ADMIRÁVEL
MUNDO NOVO DO SÉC. XXI
MASAYOSHI
SON – líder do SOFTBANK e VISON FUND: O japonês que investe US$ 100 bi em tecnologia de ponta e inteligência
artificial para transformar o mundo [24out2017]
Ø
Em um ano, o
Vision Fund, do bilionário MASAYOSHI SON, investiu em 12 companhias e mapeou
dezenas de outras.
Ø
O plano é
transformar o mundo!
Fonte: Por
Katie Benner © 2017 New York Times News Service; 24 out 2017, 13h02
Acesso
RAS em 2018-01-04
|
SEDE DA
MAPBOX: depois de conhecer a empresa em julho, SON investiu 164 milhões de dólares na companhia / Jason
Henry/The New York Times
|
San Francisco [EUA] – No final de
julho, quando Eric Gundersen,
executivo-chefe de uma startup de mapeamento, conheceu MASAYOSHI SON, líder do conglomerado japonês SoftBank,
esperava lhe vender a ideia do que faz a Mapbox
ser tão importante.
Mas SON, de 60 anos, não precisou ser convencido de que a tecnologia da
plataforma, usado pelos motoristas da frota do LYFT e por empresas como a Snap
e a Mastercard, tinha valor. Depois
de um namoro rápido, o Vision Fund (de
quase 100 bilhões de dólares, divulgado pelo SoftBank em outubro passado, composto de dinheiro da Arábia Saudita
e outros países), liderou um investimento
de 164 milhões de dólares no Mapbox,
fato que foi anunciado em 10 de outubro 2017.
No processo, SON também explicou a Gundersen
seus planos de desenvolver o fundo. O bilionário japonês disse acreditar que os
robôs vão mudar a força de trabalho
inexoravelmente e que as máquinas serão mais inteligentes que as pessoas, em um
acontecimento chamado de “singularidade”. Como resultado, sua intenção é
possuir participações em todas as empresas que possam sustentar as mudanças
globais causadas pela inteligência
artificial no transporte, na
alimentação, no trabalho, na medicina e nas finanças.
“A visão de Masa não inclui
apenas previsões como a Singularidade, muito badalada no momento. Ele entende
que iremos precisar de uma enorme quantidade de dados para chegar a um futuro
mais dependente de máquinas e robótica”, disse Gundersen.
O que SON expôs a Gundersen
ajuda a explicar por que o SoftBank
e seu Vision Fund investiram
centenas de bilhões de dólares em mais de 12 companhias, aparentemente
aleatórias, desde o anúncio do fundo.
Os investimentos vão desde a
startup de software de robótica Brain
Corp. e a empresa de cultivo interno Plenty,
até companhias de maior destaque, como a Slack, que faz softwares
administrativos. Os acordos vão desde os pequenos investimentos em startups até
grandes negócios com empresas públicas.
No entanto, todas essas
companhias têm algo em comum: estão envolvidas na coleta de uma enorme
quantidade de dados, cruciais para criar o cérebro de máquinas que, no futuro,
farão nosso trabalho, criando assim ferramentas que permitam que as pessoas
coexistam melhor.
Recentemente, o SoftBank se envolveu em um plano para
comprar quase vinte por cento das ações do UBER,
a maior empresa de caronas compartilhadas do mundo, que está transformando o
setor de transportes.
O SoftBank tenta acumular ações com uma oferta que poderia
valorizá-la ainda mais; seu valor atual é de 68,5 bilhões de dólares, de acordo com pessoas que conhecem as
negociações, e que falaram sob a condição de anonimato, pois os detalhes eram
confidenciais. A oferta ainda não está concretizada, segundo uma delas.
Caso as negociações se confirmem,
Son seria o proprietário de partes significativas das companhias de caronas
globais, pois o SoftBank já possui
ações das rivais do UBER, como a DIDI Chuxing, na China, e a OLA,
na Índia. Ao todo, a empresa teria uma rede que reúne dados logísticos valiosos
e operam grandes frotas conectadas, que podem trabalhar bem com a tecnologia de
carros autônomos.
“Dados sobre localização são
importantes e fundamentais para o desenvolvimento das tecnologias mais
excitantes”, disse Rajeev Misra, que
ajuda a administrar o Vision Fund,
sobre a Mapbox em uma declaração no dia 10 de outubro. Ele acrescentou que o
investimento era parte do plano do SoftBank
de pôr dinheiro na “infraestrutura fundamental da próxima etapa da revolução da
informação”.
O SoftBank não quis fazer comentários para este artigo.
