quarta-feira, 23 de março de 2016

[248] ROGER AGNELLI: IDEIAS, CVRD, VALE, VIDA E MORTE. Autores diversos. Posição em 23mar2016.


ROGER AGNELLI
Ideias, CVRD-Vale, Vida e Morte.
03mai1959 / 19mar2016

Portal rede Globo; G1
São Paulo, Aeródromo do Campo de Marte: decolagem para a morte. 3 minutos. 19mar2016.
Fonte: Estadão / SP



[1] Perfil: Roger Agnelli

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Roger_Agnelli
Acesso RAS em 23mar2016

Roger Agnelli
Nascimento
Morte
19 de março de2016 (56 anos)
São Paulo, SP
Nacionalidade
Ocupação
Empresário, ex-presidente daVale S.A.

Roger Agnelli (São Paulo, 3 de maio de 1959 - São Paulo, 19 de março de 2016)[1] foi um empresário brasileiro que, de 2001 a 2011, foi presidente da Vale.

 

BIOGRAFIA

Durante os 10 anos em que Roger presidiu a Vale, a companhia se consolidou como a maior produtora global de minério de ferro e a segunda maior mineradora do mundo. Foi durante sua gestão que a Vale adotou uma estratégia de expansão global, comprou a mineradora canadense Inco, se tornando a segunda maior produtora de níquel do mundo, e também a Fosfertil, que fez da mineradora um importante player no mercado de fertilizantes. Roger soube tirar proveito do superciclo da mineração e do aumento da demanda chinesa por minério de ferro e adotou uma política de reajuste do preço que levou a Vale a um novo patamar no mercado global da mineração. Durante a gestão de Roger, as ações da empresa registraram uma valorização de 1.583%.
Foi durante a gestão de Agnelli, em outubro de 2005, que a Vale obteve a classificação de risco correspondente ao grau de investimento. Foi a primeira vez que as agências de classificação concederam a uma empresa brasileira uma classificação superior ao risco soberano do país. Naquela época o Brasil ainda não tinha conseguido ser classificado como grau de investimento.
"Eu sou o Roger, da Vale". Era assim que o executivo se apresentava. Ele não escondia o orgulho por presidir uma das maiores empresas do país e que fez dele um executivo com projeção internacional. Ele foi considerado pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009[2] . E, em 2012, Roger Agnelli foi escolhido pela “Harvard Business Review” e o Insead como o quarto CEO com melhor desempenho no mundo e único brasileiro no ranking. Ele figurou ao lado de Steve Jobs, da Apple, o primeiro do ranking.
Roger Agnelli era formado em Economia pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e desenvolveu sua carreira profissional no Grupo Bradesco, onde trabalhou de 1981 a 2001. Em 1998, Roger assumiu a posição de diretor-executivo do Banco BRADESCO, onde permaneceu até 2000, ano em que se tornou Presidente e CEO da BRADESPAR. Antes de ser escolhido como diretor-presidente da Vale, Roger Agnelli foi presidente do Conselho de Administração da empresa. Ele também foi membro do conselheiro de administração de importantes empresas do país e no exterior, entre elas Petrobras, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), Latasa, Suzano Petroquímica, Brasmotor, Rio Grande Energia, VBC Energia S.A., Duke Energy, Spectra Energy, entre outras.
Em março de 2001 foi iniciada uma campanha do governo brasileiro para demiti-lo da Vale.[3] Dilma Roussef teria enviado Guido Mantega para convencer o Bradesco, principal sócio da Vale a aceitar sua substituição.[3] Em outra frente, o ministro EDSON LOBÃO pressionava publicamente a empresa a pagar cinco bilhões de reais de royalties pela exploração do solo do país.[3] Em 14 de março Agnelli havia enviado a Dilma uma carta onde expressava sua preocupação de que a disputa dos royalties estava envolvida num contexto político e que haveria desvio de verbas na prefeitura de Parauapebas.[3] A Vale já havia pago 700 milhões ao munícipio que continuava com péssimos indicadores, o entorno da cidade cercado de favelas, bairros próximos ao centro têm esgoto a céu aberto e ruas sem asfalto.[3] Com apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e da Previ que juntos detinham 60,5% da Vale, Agnelli foi substituído, deixando a presidência em maio de 2011.[3]
Em dezembro de 2011, ele anunciou a criação da AGN Participações, uma companhia de investimento focada nos setores de commodities[4] . No início do mês de fevereiro de 2015 seu nome apareceu como um dos possíveis substitutos de Graça Foster na presidência da Petrobras[5] .

 

PRINCIPAIS MARCOS NA VALE

2003 -  A Vale se torna a maior empresa privada da América Latina.
2005 - A Vale se torna a primeira empresa brasileira a obter o investment grade. Foi a primeira vez que as agências de classificação concederam a uma empresa brasileira uma classificação superior ao risco soberano do país.
2006 - A Vale compra a canadense INCO, a maior aquisição já feita por uma empresa da América Latina.
2007 - A Vale passa de quarta para segunda maior mineradora do mundo.
2008 - A Vale é a única empresa da América Latina listada no Carbon Disclosure Leadership Index.
2009 - A Vale lança a pedra fundamental dos projetos de carvão Moatize, em Moçambique, e de pelotização em Omã. Roger Agnelli é considerado um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009.
2010 - A Vale lista suas ações na Bolsa de Valores de Hong Kong.
2011 - Em 10 anos de gestão de Roger Agnelli, ações da Vale se valorizam 1.583%.[6]

 

MORTE

Agnelli morreu em uma queda de avião em São Paulo no dia 19 de março de 2016.[7]
O avião modelo CA-9 prefixo PR-ZRA, era de propriedade de Agnelli. Além dele morreram o piloto Paulo Roberto Bau, sua esposa Andrea Agnelli, os filhos João Agnelli e Anna Carolina, o genro Parris Bittencourt e a namorada do filho de Agnelli. A aeronave decolou do Aeroporto Campo de Marte em São Paulo às 15h20min, com destino ao Aeroporto Santos Dumont no Rio de Janeiro, caindo três minutos após a decolagem. A família viajava para um casamento do sobrinho de Agnelli.[6] [7] [8]
O velório aconteceu durante todo o dia de domingo, 20/03/2016 no cemitério Gethsêmani, na Zona Sul de São Paulo, onde por volta das 17:00 horas foram enterrados os corpos de Roger Agnelli, sua mulher Andrea, os filhos Anna Carolina e João e o genro, Parris Bittencourt. Já os corpos da namorada de João, Carolina Marques,e o piloto Paulo Roberto Bau foram enterrados no interior de São Paulo.

