ROGER
AGNELLI
Ideias,
CVRD-Vale, Vida e Morte.
03mai1959
/ 19mar2016
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Portal
rede Globo; G1
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São
Paulo, Aeródromo do Campo de Marte: decolagem para a morte. 3 minutos.
19mar2016.
Fonte: Estadão / SP
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[1] Perfil: Roger Agnelli
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Roger_Agnelli
Roger Agnelli
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Nascimento
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Morte
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19 de março de2016 (56 anos)
São Paulo, SP |
Nacionalidade
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Ocupação
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Empresário, ex-presidente daVale S.A.
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Roger Agnelli (São Paulo, 3 de maio de 1959 - São Paulo, 19 de março de 2016)[1] foi
um empresário brasileiro que, de 2001 a 2011, foi presidente da Vale.
BIOGRAFIA
Durante os 10 anos em que Roger presidiu a Vale, a
companhia se consolidou como a maior produtora global de minério de ferro e a
segunda maior mineradora do mundo. Foi durante sua gestão que a Vale adotou uma
estratégia de expansão global, comprou a mineradora canadense Inco, se tornando
a segunda maior produtora de níquel do mundo, e também a Fosfertil, que fez da
mineradora um importante player no mercado de fertilizantes. Roger soube tirar
proveito do superciclo da mineração e do aumento da demanda chinesa por minério
de ferro e adotou uma política de reajuste do preço que levou a Vale a um novo
patamar no mercado global da mineração. Durante a gestão de Roger, as ações da
empresa registraram uma valorização de 1.583%.
Foi durante a gestão de Agnelli, em outubro de 2005, que
a Vale obteve a classificação de risco correspondente ao grau de investimento.
Foi a primeira vez que as agências de classificação concederam a uma empresa
brasileira uma classificação superior ao risco soberano do país. Naquela época
o Brasil ainda não tinha conseguido ser classificado como grau de investimento.
"Eu sou o Roger, da Vale". Era assim que o
executivo se apresentava. Ele não escondia o orgulho por presidir uma das
maiores empresas do país e que fez dele um executivo com projeção
internacional. Ele foi considerado pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes
do ano de 2009[2] .
E, em 2012, Roger Agnelli foi escolhido pela “Harvard Business Review” e o
Insead como o quarto CEO com melhor desempenho no mundo e único brasileiro no
ranking. Ele figurou ao lado de Steve Jobs, da Apple, o primeiro do ranking.
Roger Agnelli era formado em Economia pela Fundação
Armando Álvares Penteado (FAAP) e desenvolveu sua carreira profissional no
Grupo Bradesco, onde trabalhou de 1981 a 2001. Em 1998, Roger assumiu a posição
de diretor-executivo do Banco BRADESCO,
onde permaneceu até 2000, ano em que se tornou Presidente e CEO da BRADESPAR. Antes de ser escolhido como diretor-presidente da Vale,
Roger Agnelli foi presidente do Conselho de Administração da empresa. Ele
também foi membro do conselheiro de administração de importantes empresas do
país e no exterior, entre elas Petrobras, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN),
Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), Latasa, Suzano Petroquímica,
Brasmotor, Rio Grande Energia, VBC Energia S.A., Duke Energy, Spectra Energy,
entre outras.
Em março de 2001 foi iniciada uma campanha do governo
brasileiro para demiti-lo da Vale.[3] Dilma Roussef teria enviado Guido Mantega para convencer o Bradesco, principal sócio da Vale a aceitar
sua substituição.[3] Em
outra frente, o ministro EDSON LOBÃO pressionava publicamente a
empresa a pagar cinco bilhões de reais de royalties pela exploração do solo do
país.[3] Em
14 de março Agnelli havia enviado a Dilma uma carta onde expressava sua
preocupação de que a disputa dos royalties estava envolvida num contexto
político e que haveria desvio de verbas na prefeitura de Parauapebas.[3] A
Vale já havia pago 700 milhões ao munícipio que continuava com péssimos
indicadores, o entorno da cidade cercado de favelas, bairros próximos ao centro
têm esgoto a céu aberto e ruas sem asfalto.[3] Com
apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e da Previ que juntos detinham 60,5% da Vale,
Agnelli foi substituído, deixando a presidência em maio de 2011.[3]
Em dezembro de 2011, ele anunciou a criação da AGN
Participações, uma companhia de investimento focada nos setores de commodities[4] .
No início do mês de fevereiro de 2015 seu nome apareceu como um dos possíveis
substitutos de Graça Foster na presidência da Petrobras[5] .
PRINCIPAIS MARCOS NA VALE
2003 - A Vale se torna a maior empresa privada da
América Latina.
2005 - A Vale se torna a primeira empresa brasileira a
obter o investment grade. Foi a primeira
vez que as agências de classificação concederam a uma empresa brasileira uma
classificação superior ao risco soberano do país.
2006 - A Vale compra a canadense INCO, a maior aquisição já feita
por uma empresa da América Latina.
2007 - A Vale passa de quarta para segunda maior
mineradora do mundo.
2008 - A Vale é a única empresa da América Latina listada
no Carbon Disclosure Leadership Index.
2009 - A Vale lança a pedra fundamental dos projetos de
carvão Moatize, em Moçambique, e de pelotização em Omã. Roger Agnelli é
considerado um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009.
2010 - A Vale lista suas ações na Bolsa de Valores de Hong
Kong.
2011 - Em 10 anos de gestão de Roger Agnelli, ações da Vale se valorizam
1.583%.[6]
MORTE
Agnelli morreu em uma queda de avião em São Paulo no dia 19 de março de 2016.[7]
O avião modelo CA-9 prefixo PR-ZRA, era de propriedade de
Agnelli. Além dele morreram o piloto Paulo Roberto Bau, sua esposa
Andrea Agnelli, os filhos João Agnelli e Anna Carolina, o genro Parris
Bittencourt e a namorada do filho de Agnelli. A aeronave decolou do Aeroporto Campo
de Marte em São Paulo
às 15h20min, com destino ao Aeroporto Santos
Dumont no Rio de Janeiro,
caindo três minutos após a decolagem. A família viajava para um casamento do
sobrinho de Agnelli.[6] [7] [8]
O velório aconteceu durante todo o dia de
domingo, 20/03/2016 no cemitério Gethsêmani, na Zona Sul de São Paulo,
onde por volta das 17:00 horas foram enterrados os corpos de Roger Agnelli, sua
mulher Andrea, os filhos Anna Carolina e João e o genro, Parris Bittencourt. Já
os corpos da namorada de João, Carolina Marques,e o piloto Paulo Roberto Bau
foram enterrados no interior de São Paulo.
