quarta-feira, 20 de maio de 2015

[81] ADVOGADOS GOVERNANTES: FLÁVIO DINO - GOVERNADOR DO MARANHÃO - E NELSON MANDELA - PRESIDENTE DA ÁFRICA DO SUL - LIÇÕES DE DEMOCRACIA

Dedicatória de Ronald Almeida ao Governador Eleito do Maranhão, Dr. Flávio Dino, no livro “A Longa Caminhada até a Liberdade: A Autobiografia de Nelson Mandela”


São Luís, Patrimônio Cultural Nacional e Mundial, Maranhão

04.dezembro.2014

Prezado Dr. FLAVIO DINO
Governador Eleito do Maranhão

Em 1º de janeiro 2015, quando pela primeira vez - na condição de Governador do Maranhão - assomar a varanda superior do Palácio dos Leões, aquela em face aos belos jardins internos, e fazendo como JK o fez na imensidão do Planalto Central antevendo a então sonhada Brasília, o advogado Flavio Dino poderá lançar seus olhos por sobre a foz dos rios Bacanga e Anil e mirar, no largo horizonte, o Oceano Atlântico, metáfora da nossa grandeza.
Disse Juscelino Kubistchek nos idos de 1956:
"Deste Planalto Central, desta solidão em que breve se transformará em cérebro das mais altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu país e antevejo esta alvorada, com uma fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino".
Daquele mirante privilegiado no Palácio dos Leões, todos os Governadores tiveram, a partir de 1970, oportunidade de ver todos os dias crescer uma nova cidade de São Luís e um novo Maranhão de crescentes disparidades de renda e dilemas sociais e ambientais. Daquele ponto de vista, distante não mais que um quilômetro da margem direita do Rio Anil, todos os governadores que ali residiram e/ou trabalharam viram crescer o cordão de paupérrimas palafitas do São Francisco e, ao fundo, a península da Ponta d’Areia, onde estão se instalando os mais caros e luxuosos edifícios da capital maranhense.
Na mesma perspectiva, mais ao fundo, pode-se ver a procissão diuturna de gigantescos navios levando, todos os anos, centenas de milhões de toneladas de matéria prima brasileira (minério de ferro, ferro gusa e alumínio primário) para serem processadas e industrializadas em países do dito Primeiro Mundo, pouco deixando de benefício para o Maranhão.
Temos nessa perspectiva leonina uma síntese iconográfica no tempo e no espaço do que é o Maranhão nesta segunda década do Século XXI e dos imensos desafios para sairmos do Século XIX em que nos situamos em termos de indicadores sociais e ambientais.
A tarefa é hercúlea e somente com um Grande Diálogo para a Construção do Maranhão Justo e Próspero do Século XXI poderá ser essa Missão levada a contento.
Além de Brasília - a Meta Síntese - JK tinha um Plano de Metas para realizar “50 anos em 5”, buscando unir os quatro pontos cardeais da nação brasileira com uma nova capital mais equidistante dos extremos.
Buscando essa mesma união, embora com muito mais perigo e complexidade, Abraham Lincoln e Nelson Mandela, cada um a seu modo, estilo e tempo, tiveram de conter tsunamis de vingança e plantar as sementes da não violência para poder reconstruir, os EUA destroçados pela sangrenta e fraticida Guerra Civil e a África do Sul, destroçada por décadas de apartheid e de violências contra os negros e pobres.
De todos os três grandes estadistas mundiais, o modelo de vida e de governo de Nelson Mandela me parece o mais justo e sábio para o enfrentamento do apartheid maranhense e do empobrecimento endêmico.
Por isso ofereço ao Sr. este livro – “A Longa Caminhada até a Liberdade: A Autobiografia de Nelson Mandela” [2012] -, com a certeza de que lhe serão muito úteis os ensinamentos de um homem que após passar mais de 27 anos na prisão, lutando por seus ideais, recebeu o Prêmio Nobel da Paz 1993 e tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul.
Que as lições e inspirações de JK, Abraham Lincoln e Mandela lhe acompanhem por todo o seu governo, em benefício dos sete milhões de maranhenses, do Brasil e da Humanidade e que o Sr. possa dizer no dia de sua posse:
"Deste Palácio dos Leões, desta sede de governo que em breve se transformará em cérebro das mais altas decisões estaduais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu estado do Maranhão e antevejo esta alvorada, com uma fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino".

Cordialmente


RONALD DE ALMEIDA SILVA
Arquiteto Urbanista – CAU-MA 3368-5 [FAU-UFRJ 1972]



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