 

Referências

1.      Ir para cima "Roger Agnelli, ex-presidente da Vale, morre em acidente de avião em SP". O Globo. 19/03/2016. Consultado em 19 de março de 2016.
2.      Ir para cima "Época - NOTÍCIAS - Os 100 brasileiros mais influentes de 2009". revistaepoca.globo.com. Consultado em 20 de dezembro de 2009.
3.       Ir para:a b c d e f Corrêa, Hudson; Souza, Leonardo (7 de maio de 2011). "De: Roger para: Dilma". Revista Época. Consultado em 21 de março de 2016.
4.      Ir para cima Roberta Paduan (28 de dezembro de 2011). "Vida nova para Roger Agnelli". Exame. Consultado em 19 de março de 2016.
5.      Ir para cima Thais Herédia (03 de fevereiro de 2015). "Roger Agnelli e Rodolfo Landim 'circulam' entre boatos para a Petrobras". G1. Consultado em 3 de fevereiro de 2015.
6.       Ir para:a b "Ex-presidente da Vale, Roger Agnelli, morre em acidente de avião em SP". IstoÉ Dinheiro. 19 de março de 2016. Consultado em 19 de março de 2016.
7.       Ir para:a b Suzanne Plunkett (19 de março de 2016). "Ex-presidente da Vale, que era dono da aeronave, foi apontado como um dos executivos mais influentes do Brasil". iG. Consultado em 19 de março de 2016.
8.      Ir para cima Flávio Freire e Mariana Sanches (19 de março de 2016). "Roger Agnelli, ex-presidente da Vale, morre em acidente de avião em SP". O Globo. Consultado em 19 de março de 2016.


[2] Roger Agnelli


Fonte: A procura do Conhecimento; terça-feira, 10 de abril de 2012
http://fabricdmais.blogspot.com.br/2012/04/roger-agnelli.html

  1. Roger Agnelli nasceu em São Paulo, tem 52 anos, casado, sua esposa chama-se Andreia, com teve 2 filhos, João e Carolina, presidiu a Vale nos anos de 2001 a 2011.
  2. Iniciou sua carreira de administrador no Banco Bradesco, em março de 1981, como analista de investimentos, antes mesmo de se formar em economia. Destacou-se nessa organização por seu perfil de negociador agressivo e pela forma como se comunicava interna e externamente.
  3. A comunicação foi um importante diferencial, já que ele era uma das poucas pessoas que falavam inglês fluentemente. Isso possibilitou que desempenhasse importante papel no processo de internacionalização do mercado de capitais, tornando-se um funcionário vital no momento em que a integração mundial dos mercados financeiros já era uma realidade.
  4. Por outro lado, Agnelli soube cultivar uma rede de relacionamentos interpessoais, além de aproximar-se de pessoas poderosas, entre os quais o presidente do Bradesco, Lázaro Brandão, conquistando sua admiração e proteção.
  5. Também sabia como trabalhar com as pessoas, e suas palavras eram capazes de influenciá-las, o que demonstrava desde logo sua vocação para a liderança. Por seu perfil de líder, qualidade e experiência, o executivo trilhou uma carreira de sucesso na instituição financeira.
  6. Aos 38 anos, Roger Agnelli tornou-se o mais jovem diretor executivo da história da organização. Enquanto subia na hierarquia do Bradesco, ia adquirindo uma visão global da organização e percebia como se dava a interação do banco com o governo, com os demais agentes financeiros e com os clientes. Em 2000, Agnelli chegou à presidência da BRADESPAR S/A, um dos cargos que acumulava quando chegou à presidência da Vale do Rio Doce.

CHEGADA À PRESIDÊNCIA DA CVRD

  1. Após a privatização da CVRD, a capacidade de negociação de Agnelli foi posta à prova. Havia grandes divergências entre [Benjamin] Steinbruch, da CSN, e os demais administradores da CVRD quanto ao rumo estratégico do negócio.
  2. A situação tornava-se insustentável: era preciso solucionar rapidamente os impasses entre os sócios da organização, caso contrário, oportunidades de negócio seriam perdidas. Diferentemente de Steinbruch, Agnelli acreditava que a siderúrgica e a mineradora tinham prioridades distintas. A complexa negociação teve fim após um longo período de análises como os acionistas das duas companhias.
  3. O Bradespar S/A abriu mão de sua participação da CSN e Steinbruch desligou-se da CVRD em 2000. O executivo assumiu a presidência do Conselho da empresa em 2000 e passou a ser considerado o principal administrador da organização.
  4. Apenas em 2001, porém, Roger Agnelli assumiria o cargo de diretor-presidente da CVRD. Havia três altos executivos de outras empresas cotados para assumir esse cargo; contudo, Agnelli surpreendeu o mercado e tomou a decisão de ocupar o cargo. Isso causou espanto, já que ele não era um especialista em mineração e nunca havia presidido uma empresa tão grande.
  5. Entretanto, todas as dúvidas mostraram-se descabidas quando Agnelli tomou suas primeiras medidas. Desde o final do processo de desligamento de Steinbruch, Agnelli vinha discutindo como os acionistas da CVRD um plano estratégico de longo prazo que focasse as áreas de mineração e logística. De acordo com o projeto, a empresa deveria concentrar as atividades na sua principal área de atuação, ou seja, na mineração.

