2018-08-07

Foto 01: Divulgação; Luiz Claudio Ramos com Chico Buarque desde os anos 70

O maestro Luiz Cláudio Ramos é presença certa e sabida no palco com Chico Buarque, desde que o cantor passou a lançar disco e entrar em turnê logo em seguida. O que acontece desde Paratodos, há 25 anos [desde 1993].

Ele é o violonista do grupo, e arranjador do repertório, tanto nos concertos quanto no estúdio.




Nascido há 69 anos, o carioca Luiz Cláudio cresceu numa família de músicos. É irmão de Carlos José, cantor de muito sucesso nos anos 1960, o último dos intérpretes de seresta. 

“Geraldo Vandré foi íntimo amigo de Carlos José, meu irmão mais velho. Estudavam juntos, faziam show na faculdade, eu era bem pequeno. Me encantava ver aqueles ensaios, as pessoas cantando. Não cheguei a tocar com Vandré. Na volta dele ao Brasil compusemos duas músicas. Ele me encontrou no estúdio e fizemos. Uma não tenho mais ideia, a outra eu me lembro, porém nunca foi gravada. Nunca mostrei pra ninguém”, revela o maestro.

A turnê do novo disco de Chico Buarque, Caravanas, está pela metade. Aterrissa nesta quinta-feira, no Teatro Guararapes, onde permanece até o domingo. Os ingressos, apesar do preço salgado, foram quase todos vendidos, o que é comum em turnês do cantor. “Esta turnê, acho que está tendo uma repercussão maior, porém é difícil a gente dimensionar, porque em todas a receptividade foi sempre grande. Como ele faz turnês espaçadas, tem sempre uma demanda muito grande pelo Chico. Vi todas as turnês, mas não sei qual que teve mais gente, mais lotada. O Chico é um ídolo muito querido. Esta tem também a diferença de ter uma conotação política maior. Mas Chico é um artista desde sempre assumido politicamente e participante”, comenta Ramos.

A primeira gravação que fez com Chico Buarque foi há 45 anos, no disco Calabar, a faixa Bárbara, com arranjo de Edu Lobo. A partir daí, participou de quase todos os discos do cantor, com quem começou a tocar em show em 1975, no show Chico & Bethânia: 



“Já nesse show, e no disco ao vivo, participei fazendo o que chamavam de arranjo de base. A banda era meio Bethânia, meio Chico. Eu e Franklin da Flauta, que éramos da turma do Chico. Nesse show elaborei junto com ele as harmonias, os arranjos de base. Eu pegava as harmonias, discutíamos, e eu passava para o maestro Gaya (Lindolfo Gaya, 1921-1987), que fez os arranjos da orquestra nesse show”.

Assim como Carlos José trocou o direito para ser cantor, Luiz Claudio Ramos escanteou a medicina para entrar na música, a conselho do compositor Sérgio Ricardo, com quem trabalhou na adaptação para o teatro de O Coronel de Macambira, do poeta recifense Joaquim Cardoso (no qual ele está trabalhando novamente, com um grupo de Teatro Universitário Carioca, Tuca):

“Larguei a medicina no segundo ano porque já estava envolvido com música num nível bastante profissional, tocando com Simonal, que na época era uma febre. Acho que sempre soube que queria ser músico. Tinha irmão engenheiro, outro advogado, e fui pra medicina. Me desenvolvi bastante no estúdio, e tive oportunidade de praticar, desde muito jovem comecei a fazer arranjo, dei sorte. O primeiro disco inteiro que arranjei foi também o primeiro de Fagner, Manera Fru Fru, Manera”, conta o maestro. Ele ressalta que até 1986 escrevia os arranjos na intuição. Naquele ano elaborou uma técnica, baseada em quatro escalas que o ajudou a desenvolver o trabalho com vários artistas. Uma técnica, segundo ele, que é simples na teoria, mas na prática é mais complicada.



PARCERIA

Obviamente, a criação dos arranjos para Chico Buarque não é uma tarefa feita sem a participação do “chefe” e chega próxima de uma parceria. 

