CARTA
DO VICE-PRESIDENTE MICHEL TEMER À PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF; em 07dez2015.
Leia
abaixo a íntegra da carta obtida pela GloboNews:
Fonte:
Portal G1; Andréia Sadi; Da GloboNews, em Brasília; 07/12/2015
23h16 - Atualizado em 08/12/2015
10h10
http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/12/leia-integra-da-carta-enviada-pelo-vice-michel-temer-dilma.html
São Paulo, 07 de Dezembro de
2.015.
Senhora
Presidente,
"VERBA
VOLANT, SCRIPTA MANENT"
(As palavras
voam, os escritos permanecem)
Por isso lhe escrevo. Muito a propósito
do intenso noticiário destes últimos dias e de tudo que me chega aos ouvidos
das conversas no Palácio.
Esta é uma carta pessoal. É um desabafo
que já deveria ter feito há muito tempo.
Desde logo lhe digo que não é preciso
alardear publicamente a necessidade da minha lealdade. Tenho-a revelado ao
longo destes cinco anos.
Lealdade institucional pautada pelo
art. 79 da Constituição Federal. Sei quais são as funções do Vice. À minha
natural discrição conectei aquela derivada daquele dispositivo constitucional.
Entretanto, sempre tive ciência da
absoluta desconfiança da senhora e do seu entorno em relação a mim e ao PMDB.
Desconfiança incompatível com o que fizemos para manter o apoio pessoal e
partidário ao seu governo.
Basta ressaltar que na última convenção
apenas 59,9% votaram pela aliança. E só o fizeram, ouso registrar, por que era
eu o candidato à reeleição à Vice.
Tenho mantido a unidade do PMDB
apoiando seu governo usando o prestígio político que tenho advindo da credibilidade
e do respeito que granjeei no partido. Isso tudo não gerou confiança em mim.
Gera desconfiança e menosprezo do governo.
Vamos
aos fatos. Exemplifico alguns deles.
1. Passei os quatro primeiros anos de
governo como vice decorativo. A Senhora sabe disso. Perdi todo protagonismo
político que tivera no passado e que poderia ter sido usado pelo governo. Só
era chamado para resolver as votações do PMDB e as crises políticas.
2. Jamais eu ou o PMDB fomos chamados
para discutir formulações econômicas ou políticas do país; éramos meros
acessórios, secundários, subsidiários.
3. A senhora, no segundo mandato, à
última hora, não renovou o Ministério da Aviação Civil onde o Moreira Franco
fez belíssimo trabalho elogiado durante a Copa do Mundo. Sabia que ele era uma
indicação minha. Quis, portanto, desvalorizar-me. Cheguei a registrar este fato
no dia seguinte, ao telefone.
4. No episódio Eliseu Padilha, mais
recente, ele deixou o Ministério em razão de muitas "desfeitas",
culminando com o que o governo fez a ele, Ministro, retirando sem nenhum aviso
prévio, nome com perfil técnico que ele, Ministro da área, indicara para a
ANAC. Alardeou-se a) que fora retaliação a mim; b) que ele saiu porque faz
parte de uma suposta "conspiração".
5. Quando a senhora fez um apelo para
que eu assumisse a coordenação política, no momento em que o governo estava
muito desprestigiado, atendi e fizemos, eu e o Padilha, aprovar o ajuste
fiscal. Tema difícil porque dizia respeito aos trabalhadores e aos empresários.
Não titubeamos. Estava em jogo o país. Quando se aprovou o ajuste, nada mais do
que fazíamos tinha sequência no governo. Os acordos assumidos no Parlamento não
foram cumpridos. Realizamos mais de 60 reuniões de lideres e bancadas ao longo
do tempo solicitando apoio com a nossa credibilidade. Fomos obrigados a deixar
aquela coordenação.
6. De qualquer forma, sou Presidente do
PMDB e a senhora resolveu ignorar-me chamando o líder Picciani e seu pai para
fazer um acordo sem nenhuma comunicação ao seu Vice e Presidente do Partido. Os
dois ministros, sabe a senhora, foram nomeados por ele. E a senhora não teve a
menor preocupação em eliminar do governo o Deputado Edinho Araújo, deputado de
São Paulo e a mim ligado.
