terça-feira, 8 de março de 2016

[230] GEOLOGIA E MINERAÇÃO: TERRAS-RARAS, SUPERIMÃS E MINERAIS ESTRATÉGICOS: UM DESAFIO BRASILEIRO DE SÉCULOS!


TERRAS-RARAS, SUPERIMÂS E MINERAIS ESTRATÉGICOS:
UM DESAFIO BRASILEIRO DE SÉCULOS!





[1] LANÇAMENTO DA PUBLICAÇÃO 'MINERAIS ESTRATÉGICOS E TERRAS-RARAS'

CEDES - Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Câmara dos Deputados Federais.
O Presidente do Cedes, Dep. Inocêncio Oliveira, e o Relator do Estudo, Dep. Colbert Martins, lançaram, no último dia 19/11/2015, a publicação Minerais Estratégicos e Terras-Raras, no Salão Nobre da Câmara dos Deputados.
O livro traz uma análise das políticas públicas do Brasil na área de pesquisa, exploração e beneficiamento de minerais estratégicos, em um contexto que tem a China como país dominante desse mercado. A publicação expõe as principais aplicações desses minerais na indústria tecnológica, a exemplo da produção de turbinas eólicas, células fotovoltaicas, smartphones, aviões de caça, sistemas de controle de mísseis e satélites. O estudo aponta, ainda, caminhos para que o Brasil amplie a pesquisa, a produção e, principalmente, a agregação de valor aos minerais estratégicos, de modo que esses bens venham a ter grande relevância no desenvolvimento econômico e social do país.
Disponível em:
http://www2.camara.leg.br/a-camara/altosestudos/pdf/minerais-estrategicos-e-terras-raras





[2] MINERAIS ESTRATÉGICOS E TERRAS-RARAS EM DISCUSSÃO NO CEDES

CEDES - Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Câmara dos Deputados Federais.

O Cedes realizou, no último dia 26 de março [2015], reunião sobre o estudo "Minerais Estratégicos e Terras-Raras". O tema do encontro teve como foco a necessidade de o Brasil construir um grande centro tecnológico de ponta, que dê suporte aos setores de transformação mineral, metalurgia e energias renováveis, sob a ótica do desenvolvimento sustentável. As exposições, que foram seguidas de debates com os parlamentares, ficaram a cargo do Consultor Legislativo Paulo César Ribeiro Lima e do Dr. Cláudio Scliar, ex-Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do MME.

[3] DEPUTADOS E TÉCNICOS PEDEM INVESTIMENTO MINERAL
Câmara dos Deputados; Cedes; Brasília, DF – reunião de 26/03/2014
CEDES - Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Câmara dos Deputados Federais.