A REESTRUTURAÇÃO DA CVRD

  1. Os planos traçados eram simples, e as metas deveriam ser cumpridas à risca. Segundo ele, era importante que os objetivos estabelecidos fossem alcançados de acordo com as especificações planejadas, o que demonstraria a seriedade e a competência da nova gestão.
  2. Uma das primeiras medidas de Agnelli foi à venda de negócios sem ligação com o setor de mineração. De 2001 até a metade de 2005, 12 negócios sem ligações com a exploração mineral foram vendidos. A CVRD desvencilhou-se de ativos que não se enquadravam na visão estratégica da organização, como papel, a celulose, a navegação, as florestas e os fertilizantes.
  3. Os 2,1 bilhões de dólares arrecadados foram investidos na compra de 12 empresas de mineração, possibilitando a investida em outros metais, como o cobre, e a ampliação de negócios, como o manganês e o alumínio. A alocação desses recursos nesses setores específicos estava baseada na estratégia adotada pelo executivo de enfatizar os negócios de exploração mineral da empresa.
  4. Agnelli, desde os primeiros meses de sua gestão, buscou tornar a CVRD mais eficiente e produtiva, agilizando os processos, intensificando a comunicação entre os setores e adotando uma estratégia simples o suficiente para que todos entendessem os objetivos organizacionais. O diálogo entre Agnelli e sua cúpula de sete diretores executivos é constante para que sempre se aprimorem os negócios. Uma medida tomada pelo executivo foi reproduzir na Vale do Rio Doce o que já havia experimentado no Bradesco.
  5. Ele reuniu toda a diretoria em uma única sala nas e de da empresa. Dessa forma, a agilidade na comunicação e na resolução de problemas seria maximizada. Outra aposta da administração de Agnelli foi à internacionalização das atividades da empresa para poder competir com as maiores mineradoras mundiais.
  6. Como uma das maiores mineradoras do mundo, não bastava a CVRD crescer no Brasil; era necessário expandir ao máximo seus negócios, a fim de globalizar e diversificar a produção. Defensor dessa política, o executivo, mais uma vez, mostrou sua vocação para as negociações com diversos países africanos para fechar acordos de exploração.
  7. A África é um mercado produtor importante, em virtude de suas reservas minerais, do seu baixo custo de exploração e da proximidade da Europa. Atualmente, a organização está presente em 12 países e, entre outros negócios, explora cobre no Chile, potássio na Argentina e diamante e minério de ferro em Angola.

Os desafios de Agnelli na liderança da CVRD

  1. Na empresa, Agnelli teve a oportunidade de mostrar um perfil empreendedor e um rarosenso de oportunidade, tornando a CVRD a maior empresa privada brasileira e uma das quemais crescem no país. Segundo ele, “todas as ações que resultem em crescimento do consumo de nossos produtos e permitam uma proximidade cada vez maior com o cliente estão em linha com o nosso planejamento estratégico”.
  2. Além disso, considera fundamental a ética nas suas atividades como administrador. De acordo com ele, é vital “uma visão de longo prazo, de transparência, de conduta, e de atitude”. Desde a privatização da empresa, Agnelli luta para modificar as características negativas herdadas dos tempos como estatal.
  3. Para isso, a elevação da produtividade é uma meta constante em sua gestão, a fim de incentivar sempre os funcionários a agilizar processos. Estimulando a comunicação interna, o executivo almeja acelerar a rapidez da tomada de decisões, garantindo respostas rápidas às oportunidades e problemas, o que é vital em um setor globalizado e competitivo como o da mineração. No entanto, apesar de ter acelerado os procedimentos na CVRD, ele ainda centraliza muitas decisões da organização, um resquício dos tempos de estatal.
  4. Agnelli personifica o sucesso da empresa. Frequentemente, é considerado o líder responsável pelos excelentes resultados da organização. Além disso, estando à frente da maioria das negociações no Brasil e no mundo, é visto como um símbolo por funcionários, por clientes e pela sociedade.
  5. Sua influência no mundo econômico e político conferem-lhe prestígio e poder, legitimando a sua liderança na CVRD. Além disso, sua dedicação ao trabalho é surpreendente, servindo de exemplo aos demais funcionários. Desde que o executivo assumiu a empresa, ela cresce a uma taxa média de 15% ao ano. Seu valor de mercado é o maior entre empresas privadas latino-americanas e seu lucro.

O FIM DA LUA DE MEL

  1. O mês de maio de 2011 ficou marcado pelo desligamento do um dos grandes, senão o maior presidente da historia da Vale. O fator principal para a saída de Agnelli foi o desgaste que vinha tendo com o governo, pois na avaliação do Planalto, Agnelli comanda a empresa olhando apenas para os acionistas, sem pensar nos interesses do País.
  2. Dilma, a exemplo de seu antecessor, gostaria de ver a Vale investindo mais em siderúrgicas, e não apenas extraindo e exportando minério de ferro e outros minerais. A demissão em massa no auge da crise financeira e o congelamento de investimentos considerados prioritários pelo ex-presidente Lula foram apenas os primeiros capítulos.

VIDA NOVA

  1. Desde sua rumorosa saída da presidência da Vale, em [22] maio de 2011, Roger Agnelli viveu numa espécie de prazeroso autoexílio. Passou boa parte do ano fora do Brasil, com paradas na Itália, nos Estados Unidos e na África. Não falou com jornalistas. Não apareceu em muitas das solenidades para as quais foi convidado.
Nota RAS: Murilo Ferreira foi eleito em 04br2011 pelo Conselho de Administração.
  1. Um sinal claro de que esse retorno estava prestes a ocorrer foi dado em novembro 2011, quando Roger participou de um almoço no restaurante Leopolldo, um dos principais pontos de encontro do empresariado de São Paulo.
  2. Era uma mesa para quatro: o próprio (i) Roger, o empresário (ii) JAIR RIBEIRO, sócio e presidente do banco Indusval & Partners, (iii) ALAIN BELDA, ex-presidente mundial da Alcoa e principal executivo no Brasil da gestora americana de fundos de private equity WarburgPincus, e o (iv) jovem advogado FÁBIO SPINA, ex-diretor jurídico da Vale.
  3. Naquela tarde, no Leopolldo, um lugar para ver e ser visto, o grupo discutiu, entre outras coisas, os detalhes da criação da AGN. A sigla — composta das três primeiras letras do sobrenome Agnelli — marca o renascimento de Roger Agnelli, agora como empresário.
  4. A AGN é o que os financistas chamam de investment company. Investirá apenas o dinheiro dos sócios em empresas e projetos de áreas que Roger, após dez anos à frente de uma das maiores empresas de commodities do mundo, conhece como poucos: energia, mineração e logística, setores nos quais o Brasil tem potencial para ser protagonista global nos próximos anos.



