O que é uma
cidade compartilhada?
29JUN2014
Fonte:
Portal ArchDayly
http://www.archdaily.com.br/br/623208/o-que-e-uma-cidade-compartilhada
Cidades compartilhadas são aquelas onde os
habitantes contam com plataformas - digitais ou presenciais - para se
organizarem e compartilharem espaços, serviços ou bens. Dessa forma, as cidades
procuram se converter em lugares mais animados e sustentáveis.
Embora
como conceito não as temos tão presentes, os meios para fazer das cidades
lugares compartilhados estão mais próximos do que imaginamos. Por exemplo,
quando uma organização comunitária lança uma campanha para arrecadar fundos e
financiar um projeto como uma intervenção urbana - falamos de financiamento
coletivo ou crowdfunding, uma das práticas que torna possível as cidades
compartilhadas.
Para
que mais pessoas conheçam esse conceito e suas potencialidades, o think tank LABORATORIO PARA LA CIUDAD
listou quatro categorias do que é possível compartilhar nas cidades.
Enquanto isso, as organizações canadenses CITIES FOR PEOPLE
e SOCIAL INNOVATION GERERATION
(SIG) propuseram cinco ideias para implementar essas
práticas.
Confira as definições a
seguir.
[A] De acordo
coma definição do LABORATÓRIO PARA A CIDADE, os produtos e serviços que podem
ser divididos em uma cidade são classificados em:
1.
Conhecimento compartilhado
Como
as cidades compartilhadas podem ser construídas a partir de experiências
físicas e digitais, o think tank mexicano aponta o Moodle e a Wikipedia como
exemplos de ferramentas de aprendizagem, já que através delas a informação é
reunida e compartilhada.
2.
Consumo de bens e serviços
Os
sistemas de empréstimo de bicicletas que existem em diversas cidades do mundo
são uma prática de cidades compartilhadas, pois são bens usados por períodos de
tempo determinados e em espaços públicos.
3.
Financiamento coletivo
Nessa
categoria entram as doações que as pessoas fazem a certos projetos culturais,
sociais e tecnológicos através de plataformas coletivas como Kickstarter e
Catarse.
4.
Produção
“Faça
você mesmo” (ou DIY – Do It Yourself) é como trabalham certos grupos que
procuram fabricar seus próprios produtos; algo semelhante ao que ocorre na
agricultura urbana.
[B] Por sua vez,
as organizações Cities for People
e Social Innovation Gereration (SIG),
propõem o seguinte:
1.
Práticas de economia colaborativa
Provavelmente
o crowdfunding é uma das práticas mais conhecidas
nessa categoria. Entretanto, existem outras que já podem ser vistas em diversas
cidades, com a aprendizagem, consumo e produção colaborativa. Nesse sentido, um
exemplo de aprendizagem coletiva são as oficinas de agricultura urbana
organizadas pela ONG Plantabanda juntamente com os moradores de alguns
bairros de Santiago, Chile, que ensinam a construir hortas que produzirão, num
futuro próximo, parte de seus alimentos. Quanto ao consumo colaborativo, um bom
exemplo são as feiras de bicicletas e de reciclagem; estas oferecem uma
alternativa aos cidadãos, que podem escolher comprar produtos usados aos novos.
2.
Receber a mudança
Adotar
estas práticas faz com que os cidadãos possam ser parte desse tipo de atividade
de um modo muito mais próximo, já que em certos casos são elas acontecem em
lugares frequentados cotidianamente por eles.
3.
Tudo é questão de compartilhar
É
comum guardarmos em casa objetos sem utilidade; no entanto, se estes fossem
compartilhados, não beneficiariam apenas quem os recebe, mas também entrariam
num ciclo mais amplo de reciclagem de recursos preexistentes.
4.
Conectar as necessidades
As
redes de contato entre vizinhos e pessoas de outros bairros surgem por
necessidades comuns. Nesse sentido, encontrar alguém para dividir o carro ou
praticar algum exercício pode acontecer através de conexões comunitárias que
permitam desenvolver novos mercados. Em Londres, um programa que já está
funcionando é o GoodGym, que põe em
contato vizinhos que estão interessados em se exercitar na companhia de outras
pessoas.
5.
Tendência transformadora
Um
ponto em comum das práticas de economia colaborativa é a tecnologia; esta
possibilita a conexão entre os organizadores e os demais cidadãos. Também
nestas práticas são comuns três fatores: a confiança é centralizada em redes
comunitárias; elas permitem ver diferentes realidades econômicas presentes numa
cidade; e proporcionam transformações nas comunidades (e, em menor medida, em
suas economias).
Via
Plataforma Urbana. Tradução Camilla Ghisleni, ArchDaily Brasil.
Cita: Constanza Martínez Gaete.
"O que é uma cidade compartilhada?" 29 Jun 2014.
ArchDaily Brasil. Acessado8 Mai 2015.
<http://www.archdaily.com.br/br/623208/o-que-e-uma-cidade-compartilhada>
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