7. Democrata que sou, converso, sim,
senhora Presidente, com a oposição. Sempre o fiz, pelos 24 anos que passei no
Parlamento. Aliás, a primeira medida provisória do ajuste foi aprovada graças
aos 8 (oito) votos do DEM, 6 (seis) do PSB e 3 do PV, recordando que foi
aprovado por apenas 22 votos. Sou criticado por isso, numa visão equivocada do
nosso sistema. E não foi sem razão que em duas oportunidades ressaltei que
deveríamos reunificar o país. O Palácio resolveu difundir e criticar.
8. Recordo, ainda, que a senhora, na
posse, manteve reunião de duas horas com o Vice Presidente Joe Biden - com quem
construí boa amizade - sem convidar-me o que gerou em seus assessores a
pergunta: o que é que houve que numa reunião com o Vice Presidente dos Estados
Unidos, o do Brasil não se faz presente? Antes, no episódio da "espionagem"
americana, quando as conversar começaram a ser retomadas, a senhora mandava o
Ministro da Justiça, para conversar com o Vice Presidente dos Estados Unidos.
Tudo isso tem significado absoluta falta de confiança;
9. Mais recentemente, conversa nossa
(das duas maiores autoridades do país) foi divulgada e de maneira inverídica
sem nenhuma conexão com o teor da conversa.
10. Até o programa "Uma Ponte para
o Futuro", aplaudido pela sociedade, cujas propostas poderiam ser
utilizadas para recuperar a economia e resgatar a confiança foi tido como
manobra desleal.
11. PMDB tem ciência de que o governo
busca promover a sua divisão, o que já tentou no passado, sem sucesso. A
senhora sabe que, como Presidente do PMDB, devo manter cauteloso silencio com o
objetivo de procurar o que sempre fiz: a unidade partidária.
Passados estes momentos críticos, tenho
certeza de que o País terá tranquilidade para crescer e consolidar as
conquistas sociais.
Finalmente, sei que a senhora não tem
confiança em mim e no PMDB, hoje, e não terá amanhã. Lamento, mas esta é a
minha convicção.
Respeitosamente,
M.
L TEMER
[MICHEL Miguel Elias TEMER Lulia]
A Sua Excelência a Senhora
Doutora DILMA ROUSSEFF
DO. Presidente da República do Brasil
Palácio do Planalto
BIOGRAFIA
DO VICE-PRESIDENTE MICHEL TEMER [edição minúscula]
http://www2.planalto.gov.br/vice-presidencia/vice-presidente
E-mail: micheltemer@micheltemer.com.br
Michel Temer é o vice-presidente da República do Brasil
eleito, em 2010, juntamente com a presidenta Dilma Rousseff. Reconhecido pela
habilidade política, ocupou por três vezes a presidência da Câmara dos
Deputados e preside, há 11 anos, o maior partido do País, o PMDB. Entre as
principais atribuições da Vice-Presidência está a defesa do interesse nacional
em foros, encontros e negociações internacionais.
MICHEL TEMER, vice-presidente da República
BIOGRAFIA [completa]
http://www2.planalto.gov.br/vice-presidencia/vice-presidente/biografia
E-mail: micheltemer@micheltemer.com.br
Michel Temer é o vice-presidente da República do Brasil
reeleito, em 2014, juntamente com a presidenta Dilma Rousseff.
Reconhecido pela habilidade política, ocupou por três
vezes a presidência da Câmara dos Deputados e preside, há 11 anos, o maior
partido do país, o PMDB.
Entre as principais atribuições da Vice-Presidência
está a defesa do interesse nacional em foros, encontros e negociações
internacionais. Temer realizou conversações com alguns dos principais líderes
mundiais sobre temas de relevo nos últimos meses. Na Coréia do Sul,
encontrou-se com líderes como Barack Obama (EUA), Dimitri Medvedev (Rússia), Hu
Jin Tao (China), entre outros, para debater a segurança nuclear mundial.
Em sua atuação internacional, Michel Temer visitou
países do Oriente Médio, das Américas, Europa e África com a missão de divulgar
a economia brasileira, apontando oportunidades de investimentos e parcerias
cujos resultados serão o crescimento e o desenvolvimento mútuo das nações.