[3] Roger Agnelli, ex-presidente da Vale, morre [com toda a família] em queda de avião em SP.

 

Avião do empresário caiu após decolagem neste sábado (19mar2016) em São Paulo.

Sua mulher e dois filhos também morreram no acidente.


Fonte: Portal Rede GLOBO; Do G1, em São Paulo; 19/03/2016 22h39 - Atualizado em 19/03/2016 23h05
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/03/roger-agnelli-ex-presidente-da-vale-morre-em-queda-de-aviao-em-sp.html

1.       O empresário Roger Agnelli, ex-presidente da mineradora Vale, morreu na queda do avião monomotor de sua propriedade sobre uma residência na Casa Verde, Zona Norte de São Paulo, na tarde deste sábado (19mar2016). Sua mulher Andrea e dois filhos, Ana Carolina e João, também morreram no acidente. O genro Parris Bittencourt, a namorada do filho de Agnelli e o piloto são as outras vítimas. Uma mulher que estava fechando o portão da residência atingida ficou ferida e foi levada ao pronto-socorro da Santa Casa.
2.       A aeronave caiu na Rua Frei Machado, 110, perto da Avenida Braz Leme. O aeroporto Campo de Marte está fechado desde as 15h30. Segundo o major Hengel Ricardo Pereira, do Corpo de Bombeiros, o trabalho de rescaldo foi concluído por volta das 19h30. Quinze carros e 45 bombeiros trabalharam na ocorrência.
3.       O empresário de 56 anos foi presidente da Vale de julho de 2001 a maio de 2011, quando foi substituído pelo atual presidente da mineradora, Murilo Ferreira. Sob o comando de Roger Agnelli, a Vale se expandiu internacionalmente e se consolidou como a maior produtora global de minério de ferro e a segunda maior mineradora do mundo.

Roger Agnelli, ex-presidente da Vale, fala durante entrevista coletiva em Belo Horizonte, em fevereiro de 2013
(Foto: Washington Alves/Reuters/Arquivo)

4.       Após deixar a Vale, fundou a AGN Participações, uma empresa de logística e mineração. Desde 2012, estava à frente da B&A Mineração, joint venture da AGN com o BTG Pactual com projetos de exploração de fertilizantes, minério de ferro e cobre em Belém (Pará) e em La serena, no Chile.
5.       Além de presidir a Vale, Agnelli integrou o conselho de administração de grandes empresas brasileiras como Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), Latasa, Suzano Petroquímica e Petrobras.

Bombeiros trabalham na área onde um avião monomotor caiu em uma casa no bairro da Casa Verde, em São Paulo, na tarde deste sábado (19) (Foto: Nelson Almeida/AFP)

Comandou Vale por 10 anos
7.       Agnelli chegou ao cargo mais alto da Vale em 2001, após 19 anos como executivo do Bradesco, um dos acionistas controladores da Vale. Na gigante da mineração, implementou uma cultura de meritocracia e era conhecido por sua disciplina e temperamento forte, destaca a agência Reuters.
8.       Durante sua gestão, a Vale intensificou sua estratégia de expansão global, comprou a mineradora canadense Inco, se tornando a segunda maior produtora de níquel do mundo, e também a Fosfértil, que fez da empresa um importante player no mercado de fertilizantes. Sob o comando de Agnelli, as ações da mineradora registraram uma valorização de 1.583% e a Vale se transformou a Vale na maior exportadora brasileira na maior parte da última década.
9.       A saída do executivo da Vale em 2011 foi conturbada,  em meio a especulações de que sua saída foi uma exigência do governo da presidente Dilma Rousseff.
10.   A campanha pela saída de Agnelli começou ainda em 2008, durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, quando, durante a crise econômica, a Vale demitiu quase 2 mil trabalhadores.
11.   Roger Agnelli era formado em Economia pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e desenvolveu sua carreira profissional no Grupo BRADESCO, onde trabalhou de 1981 a 2001.
12.   Antes de ser escolhido como presidente da Vale, Agnelli foi presidente do Conselho de Administração da empresa.
13.   Em 2012, Roger Agnelli foi escolhido pela “Harvard Business Review” e o Insead como o 4º CEO com melhor desempenho no mundo e único brasileiro no ranking.
14.   Roger era casado com a Andrea Agnelli e tinha dois filhos, Ana Carolina e João. Todos estavam no avião e morreram no acidente.


saiba mais

Infográfico da Folha SP.



Não possui equipamentos de registro de parâmetros de voo (caixas-pretas)
Turbina 1.000 hp; velocidade de cruzeiro 250 nós
Trem de pouso fixo
Estrutura em fibra de carbono
Lotação: Piloto mais sete passageiros
Categoria: experimental
Prefixo avião Roger Agnelli: PP-ZRA










COMPAIR modelo CA-9 à venda na EAB2015
COMPAIR modelo CA-9 à venda na EAB2015




[4] Avião turboélice experimental Comp Air CA9: o monomotor de Roger Agnelli

Modelo é feito de fibra de carbono e é destinado ao transporte pessoal


Fonte: Revista VEJA; 19/03/2016 às 23:04 - Atualizado em 19/03/2016 às 23:09

Modelo CA-9 produzido pela empresa americana Comp Air, idêntico ao do acidente que matou Roger Agnelli(IFR Online/Reprodução)

1.       O avião que caiu em uma residência na Casa Verde, na zona norte de São Paulo, em acidente que matou o ex-presidente da mineradora Vale, Roger Agnelli, e outros familiares neste sábado, era um monomotor modelo CA-9 produzido pela empresa americana Comp Air.
2.       A aeronave, de prefixo PR-ZRA, pertencia ao próprio empresário e estava em situação regular, informou à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) ao jornal Folha de S. Paulo.
3.       A Fiberprop, empresa brasileira responsável por comercializar os aviões da Comp Air no país, informa em seu site as especificidades do avião comprado por Roger Agnelli. Trata-se de um avião feito inteiramente com fibra de carbono, "destinado principalmente ao transporte pessoal, com elevada velocidade de cruzeiro, grande carga útil, interior amplo e confortável, versátil e silencioso."
4.       Sua turbina de 1.000 hp (ao nível do mar) possibilita velocidade de cruzeiro de 250 nós, mesmo com o trem de pouso fixo.
5.       Ainda segundo a empresa, a cabine, com largura de 1,37 metros, acomoda confortavelmente 8 pessoas (incluindo o piloto). No acidente que matou Agnelli, estavam a bordo sete pessoas. Todas morreram.
6.       O avião decolou às 15h20 no Campo de Marte e caiu três minutos depois, na altura do número 110 da Rua Frei Machado, no Jardim São Bento. As causas do acidente ainda não foram divulgadas.