Referências
1.
Ir para cima↑ "Roger Agnelli, ex-presidente da Vale, morre em
acidente de avião em SP". O Globo. 19/03/2016. Consultado em 19 de março de 2016.
2.
Ir para cima↑ "Época - NOTÍCIAS - Os 100 brasileiros mais
influentes de 2009". revistaepoca.globo.com. Consultado em 20 de dezembro de 2009.
3.
↑ Ir para:a b c d e f Corrêa,
Hudson; Souza, Leonardo (7 de maio de 2011). "De: Roger para: Dilma". Revista
Época. Consultado em 21 de março de
2016.
4.
Ir para cima↑ Roberta
Paduan (28 de dezembro de 2011). "Vida nova para Roger Agnelli". Exame. Consultado em 19 de março de 2016.
5.
Ir para cima↑ Thais
Herédia (03 de fevereiro de 2015). "Roger Agnelli e Rodolfo Landim 'circulam' entre
boatos para a Petrobras". G1. Consultado em 3 de fevereiro de 2015.
6.
↑ Ir para:a b "Ex-presidente da Vale, Roger Agnelli, morre em
acidente de avião em SP". IstoÉ Dinheiro. 19 de março de 2016. Consultado em 19 de março de 2016.
7.
↑ Ir para:a b Suzanne
Plunkett (19 de março de 2016). "Ex-presidente da Vale, que era dono da aeronave,
foi apontado como um dos executivos mais influentes do Brasil". iG. Consultado em 19 de março de 2016.
8.
Ir para cima↑ Flávio
Freire e Mariana Sanches (19 de março de 2016). "Roger Agnelli, ex-presidente da Vale, morre em
acidente de avião em SP". O Globo. Consultado em 19 de março de 2016.
Fonte: A procura do Conhecimento;
terça-feira, 10 de abril de 2012
http://fabricdmais.blogspot.com.br/2012/04/roger-agnelli.html
- Roger
Agnelli nasceu em São Paulo, tem 52 anos, casado, sua esposa chama-se Andreia, com teve 2 filhos,
João e Carolina, presidiu a Vale nos anos de 2001 a 2011.
- Iniciou
sua carreira de administrador no Banco
Bradesco, em março de 1981, como analista de investimentos, antes
mesmo de se formar em economia. Destacou-se nessa organização por
seu perfil de negociador agressivo e pela forma como se comunicava interna
e externamente.
- A
comunicação foi um importante diferencial, já que ele era uma das poucas
pessoas que falavam inglês fluentemente. Isso possibilitou que
desempenhasse importante papel no processo de internacionalização do
mercado de capitais, tornando-se um funcionário vital no momento em que a
integração mundial dos mercados financeiros já era uma realidade.
- Por outro lado, Agnelli soube cultivar
uma rede de relacionamentos interpessoais, além de aproximar-se de pessoas
poderosas, entre os quais o presidente do Bradesco, Lázaro Brandão,
conquistando sua admiração e proteção.
- Também sabia como
trabalhar com as pessoas, e suas palavras eram capazes de influenciá-las, o
que demonstrava desde logo sua vocação para a liderança. Por seu perfil de líder,
qualidade e experiência, o executivo trilhou uma carreira de sucesso na
instituição financeira.
- Aos 38
anos, Roger Agnelli tornou-se o mais jovem diretor executivo da
história da organização. Enquanto subia na hierarquia do Bradesco, ia
adquirindo uma visão global da
organização e percebia como se dava a interação do banco com o governo, com os demais agentes financeiros e
com os clientes. Em 2000, Agnelli chegou à presidência da BRADESPAR S/A, um dos cargos que
acumulava quando chegou à presidência da Vale do Rio Doce.
CHEGADA À PRESIDÊNCIA DA CVRD
- Após a privatização da CVRD, a
capacidade de negociação de Agnelli foi posta à prova. Havia grandes
divergências entre [Benjamin] Steinbruch, da CSN, e os demais
administradores da CVRD quanto ao rumo estratégico do negócio.
- A situação
tornava-se insustentável: era preciso solucionar rapidamente os impasses
entre os sócios da organização, caso contrário, oportunidades de negócio
seriam perdidas. Diferentemente de Steinbruch, Agnelli acreditava que a
siderúrgica e a mineradora tinham prioridades distintas. A complexa
negociação teve fim após um longo período de análises como os acionistas
das duas companhias.
- O Bradespar S/A abriu mão de sua
participação da CSN e Steinbruch desligou-se da CVRD em 2000. O
executivo assumiu a presidência do Conselho da empresa em 2000 e passou a
ser considerado o principal administrador da organização.
- Apenas em 2001, porém, Roger Agnelli assumiria
o cargo de diretor-presidente da CVRD. Havia três altos executivos de
outras empresas cotados para assumir esse cargo; contudo, Agnelli
surpreendeu o mercado e tomou a decisão de ocupar o cargo. Isso causou
espanto, já que ele não era um especialista em mineração e nunca havia
presidido uma empresa tão grande.
- Entretanto, todas as dúvidas mostraram-se descabidas quando Agnelli tomou
suas primeiras medidas. Desde
o final do processo de desligamento de Steinbruch, Agnelli vinha
discutindo como os acionistas da CVRD um plano estratégico de longo prazo
que focasse as áreas de mineração e logística. De acordo com o projeto, a
empresa deveria concentrar as atividades na sua principal área de atuação,
ou seja, na mineração.
A REESTRUTURAÇÃO DA CVRD
- Os planos traçados eram
simples, e as metas deveriam ser cumpridas à risca. Segundo ele, era
importante que os objetivos estabelecidos fossem alcançados de acordo com
as especificações planejadas, o que
demonstraria a seriedade e a competência da nova gestão.
- Uma das primeiras medidas
de Agnelli foi à venda de negócios sem ligação com o setor de mineração. De 2001 até a metade de 2005, 12 negócios sem
ligações com a exploração mineral foram vendidos. A CVRD desvencilhou-se
de ativos que não se enquadravam na visão estratégica da organização, como
papel, a celulose, a navegação, as florestas e os fertilizantes.