Temer ainda preside dois fóruns de discussões internacionais com os governos da
China e da Rússia: a Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Cooperação e
Concertação (COSBAN) e a Comissão de Alto Nível de Cooperação Brasil-Rússia
(CAN). Esses foros são encontros, onde problemas entre as nações são amplamente
debatidos, soluções são propostas e parcerias são consolidadas. No caso da
Rússia, importante negociação envolvendo o mercado de carne para o Brasil foi
discutido pelo vice-presidente e pelo então primeiro-ministro Wladimir Putin
ainda em 2011. E, na Cosban, Temer e o vice-primeiro ministro Wang Qishan
(China) conversaram sobre o aprimoramento das questões comerciais para
controlar o fluxo de produtos chineses exportados para o Brasil.
No âmbito interno, o vice-presidente também é o
coordenador do Plano Estratégico de Fronteiras, baseado nas operações Sentinela
e Ágata – que visa, principalmente, combater as ações criminosas nos mais de 16
mil quilômetros de fronteiras brasileiras.
Deputado por seis mandatos, em 2009, foi apontado pelo
Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) como parlamentar
mais influente do Congresso Nacional. E, por vários anos, esteve entre os mais
influentes deputados do Brasil.
Formação
Michel Miguel Elias Temer Lulia nasceu em Tietê (SP), no dia 23 de setembro de 1940. Caçula de oito irmãos, Temer é católico. A família, sempre fiel aos preceitos cristãos, imigrou de Betabura, região de El Koura, no norte do Líbano, em 1925.
Michel Miguel Elias Temer Lulia nasceu em Tietê (SP), no dia 23 de setembro de 1940. Caçula de oito irmãos, Temer é católico. A família, sempre fiel aos preceitos cristãos, imigrou de Betabura, região de El Koura, no norte do Líbano, em 1925.
Assim que chegou ao Brasil, seu pai, Miguel Temer,
comprou uma chácara em Tietê e instalou uma máquina de beneficiamento de arroz
e café. Com o passar dos anos, a atividade de Miguel foi ganhando importância.
O filho mais velho, Tamer, passou a ajudá-lo nos negócios da família. Michel e
outros irmãos foram estudar na capital paulista.
Aos 16 anos, Michel Temer iniciou o clássico (atual
ensino médio). Anos depois, entrou na tradicional e renomada Faculdade de
Direito da Universidade de São Paulo (USP), no Largo do São Francisco.
Formado em direito pela Universidade de São Paulo
(1963), possui o título de Doutor em Direito pela Pontifícia Universidade
Católica (PUC) de São Paulo. Michel Temer é considerado um dos maiores
constitucionalistas do país, autor dos livros Constituição
e Política, Territórios
Federais nas Constituições Brasileiras e Seus Direitos na Constituinte e
Elementos do Direito Constitucional, esse último na 20ª edição, com 200 mil
exemplares vendidos. Em 2012, recebeu o título Doutor Honoris Causa do Instituto de Direito Público (IDP)
e da Universidade Fundação Instituto de Ensino para Osasco (UNIFIEO), por sua
atuação no campo jurídico e político brasileiro.
Carreira pública
Iniciou a carreira política como oficial de gabinete de
Ataliba Nogueira, secretário de Educação no governo do Estado de São Paulo. Em
1983, Michel Temer foi nomeado procurador-geral do Estado de São Paulo. No ano
seguinte, assumiu a Secretária de Segurança Pública de São Paulo, cargo que
voltou a ocupar no início dos anos 90.
No comando da Secretaria de Segurança Pública, Michel
Temer adotou ideias modernas, mais tarde usadas como modelo em todo o país. Em
1985, criou os Conselhos Comunitários de Segurança (CONSEGS). No mesmo ano,
após receber uma comissão que denunciava o espancamento de mulheres e o descaso
de autoridades diante dos crimes, Temer criou a primeira Delegacia da Mulher no
Brasil. Ainda nesse período, instituiu a Delegacia de Proteção aos Direitos
Autorais, importante instrumento de combate à pirataria, e a Delegacia de
Apuração de Crimes Raciais.