[5] Sete pessoas morrem em queda de avião em São Paulo

 

Monomotor pertencia ao empresário Roger Agnelli, ex-presidente da Vale.
Todas as pessoas que estavam no avião morreram.


Fonte: Portal Rede GLOBO; Do G1, em São Paulo; 19/03/2016 21h23 - Atualizado em 19/03/2016 21h23
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2016/03/sete-pessoas-morrem-em-queda-de-aviao-em-sao-paulo.html

1.       Um avião com sete pessoas caiu neste sábado (19mar2016) à tarde em uma área residencial, em São Paulo. Todos os ocupantes morreram.
2.       O monomotor pertencia ao empresário Roger Agnelli, ex-presidente da mineradora Vale, conselheiro da Petrobras e executivo com carreira em grandes empresas como o Bradesco.
3.       Nem a Anac nem a Aeronáutica deram a identidade das vítimas até o fim da edição do Jornal Nacional deste sábado.
4.       As imagens foram feitas por um vizinho minutos depois da tragédia. Eram cerca de 15h30 quando os bombeiros tentavam controlar as chamas da casa que foi atingida pelo avião monomotor.
5.       "Na hora da queda, tinha uma mulher fechando um portão. Ela foi socorrida. Dentro da casa não tem vítima", contou o Major Henguel Ricardo Pereira.
6.       A aeronave levantou voo do Campo de Marte, na zona norte da capital paulista, pontualmente às 15h20. O destino era o Rio de Janeiro, mas a viagem acabou tragicamente três minutos depois.
7.       "Passou rente às árvores, achamos até que ia conseguir desviar das casas, mas não teve jeito", disse morador Reinaldo Felix.
8.       A fumaça preta era vista de longe e assustou também os pilotos que pousavam e decolavam do aeroporto.
9.       O morador da casa que fica nos fundos da que foi atingida pelo avião ajudou a resgatar as pessoas. Ele usou uma escada para subir no telhado. "Primeiro foi a criança, que a mãe estava apavorada", contou.




[6] Avião de [Roger] Agnelli [ex-presidente da CVRD/VALE] falhou na decolagem, diz testemunha aos peritos.

Fonte: Jornal Valor Econômico; 20/03/2016 às 22h15 25

SÃO PAULO
  1. O avião que levava a família de Roger Agnelli e que caiu em um sobrado na zona norte de São Paulo falhou na decolagem, segundo ao menos uma testemunha informou aos peritos da Aeronáutica.
  2. No acidente ocorrido neste sábado (19) morreram Agnelli, cinco familiares dele e o piloto, Paulo Roberto Baú. A testemunha atua no Campo de Marte e viu o avião decolar. Segundo ela, o motor do avião fez dois estrondos semelhantes ao de uma explosão -um indício de que pode ter havido pane.
  3. O avião, um modelo experimental Comp Air [Aviation] CA-9, prefixo PR-ZRA, decolou às 15h20 e caiu três minutos depois sobre um imóvel do Jardim São Bento, bairro residencial de alto padrão.
  4. A pane, a ser confirmada, está entre as hipóteses compatíveis com queda súbita. A decolagem é uma das etapas críticas de um voo, momento em que o avião precisa de força para ganhar altitude. A Aeronáutica não informou neste domingo (20) se o piloto declarou emergência.
  5. Uma das possibilidades que passaram a ser consideradas pelos investigadores é se houve defeito nas válvulas que levam o combustível para as asas. Isso porque a interrupção de distribuição pode fazer o motor parar.
  6. Outras é ver se o combustível usado estava dentro dos parâmetros -combustível adulterado também resulta em parada de motor.
  7. Outras é ver se o combustível usado estava dentro dos parâmetros -combustível adulterado também resulta em parada de motor. Faz parte do processo de apuração também saber o peso com que o avião decolou.
  8. O Compair, um turbohélice, estava com a capacidade máxima -piloto e seis passageiros. Não se sabe até o momento, por exemplo, quantas bagagens havia no avião. Uma aeronave mais pesada do que o máximo recomendado tem o centro de gravidade afetado, o que também pode causar problemas. A apuração, por enquanto, está a cargo da Aeronáutica.
  9. Se o órgão entender que não há contribuição para evitar outros acidentes , o trabalho ficará apenas com a Polícia Civil. Normalmente, a Aeronáutica não apura desastres com aviões experimentais, única categoria da aviação em que se voa "por conta e risco" do proprietário -o próprio Roger Agnelli
  10. O piloto, Paulo Roberto Baú, 51, tinha habilitação em dia e autorização para aviões monomotores, segundo dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).



[7] Curva indica desequilíbrio de monomotor de Agnelli

Avião não possuía certificação e testes de equipamentos em condições extremas, mas poderia voar com autorização.