- Os 2,1 bilhões de dólares arrecadados
foram investidos na compra de 12 empresas de mineração, possibilitando a
investida em outros metais, como o cobre, e a ampliação de negócios, como
o manganês e o alumínio. A alocação desses recursos nesses setores
específicos estava baseada na estratégia adotada pelo executivo de
enfatizar os negócios de exploração mineral da empresa.
- Agnelli, desde os primeiros meses de sua
gestão, buscou tornar a CVRD mais eficiente e produtiva, agilizando os processos, intensificando a comunicação
entre os setores e adotando uma estratégia simples o suficiente
para que todos entendessem os objetivos organizacionais. O diálogo
entre Agnelli e sua cúpula de sete diretores executivos é constante para
que sempre se aprimorem os negócios. Uma medida tomada pelo executivo foi
reproduzir na Vale do Rio Doce o que já havia experimentado no Bradesco.
- Ele reuniu toda a diretoria em uma única
sala nas e de da empresa. Dessa forma, a agilidade na comunicação e na
resolução de problemas seria maximizada. Outra aposta da administração de
Agnelli foi à internacionalização das atividades da empresa para poder competir com as maiores
mineradoras mundiais.
- Como uma das maiores mineradoras do mundo, não bastava a CVRD crescer no Brasil;
era necessário expandir ao máximo seus negócios, a fim de globalizar e
diversificar a produção. Defensor dessa política, o executivo, mais uma
vez, mostrou sua vocação para as negociações com diversos países africanos
para fechar acordos de exploração.
- A África é um mercado produtor
importante, em virtude de suas reservas minerais, do seu baixo custo de
exploração e da proximidade da Europa. Atualmente, a organização está
presente em 12 países e, entre outros negócios, explora cobre no Chile,
potássio na Argentina e diamante e minério de ferro em Angola.
Os desafios de Agnelli na liderança da CVRD
- Na empresa, Agnelli teve a oportunidade
de mostrar um perfil empreendedor e um rarosenso de oportunidade, tornando
a CVRD a maior empresa privada brasileira e uma das quemais crescem no
país. Segundo ele, “todas as ações que resultem em crescimento do consumo de nossos produtos e permitam uma
proximidade cada vez maior com o cliente estão em linha com o nosso
planejamento estratégico”.
- Além disso, considera fundamental a ética
nas suas atividades como administrador. De acordo com ele, é vital “uma
visão de longo prazo, de transparência, de conduta, e de atitude”.
Desde a privatização da empresa, Agnelli luta para modificar
as características negativas herdadas dos tempos como estatal.
- Para isso, a elevação da produtividade é
uma meta constante em sua gestão, a fim de incentivar sempre os
funcionários a agilizar processos. Estimulando a comunicação interna, o
executivo almeja acelerar a rapidez da tomada de decisões, garantindo respostas rápidas às oportunidades e
problemas, o que é vital em um setor globalizado e competitivo como
o da mineração. No entanto, apesar de ter acelerado os procedimentos na
CVRD, ele ainda centraliza muitas decisões da organização, um resquício
dos tempos de estatal.
- Agnelli personifica o sucesso da empresa.
Frequentemente, é considerado o líder responsável pelos excelentes
resultados da organização. Além disso, estando à frente da maioria das negociações no Brasil e no
mundo, é visto como um símbolo por funcionários, por clientes
e pela sociedade.
- Sua influência no mundo econômico e
político conferem-lhe prestígio e poder, legitimando a sua liderança na
CVRD. Além disso, sua dedicação ao trabalho é surpreendente, servindo de
exemplo aos demais funcionários. Desde que o executivo assumiu a
empresa, ela cresce a uma taxa média de 15% ao ano. Seu valor de mercado é
o maior entre empresas privadas latino-americanas e seu lucro.
O FIM DA LUA DE MEL
- O mês de maio de 2011 ficou marcado pelo
desligamento do um dos grandes, senão o maior presidente da historia da
Vale. O fator principal para a saída de Agnelli foi o desgaste que vinha
tendo com o governo, pois na avaliação do Planalto, Agnelli comanda a
empresa olhando apenas para os acionistas, sem pensar nos interesses do
País.
- Dilma, a exemplo de seu
antecessor, gostaria de ver a Vale investindo mais em siderúrgicas, e não
apenas extraindo e exportando minério de ferro e outros minerais. A
demissão em massa no auge da crise financeira e o congelamento de
investimentos considerados prioritários pelo ex-presidente Lula foram
apenas os primeiros capítulos.
VIDA NOVA
- Desde sua rumorosa saída da
presidência da Vale, em [22] maio de 2011, Roger Agnelli viveu numa
espécie de prazeroso autoexílio. Passou boa parte do ano fora do Brasil,
com paradas na Itália, nos Estados Unidos e na África. Não falou com
jornalistas. Não apareceu em muitas das solenidades para as quais foi
convidado.
Nota RAS: Murilo Ferreira foi
eleito em 04br2011 pelo Conselho de Administração.
- Um sinal claro de que esse retorno estava
prestes a ocorrer foi dado em novembro 2011, quando Roger participou de um
almoço no restaurante Leopolldo,
um dos principais pontos de encontro do empresariado de São Paulo.
- Era uma mesa para quatro: o próprio (i) Roger, o empresário (ii) JAIR RIBEIRO, sócio e presidente
do banco Indusval & Partners,
(iii) ALAIN BELDA,
ex-presidente mundial da Alcoa e principal executivo no Brasil da gestora
americana de fundos de private equity WarburgPincus, e
o (iv) jovem advogado FÁBIO SPINA,
ex-diretor jurídico da Vale.
- Naquela tarde, no Leopolldo, um lugar para ver
e ser visto, o grupo discutiu, entre outras coisas, os detalhes da criação da AGN. A sigla — composta
das três primeiras letras do sobrenome Agnelli — marca o renascimento de
Roger Agnelli, agora como empresário.
- A AGN
é o que os financistas chamam de investment company. Investirá
apenas o dinheiro dos sócios em empresas e projetos de áreas que Roger,
após dez anos à frente de uma das maiores empresas de commodities do
mundo, conhece como poucos: energia, mineração e logística, setores nos
quais o Brasil tem potencial para ser protagonista global nos próximos
anos.
[3] Roger
Agnelli, ex-presidente da Vale, morre [com toda a família] em queda de avião em
SP.
Avião do empresário caiu após decolagem neste sábado (19mar2016) em São
Paulo.
