Rem
Koolhaas: sobre Identidade, Ásia, Bienal e outras coisas
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Cortesia de Strelka Institute for Media,
Architecture, and Design, via Flickr
1. Nesta entrevista, publicada
originalmente na The
Architectural Review, Andrew Mackenzie senta com fundador do OMA, Rem Koolhaas, para discutir a Bienal de Veneza, a
extinção da identidade nacional, sua fascinação pela Ásia, a ligação entre
"De Rotterdam" e "Delirious New
York" e o futuro da profissão.
2. Sua proposta deste ano para a Bienal de Arquitetura de Veneza pergunta se a identidade nacional tem
sido, como você diz, "sacrificada para a modernidade". Alguns podem
ver isso como um projeto de recuperação, não muito diferente do regionalismo de
Frampton. Como você diferencia sua proposta da de Frampton?
3. Bem, Kenneth Frampton é um cara
inteligente, mas o problema é que ele olhou para o regionalismo como um
antídoto para o desenvolvimento cosmopolita. Ao fazê-lo, perverteu a causa do
regionalismo, porque de repente o regionalismo foi mobilizado como uma causa
particular que não poderia ser sustentada. No entanto, a questão da identidade
nacional é uma questão aberta. Por exemplo, à primeira vista, a Holanda é um país muito internacionalista, mas
olhando de perto você pode ver um enorme retorno da arquitetura
quase-vernacular e das fortalezas antigas que foram recentemente construídas
com um sabor nacional. Olhe para Zaandam e
seu enorme conjunto das chamadas construções vernaculares.
4. Entendo este momento muito bem,
porque a grande maioria da chamada "arquitetura moderna" agora é
realmente uma espécie de enigmático Modernismo, e isso cria espaço para o
tradicionalismo ser enigmático também. É como um conjunto de vasos
comunicantes, onde o movimento de um se traduz diretamente no movimento do
outro. Eu vejo isso menos do ponto de vista arquitetônico do que de um ponto de
vista social ou antropológico. Nos últimos anos temos visto um crescimento
extraordinário no que eu chamaria de quase vernáculo, particularmente na
Europa.
6. Se Zaandam representa uma
espécie de quase-vernáculo, que qualidades você poderia atribuir a você como um
arquiteto holandês?
7. É ao mesmo tempo uma questão
simples e complexa. Em seu sentido mais descarado, eu tenho uma enorme simpatia
por organizações ortogonais, e isso, em algum nível, é muito visível nas minhas
obras. Mas, ao mesmo tempo, há uma força contrária, como resultado dos meus
primeiros anos na Indonésia. Meus pais me levaram para Jacarta quando eu tinha
oito anos. Fui transplantado de uma ruína para uma cidade tropical extremamente
caótica que estava em um estado de euforia por causa de sua independência
recente. Lá eu fui para uma escola indonésia, falei a língua deles e me
comportei mais ou menos como uma criança asiática.
8. Quando voltei para a Holanda totalmente reordenada, com 12 anos, eu
nunca me senti confortável naquele estado de completude. A partir daí,
muitos dos meus interesses são claros. Fui exposto à atmosfera holandesa
enquanto criança, e em seguida à seu contraponto. Então, eu diria que eu sou um
pouco menos dogmático do que os holandeses. Pode-se dizer que Mondrian me atrai
tanto quando a arte batik e, neste sentido, diria que minha obra é uma
oscilação entre ambos.
9. É por isso que você se
interessa pela Ásia? Estou pensando particularmente na sua colaboração com Hans Ulrich Obrist no livro Project Japan: Metabolism Talks ...?
10. Sim, em particular a China e o Japão são países muito importantes para mim.
O Japão,
por ser o primeiro país não-ocidental a haver uma vanguarda arquitetônica. Meu
interesse no Metabolismo é um interesse em como a globalização
reorganizou áreas arquitetônicas com iniciativa, no sentido de que você não
pode mais reclamar que a cidade ocidental é o modelo que sirve para todos. Eu
estava interessado em saber como este fim da hegemonia ocidental já foi
anunciado no Japão nos anos 60.
11. Seu trabalho na China tem sido
um tanto controverso, principalmente devido às suposições que são feitas no
Ocidente sobre o que poderia ser chamado de valores do cliente. Como você
responde às críticas sobre o seu envolvimento com a China comunista?
12. Claro que não participamos de
qualquer projeto onde nós fundamentalmente rejeitamos os valores do cliente.
Nós interpretamos os valores do cliente, nem sempre de uma forma literal.
13. No caso da China, eu visitei
pela primeira vez em 1995, anos antes do concurso da CCTV em 2002. Trabalhando
com estudantes de Harvard,
eu tinha desenvolvido mais ou menos uma compreensão do que estava acontecendo e
para onde o país estava se movendo. Isso me levou à convicção política de que
todos nós temos uma enorme participação na forma como as coisas se desenvolvem
na China. É incrivelmente estúpido para a Europa apontar dedos e insistir na em
si mesma como o único modelo de comportamento democrático.