Há mais de duas décadas Son vem
renovando consistentemente o SoftBank
com aquisições e investimentos, para mantê-lo na vanguarda. A empresa começou
em 1981 como distribuidora de softwares para PCs no Japão, expandindo-se para
os EUA, em 1994, com a compra da Comdex,
operadora de comercialização de computadores.
Ele mais tarde se tornou o maior
acionista do Yahoo, iniciou o Yahoo Japão e, na última década, investiu em
empresas de banda larga e telecomunicações – o SoftBank concordou em comprar a maioria da Sprint por 21,6 bilhões de dólares em 2012 –, antecipando a
necessidade de conexões velozes.
Investiu também em empresas de
e-commerce, incluindo o Grupo Alibaba,
da China, e o Gilt Groupe, além de empresas de videogames
como a Supercell e de mídia, como o HuffPost e o BuzzFeed.
Em um discurso em Nova York em
setembro, Son declarou que, em 30 anos, haverá tantos robôs sencientes no planeta quanto humanos, e que esses
“trabalhadores do colarinho metálico”, como os chama, vão fundamentalmente
mudar o mercado de trabalho.
“Todas as indústrias que a
humanidade estabeleceu e criou, até mesmo a agricultura, serão redefinidas,
pois as ferramentas que criamos no passado eram inferiores ao cérebro humano.
Agora, elas estão mais inteligentes que a própria humanidade”, disse SON.
Recentemente, ele teve essa mesma
conversa com vários outros empresários, pois sua meta é ampliar os
investimentos do Vision Fund. Muitos
empreendedores disseram que as conversas de SON vão de discussões filosóficas sobre o impacto da tecnologia na
humanidade até as minúcias de um problema técnico.
Ele disse recentemente a Matt Barnard, executivo-chefe da Plenty, que os computadores estavam
inaugurando uma revolução na agricultura inédita desde a invenção do arado. SON investiu 200 milhões de
dólares na Plenty em julho, parte de
um plano para transformá-la na líder mundial de cultivo interno. A Plenty, que não possui fazendas suficientes
em operação, planeja agora adquirir a primeira em South San Francisco, que será
inaugurada até o fim do ano.
“Acho que ele gosta mesmo da
gente. Eu diria que o que temos em comum com seus outros investimentos é que
todos são parte de um grande sistema por todo o mundo: energia, transporte,
internet e alimentos.”
Alguns empresários atravessam o mundo para
passar algum tempo com SON em sua casa cinematográfica em Woodside, na
Califórnia, e em seus escritórios na Índia, em San Francisco e em Tóquio.
O líder do SoftBank está sempre sorrindo e falando calmamente. Raramente
atende a telefonemas, e sua assinatura de e-mail inclui um ícone da ventoinha
que mostra que um computador está sendo ligado, ou “pensando”.
Muitos empresários falam sobre SON com reverência.
“Só aqueles que de fato são
próximos dele sabem o quanto sua visão é ampla”, disse Eugene Izhikevich, executivo-chefe da Brain Corp., empresa localizada em San Diego que produz software
para controlar robôs.
Os engenheiros de SON descobriram a Brain Corp. quando procuravam uma tecnologia de carros autônomos. Izhikevich logo se reuniu com ele para
falar sobre robótica, e sobre a forma na qual os britânicos trabalhavam, 200
anos atrás, quando a elite agrária não punha a mão na massa, mas inventava
novas coisas e melhorias de negócios.
Como muitos outros empresários, Izhikevich disse que o SoftBank se movimentou
“assustadoramente rápido” para fechar o investimento. A equipe de Son passou
centenas de horas analisando os negócios da Brain Corp., concluindo a tarefa em
poucos meses
Diferentemente de outros
investidores, SON, que já está até
falando sobre um segundo Vision Fund,
não participa das operações diárias da maioria das empresas nas quais investiu.
O negócio com a Sprint ainda não
foi concluído e pode estar dependendo da fusão com outra empresa. Quando alguns
investimentos se arrastam, como foi o caso da Snapdeal, loja on-line da Índia, ele investiu na concorrência,
pondo US$2,5 bilhões na Flipkart,
empresa indiana rival de e-commerce.
Alguns empresários disseram que a
assombrosa velocidade de investimento de SON
com o Vision Fund provavelmente não
vai diminuir.
“Masa tem pressa. Ele vê uma
oportunidade única onde tudo o que tocamos pode se transformar em mercado, e
que estamos no início de uma nova revolução industrial”, disse Vijay Sharma,
executivo-chefe da startup indiana de pagamentos digitais Paytm, na qual o SoftBank
investiu US$1,4 bilhão em maio.
The New York Times News Service/Syndicate – Todos os direitos
reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do
The New York Times.
Nenhum comentário:
Postar um comentário