Acidente gravíssimo com vítimas fatais na BR-135, trecho Campo de Perizes, único acesso rodoviário à Ilha de São Luís, MA. Foto: intenet
Acidentes em rodovias federais deixam 23 mortos por dia*
(*) Dados IPEA e Polícia Rodoviária Federal de 2014.
IPEA traça panorama
sobre acidentes nas rodovias federais [ago2015]
Entre
2010 e 2014, número de acidentes teve redução de aproximadamente 8%, apesar do
crescimento da frota de veículos.
Fonte: IPEA; Gov. Brasil; 23/09/2015 09:11
http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=26284
1) Nos últimos dez anos,
o Brasil registrou aumento de 50,3% no número acidentes em rodovias federais. As mortes cresceram 34,5% e a
quantidade de feridos, 50%.
2) Os dados estão no relatório Acidentes de trânsito nas rodovias federais brasileiras, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), com base nos dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
2) Os dados estão no relatório Acidentes de trânsito nas rodovias federais brasileiras, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), com base nos dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
3) Desde 2010, porém, o número vem caindo (8,5%), na contramão do crescimento da frota, coincidindo com o início das operações da PRF concentradas nos trechos mais críticos.
4) Aproximadamente oito mil pessoas perderam a vida e cerca de 100 mil ficaram feridos, em 169 mil acidentes registrados pela PRF em 2014, com fortes impactos sobre o orçamento público e a renda das famílias atingidas.
5) A análise mostra que, nesse período, ocorreram, em média, 463 acidentes por dia, envolvendo 301 mil veículos e 23 mortos - uma média de 1,78 veículos por ocorrência.
6) Cerca de 67% dos acidentes com vítima fatal ocorreram em zonas rurais e 32% tiveram como causa a desatenção do motorista.
7) MINAS GERAIS apresentou o maior número de acidentes e mortos. Foram 21,8 mil, enquanto o estado do AMAZONAS registrou o menor, com 168.
8) A quantidade de acidentes por veículo caiu, resultado de uma expansão maior da frota de carros e motocicletas. Na última década, foi registrado um crescimento de 136,5% na frota brasileira - 102,6% para os automóveis e 269,8% para motocicletas.
TIPO
DE ACIDENTES
9) Apesar dos automóveis estarem envolvidos na maior parte dos acidentes nas rodovias, aqueles envolvendo motocicletas são proporcionalmente mais letais. Eles respondem por cerca de 18% do total, mas em termos de mortes, respondem por 30% do total e 40% de todas as lesões graves.
10) As colisões frontais e atropelamentos são tipos de acidentes que apresentam baixa ocorrência (6,5% do total de acidentes), mas respondem por quase metade das mortes nas rodovias federais. Além disso, a desatenção dos motoristas, ingestão de bebidas alcoólicas e desrespeito às regras de trânsito são as causas mais frequentes dos acidentes com fatalidade, indicando a necessidade de realização de campanhas educativas permanentes.
CUSTOS
11) Além dos traumas causados às vítimas e familiares, os acidentes de trânsito representam altos custos monetários para a sociedade. Com base na metodologia desenvolvida anteriormente pelo Ipea em conjunto com a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) e o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), foram atualizados os cálculos de custos dos acidentes de trânsito nas rodovias federais para a base de acidentes dos anos de 2007, 2010 e 2014.
12) Os cerca de 170 mil acidentes de trânsito ocorridos nas rodovias federais brasileiras em 2014 geraram um custo para sociedade de R$ 12,3 bilhões. Destes, 64,7% estavam associados às vitimas dos acidentes, como cuidados com a saúde e perda de produção devido às lesões ou morte, e 34,7% aos veículos, como danos materiais e perda de cargas, além dos procedimentos de remoção dos veículos acidentados.
13) Estima-se
que o custo dos acidentes nas rodovias estaduais e municipais, em 2014, teria
sido algo entre R$ 24,8 e R$ 30,5 bilhões. Em termos globais, pode-se estimar
em cerca de R$ 40 bilhões de reais por ano o custo que a sociedade tem com os
acidentes de transito em todas as rodovias brasileiras.
[Estimativa do IPEA, 2015.]
CONCLUSÃO do Relatório IPEA:
Acidentes de Trânsito nas Rodovias Federais Brasileiras: caracterização,
tendências e custos para a sociedade.
Agosto 2015.
CONCLUSÃO
- Os
acidentes de trânsito no Brasil matam cerca de 45 mil pessoas por ano
(Datasus) e deixam mais de 160 mil pessoas com lesões graves numa
estimativa conservadora.
- Grande parte dessas mortes ocorre nas
rodovias brasileiras, em especial nas rodovias federais, que no ano de
2014 tiveram cerca de 170 mil acidentes com mais de 8 mil mortes e 26 mil
ferimentos graves.
- Em termos de custo, os acidentes nas
rodovias federais significaram uma perda superior a R$ 12 bilhões para a
sociedade, sendo que o custo relativo à perda de produção responde pela
maior fatia desse valor, seguido pelos custos veiculares e hospitalares.
- Considerando
toda a malha rodoviária brasileira, esses custos beiram a R$ 40 bilhões
por ano, o que é um montante muito superior ao gasto público na melhoria
da infraestrutura rodoviária e nas campanhas educativas realizadas no
país.
- O quadro se agrava bastante no contexto
observado nos últimos anos de aumento vertiginoso da frota de veículos
automotores.
- Mais veículos nas ruas significam mais
acidentes em termos absolutos, apesar de que, em relação à frota, os
indicadores têm mostrado certa queda, retratando um avanço nos
procedimentos de fiscalização por parte da PRF, que intensificou as
operações nos trechos mais críticos de acidentes.
- O avanço dos acidentes com motocicletas
também se destacou como um problema sério a se enfrentar no país,
principalmente pelo forte crescimento da frota desse tipo de veículo e do
perfil dos condutores com característica mais jovem e de baixa renda.
- Observou-se também neste trabalho que
quanto maior a gravidade do acidente, maiores os custos associados a ele,
principalmente quando há vítimas fatais envolvidas, elevando
substancialmente o custo final, em função do componente perda de produção.
- Isso implica a necessidade de
implementação de políticas públicas que visem reduzir tanto a quantidade
total de acidentes de trânsito quanto sua gravidade, como políticas de fiscalização
e controle da velocidade, habilitação dos condutores e verificação das
condições dos veículos, além da efetivação daquelas voltadas para a
educação e para a melhoria da infraestrutura viária.
- Vale ressaltar que políticas específicas
para reduzir acidentes com pedestres e motociclistas devem diminuir a
gravidade dos acidentes, já que essas modalidades respondem por parte
importante das mortes de trânsito no Brasil.
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