TERRAS-RARAS, SUPERIMÂS E MINERAIS ESTRATÉGICOS:
UM
DESAFIO BRASILEIRO DE SÉCULOS!
[1] LANÇAMENTO DA PUBLICAÇÃO
'MINERAIS ESTRATÉGICOS E TERRAS-RARAS'
CEDES - Centro de Estudos e
Debates Estratégicos da Câmara dos Deputados Federais.
O Presidente
do Cedes, Dep. Inocêncio Oliveira, e o Relator do Estudo, Dep. Colbert Martins,
lançaram, no último dia 19/11/2015, a publicação Minerais Estratégicos e
Terras-Raras, no Salão Nobre da Câmara dos Deputados.
O livro traz
uma análise das políticas públicas do Brasil na área de pesquisa, exploração e
beneficiamento de minerais estratégicos, em um contexto que tem a China como
país dominante desse mercado. A publicação expõe as principais aplicações
desses minerais na indústria tecnológica, a exemplo da produção de turbinas
eólicas, células fotovoltaicas, smartphones,
aviões de caça, sistemas de controle de mísseis e satélites. O estudo aponta,
ainda, caminhos para que o Brasil amplie a pesquisa, a produção e,
principalmente, a agregação de valor aos minerais estratégicos, de modo que
esses bens venham a ter grande relevância no desenvolvimento econômico e social
do país.
Disponível em:
http://www2.camara.leg.br/a-camara/altosestudos/pdf/minerais-estrategicos-e-terras-raras
[2] MINERAIS
ESTRATÉGICOS E TERRAS-RARAS EM DISCUSSÃO NO CEDES
CEDES - Centro de Estudos e
Debates Estratégicos da Câmara dos Deputados Federais.
O
Cedes realizou, no último dia 26 de março [2015], reunião sobre o estudo "Minerais Estratégicos e Terras-Raras". O
tema do encontro teve como foco a
necessidade de o Brasil construir um grande centro tecnológico de ponta, que dê
suporte aos setores de transformação mineral, metalurgia e energias renováveis,
sob a ótica do desenvolvimento sustentável. As exposições, que foram seguidas
de debates com os parlamentares, ficaram a cargo do Consultor Legislativo Paulo
César Ribeiro Lima e do Dr. Cláudio Scliar, ex-Secretário de Geologia,
Mineração e Transformação Mineral do MME.
[3] DEPUTADOS E TÉCNICOS PEDEM INVESTIMENTO MINERAL
Câmara dos Deputados; Cedes; Brasília,
DF – reunião de 26/03/2014
CEDES - Centro de Estudos e
Debates Estratégicos da Câmara dos Deputados Federais.
“Não dá para não nos
desesperarmos. O Brasil caminha com uma perna só, num mundo cada vez mais
rápido”, desabafou o deputado Colbert Martins (PMDB/BA) ontem, no Centro de Estudos e Debates Estratégicos
[da Câmara dos Deputados Federais], após a exposição do ex-secretário de
Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério das Minas e Energia, Cláudio
Scliar. Apresentando números, gráficos e diversos estudos, o geólogo concluiu
que o Brasil, que possui uma das mais ricas províncias minerais do globo,
continua sendo, no século XXI, “um país
monomineralógico”. Sobrevive no setor da exploração praticamente única de
um único mineral, o ferro.
“Exploramos basicamente minério
de ferro e 50 por cento dele para um único mercado, a China, um país que dá
sinais de que vai desacelerar seu crescimento. E temos muitas e grandes jazidas
de outros minerais, como de cobre, por exemplo, mas continuamos importando
cobre chileno. Isto sem falar em terras raras e outros minerais estratégicos,
no qual não avançamos. Temos vários problemas: as bases legais do País dificultam
muito e não investimos em pesquisas, tecnologia, formação de mão de obra...”
O Secretário do Ministério das
Minas e Energia, Elzevir Azevedo Guerra, concordou; “O País precisa mudar seu
paradigma na área de tecnologia mineral. Não desenvolvemos tecnologia própria,
importamos, tanto nos processos como em equipamentos. Perseguimos uma cadeia
produtiva de terras raras, que é um passaporte para o futuro, mas não temos um
centro para isto. No nosso centro de tecnologia mineral temos apenas 46
pesquisadores, 27 deles já estão em idade de se aposentar. A China, só para
terras raras, tem mais de mil pesquisadores”.