Sua mulher e dois filhos também morreram no acidente.
Fonte:
Portal Rede GLOBO; Do G1, em São Paulo; 19/03/2016 22h39 - Atualizado em 19/03/2016 23h05
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/03/roger-agnelli-ex-presidente-da-vale-morre-em-queda-de-aviao-em-sp.html
1.
O empresário Roger Agnelli,
ex-presidente da mineradora Vale, morreu na queda do avião monomotor de sua propriedade sobre
uma residência na
Casa Verde, Zona Norte de São Paulo, na tarde deste sábado (19mar2016). Sua
mulher Andrea e dois filhos, Ana Carolina e João, também morreram no acidente.
O genro Parris Bittencourt, a namorada do filho de Agnelli e o piloto são as
outras vítimas. Uma mulher que estava fechando o portão da residência atingida
ficou ferida e foi levada ao pronto-socorro da Santa Casa.
2.
A aeronave caiu na Rua Frei
Machado, 110, perto da Avenida Braz Leme. O aeroporto Campo de Marte está
fechado desde as 15h30. Segundo o major Hengel Ricardo Pereira, do Corpo de
Bombeiros, o trabalho de rescaldo foi concluído por volta das 19h30. Quinze
carros e 45 bombeiros trabalharam na ocorrência.
3.
O empresário de 56 anos foi
presidente da Vale
de julho de 2001 a maio de 2011, quando foi substituído pelo atual presidente
da mineradora, Murilo Ferreira. Sob o comando de Roger Agnelli, a Vale se
expandiu internacionalmente e se consolidou como a maior produtora global de
minério de ferro e a segunda maior mineradora do mundo.
Roger Agnelli, ex-presidente da Vale, fala durante entrevista coletiva
em Belo Horizonte, em fevereiro de 2013
(Foto: Washington Alves/Reuters/Arquivo)
4.
Após deixar a Vale, fundou a AGN Participações, uma empresa
de logística e mineração. Desde 2012, estava à frente da B&A Mineração,
joint venture da AGN com o BTG Pactual com projetos de exploração de fertilizantes,
minério de ferro e cobre em Belém (Pará) e em La serena, no Chile.
5.
Além
de presidir a Vale, Agnelli integrou o conselho de administração de grandes
empresas brasileiras como Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Companhia
Paulista de Força e Luz (CPFL), Latasa, Suzano Petroquímica e Petrobras.
Bombeiros
trabalham na área onde um avião monomotor caiu em uma casa no bairro da Casa
Verde, em São Paulo, na tarde deste sábado (19) (Foto: Nelson Almeida/AFP)
Comandou Vale por 10 anos
7.
Agnelli chegou ao cargo mais
alto da Vale em 2001, após 19 anos como executivo do Bradesco, um dos
acionistas controladores da Vale. Na gigante da mineração, implementou uma
cultura de meritocracia e era conhecido por sua disciplina e temperamento
forte, destaca a agência Reuters.
8.
Durante sua gestão, a Vale
intensificou sua estratégia de expansão global, comprou a mineradora canadense
Inco, se tornando a segunda maior produtora de níquel do mundo, e também a
Fosfértil, que fez da empresa um importante player no mercado de fertilizantes.
Sob o comando de Agnelli, as ações da mineradora registraram uma valorização de
1.583% e a Vale se transformou a Vale na maior exportadora brasileira na maior
parte da última década.
9.
A saída do executivo da Vale
em 2011 foi conturbada, em meio a especulações de que sua saída foi uma
exigência do governo da presidente Dilma Rousseff.
10.
A campanha pela saída de
Agnelli começou ainda em 2008, durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva,
quando, durante a crise econômica, a Vale demitiu quase 2 mil trabalhadores.
11.
Roger Agnelli era
formado em Economia pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e desenvolveu
sua carreira profissional no Grupo BRADESCO,
onde trabalhou de 1981 a 2001.
12.
Antes de ser escolhido como
presidente da Vale, Agnelli foi presidente do Conselho de Administração da
empresa.
13.
Em 2012, Roger Agnelli foi
escolhido pela “Harvard Business Review” e o Insead como o 4º CEO com melhor
desempenho no mundo e único brasileiro no ranking.
14.
Roger era casado com a Andrea
Agnelli e tinha dois filhos, Ana Carolina e João. Todos estavam no avião e
morreram no acidente.
saiba mais
Infográfico
da Folha SP.
Não possui equipamentos de registro de parâmetros de voo (caixas-pretas)
|
Turbina 1.000 hp; velocidade de cruzeiro 250 nós
|
Trem de pouso fixo
|
Estrutura em fibra de carbono
|
Lotação: Piloto mais sete passageiros
|
Categoria: experimental
|
Prefixo avião Roger Agnelli: PP-ZRA
|
|
COMPAIR modelo CA-9 à venda na EAB2015
|
COMPAIR modelo CA-9 à venda na EAB2015
|
[4] Avião turboélice experimental Comp Air CA9: o monomotor de Roger
Agnelli
Modelo é
feito de fibra de carbono e é destinado ao transporte pessoal
Modelo CA-9 produzido pela empresa americana Comp
Air, idêntico ao do acidente que matou Roger Agnelli(IFR
Online/Reprodução)
1. O avião que caiu em uma residência na Casa Verde,
na zona norte de São Paulo, em acidente que matou
o ex-presidente da mineradora Vale, Roger Agnelli, e outros familiares neste sábado, era um
monomotor modelo CA-9 produzido pela empresa americana Comp Air.
2. A aeronave, de prefixo PR-ZRA, pertencia ao próprio
empresário e estava em situação regular, informou à Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil) ao jornal Folha de
S. Paulo.
3. A Fiberprop,
empresa brasileira responsável por comercializar os aviões da Comp Air no país,
informa em seu site as especificidades do avião comprado por Roger Agnelli.
Trata-se de um avião feito inteiramente com fibra de carbono, "destinado
principalmente ao transporte pessoal, com elevada velocidade de cruzeiro,
grande carga útil, interior amplo e confortável, versátil e silencioso."
4. Sua turbina de 1.000 hp (ao nível do mar)
possibilita velocidade de cruzeiro de 250 nós, mesmo com o trem de pouso fixo.
5. Ainda segundo a empresa, a cabine, com largura de
1,37 metros, acomoda confortavelmente 8 pessoas (incluindo o piloto). No acidente
que matou Agnelli, estavam a bordo sete pessoas. Todas morreram.