14. Após a destruição do Muro de
Berlim, em 1989, houve uma série de expectativas que o mundo iria se
transformar em uma tapeçaria perfeita de economia de mercado e de liberalismo,
que para mim claramente não iria acontecer. Pelo contrário, o que se tornou
evidente foi que a economia de mercado seria acompanhada por uma colcha de
retalhos muito diversificada de diferentes sistemas e diferentes graus de
democracia. Então, basicamente eu disse sim, não tanto para a CCTV, mas para a
participação no desenvolvimento da China.
15. Eu estava confiante de que os
meios de comunicação chineses, em paralelo, mudariam muito também. Agora a CCTV
tem um canal em inglês, que por si só significa que ela teve que ser mais
global e se envolver de forma significativa em um mundo global de língua inglesa.
Curiosamente, o incêndio que aconteceu no prédio adjacente, da TVCC, contribuiu
para a modernização dos meios de comunicação, pois pela primeira vez eles se
desculparam com o público chinês e não tiveram escolha, a não ser transmitir o
seu próprio desastre como uma notícia.
16. Você menciona a pesquisa e como
ela informou a sua abordagem com a CCTV. Com relação ao De Rotterdam, você pode descrever as
conexões entre ele e pesquisa, talvez até mesmo de volta ao "Delirious New
York"?
17. Hesito em dizer que as conexões
são diretas. Eu escrevo por mim mesmo, enquanto que os projetos são,
evidentemente, um esforço coletivo. Eu também não quero que o trabalho seja uma
ilustração de uma teoria. No entanto, é verdade que Nova York me alertou para
alguns dos potenciais de organização vertical e até certo ponto isso sustenta
este edifício. A aglomeração de De Rotterdam seria impensável sem os edifícios
de arquitetos tais como Wallace Harrison. O Rockefeller Center, para citar um
exemplo, também compartilha o senso de uniformidade, que é um elemento-chave no
De Rotterdam.
- O espaço de Wilhelmina Pier é,
obviamente, profundamente histórico.
- Estou feliz que você diz isso porque
poucas pessoas percebem que o vazio pode ser profundamente histórico.
Então, sim, o contexto é muito importante em relação a este edifício.
Claro que apenas 60 anos atrás Rotterdam era efetivamente uma cratera de
três quilômetros de nada no centro da cidade. Isso criou uma situação
única, onde agora a periferia é antiga e o centro é novo.
- Ao contrário de muitas outras cidades em
toda a Europa, que simplesmente tinham de reparar as coisas que ainda
existiam, Rotterdam teve que começar do zero. Isso explica por que
Rotterdam é a cidade de arquitetos, porque havia muito trabalho a ser
feito após a guerra. É também a razão pela qual Rotterdam apresenta, para
uma cidade de tamanho modesto, uma grande escala.
- Primeiramente, após a guerra, Rotterdam
era um modelo, uma vez que foi construída uma cidade inteiramente moderna
de acordo com a arquitetura do momento, consistindo de tipologias modernas
bastante regulares, com um sistema de térreos comerciais. Isso durou até
os anos 50 e 60. Nos anos 70 as primeiras hesitações vieram. Houve uma
tentativa de criar as chamadas cidades humanistas, com base em padrões
irregulares, diferentes geometrias, em menor escala e entidades mais
celulares. Em seguida, houve uma espécie de pós-modernismo modesto.
Portanto, estamos agora na quarta camada de projeção nesta história, e com
todas essas camadas minha maior simpatia recai sobre a primeira iteração.
Portanto, a construção tenta ressoar e investigar como é que se poderia
trazer essa visão ainda mais e como ela pode se tornar a próxima iteração
do que a visão.
- De Rotterdam teve um longo período de
gestação. Por que tão prolongado?
- Tudo começou no final dos anos 90,
trabalhando para os empreendedores que fizeram ajustes contínuos ao
programa misto de habitação, escritórios comerciais e hotel. Então nós
decidimos que precisávamos de algo que pudesse sobreviver a todas essas
mudanças. Nós desenvolvemos uma ideia em torno de um grupo de blocos
independentes, onde cada um deles tinha uma relação de mudança para o
outro. Isso gerou um edifício com uma riqueza de silhuetas à medida que
você se move pela da cidade.
24. O edifício é, essencialmente,
quatro torres combinadas que se erguem em um pódio. Foi concluído logo após a CCTV e
pouco antes da Shenzhen Stock Exchange. Para um homem que
declarou sua antipatia pela torre, você está fazendo um monte delas.