Fonte: Portal jornal O ESTADO DE S. PAULO; LUIZ FERNANDO TOLEDO, RAFAEL ITALIANI E FABIO LEITE; 21 Março 2016 | 07h 31 ­ Atualizado: 21 Março 2016 | 07h 47

SÃO PAULO
  1. A curva para a direita feita pelo avião de Roger Agnelli, ex-presidente da Vale, indica que o monomotor dele se desestabilizou pouco antes da queda, que terminou com a morte do empresário, do piloto e de cinco familiares de Agnelli, no sábado, 19, na Casa Verde, na zona norte de São Paulo.
  2. A mudança no rumo da aeronave – que devia ir reto – antes de atingir o solo, foi vista por pilotos do Campo de Marte, de onde ele decolou. Uma das hipóteses prováveis para o desequilíbrio do avião é a distribuição irregular do combustível nas asas do monomotor.
  3. Segundo Roberto Peterka, especialista em segurança de voo, os relatos de testemunhas indicam que essa é uma das possibilidades da queda da aeronave, às 15h23, minutos após a decolagem. “Aparentemente, pela trajetória que ele (o avião) fez, pode se tratar de um desbalanceamento de combustível, ou seja, uma asa teria mais combustível do que a outra”, disse.
  4. O desbalanceamento do combustível foi a causa apontada pelo Instituto de Criminalística (IC) para a queda do Learjet 35 sobre uma casa no mesmo bairro, em 4 de novembro de 2007, deixando oito mortos.
  5. Segundo o laudo, o problema foi provocado por erro do piloto e do copiloto. Foi o maior acidente da história do Campo de Marte. Outras hipóteses podem ter levado à curva na trajetória do avião, segundo especialistas, como a assimetria de comandos de voo. “Isto (a queda em curva) pode representar ‘n’ possibilidades.
  6. Travamento do comando ou tentativa de fazer alguma manobra”, avalia o secretário-geral do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Rodrigo Spader. O avião, modelo CA­9, fabricado pela Comp Air Aviation e registrado por Agnelli em 2012, era experimental, ou seja, não possui certificação ou testes de equipamento e ensaios em condições extremas de operação por autoridade aeroviária.
  7. Embora o uso de aeronaves experimentais seja permitido pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a regulamentação diz que elas não podem voar em áreas populosas, como a do Campo de Marte, exceto se autorizados pelo Centro Tecnológico da Aeronáutica (CTA). “Existem algumas restrições para o voo de aeronaves experimentais”, disse Peterka.
  8. Raul Marinho, representante da aviação geral e de instrução do SNA. Ele afirma, contudo, que a legislação sobre o tema é “confusa”. “Segundo o Código Brasileiro de Aeronáutica, os aviões experimentais deveriam ser de construção amadora. Mas este avião que se acidentou ontem não é de construção amadora.” A ANAC e representantes da família Agnelli não foram localizados neste domingo, 20.

AVIÃO DE PEQUENO PORTE CAI EM CASA NA ZONA NORTE DE SP
Curva indica desequilíbrio de monomotor de Agnelli

São Paulo ­ Estadão  23/03/2016
http://sao­paulo.estadao.com.br/noticias/geral,curva­indica­desequilibrio­de­aviao­de­agnelli­monomotor­era­experimental,10000022367 2/3 Caixa.

  1. Investigadores do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa) da Aeronáutica estiveram no local da queda e recolheram parte da fuselagem, de fibra de carbono.
  2. O avião não possuía caixa-preta, o que dificulta a apuração do acidente. A presença do equipamento que registra dados do voo e a conversa na cabine do piloto neste tipo de avião não é obrigatória.
  3. O Instituto Médico-Legal (IML) terminou neste domingo a identificação dos corpos de (i) Agnelli, da mulher dele, (ii) Andrea de Azevedo Marques Trech Agnelli, do casal de filhos (iii) Anna Carolina e (iv) João, de (v) Parris Bittencourt, genro do executivo, (vi) Carolina Marques, namorada de João e do piloto (vii) Roberto Baú.
  4. Políticos, empresários e executivos lamentaram a morte de Roger Agnelli, ex-presidente da Vale, morto no sábado em um acidente aéreo, em São Paulo, aos 56 anos. Também morreram no desastre a mulher de Agnelli, Andrea, os filhos João e Anna Carolina, a nora e o genro. A presidente Dilma Rousseff afirmou em nota que o País perdeu “um brasileiro de extraordinária visão empreendedora”.
  5. Os corpos do executivo e família foram enterrados neste domingo, na zona sul de São Paulo. A nota da Presidência afirma ainda que “Agnelli dedicou sua carreira a grandes empresas brasileiras, sempre comprometido com o desenvolvimento do País”.
  6. Na noite deste domingo, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, divulgou uma nota de pesar em que também ressalta o perfil empreendedor de Agnelli. “Foi um grande brasileiro.”
  7. Liderada pelo executivo ao longo de uma década ­ de julho de 2001 a maio de 2011 ­ a Vale também divulgou nota de pesar: “A Vale e seus empregados se solidarizam com a dor dos familiares e amigos do executivo que tanto contribuiu para o desenvolvimento da empresa”.
  8. Segundo a nota, durante os dez anos em que Agnelli presidiu a Vale, a companhia se consolidou como a maior produtora global de minério de ferro e a segunda maior mineradora do mundo. “Foi durante sua gestão que a Vale intensificou a estratégia de expansão global, que levou a Vale a um novo patamar no mercado global.”
  9. A morte de Agnelli foi notícia nos sites de veículos estrangeiros como o Financial Times e o The Guardian, que o definiu como o “banqueiro que transformou a Vale em uma gigante da mineração”. Brandão.
  10. O presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Lázaro de Mello Brandão, e o presidente do banco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, também se manifestaram. Foi na instituição financeira, em que passou 20 anos, que Agnelli deslanchou na carreira. Em 1998, então com 38 anos, ele foi o mais jovem profissional a assumir uma diretoria do Bradesco. Trabuco lembrou que ele e Agnelli fizeram parte da mesma geração de executivos do Bradesco e destacou que o “estilo expansivo no trato pessoal e resoluto na gestão dos negócios marcou um período de grandes transformações mundiais”. Para o presidente do Conselho do Bradesco, “Roger Agnelli teve uma existência relevante e deixa legado de trabalho sério e determinado”.
  11. Amigo próximo de Agnelli, Jair Ribeiro, presidente do Banco Indusval & Partners, disse que o executivo era uma pessoa focada. “Uma constante no Roger foi sempre pensar em ser o melhor e, muitas vezes, o maior.” Ribeiro lembrou ainda que o amigo era muito ligado à família. “Andrea era a grande parceira de Roger. Eles estavam juntos há mais de 30 anos.”
  12. O atual diretor executivo jurídico da CSN, Fabio Spina, que foi diretor da Vale a convite de Agnelli, lembra da ousadia do empresário. Após a saída do executivo do comando da mineradora, em 2011, eles fundaram juntos a holding AGN Participações.
  13. Um episódio marcante para Spina foi a decisão de Agnelli de embarcar navios lotados de minério para a China na crise de 2008, mesmo sem contratos fechados. A estratégia era arriscada: a Vale teria 45 dias de viagem até o país asiático para acertar a venda da mercadoria no mercado spot (à vista). “A ideia era não parar a produção. Isso segurou a Vale em meio à crise.”