6. O avião decolou às 15h20 no Campo de Marte e caiu
três minutos depois, na altura do número 110 da Rua Frei Machado, no Jardim São
Bento. As causas do acidente ainda não foram divulgadas.
[5] Sete pessoas morrem em queda de
avião em São Paulo
Monomotor pertencia ao empresário Roger Agnelli, ex-presidente da Vale.
Todas as pessoas que estavam no avião morreram.
Fonte: Portal Rede GLOBO; Do G1, em São Paulo; 19/03/2016 21h23 - Atualizado
em 19/03/2016 21h23
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2016/03/sete-pessoas-morrem-em-queda-de-aviao-em-sao-paulo.html
1.
Um avião com sete pessoas
caiu neste sábado (19mar2016) à tarde em uma área residencial, em São Paulo. Todos os ocupantes morreram.
2.
O monomotor pertencia ao
empresário Roger Agnelli, ex-presidente da mineradora Vale,
conselheiro da Petrobras e executivo com carreira em grandes
empresas como o Bradesco.
3.
Nem a Anac nem a Aeronáutica deram a identidade das
vítimas até o fim da edição do Jornal Nacional deste sábado.
4.
As imagens foram feitas por
um vizinho minutos depois da tragédia. Eram cerca de 15h30 quando os bombeiros
tentavam controlar as chamas da casa que foi atingida pelo avião monomotor.
5.
"Na hora da queda, tinha
uma mulher fechando um portão. Ela foi socorrida. Dentro da casa não tem
vítima", contou o Major Henguel Ricardo Pereira.
6.
A aeronave levantou voo do
Campo de Marte, na zona norte da capital paulista, pontualmente às 15h20. O
destino era o Rio de Janeiro, mas a viagem acabou
tragicamente três minutos depois.
7.
"Passou rente às
árvores, achamos até que ia conseguir desviar das casas, mas não teve
jeito", disse morador Reinaldo Felix.
8.
A fumaça preta era vista de
longe e assustou também os pilotos que pousavam e decolavam do aeroporto.
9.
O morador da casa que fica
nos fundos da que foi atingida pelo avião ajudou a resgatar as pessoas. Ele
usou uma escada para subir no telhado. "Primeiro foi a criança, que a mãe
estava apavorada", contou.
[6] Avião de [Roger] Agnelli [ex-presidente da CVRD/VALE]
falhou na decolagem, diz testemunha aos peritos.
Fonte:
Jornal Valor Econômico; 20/03/2016 às 22h15 25
SÃO PAULO
- O avião que
levava a família de Roger Agnelli e que caiu em um sobrado na zona norte
de São Paulo falhou na decolagem, segundo ao menos uma testemunha informou
aos peritos da Aeronáutica.
- No acidente
ocorrido neste sábado (19) morreram Agnelli, cinco familiares dele e o piloto,
Paulo Roberto Baú. A testemunha atua no Campo de Marte e viu o avião
decolar. Segundo ela, o motor do avião fez dois estrondos semelhantes ao
de uma explosão -um indício de que pode ter havido pane.
- O avião, um
modelo experimental Comp Air [Aviation]
CA-9, prefixo PR-ZRA,
decolou às 15h20 e caiu três minutos depois sobre um imóvel do Jardim São
Bento, bairro residencial de alto padrão.
- A pane, a
ser confirmada, está entre as hipóteses compatíveis com queda súbita. A
decolagem é uma das etapas críticas de um voo, momento em que o avião
precisa de força para ganhar altitude. A Aeronáutica não informou neste
domingo (20) se o piloto declarou emergência.
- Uma das
possibilidades que passaram a ser consideradas pelos investigadores é se
houve defeito nas válvulas que levam o combustível para as asas. Isso
porque a interrupção de distribuição pode fazer o motor parar.
- Outras é ver
se o combustível usado estava dentro dos parâmetros -combustível
adulterado também resulta em parada de motor.
- Outras é ver
se o combustível usado estava dentro dos parâmetros -combustível
adulterado também resulta em parada de motor. Faz parte do processo de
apuração também saber o peso com que o avião decolou.
- O Compair,
um turbohélice, estava com a capacidade máxima -piloto e seis passageiros.
Não se sabe até o momento, por exemplo, quantas bagagens havia no avião.
Uma aeronave mais pesada do que o máximo recomendado tem o centro de
gravidade afetado, o que também pode causar problemas. A apuração, por
enquanto, está a cargo da Aeronáutica.
- Se o órgão
entender que não há contribuição para evitar outros acidentes , o trabalho
ficará apenas com a Polícia Civil. Normalmente, a Aeronáutica não apura
desastres com aviões experimentais, única categoria da aviação em que se
voa "por conta e risco" do proprietário -o próprio Roger Agnelli
- O piloto,
Paulo Roberto Baú, 51, tinha habilitação em dia e autorização para aviões
monomotores, segundo dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
[7] Curva
indica desequilíbrio de monomotor de Agnelli
Avião não possuía certificação e testes de equipamentos
em condições extremas, mas poderia voar com autorização.
Fonte: Portal jornal O ESTADO DE S. PAULO;
LUIZ FERNANDO TOLEDO, RAFAEL ITALIANI E FABIO LEITE; 21 Março 2016 | 07h 31
Atualizado: 21 Março 2016 | 07h 47
SÃO PAULO
- A
curva para a direita feita pelo avião de Roger Agnelli, ex-presidente da
Vale, indica que o monomotor dele se desestabilizou pouco antes da queda,
que terminou com a morte do empresário, do piloto e de cinco familiares de
Agnelli, no sábado, 19, na Casa Verde, na zona norte de São Paulo.
- A
mudança no rumo da aeronave – que devia ir reto – antes de atingir o solo,
foi vista por pilotos do Campo de Marte, de onde ele decolou. Uma das
hipóteses prováveis para o desequilíbrio do avião é a distribuição
irregular do combustível nas asas do monomotor.
- Segundo
Roberto Peterka, especialista em segurança de voo, os relatos de
testemunhas indicam que essa é uma das possibilidades da queda da
aeronave, às 15h23, minutos após a decolagem. “Aparentemente, pela
trajetória que ele (o avião) fez, pode se tratar de um desbalanceamento de
combustível, ou seja, uma asa teria mais combustível do que a outra”,
disse.