25. Em Content declarei a morte do arranha-céu, que
era, obviamente, uma brincadeira. Naquele momento, o arranha-céu havia se
tornado simplesmente uma corrida pelo edifício mais alto, com a mesma mistura
entediante do Hotel Armani, escritórios e etc. Basicamente, pensei que esse
tipo de abordagem havia se esgotado. De certa forma a CCTV não é enfaticamente
sobre a altura, mas em fazer mais do que tentar consumir um espaço. Ela tenta
estabelecer um território urbano. De
Rotterdam também está
tentando fazer o mesmo. É um esforço para estabelecer uma ponte entre a cidade
principal e uma área que antigamente era uma parte do porto e da qual a
indústria desapareceu. Tornou-se uma cidade fantasma até que a cidade
desenvolveu uma visão para desenvolvê-la, em primeiro lugar a construção da
Ponte Eramus pelo UNStudio. Restam poucos edifícios
históricos e ao longo dos anos algumas torres foram erguidas. Mas nunca houve
massa crítica suficiente ou atividade. Então, eu vejo menos como uma cidade
isolada em si mesma, uma cidade vertical, se quiser, do que como uma
contribuição para uma condição genuinamente urbana naquela ilha.
26. Voltando a Veneza, em 2014 você
tem a curadoria de uma Bienal que foca nos "elementos inevitáveis de toda
a arquitetura". Pode-se dizer mais sobre a maneira forense de ter rompido
o conteúdo de "toda a arquitetura", como você descreve?
27. Eu, no passado, escrevi muito
sobre a cidade e as formas de mudança que as cidades têm visto. Quando eu
comecei a praticar a arquitetura, a cidade ocidental era considerada a medida
de todas as coisas. Eu tentei criar uma abertura para a situação em outros
países. Agora, depois de todos estes anos, para mim, é interessante olhar para
características puras da arquitetura.
28. Vivemos em um mundo digital muito
plano, em que tudo é acessível, mas cada vez há menos memória. Somos, por assim
dizer, condenados ao presente perpétuo. Então, eu pensei que era importante
voltar, para mostrar a riqueza incrível que tem sido associada ao que são agora
elementos aparentemente banais... portas, janelas, escadas, paredes. Eu quero
fazer uma declaração sobre quanta história da nossa profissão ainda contém, e
quantas latências e expectativas inconscientes ainda existem. Trata-se, penso
eu, uma história que temos pouca consciência.
29. Para isto, tivemos uma equipe
de estudantes que trabalham com o AMO pesquisando estes 12 elementos: piso,
portas, paredes, teto, toalete, fachada, varanda, janela, circulação, lareira,
telhado e escada.
30. O grande livro que está sendo
produzido para a Bienal parece estar andando numa corda bamba. É técnico, mas
não um manual. É histórico, mas não um livro de história. Ele contém teoria,
mas não é um livro de teoria. Esforça-se para não ser enquadrado em qualquer
gênero.
31. Exatamente. E que você pode
dizer é que é uma espécie de reflexo geral.
32. Você tem um grupo de estudantes
de Harvard que ajudam com a pesquisa para o
livro. Tê-los incorporado dentro do AMO é muito diferente do ensino da
arquitetura típica.
33. Tenho muita sorte de Harvard estar interessada nesse modelo. Tudo
começou em 1995, quando comecei a lecionar lá. Estávamos prestes a começar a
trabalhar em um projeto olhando para a reabilitação de um cais em Boston. Olhei
para os alunos e vi um número de pessoas que já tiveram carreiras em diferentes
áreas - um tinha se envolvido em urbanismo, outro em transporte e assim por
diante. Comecei a perceber que o papel tradicional do professor, que tem
conhecimentos que transmite aos que não têm aqueles conhecimentos, precisava
ser revisto drasticamente.
34. Como resultado direto da
globalização, cada aluno tinha conhecimentos que eu não tinha. Então eu inverti
a dinâmica e disse: "você são especialistas e com a sua experiência eu
quero olhar para assuntos diferentes". Agora é um pouco diferente, já que
tenho o luxo de escolher os alunos. Então a montagem de uma equipe se tornou
quase que a escolha do elenco de um filme.
35. Além de sua oscilação entre
Mondrian e batik, por assim dizer, estou interessado em outra oscilação, entre
a Casa da Música e a Biblioteca Pública de Seattle. O ex-diretor
do OMANew
York, Joshua Prince-Ramus,
descreveu a sala de concertos como determinadamente irracional e a biblioteca
como uma espécie de organização hiper-racionalizada. Esta é uma descrição
precisa?