Ele ainda alinhavou outro dado
preocupante. O Brasil, com toda a sua riqueza em ferro, produz anualmente 35
milhões de toneladas de aço, enquanto a China, grande importadora, produz 800
milhões de toneladas. A sorte do Brasil, como observou Scliar, é que o minério
de ferro, que passou várias décadas no patamar de 12 dólares a tonelada, hoje
atinge preços em torno de 190 dólares. “Mas a China não vai continuar
consumindo tanto minério por muito tempo”, comentou.
O consultor Paulo Cesar Lima
lembrou que a Petrobrás possui um dos mais avançados centros de pesquisas
tecnológicas, um apoio decisivo para os estudos e exploração do Pré-Sal. Algo
que poderia ser imitado do setor mineral, mesmo com recursos menores (o centro
tecnológico da Petrobrás tem um orçamento de 3 bilhões de reais). “Precisamos
investir em novas tecnologias até mesmo para a área de energias alternativas. O
petróleo não vai ser a eterna matriz energética – disse. Esta é uma área que
precisa de superimãs, que são fornecidos pelas terras raras, que temos e não
exploramos. Ocorre que na área do petróleo os recursos são abundantes,
provenientes dos royalties, o que não temos das mineradoras. Precisamos deixar
de ser um exportador de minério de ferro e criar um centro que nos possibilite
exportar produtos de alta tecnologia”. Scliar concordou: “Riqueza mineral não
nos falta, tanto no continente como no mar”.
[4] Brasil desenvolverá tecnologia de superimãs de terras-raras
Fonte:
Redação do Site Inovação Tecnológica - 19/11/2014
Acesso RAS em 08mar2016
O objetivo da parceria é produzir o neodímio metálico,
usado na fabricação dos superímãs.
[Imagem: Wikipedia]
O Instituto de Tecnologia de São Paulo IPT assinou convênio com a
mineradora CBMM (Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração) para
desenvolver a tecnologia de obtenção de neodímio metálico.
O neodímio é um dos elementos da família das terras-raras, usado para
fabricar superímãs usados na indústria de alta tecnologia, incluindo discos
rígidos, motores para carros elétricos, turbinas eólicas e até memórias para computadores quânticos.
Processo produtivo do neodímio
A CBMM explora nióbio na cidade de Araxá (MG), onde dispõe de uma
planta-piloto para concentração de terras-raras a partir de uma outra reserva
do minério monazita, que contém os 17 elementos químicos conhecidos como
terras-raras.
Além da concentração do minério - aumento do teor dos elementos a serem
extraídos - a empresa já domina o ciclo de isolamento dos óxidos de
terras-raras.
O esforço conjunto será centrado na terceira etapa da cadeia produtiva,
que é a da redução do óxido de neodímio em metal puro. Segundo o
diretor-presidente do IPT, Fernando Landgraf, essa é a única escala da cadeia produtiva
dos superímãs de terras-raras ainda não dominada pelo Brasil.
Na outra ponta do processo, já há experiência concentrada principalmente
em universidades e centros de pesquisa na produção dos superímãs de neodímio,
além de fabricantes de motores elétricos e de geradores eólicos instalados no
País.
"Os superímãs de terras-raras são estudados há 30 anos no Brasil.
Na década de 1990, todas as expectativas da comunidade acadêmica foram
frustradas com o domínio total da China sobre o mercado," lembrou Landgraf
durante a cerimônia de assinatura do contrato. "O avanço da cadeia
produtiva nacional [dependia] das empresas detentoras de reservas de
terras-raras investirem na transformação do minério em material comercialmente
atrativo. E o fato de a CBMM hoje assumir esse risco é realmente um
marco".