[8] Avião que caiu em São Paulo era experimental e não tinha caixa-preta

Por ser um monomotor, caixa-preta não é necessária.

Modelo CA-9, americano, voava em testes para o empresário desde 2012.


Fonte: Portal Rede GLOBO; Do G1 São Paulo; Tahiane Stochero; 20/03/2016 14h25 - Atualizado em 20/03/2016 15h10
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/03/aviao-que-caiu-em-sao-paulo-era-experimental-e-nao-tinha-caixa-preta.html

A aeronave que caiu no bairro da Casa Verde, na Zona Norte de São Paulo, no sábado (19), matando o empresário Roger Agnelli, cinco pessoas de sua família e o piloto era norte-americana e voava no Brasil de forma experimental - ou seja, em teste para verificação de critérios de segurança e operação.
Morreram no acidente Agnelli, ex-presidente da Vale, Andrea Agnelli, sua mulher, Anna Carolina e João Agnelli, seus filhos, Parris Bittencourt, marido de Anna, Carolina Marques, namorada de João, e o piloto, Paulo Roberto Bau.
A presidente Dilma Rousseff e a Valelamentaram a morte do empresário por meio de notas.
O modelo CA-9, da norte-americana Comp Air Aviation, de prefixo PR-ZRA, não tinha nenhuma caixa-preta, caixa de voz e de dados, segundo a Força Aérea Brasileira. Por ser um monomotor e estar em caráter experimental, os dispositivos não são necessários, conforme a legislação brasileira, para este modelo de aeronave.
O modelo foi comprado por Agnelli e pertencia a ele desde dezembro de 2012, conforme os dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O modelo estava com a documentação em dia e tinha capacidade para até 3.900 kg e 7 pessoas (incluindo o piloto). Ele é feito de fibra de carbono, tem asa alta e trem de pouso fixo. No site da companhia consta a informação de que a aeronave ainda não tem data para certificação nos Estados Unidos.
"Aeronave não certificada, voando em caráter experimental, não possui um nível de segurança confirmado para estar voando, é como se estivesse em teste, por conta e risco do proprietário", explica o comandante Carlos Camacho, que atua na área de segurança operacional na aviação civil.
"Toda aeronave voando representa um risco, mas uma aeronave experimental ele é bem maior. É uma grande irresponsabilidade manter este tipo de quesito, deveriam ser criados ao menos critérios básicos para garantir a segurança de uma aeronave experimental, certificando-as e aprovando-as para voarem no país", defende Camacho.

[Aviões experimentais] São protótipos de laboratório, em fase de teste, que são colocados aos milhares no mercado, representando um risco ao consumidor"
Augusto da Costa,
perdeu o filho voando avião experimental
'RISCO'
O advogado Augusto Fonseca da Costa perdeu o filho em janeiro de 2015 em queda de aeronave experimental em Toledo, no Paraná. Ele criou a Associação Brasileira de Vítimas da Aviação Civil, defendendo uma campanha contra a aviação experimental no país.
"Isso é uma irregularidade e irresponsabilidade absurda da Anac ao enquadrar aeronaves como experimentais para se furtar a critérios de segurança. Isso é uma bagunça total. Vários tipos de aeronaves de teste estão voando por aí no país sem critérios. São protótipos de laboratório, em fase de teste, que são colocados aos milhares no mercado, representando um risco ao consumidor", afirma Augusto da Costa.
"Quem compra lê que é experimental mas não tem ideia do que isso significa, não sabe o que é. São produtos sem regras que matam pessoas todos os dias, foi o que matou meu filho", defende o advogado.
O G1 questionou a Anac os critérios para a liberação de uma aeronave experimental e o prazo para a certificação, mas até a publicação desta reportagem não recebeu posicionamento. A reportagem telefonou para a agência várias vezes e também mandou e-mails.
No site da Anac consta a informação de que, para a homologação do avião como experimental, será feita uma vistoria técnica após um processo de análise. Para que seja expedida a matrícula e permitido o voo, é necessário uma apólice de seguro.
Neste domingo, investigadores da Força Aérea voltaram ao local da tragédia para coletarem novos indícios e buscarem imagens que podem ajudar a levar a fatores que contribuíram para o acidente.
"A perícia encontrou um alto grau de destruição, um nível de destruição muito alto", afirma o coronel Madison Almeida do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa) 4, órgão subordinado ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que responde pela área de São Paulo.
A aeronave decolou às 15h20 da cabeceira 12 de Campo de Marte e seguia com destino ao Santos Dumont, no Rio de Janeiro, caindo três minutos após a decolagem.
Não há informações ainda sobre se o piloto alertou à torre do Campo de Marte após a decolagem que havia pane.
Outro fator analisado pelos investigadores é o histórico do piloto Paulo Roberto Bau, de 33 anos. Ele teria que ter uma habilitação específica para o modelo que era de Agnelli. A investigação também quer saber se o piloto reportou panes nos voos anteriores ou se a aeronave passou por alguma manutenção recente.
O major Henguel Ricardo Pereira, que coordenou a ação do Corpo de Bombeiros no resgate, afirmou que os corpos estavam "bem prejudicados e mutilados". "No local, a aeronave foi destroçada pelo choque e os corpos estavam multilados e queimados", disse ele. Foram recolhidos sete crânios no local.