Aliás, os dois são parceiros em um par de canções, Outra Noite (de Paratodos, 1993) e Cecilia (As Cidades, 1998):
“A partir de quando ele me mostra a música, a gente começa a trocar figurinhas. Tem muita gente que acha que fazer arranjo é uma coisa técnica. Mas não é só técnica. Tem uma parte de criação muito importante. Se bem que hoje em dia, com a falência da indústria fonográfica, ninguém grava mais com orquestra, quase ninguém, poucos são os artistas que tem verba pra gravar com orquestra. O problema de fazer arranjo pra disco, depende do tempo que a gente tem. Arranjo, se deixar, nunca acaba, muda uma notinha aqui, uma notinha ali. Com o tempo o arranjo vai amadurecendo. Chico nunca entregou as músicas todas pra gente fazer arranjos. Ele começa com umas quatro, e vai entregando aos poucos. Neste disco o processo foi ainda mais demorado. Demorou praticamente dois anos pra ser feito. As primeiras músicas que ele me deu eu trabalhei mais, levei mais tempo mexendo nelas. A gente grava a base primeiro, os instrumentos que acompanha o violão e piano, contrabaixo e bateria. E a partir daí eu vou escrevendo pros outros instrumentos que forem participar, quando o disco está chegando no fim, pega as músicas que tem orquestra de cordas, grava num dia, sopro grava no outro dia. O processo é esse. Então as primeiras são as mais trabalhadas em todos os discos do Chico, o que não quer dizer que sejam melhores ou piores”.

Tampouco os arranjos são engessados, seguidos rigorosamente durante a turnê inteira, e reaproveitados na turnê seguinte, confirma Luiz Claudio Ramos: “Os arranjos vão se desenvolvendo até determinado ponto, naquele momento, naquela turnê. Alguém faz alguma coisa, os músicos interagem, arranjo nunca fica pronto. As músicas antigas, por exemplo, nos arranjos que fiz pra esta turnê são diferentes dos originais, procurei fazer novas abordagens das música antigas. Poucos arranjos se mantiveram”.



CARREIRA
Além do trabalho como músico de estúdio, como se define, Luiz Claudio Ramos gravou três discos, um solo (uma pela série MPBC, pela Phillips, em 1980), mais três com o Quarteto em Cy (Falando de Amor para Vinicius, CID, 2001), com Franklin da Flauta (Dois Irmãos, Manacá, 2011), e com Carlos José (Musa das Canções, 2015). 

Quando não está trabalhando com Chico Buarque, ele se volta para a produção e arranjos para os diversos projetos e artistas, e a um projeto pessoal, sobre o qual se debruça há anos: 
“Fiz transcrições, arranjos, alguns parecidos com o original, de músicas de Tom Jobim. Um trabalho pesado, que estou fazendo há muitos e muitos anos. Acho que agora está quase no ponto de apresentar. Eu até fiz uma gravação de parte deste trabalho, mas ainda não estava maduro. É uma espécie de estudo, de técnica de violão. A parte musical está resolvida, o que falta é parte técnica de violão, algumas coisas são bastante difícil, é um projeto de vida que preciso concluir”.

Ele terá bastante tempo para concluir este projeto quando chegar ao fim a turnê Caravanas. Aos 74 anos, gravando com intervalos de cinco, seis anos, Chico Buarque estará com 80 anos, ou quase isso no próximo disco. Provavelmente terá disposição para voltar à estrada.



O diretor musical não pode responder pelo compositor, mas já pavimenta o caminho para intensificar a carreira solo:
“Do Chico eu não sei, sei dos meus projetos. Tem uma pessoa que está elaborando projetos meus. Estou me preparando cada vez mais pra tocar sozinho. Acho que Chico ainda curte viajar. Porém o problema de uma turnê dessas é que demanda muita energia. Nem é o show em si, que é sempre um prazer, mas a espera, os hotéis, os aeroportos. A rotina é meio militar, tem que estar naquela hora, naquele lugar. Uma organização grande, envolve muita gente. Isto deve ser bastante sacrificante pra ele, mas claro que ele gosta. Dentro desse esquema, Chico tem feito shows regularmente desde Paratodos."





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[2] O Blog Ronald Arquiteto e o Facebook RAS são mídias independentes e 100% sem fins lucrativos pecuniários. Não tem anunciantes, apoiadores, patrocinadores e nem intermediários. Todas as publicações de textos e imagens são feitas de boa-fé, respeitando-se as autorias e respectivos direitos autorais, sempre com base no espírito e nexo inerentes à legislação brasileira, em especial à LEI-LAI – Lei de Acesso à Informação nº 12.257, de 18nov2011. O gestor das mídias RAS nunca teve e não tem filiação partidária e nem exerce qualquer tipo de militância político-partidária.

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RONALD DE ALMEIDA SILVA
Rio de Janeiro, RJ, 02jun1947; reside em São Luís, MA, Brasil desde 1976.
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