                “Não dá para não nos desesperarmos. O Brasil caminha com uma perna só, num mundo cada vez mais rápido”, desabafou o deputado Colbert Martins (PMDB/BA) ontem, no Centro de Estudos e Debates Estratégicos [da Câmara dos Deputados Federais], após a exposição do ex-secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério das Minas e Energia, Cláudio Scliar. Apresentando números, gráficos e diversos estudos, o geólogo concluiu que o Brasil, que possui uma das mais ricas províncias minerais do globo, continua sendo, no século XXI, “um país monomineralógico”. Sobrevive no setor da exploração praticamente única de um único mineral, o ferro.
                “Exploramos basicamente minério de ferro e 50 por cento dele para um único mercado, a China, um país que dá sinais de que vai desacelerar seu crescimento. E temos muitas e grandes jazidas de outros minerais, como de cobre, por exemplo, mas continuamos importando cobre chileno. Isto sem falar em terras raras e outros minerais estratégicos, no qual não avançamos. Temos vários problemas: as bases legais do País dificultam muito e não investimos em pesquisas, tecnologia, formação de mão de obra...”
                O Secretário do Ministério das Minas e Energia, Elzevir Azevedo Guerra, concordou; “O País precisa mudar seu paradigma na área de tecnologia mineral. Não desenvolvemos tecnologia própria, importamos, tanto nos processos como em equipamentos. Perseguimos uma cadeia produtiva de terras raras, que é um passaporte para o futuro, mas não temos um centro para isto. No nosso centro de tecnologia mineral temos apenas 46 pesquisadores, 27 deles já estão em idade de se aposentar. A China, só para terras raras, tem mais de mil pesquisadores”.
                Ele ainda alinhavou outro dado preocupante. O Brasil, com toda a sua riqueza em ferro, produz anualmente 35 milhões de toneladas de aço, enquanto a China, grande importadora, produz 800 milhões de toneladas. A sorte do Brasil, como observou Scliar, é que o minério de ferro, que passou várias décadas no patamar de 12 dólares a tonelada, hoje atinge preços em torno de 190 dólares. “Mas a China não vai continuar consumindo tanto minério por muito tempo”, comentou.
                O consultor Paulo Cesar Lima lembrou que a Petrobrás possui um dos mais avançados centros de pesquisas tecnológicas, um apoio decisivo para os estudos e exploração do Pré-Sal. Algo que poderia ser imitado do setor mineral, mesmo com recursos menores (o centro tecnológico da Petrobrás tem um orçamento de 3 bilhões de reais). “Precisamos investir em novas tecnologias até mesmo para a área de energias alternativas. O petróleo não vai ser a eterna matriz energética – disse. Esta é uma área que precisa de superimãs, que são fornecidos pelas terras raras, que temos e não exploramos. Ocorre que na área do petróleo os recursos são abundantes, provenientes dos royalties, o que não temos das mineradoras. Precisamos deixar de ser um exportador de minério de ferro e criar um centro que nos possibilite exportar produtos de alta tecnologia”. Scliar concordou: “Riqueza mineral não nos falta, tanto no continente como no mar”.


  
[4] Brasil desenvolverá tecnologia de superimãs de terras-raras

Fonte: Redação do Site Inovação Tecnológica -  19/11/2014
Acesso RAS em 08mar2016

O objetivo da parceria é produzir o neodímio metálico, usado na fabricação dos superímãs.
[Imagem: Wikipedia]

O Instituto de Tecnologia de São Paulo IPT assinou convênio com a mineradora CBMM (Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração) para desenvolver a tecnologia de obtenção de neodímio metálico.
O neodímio é um dos elementos da família das terras-raras, usado para fabricar superímãs usados na indústria de alta tecnologia, incluindo discos rígidos, motores para carros elétricos, turbinas eólicas e até memórias para computadores quânticos.
Processo produtivo do neodímio
A CBMM explora nióbio na cidade de Araxá (MG), onde dispõe de uma planta-piloto para concentração de terras-raras a partir de uma outra reserva do minério monazita, que contém os 17 elementos químicos conhecidos como terras-raras.
Além da concentração do minério - aumento do teor dos elementos a serem extraídos - a empresa já domina o ciclo de isolamento dos óxidos de terras-raras.
O esforço conjunto será centrado na terceira etapa da cadeia produtiva, que é a da redução do óxido de neodímio em metal puro. Segundo o diretor-presidente do IPT, Fernando Landgraf, essa é a única escala da cadeia produtiva dos superímãs de terras-raras ainda não dominada pelo Brasil.
Na outra ponta do processo, já há experiência concentrada principalmente em universidades e centros de pesquisa na produção dos superímãs de neodímio, além de fabricantes de motores elétricos e de geradores eólicos instalados no País.
"Os superímãs de terras-raras são estudados há 30 anos no Brasil. Na década de 1990, todas as expectativas da comunidade acadêmica foram frustradas com o domínio total da China sobre o mercado," lembrou Landgraf durante a cerimônia de assinatura do contrato. "O avanço da cadeia produtiva nacional [dependia] das empresas detentoras de reservas de terras-raras investirem na transformação do minério em material comercialmente atrativo. E o fato de a CBMM hoje assumir esse risco é realmente um marco".
O presidente da CBMM, Tadeu Carneiro, comparou os desafios da companhia neste projeto com o do desenvolvimento do mercado do nióbio, há 60 anos. Naquele momento, disse o executivo, não havia nem aplicações, nem mercado para o nióbio, que foi praticamente criado pela empresa, hoje a maior fabricante mundial do metal.
"No caso das terras-raras, esses fatores não são problema. Mas temos outro desafio que é o de desenvolver tecnologia. É tão importante por isso o esforço que esse convênio irá produzir", destacou.
Terras-raras
Assim é conhecido o conjunto de 17 elementos químicos utilizados para aplicação em alta tecnologia, como a dos ímãs que transformam energia elétrica em energia mecânica e em produtos como notebooks, telefones celulares, trens-bala, fibras óticas, painéis solares, geradores eólicos, entre outros equipamentos.
Além do neodímio, os demais minerais da família das terras-raras são: lantânio, cério, praseodímio, promécio, samário, európio, gadolínio, térbio, disprósio, hólmio, érbio, túlio, itérbio, escândio e lutécio.
Esses elementos sempre aparecem em conjunto na natureza. No Brasil, a ocorrência se dá principalmente na forma do mineral monazita.
A cadeia produtiva dos materiais é longa. A primeira etapa consiste na concentração da monazita, de forma a separá-la de outros minerais. A segunda fase, de separação, permite chegar aos óxidos de terras-raras. Depois, ainda é necessário obter o metal a partir do óxido. A etapa seguinte é de produção do superímã que será utilizado pela indústria.
Brasil é tido como detentor da segunda maior reserva de terras-raras do mundo, com estimados 16% de participação mundial, de acordo com o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Não há, entretanto, produção em escala comercial dos 17 elementos de terras-raras no país.
O acordo entre IPT e CBMM, com investimentos no valor de R$ 9,5 milhões, será amparado pela Embrapii (Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) e terá duração de dois anos.