EMPRESÁRIO
O empresário de 56 anos foi presidente da Vale de julho de 2001 a maio de 2011, quando foi substituído pelo atual presidente da mineradora, Murilo Ferreira. Sob o comando de Roger Agnelli, a Vale se expandiu internacionalmente e se consolidou como a maior produtora global de minério de ferro e a segunda maior mineradora do mundo.
Após deixar a Vale, fundou a AGN Participações, uma empresa de logística e mineração. Desde 2012, estava à frente da B&A Mineração, joint venture da AGN com o BTG Pactual com projetos de exploração de fertilizantes, minério de ferro e cobre em Belé (Pará) e em La serena, no Chile.
Além de presidir a Vale, Agnelli integrou o conselho de administração de grandes empresas brasileiras como Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), Latasa, Suzano Petroquímica e Petrobras. Agnelli passou a integrar o Conselho da Petrobras no início do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e saiu em 2007.
Agnelli chegou ao cargo mais alto da Vale em 2001, após 19 anos como executivo do Bradesco, um dos acionistas controladores da Vale. Na gigante da mineração, implementou uma cultura de meritocracia e era conhecido por sua disciplina e temperamento forte, destaca a agência Reuters.
Durante sua gestão, a Vale intensificou sua estratégia de expansão global, comprou a mineradora canadense Inco, se tornando a segunda maior produtora de níquel do mundo, e também a Fosfértil, que fez da empresa um importante player no mercado de fertilizantes. Sob o comando de Agnelli, as ações da mineradora registraram uma valorização de 1.583% e a Vale se transformou a Vale na maior exportadora brasileira na maior parte da última década.
A saída do executivo da Vale em 2011 foi conturbada,  em meio a especulações de que sua saída foi uma exigência do governo da presidente Dilma Rousseff.
A campanha pela saída de Agnelli começou ainda em 2008, durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, quando, durante a crise econômica, a Vale demitiu quase 2 mil trabalhadores.
Roger Agnelli era formado em Economia pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e desenvolveu sua carreira profissional no Grupo Bradesco, onde trabalhou de 1981 a 2001.
Antes de ser escolhido como presidente da Vale, Agnelli foi presidente do Conselho de Administração da empresa.
Em 2012, Roger Agnelli foi escolhido pela “Harvard Business Review” e o Insead como o 4º CEO com melhor desempenho no mundo e único brasileiro no ranking.
Em nota, o grupo WPP, para o qual Roger Agnelli trabalhava como diretor independente até então, também divulgou nota expressando "profundas condolências sobre a trágica perda".
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Avião que caiu perto do Campo de Marte (Foto: Reprodução/Globonews)
Peritos trabalham no local da queda do avião do ex-presidente da Vale Roger Agnelli em São Paulo (Foto: Mario Ângelo/Sigmapress/Estadão Conteúdo)





[9] Roger Agnelli, banker who built VALE into mining giant, 'dies in Brazil plane crash'


The brash executive famed for his deal-making skills has died along with his wife and two children, according to reports


Roger Agnelli clashed with former president Lula over government influence at Vale.
Photograph: Suzanne Plunkett / Reuters/Reuters

1.     Roger Agnelli, the Brazilian banker who turned Vale into one of the world’s biggest mining companies, has died in a plane crash. He was 56.
2.       Agnelli, his wife and two children were among seven killed when his Comp Air 9 turboprop monoplane slammed into two homes around 3:20pm local time (18.20 GMT) on Saturday, minutes after taking off from an airport in northern São Paulo, an aviation official told Reuters.
3.       Brazil’s O Globo news network also reported that Agnelli had been killed in the crash, citing city and fire officials.
4.       Emergency services said a pilot and six passengers were killed in the crash. Aviation authorities confirmed that Agnelli was the owner of the plane but could not provide a passenger list.
5.       Sources said Agnelli was traveling to a wedding ceremony in Rio de Janeiro with his wife Andréia, son João, daughter Anna Carolina, and their two spouses. The weather was clear at the time of the crash.


The street in Sao Paulo where the plane believed to be carrying Roger Agnelli crashed on Saturday. Photograph: Sebastião Moreira/EPA

6.       Known for his discipline and feisty nature, Agnelli clinched the top job at Vale in July 2001 after 19 years as a corporate and investment banker with Banco Bradesco, a major Vale shareholder.
7.       He instilled a culture of meritocracy that helped make the company Brazil’s biggest exporter and the world’s largest iron ore producer. To friends and foes, the key to Agnelli’s success was accurately predicting the rise of China as a major minerals consumer, a crucial wager in turning Vale, a former bloated state-controlled firm, into a global powerhouse.
8.       “He was a visionary that corporateBrazil will miss badly,” said Lawrence Pih, who for decades ran flour mill Grupo Pacífico and sat on the board at the São Paulo Federation of Industries with Agnelli.
9.       In a ranking of the world’s best-performing chief executive officers published in the Harvard Business Review in February 2013, Agnelli came fourth, only behind Apple boss Steve Jobs, Jeff Bezos of Amazon and Yun Jong-Yong of Samsung Group. He was the top mining boss in the 100-executive ranking.
10.   Agnelli earned the spot in the Harvard ranking after racking up a consolidated return of 934% during his tenure at Vale, whose market value more than doubled in the period.
11.   Born on 3 May 1959 to a middle-class family in São Paulo, Brazil’s largest city, Agnelli studied economics at Fundação Armando Alvares Penteado in his hometown.
12.   He began his career at Bradesco’s corporate finance and investment banking division. His knack for engineering complex deals earned him praise from his bosses, who turned him into Bradesco’s youngest senior vice president at the age of 29.
13.   At Vale, he implemented a turnaround based on tough goals. During his stint, revenues rose 13-fold and capital spending soared more than 20-fold.
14.   “I get paid to produce results, and the results are there, aren’t they?” Agnelli told Valor Econômico newspaper in an interview in 2010.
15.   However, running Vale as a multinational put him on a collision course with Brazil’s ruling Workers’ party, which wanted Vale to shift from exporting raw minerals to more value-added products such as steel and fertilisers to create more jobs.
16.   The government has influence in the company through indirect stakes held by state pension funds.
17.   Agnelli clashed with former president Luiz Inácio Lula da Silva for firing 2,000 workers in the wake of the global financial crisis of 2008. Months later, he accused members of Lula’s left-leaning party of trying to install loyalists at Vale and seek a bigger say in key decisions.
18.   His brash style upset clients in Europe and Japan, as well as regional governments and politicians that were crucial for a company that depended on government permits, according to former employees who asked not to be named.
19.   Lula’s successor, Dilma Rousseff, stepped up pressure on Agnelli and succeeded in pushing him out in May 2011, just months after she took office.




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