- O
desbalanceamento do combustível foi a causa apontada pelo Instituto de
Criminalística (IC) para a queda do Learjet 35 sobre uma casa no mesmo
bairro, em 4 de novembro de 2007, deixando oito mortos.
- Segundo
o laudo, o problema foi provocado por erro do piloto e do copiloto. Foi o
maior acidente da história do Campo de Marte. Outras hipóteses podem ter
levado à curva na trajetória do avião, segundo especialistas, como a
assimetria de comandos de voo. “Isto (a queda em curva) pode representar
‘n’ possibilidades.
- Travamento
do comando ou tentativa de fazer alguma manobra”, avalia o secretário-geral
do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Rodrigo Spader. O avião,
modelo CA9, fabricado pela Comp Air Aviation e registrado por Agnelli em
2012, era experimental, ou seja, não possui certificação ou testes de
equipamento e ensaios em condições extremas de operação por autoridade
aeroviária.
- Embora
o uso de aeronaves experimentais seja permitido pela Agência Nacional de
Aviação Civil (Anac), a regulamentação diz que elas não podem voar em
áreas populosas, como a do Campo de Marte, exceto se autorizados pelo
Centro Tecnológico da Aeronáutica (CTA). “Existem algumas restrições para
o voo de aeronaves experimentais”, disse Peterka.
- Raul
Marinho, representante da aviação geral e de instrução do SNA. Ele afirma,
contudo, que a legislação sobre o tema é “confusa”. “Segundo o Código
Brasileiro de Aeronáutica, os aviões experimentais deveriam ser de
construção amadora. Mas este avião que se acidentou ontem não é de
construção amadora.” A ANAC e representantes da família Agnelli não foram
localizados neste domingo, 20.
AVIÃO
DE PEQUENO PORTE CAI EM CASA NA ZONA NORTE DE SP
Curva indica desequilíbrio
de monomotor de Agnelli
São Paulo
Estadão 23/03/2016
http://saopaulo.estadao.com.br/noticias/geral,curvaindicadesequilibriodeaviaodeagnellimonomotoreraexperimental,10000022367
2/3 Caixa.
- Investigadores do Serviço Regional de Investigação
e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa) da Aeronáutica estiveram no
local da queda e recolheram parte da fuselagem, de fibra de carbono.
- O avião não
possuía caixa-preta, o que dificulta a apuração do acidente. A
presença do equipamento que registra dados do voo e a conversa na cabine
do piloto neste tipo de avião não é obrigatória.
- O Instituto Médico-Legal (IML) terminou neste
domingo a identificação dos corpos de (i) Agnelli, da mulher dele, (ii) Andrea
de Azevedo Marques Trech Agnelli, do casal de filhos (iii) Anna Carolina e
(iv) João, de (v) Parris Bittencourt, genro do executivo, (vi) Carolina
Marques, namorada de João e do piloto (vii) Roberto Baú.
- Políticos, empresários e executivos lamentaram a
morte de Roger Agnelli, ex-presidente da Vale, morto no sábado em um
acidente aéreo, em São Paulo, aos
56 anos. Também morreram no desastre a mulher de Agnelli, Andrea, os
filhos João e Anna Carolina, a nora e o genro. A presidente Dilma Rousseff
afirmou em nota que o País perdeu “um brasileiro de extraordinária visão
empreendedora”.
- Os corpos do executivo e família foram enterrados
neste domingo, na zona sul de São Paulo. A nota da Presidência afirma
ainda que “Agnelli dedicou sua carreira a grandes empresas brasileiras,
sempre comprometido com o desenvolvimento do País”.
- Na noite deste domingo, o governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin, divulgou uma nota de pesar em que também ressalta o
perfil empreendedor de Agnelli. “Foi um grande brasileiro.”
- Liderada pelo executivo ao longo de uma década
de julho de 2001 a maio de 2011 a Vale também divulgou nota de pesar: “A
Vale e seus empregados se solidarizam com a dor dos familiares e amigos do
executivo que tanto contribuiu para o desenvolvimento da empresa”.
- Segundo a nota, durante os dez anos em que Agnelli
presidiu a Vale, a companhia se consolidou como a maior produtora global
de minério de ferro e a segunda maior mineradora do mundo. “Foi durante
sua gestão que a Vale intensificou a estratégia de expansão global, que
levou a Vale a um novo patamar no mercado global.”
- A morte de Agnelli foi notícia nos sites de
veículos estrangeiros como o Financial Times e o The Guardian, que o
definiu como o “banqueiro que transformou a Vale em uma gigante da
mineração”. Brandão.
- O presidente do Conselho de Administração do
Bradesco, Lázaro de Mello Brandão, e o presidente do banco, Luiz Carlos
Trabuco Cappi, também se manifestaram. Foi na instituição financeira, em
que passou 20 anos, que Agnelli deslanchou na carreira. Em 1998, então com
38 anos, ele foi o mais jovem profissional a assumir uma diretoria do
Bradesco. Trabuco lembrou que ele e Agnelli fizeram parte da mesma geração
de executivos do Bradesco e destacou que o “estilo expansivo no trato pessoal
e resoluto na gestão dos negócios marcou um período de grandes
transformações mundiais”. Para o presidente do Conselho do Bradesco,
“Roger Agnelli teve uma existência relevante e deixa legado de trabalho
sério e determinado”.
- Amigo próximo de Agnelli, Jair Ribeiro, presidente
do Banco Indusval & Partners, disse que o executivo era uma pessoa
focada. “Uma constante no Roger foi sempre pensar em ser o melhor e,
muitas vezes, o maior.” Ribeiro lembrou ainda que o amigo era muito ligado
à família. “Andrea era a grande parceira de Roger. Eles estavam juntos há
mais de 30 anos.”
- O atual diretor executivo jurídico da CSN, Fabio
Spina, que foi diretor da Vale a convite de Agnelli, lembra da ousadia do
empresário. Após a saída do executivo do comando da mineradora, em 2011,
eles fundaram juntos a holding AGN Participações.
- Um episódio marcante para Spina foi a decisão de
Agnelli de embarcar navios lotados de minério para a China na crise de
2008, mesmo sem contratos fechados. A estratégia era arriscada: a Vale
teria 45 dias de viagem até o país asiático para acertar a venda da
mercadoria no mercado spot (à vista). “A ideia era não parar a produção.
Isso segurou a Vale em meio à crise.”