O presidente da CBMM, Tadeu Carneiro, comparou os desafios da companhia
neste projeto com o do desenvolvimento do mercado do nióbio, há 60 anos. Naquele momento, disse o executivo, não
havia nem aplicações, nem mercado para o nióbio, que foi praticamente criado
pela empresa, hoje a maior fabricante mundial do metal.
"No caso das terras-raras, esses fatores não são problema. Mas
temos outro desafio que é o de desenvolver tecnologia. É tão importante por
isso o esforço que esse convênio irá produzir", destacou.
Terras-raras
Assim é conhecido o conjunto de 17 elementos químicos utilizados para
aplicação em alta tecnologia, como a dos ímãs que transformam energia elétrica
em energia mecânica e em produtos como notebooks, telefones celulares,
trens-bala, fibras óticas, painéis solares, geradores eólicos, entre outros
equipamentos.
Além do neodímio, os demais minerais da família das terras-raras são:
lantânio, cério, praseodímio, promécio, samário, európio, gadolínio, térbio,
disprósio, hólmio, érbio, túlio, itérbio, escândio e lutécio.
Esses elementos sempre aparecem em conjunto na natureza. No Brasil, a
ocorrência se dá principalmente na forma do mineral monazita.
A cadeia produtiva dos materiais é longa. A primeira etapa consiste na
concentração da monazita, de forma a separá-la de outros minerais. A segunda
fase, de separação, permite chegar aos óxidos de terras-raras. Depois, ainda é
necessário obter o metal a partir do óxido. A etapa seguinte é de produção do
superímã que será utilizado pela indústria.
O Brasil é tido como detentor da segunda maior reserva de terras-raras do
mundo, com estimados 16% de participação mundial, de acordo com o
Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Não há, entretanto, produção
em escala comercial dos 17 elementos de terras-raras no país.
O acordo entre IPT e CBMM, com investimentos no valor de R$ 9,5 milhões,
será amparado pela Embrapii (Associação
Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) e terá duração de dois anos.
[5] Brasil obtém didímio metálico para fabricação de superímãs
[08fev2016]
FONTE:
PORTAL TECMUNDO; POR ; EM TECNOLOGIA; 08 FEV 2016 — 12H30
http://www.tecmundo.com.br/tecnologia/96221-brasil-obtem-didimio-metalico-fabricacao-superimas.htm
Acesso RAS em 08mar2016
O Brasil
acaba de obter os primeiros 100 gramas de didímio metálico, um dos elementos
principais na fabricação de superimãs, peças-chave nas turbinas eólicas e
carros elétricos e necessários em dispositivos eletrônicos. A conquista vem de
um projeto firmado recentemente pela Unidade EMBRAPII IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e a Companhia
Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM).
De acordo
com o pesquisador do Centro de Tecnologia em Metalurgia e Materiais (CTMM) da
Unidade EMBRAPII IPT e coordenador do projeto, João Batista Ferreira Neto, a
conquista deve ser comemorada. “A obtenção do didímio mostra que é possível, em
um futuro breve, a sua produção em escala industrial, contribuição definitiva
para completar a cadeia dos ímãs de alto desempenho. A ideia é que o Brasil
tenha domínio tecnológico de toda a cadeia produtiva dos ímãs permanentes,
desde a extração mineral das terras raras até a fabricação dos ímãs”, afirma.
A CBMM,
parceira no projeto, possui um grande diferencial competitivo para a produção
do didímio. A empresa é líder mundial na exportação de nióbio, metal que é
extraído de sua reserva mineral situada em Araxá (MG), que possui também alto
teor de terras raras. A CBMM desenvolveu uma planta-piloto de concentração
(separação) das terras raras e deu sequência ao trabalho em uma planta
laboratorial, na qual está conseguindo separar os óxidos dos principais metais
de terras raras contidos em seu minério, dentre eles o óxido de didímio.
O elo que
faltava para dar andamento à produção dos superímãs era justamente a redução do
óxido de didímio em metal, gerando o didímio metálico, escopo do convênio da
CBMM com a Unidade EMBRAPII. O didímio foi obtido a partir de um trabalho de
desenvolvimento de reatores e de processos de redução, que estão sendo
investigados no projeto.