 

[5] Brasil obtém didímio metálico para fabricação de superímãs [08fev2016]


FONTE: PORTAL TECMUNDO; POR WIKERSON LANDIM; EM TECNOLOGIA;  08 FEV 2016 — 12H30
http://www.tecmundo.com.br/tecnologia/96221-brasil-obtem-didimio-metalico-fabricacao-superimas.htm
Acesso RAS em 08mar2016

O Brasil acaba de obter os primeiros 100 gramas de didímio metálico, um dos elementos principais na fabricação de superimãs, peças-chave nas turbinas eólicas e carros elétricos e necessários em dispositivos eletrônicos. A conquista vem de um projeto firmado recentemente pela Unidade EMBRAPII IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM).
De acordo com o pesquisador do Centro de Tecnologia em Metalurgia e Materiais (CTMM) da Unidade EMBRAPII IPT e coordenador do projeto, João Batista Ferreira Neto, a conquista deve ser comemorada. “A obtenção do didímio mostra que é possível, em um futuro breve, a sua produção em escala industrial, contribuição definitiva para completar a cadeia dos ímãs de alto desempenho. A ideia é que o Brasil tenha domínio tecnológico de toda a cadeia produtiva dos ímãs permanentes, desde a extração mineral das terras raras até a fabricação dos ímãs”, afirma.
A CBMM, parceira no projeto, possui um grande diferencial competitivo para a produção do didímio. A empresa é líder mundial na exportação de nióbio, metal que é extraído de sua reserva mineral situada em Araxá (MG), que possui também alto teor de terras raras. A CBMM desenvolveu uma planta-piloto de concentração (separação) das terras raras e deu sequência ao trabalho em uma planta laboratorial, na qual está conseguindo separar os óxidos dos principais metais de terras raras contidos em seu minério, dentre eles o óxido de didímio. 
O elo que faltava para dar andamento à produção dos superímãs era justamente a redução do óxido de didímio em metal, gerando o didímio metálico, escopo do convênio da CBMM com a Unidade EMBRAPII. O didímio foi obtido a partir de um trabalho de desenvolvimento de reatores e de processos de redução, que estão sendo investigados no projeto.
Segundo dados do Departamento Nacional de Produção Mineral, o Brasil é detentor da segunda maior reserva de terras raras do mundo. No entanto, o país ainda não explora comercialmente os elementos, mercado dominado pela China. “O projeto da CBMM é estratégico, pois abre portas para o país garantir internamente e também exportar um produto fundamental para indústrias de elevado conteúdo tecnológico e que têm demandas crescentes”, destaca Ferreira Neto. Com duração de dois anos e previsão de término em junho de 2016, o projeto caminha agora para testes de rotas e processos, otimização de parâmetros de operação e controle do nível de pureza do didímio.