36. É sempre um pouco
desconcertante ouvir meus antigos colaboradores descrever os projetos. Tenho
que dizer que uma coisa que é raramente discutida é o quão grande é a
influência de outras forças, que não arquitetura, no projeto arquitetônico. A
economia é um exemplo óbvio, mas há outros exemplos, como o modo que um projeto
é comissionado. Quando um projeto começa como uma competição, você tem que
dominar o cliente desde o primeiro momento, com um projeto plenamente
desenvolvido. Por outro lado, quando um projeto é uma comissão direta, você
está normalmente envolvido em um esforço muito mais colaborativo para trabalhar
com o cliente ou curadores - e, nesse caso, a ideia de dominar com uma única
ideia quase nunca funciona. Então, essa é uma diferença que é totalmente
independente do arquiteto e pode ter um enorme efeito sobre o resultado.
- Em Seattle,
fomos contratados diretamente e nosso processo tinha que aparecer, pelo
menos, ser muito linear e muito racional. Ao mesmo tempo trabalhávamos no
concurso para a Casa da Música. Eu tinha feito um projeto de uma casa para
uma família onde o cliente disse: "nós realmente não gostamos um do
outro, de modo que cada um de nós precisa de sua própria parte da casa e,
em seguida, um lugar onde podemos ficar juntos se quisermos." Foi uma
proposta desafiadora, que pensamos que era negativa no início, mas foi
realmente muito inspiradora. Mas cada vez que eu apresentei a casa, o
cliente continuou resistindo ao desenho. Ao mesmo tempo nós estávamos
fazendo esse concurso no Porto e eu estava ficando cada vez mais
desesperado para ter uma ideia. Então eu percebi que se multiplicássemos a
escala desta casa em que estávamos trabalhando por cinco ou seis anos, o espaço
que tínhamos projetado para a família se reunir iria funcionar
perfeitamente como uma sala de concertos. Nós simplesmente pegamos o
conceito e ampliamos. Foi um salto puramente intuitivo que posteriormente
ganhou o concurso.
38. Tudo isso para dizer que a
comparação desses dois projetos é apenas uma questão de dividir duas
linguagens, mas uma consequência de trabalhar dentro de duas situações
completamente diferentes em que os projetos são gerados.
39. Poucos arquitetos estão
dispostos a reconhecer as condições que impactam sobre os resultados
arquitetônicos, que muitas vezes estão fora do controle do arquiteto. Por que
isso?
A profissão investe na ideia de que o arquiteto tem poderes sobre-humanos. É totalmente contraproducente, porque ela corta qualquer comunicação real entre o arquiteto e o público. Quando nos colocamos em um pedestal, fazemos qualquer envolvimento com outros aspectos da profissão quase impossível. Uma vez que me interesso pela comunicação e escrevo, gostaria de entender quais são os verdadeiros problemas e quais são as condições de mudança.
A profissão investe na ideia de que o arquiteto tem poderes sobre-humanos. É totalmente contraproducente, porque ela corta qualquer comunicação real entre o arquiteto e o público. Quando nos colocamos em um pedestal, fazemos qualquer envolvimento com outros aspectos da profissão quase impossível. Uma vez que me interesso pela comunicação e escrevo, gostaria de entender quais são os verdadeiros problemas e quais são as condições de mudança.
40. Para arquitetura as condições
mudaram mais nos últimos 30 anos do que nos dois séculos anteriores, mas
continuamos a agir como se fosse a mesma profissão. Houve mudanças radicais em
tantas coisas, como o poder da computação, engenharia e da relação entre o
arquiteto e o cliente, ainda assim, persistimos como se fôssemos velhos
senhores fumando cachimbo.
41. Nos anos 60 e 70, o setor
público era muito forte, mas nas últimas décadas, ele deu lugar a várias formas
de economia de mercado. Isto alterou enormemente as condições nas quais a
arquitetura pode ser produzida. Anteriormente, esperava-se que o arquiteto
fizesse as coisas para o benefício público. Agora espera-se que ele transmita
os interesses das pessoas físicas ou jurídicas. Assim, embora ainda se mantenha
os valores e ambições do que a arquitetura pode fazer, essa mudança tem
transformado radicalmente o trabalho do arquiteto.
42. É essa mudança de interesses
públicos para privados ligados às circunstâncias que levaram à conexão entre a
prática e a marca?
43. A profissão tornou-se amarrada
a esse tipo de pensamento, mas existem marcas e marcas. A versão anglo-saxônica
da marca significa você tentar reduzir algo a sua essência e, em seguida, fazer
com que todos "engulam" essa essência. Em um determinado momento,
essa essência se torna uma prisão e você não pode mudar nada. Mas talvez também
existem formas mais sutis de marca que são baseadas em contradição ou
imprevisibilidade. Nosso escritório tem uma afinidade com essa abordagem.
Cita:
Mackenzie, Andrew. "Rem Koolhaas: sobre
Identidade, Ásia, Bienal e outras coisas" [Rem Koolhaas' Current
Fascinations: On Identity, Asia, the Biennale, & More] 07 Apr 2014. ArchDaily Brasil. (Trad. Maria Julia) Acessado 8 Mai 2015.
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