Segundo
dados do Departamento Nacional de Produção Mineral, o Brasil é detentor da
segunda maior reserva de terras raras do mundo. No entanto, o país ainda não
explora comercialmente os elementos, mercado dominado pela China. “O projeto da
CBMM é estratégico, pois abre portas para o país garantir internamente e também
exportar um produto fundamental para indústrias de elevado conteúdo tecnológico
e que têm demandas crescentes”, destaca Ferreira Neto. Com duração de dois anos
e previsão de término em junho de 2016, o projeto caminha agora para testes de
rotas e processos, otimização de parâmetros de operação e controle do nível de
pureza do didímio.
FONTE(S): EMBRAPII
[6] Confira
alguns objetos sendo esmagados por superímãs em câmera lenta
FONTE:
PORTAL TECMUNDO; POR ; EM MAGNETISMO;
28 JUL 2015 — 16H26
http://www.tecmundo.com.br/magnetismo/83892-confira-objetos-sendo-esmagados-superimas-camera-lenta.htm
Acesso RAS em 08mar2016
Gostou de ver um Apple Watch sendoesmagado por
dois poderosíssimos imãs de neodímio? Então está aí a sua chance de conferir
mais um pouco o quão legais (e perigosos) podem ser esses magnetos. E o melhor
de tudo: você pode conferir a destruição toda em câmera lenta, para conferir
cada um dos detalhes dos estragos.
No vídeo feito pelo canal do YouTubefirst4magnets,
que você pode conferir logo acima, a equipe faz uma montagem extremamente
simples. Primeiro, os imãs são colocados em uma armação de madeira, a uma
distância grande o suficiente para que eles não sejam atraídos um ao outro; já
o objeto-alvo fica, é claro, entre os dois. Depois tudo é uma questão de aproximar
os imãs de neodímio calmamente até que a física dê conta do resto.
Quanto às “vítimas” dos imãs, temos quatro objetos – uma maçã, um iPhone (não
é nenhum Apple Watch de ouro, mas já serve), um pote de confeitos e uma caixa
de suco.
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Curiosamente, o primeiro item é o que acaba se saindo melhor na hora de
sobreviver aos testes: o impacto dos magnetos acaba por expelir a fruta a uma
velocidade tão rápida que você só vai notar que ela não foi obliterada pela
compressão ao rever a cena em câmera lenta. E ela ainda conseguiu ser a única a
fazer com que os imãs fossem danificados, ao impacto um com o outro.
FONTE(S): YOUTUBE/FIRST4MAGNETS
[7] Laboratório desenvolve base para
superímãs
Fonte: POrtal
UOL; Guilherme Daroit
INOVAÇÃO Notícia da edição impressa de 15/02/2016. Alterada em 14/02 às 22h38min
http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2016/02/economia/481750-laboratorio-obtem-didimio-metalico-pela-primeira-vez-no-pais.html
Foto: IPT/DIVULGAÇÃO/JC
Projeto conseguiu obter
didímio metálico pela primeira vez no Brasil
Dos rejeitos da mineração, pode estar surgindo, no Brasil, um novo nicho
de mercado com potencial global. Matéria-prima para superímãs com diversas
aplicações, principalmente em motores e turbinas eólicas, o didímio metálico
acaba de ser obtido pela primeira vez no País. A conquista é de um projeto de
pesquisa em parceria da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM)
com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), órgão do governo paulista, que
vê, na novidade, a possibilidade de tornar o Brasil uma alternativa em um
mercado dominado pela China.
"Há um potencial grande de fornecimento no mercado nacional e,
também, de poder se colocar como importante player para o mercado
mundial", argumenta o pesquisador do IPT e coordenador do projeto, João
Batista Ferreira Neto. O cientista credita a possibilidade às incertezas quanto
ao fornecimento do material pelos chineses, responsáveis por mais de 90% da
produção mundial. Em 2010, o país asiático colocou barreiras para a exportação,
o que fez dispararem os preços do produto até a intervenção da Organização
Mundial do Comércio (OMC) em 2014. "Mas é algo que pode acontecer de novo,
e regiões dependentes, como Japão, Estados Unidos e Europa, estão de olho,
procurando alternativas", agrega.
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