FONTE(S): EMBRAPII






[6] Confira alguns objetos sendo esmagados por superímãs em câmera lenta


FONTE: PORTAL TECMUNDO; POR PAULO GUILHERME; EM MAGNETISMO;  28 JUL 2015 — 16H26
http://www.tecmundo.com.br/magnetismo/83892-confira-objetos-sendo-esmagados-superimas-camera-lenta.htm
Acesso RAS em 08mar2016

Gostou de ver um Apple Watch sendoesmagado por dois poderosíssimos imãs de neodímio? Então está aí a sua chance de conferir mais um pouco o quão legais (e perigosos) podem ser esses magnetos. E o melhor de tudo: você pode conferir a destruição toda em câmera lenta, para conferir cada um dos detalhes dos estragos.
No vídeo feito pelo canal do YouTubefirst4magnets, que você pode conferir logo acima, a equipe faz uma montagem extremamente simples. Primeiro, os imãs são colocados em uma armação de madeira, a uma distância grande o suficiente para que eles não sejam atraídos um ao outro; já o objeto-alvo fica, é claro, entre os dois. Depois tudo é uma questão de aproximar os imãs de neodímio calmamente até que a física dê conta do resto.
Quanto às “vítimas” dos imãs, temos quatro objetos – uma maçã, um iPhone (não é nenhum Apple Watch de ouro, mas já serve), um pote de confeitos e uma caixa de suco.
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Curiosamente, o primeiro item é o que acaba se saindo melhor na hora de sobreviver aos testes: o impacto dos magnetos acaba por expelir a fruta a uma velocidade tão rápida que você só vai notar que ela não foi obliterada pela compressão ao rever a cena em câmera lenta. E ela ainda conseguiu ser a única a fazer com que os imãs fossem danificados, ao impacto um com o outro.


[7] Laboratório desenvolve base para superímãs


Fonte: POrtal UOL; Guilherme Daroit
INOVAÇÃO Notícia da edição impressa de 15/02/2016. Alterada em 14/02 às 22h38min
http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2016/02/economia/481750-laboratorio-obtem-didimio-metalico-pela-primeira-vez-no-pais.html
Foto: IPT/DIVULGAÇÃO/JC
Projeto conseguiu obter didímio metálico pela primeira vez no Brasil

Dos rejeitos da mineração, pode estar surgindo, no Brasil, um novo nicho de mercado com potencial global. Matéria-prima para superímãs com diversas aplicações, principalmente em motores e turbinas eólicas, o didímio metálico acaba de ser obtido pela primeira vez no País. A conquista é de um projeto de pesquisa em parceria da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), órgão do governo paulista, que vê, na novidade, a possibilidade de tornar o Brasil uma alternativa em um mercado dominado pela China.
"Há um potencial grande de fornecimento no mercado nacional e, também, de poder se colocar como importante player para o mercado mundial", argumenta o pesquisador do IPT e coordenador do projeto, João Batista Ferreira Neto. O cientista credita a possibilidade às incertezas quanto ao fornecimento do material pelos chineses, responsáveis por mais de 90% da produção mundial. Em 2010, o país asiático colocou barreiras para a exportação, o que fez dispararem os preços do produto até a intervenção da Organização Mundial do Comércio (OMC) em 2014. "Mas é algo que pode acontecer de novo, e regiões dependentes, como Japão, Estados Unidos e Europa, estão de olho, procurando alternativas", agrega.




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