[8] Avião que caiu em São Paulo era
experimental e não tinha caixa-preta
Por ser um monomotor, caixa-preta não é
necessária.
Modelo CA-9, americano, voava em testes para
o empresário desde 2012.
Fonte:
Portal Rede GLOBO; Do G1 São Paulo; Tahiane Stochero; 20/03/2016 14h25 -
Atualizado em 20/03/2016 15h10
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/03/aviao-que-caiu-em-sao-paulo-era-experimental-e-nao-tinha-caixa-preta.html
A aeronave que caiu no bairro da Casa Verde, na Zona Norte de São
Paulo, no sábado (19), matando o empresário Roger Agnelli, cinco pessoas de sua
família e o piloto era norte-americana e voava no Brasil de forma experimental
- ou seja, em teste para verificação de critérios de segurança e operação.
Morreram no acidente Agnelli, ex-presidente da Vale, Andrea Agnelli,
sua mulher, Anna Carolina e João Agnelli, seus filhos, Parris Bittencourt,
marido de Anna, Carolina Marques, namorada de João, e o piloto, Paulo Roberto
Bau.
A presidente Dilma Rousseff e a Valelamentaram a morte do empresário
por meio de notas.
O modelo CA-9, da
norte-americana Comp Air Aviation, de prefixo PR-ZRA, não tinha nenhuma
caixa-preta, caixa de voz e de dados, segundo a Força Aérea Brasileira. Por ser
um monomotor e estar em caráter experimental, os dispositivos não são
necessários, conforme a legislação brasileira, para este modelo de aeronave.
O modelo foi comprado por Agnelli e pertencia a ele desde dezembro de
2012, conforme os dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O modelo
estava com a documentação em dia e tinha capacidade para até 3.900 kg e 7
pessoas (incluindo o piloto). Ele é feito de fibra de carbono, tem asa alta e
trem de pouso fixo. No site da companhia consta a informação de que a aeronave
ainda não tem data para certificação nos Estados Unidos.
"Aeronave não certificada, voando em caráter experimental, não possui
um nível de segurança confirmado para estar voando, é como se estivesse em
teste, por conta e risco do proprietário", explica o comandante Carlos
Camacho, que atua na área de segurança operacional na aviação civil.
"Toda aeronave voando representa um risco, mas uma aeronave
experimental ele é bem maior. É uma grande irresponsabilidade manter este tipo
de quesito, deveriam ser criados ao menos critérios básicos para garantir a
segurança de uma aeronave experimental, certificando-as e aprovando-as para voarem
no país", defende Camacho.
[Aviões experimentais] São protótipos de
laboratório, em fase de teste, que são colocados aos milhares no mercado,
representando um risco ao consumidor"
Augusto
da Costa,
perdeu
o filho voando avião experimental
'RISCO'
O advogado Augusto Fonseca da Costa perdeu o filho em janeiro de 2015
em queda de aeronave experimental em Toledo, no Paraná. Ele criou a Associação
Brasileira de Vítimas da Aviação Civil, defendendo uma campanha contra a
aviação experimental no país.
"Isso é uma irregularidade e irresponsabilidade absurda da Anac ao
enquadrar aeronaves como experimentais para se furtar a critérios de segurança.
Isso é uma bagunça total. Vários tipos de aeronaves de teste estão voando por
aí no país sem critérios. São protótipos de laboratório, em fase de teste, que
são colocados aos milhares no mercado, representando um risco ao
consumidor", afirma Augusto da Costa.
"Quem compra lê que é experimental mas não tem ideia do que isso
significa, não sabe o que é. São produtos sem regras que matam pessoas todos os
dias, foi o que matou meu filho", defende o advogado.
O G1 questionou a Anac os critérios para a liberação de
uma aeronave experimental e o prazo para a certificação, mas até a publicação
desta reportagem não recebeu posicionamento. A reportagem telefonou para a
agência várias vezes e também mandou e-mails.
No site da Anac consta a informação de que, para a homologação do avião
como experimental, será feita uma vistoria técnica após um processo de análise.
Para que seja expedida a matrícula e permitido o voo, é necessário uma apólice
de seguro.
Neste domingo, investigadores da Força Aérea voltaram ao local da
tragédia para coletarem novos indícios e buscarem imagens que
podem ajudar a levar a fatores que contribuíram para o acidente.
"A perícia encontrou um alto grau de destruição, um nível de
destruição muito alto", afirma o coronel Madison Almeida do Serviço
Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa) 4,
órgão subordinado ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos (Cenipa), que responde pela área de São Paulo.
A aeronave decolou às 15h20 da cabeceira 12 de Campo de Marte e seguia
com destino ao Santos Dumont, no Rio de Janeiro, caindo três minutos após a
decolagem.
Não há informações ainda sobre se o piloto alertou à torre do Campo de
Marte após a decolagem que havia pane.
Outro fator analisado pelos investigadores é o histórico do piloto
Paulo Roberto Bau, de 33 anos. Ele teria que ter uma habilitação específica
para o modelo que era de Agnelli. A investigação também quer saber se o piloto
reportou panes nos voos anteriores ou se a aeronave passou por alguma
manutenção recente.
O major Henguel Ricardo Pereira, que coordenou a ação do Corpo de
Bombeiros no resgate, afirmou que os corpos estavam "bem prejudicados e
mutilados". "No local, a aeronave foi destroçada pelo choque e os
corpos estavam multilados e queimados", disse ele. Foram recolhidos sete
crânios no local.
EMPRESÁRIO
O empresário de 56 anos foi presidente da Vale de julho de 2001 a maio
de 2011, quando foi substituído pelo atual presidente da mineradora, Murilo
Ferreira. Sob o comando de Roger Agnelli, a Vale se expandiu internacionalmente
e se consolidou como a maior produtora global de minério de ferro e a segunda
maior mineradora do mundo.
Após deixar a Vale, fundou a AGN Participações, uma empresa de
logística e mineração. Desde 2012, estava à frente da B&A Mineração, joint
venture da AGN com o BTG Pactual com projetos de exploração de fertilizantes,
minério de ferro e cobre em Belé (Pará) e em La serena, no Chile.
Além de presidir a Vale, Agnelli integrou o conselho de administração
de grandes empresas brasileiras como Companhia Siderúrgica Nacional (CSN),
Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), Latasa, Suzano Petroquímica e
Petrobras. Agnelli passou a integrar o Conselho da Petrobras no início do
primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e saiu em 2007.
Agnelli chegou ao cargo mais alto da Vale em 2001, após 19 anos como
executivo do Bradesco, um dos acionistas controladores da Vale. Na gigante da
mineração, implementou uma cultura de meritocracia e era conhecido por sua
disciplina e temperamento forte, destaca a agência Reuters.
Durante sua gestão, a Vale intensificou sua estratégia de expansão
global, comprou a mineradora canadense Inco, se tornando a segunda maior
produtora de níquel do mundo, e também a Fosfértil, que fez da empresa um
importante player no mercado de fertilizantes. Sob o comando de Agnelli, as
ações da mineradora registraram uma valorização de 1.583% e a Vale se
transformou a Vale na maior exportadora brasileira na maior parte da última
década.
A saída do executivo da Vale em 2011 foi conturbada, em meio a
especulações de que sua saída foi uma exigência do governo da presidente Dilma
Rousseff.
A campanha pela saída de Agnelli começou ainda em 2008, durante o
governo de Luiz Inácio Lula da Silva, quando, durante a crise econômica, a Vale
demitiu quase 2 mil trabalhadores.
Roger Agnelli era formado em Economia pela Fundação Armando Álvares
Penteado (FAAP) e desenvolveu sua carreira profissional no Grupo Bradesco, onde
trabalhou de 1981 a 2001.
Antes de ser escolhido como presidente da Vale, Agnelli foi presidente
do Conselho de Administração da empresa.
Em 2012, Roger Agnelli foi escolhido pela “Harvard Business Review” e o
Insead como o 4º CEO com melhor desempenho no mundo e único brasileiro no ranking.
Em nota, o grupo WPP, para o qual Roger Agnelli trabalhava como diretor
independente até então, também divulgou nota expressando "profundas
condolências sobre a trágica perda".
[VER MAIS]
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Avião que caiu perto do Campo de Marte (Foto:
Reprodução/Globonews)
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Peritos trabalham no local da queda do avião do
ex-presidente da Vale Roger Agnelli em São Paulo (Foto: Mario
Ângelo/Sigmapress/Estadão Conteúdo)
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[9] Roger Agnelli, banker who built VALE into
mining giant, 'dies in Brazil plane crash'
The brash
executive famed for his deal-making skills has died along with his wife and two
children, according to reports
Source: The Guardian; London, UK; Sunday 20
March 2016 09.45 GMT
http://www.theguardian.com/world/2016/mar/20/roger-agnelli-man-who-built-vale-into-mining-giant-dies-in-brazil-plane-crash
Roger
Agnelli clashed with former president Lula over government influence at Vale.
Photograph:
Suzanne Plunkett / Reuters/Reuters
1.
Roger
Agnelli, the Brazilian banker who turned Vale into one of the world’s biggest
mining companies, has died in a plane crash. He was 56.
2. Agnelli,
his wife and two children were among seven killed when his Comp Air 9 turboprop
monoplane slammed into two homes around 3:20pm local time (18.20 GMT) on
Saturday, minutes after taking off from an airport in northern São Paulo, an
aviation official told Reuters.
3. Brazil’s
O Globo news network also reported that Agnelli had been killed in the crash,
citing city and fire officials.
4. Emergency
services said a pilot and six passengers were killed in the crash. Aviation
authorities confirmed that Agnelli was the owner of the plane but could not
provide a passenger list.
5. Sources
said Agnelli was traveling to a wedding ceremony in Rio de Janeiro with his
wife Andréia, son João, daughter Anna Carolina, and their two spouses. The
weather was clear at the time of the crash.
The
street in Sao Paulo where the plane believed to be carrying Roger Agnelli
crashed on Saturday. Photograph: Sebastião Moreira/EPA
6. Known
for his discipline and feisty nature, Agnelli clinched the top job at Vale in
July 2001 after 19 years as a corporate and investment banker with Banco
Bradesco, a major Vale shareholder.
7. He
instilled a culture of meritocracy that helped make the company Brazil’s
biggest exporter and the world’s largest iron ore producer. To friends and
foes, the key to Agnelli’s success was accurately predicting the rise of China
as a major minerals consumer, a crucial wager in turning Vale, a former bloated
state-controlled firm, into a global powerhouse.
8. “He
was a visionary that corporateBrazil will
miss badly,” said Lawrence Pih, who for decades ran flour mill Grupo Pacífico
and sat on the board at the São Paulo Federation of Industries with Agnelli.
9. In
a ranking of the world’s best-performing chief executive officers published in
the Harvard Business Review in February 2013, Agnelli came fourth, only behind
Apple boss Steve Jobs, Jeff Bezos of Amazon and Yun Jong-Yong of Samsung Group.
He was the top mining boss in the 100-executive ranking.
10. Agnelli
earned the spot in the Harvard ranking after racking up a consolidated return
of 934% during his tenure at Vale, whose market value more than doubled in the
period.
11. Born
on 3 May 1959 to a middle-class family in São Paulo, Brazil’s largest city,
Agnelli studied economics at Fundação Armando Alvares Penteado in his hometown.
12. He
began his career at Bradesco’s corporate finance and investment banking
division. His knack for engineering complex deals earned him praise from his
bosses, who turned him into Bradesco’s youngest senior vice president at the age
of 29.
13. At
Vale, he implemented a turnaround based on tough goals. During his stint,
revenues rose 13-fold and capital spending soared more than 20-fold.
14. “I
get paid to produce results, and the results are there, aren’t they?” Agnelli
told Valor Econômico newspaper in an interview in 2010.
15. However,
running Vale as a multinational put him on a collision course with Brazil’s
ruling Workers’ party, which wanted Vale to shift from exporting raw minerals
to more value-added products such as steel and fertilisers to create more jobs.
16. The
government has influence in the company through indirect stakes held by state
pension funds.
17. Agnelli
clashed with former president Luiz Inácio Lula da Silva for firing 2,000 workers in the wake
of the global financial crisis of 2008. Months later, he accused members of
Lula’s left-leaning party of trying to install loyalists at Vale and seek a
bigger say in key decisions.
18. His
brash style upset clients in Europe and Japan, as well as regional governments
and politicians that were crucial for a company that depended on government
permits, according to former employees who asked not to be named.
19. Lula’s
successor, Dilma Rousseff, stepped up pressure on
Agnelli and succeeded in pushing him out in May 2011, just months after she
took office.
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