Na primeira administração à frente da Secretaria de
Segurança Pública, recebeu grande estímulo para disputar cargo eletivo.
Confidenciou ao então governador Franco Montoro um grande sonho: participar da
Assembléia Nacional Constituinte em 1986. Montoro incentivou-o a seguir em
frente.
Elegeu-se deputado constituinte pelo Partido do
Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e participou ativamente da Assembléia
Nacional Constituinte, quando se destacou pela posição moderada, sóbria e pelo
grande conhecimento de direito constitucional.
Após a Constituinte, foi reeleito deputado federal e
exerceu seis mandatos – todos pelo PMDB. Licenciou-se do cargo somente para
reassumir a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo e, depois, a de
Governo.
Michel Temer foi eleito três vezes para Presidência da
Câmara dos Deputados (1997, 1999 e 2009). Na primeira gestão, inovou ao abrir a
Casa para a sociedade ao criar importante sistema de comunicação, responsável
por noticiar o trabalho dos parlamentares e os grandes debates travados no
plenário e nas comissões.
Nesse período, a Câmara discutiu e votou vários
projetos que alteraram a estrutura do Estado brasileiro, com mudanças de grande
repercussão para a modernização das instituições nacionais.
Na condição de presidente da Câmara, assumiu a
Presidência da República, interinamente por duas vezes: de 27 a 31 de janeiro
de 1998 e em 15 de junho de 1999.
No terceiro mandato, como presidente da Câmara, impediu
o trancamento da pauta por Medidas Provisórias editadas pelo Executivo. Temer
ofereceu nova interpretação constitucional. Segundo ele, uma MP somente trava a
votação de matérias que podem ser objeto de Medida Provisória.
Assim, a votação de Propostas de Emenda à Constituição,
Resoluções e Projetos de Lei Complementar, entre outras matérias elencadas no
§1º do art. 62, não poderiam ser barradas. Com essa decisão, amplamente
acolhida no meio jurídico e no âmbito legislativo, a Câmara retomou as votações
de matérias relevantes para a sociedade. Na obra Democracia e Cidadania, Michel
Temer reúne pronunciamentos e artigos elaborados no desempenho do mandato
parlamentar.
De 2001 ao final de 2010, presidiu o Diretório Nacional
do PMDB.
Em 2011, licenciou-se do posto ao assumir a Vice-Presidência da
República.
[CURRÍCULO] SÍNTESE
Nome Completo: Michel Miguel Elias
Temer Lulia
Data de Nascimento: 23/09/1940
Profissões: Advogado e Professor
Filiação: Miguel Elias Temer
Lulia e March Barbar Lulia
Legislatura: 1987-1991, 1991-1995,
1995-1999, 1999-2003, 2003-2007 e 2007-2011.
E-mail: micheltemer@micheltemer.com.br
Mandatos: Deputado Federal
(Constituinte), 1987-1991, SP, PMDB; Deputado Federal (Congresso Revisor),
1993-1995, SP, PMDB; Deputado Federal, 1995-1999, SP, PMDB; Presidente da
República (Interino), 27/01/1998-31/01/1998; Presidente da República
(Interino), 15/06/1999; Deputado Federal, 1999-2003, SP, PMDB. Dt. Posse:
01/02/1999; Deputado Federal, 2003-2007, SP, PMDB. Dt. Posse: 01/02/2003;
Deputado Federal, 2007-2011, SP, PMDB. Dt. Posse: 01/02/2007; Vice-Presidente
da República para o mandato 2011-2014. Posse: 01/01/2011.
Filiação Partidária: PMDB – 1981
Atividades Partidárias: Líder do PMDB,
3/2/1995-5/2/1997; Líder do Bloco PMDB/ PSD/ PSL/ PSC, 1996-1997; presidente
nacional do PMDB, 9/2001-3/2004, 3/2004-3/2007, 3/2007-3/2009, 3/2009-3/2013
(licenciado em 2011).
Projetos Aprovados como Deputado:
§ De
Combate ao Crime Organizado (Lei Nº 9034195)
§ De
Criação dos Juizados Especiais (Lei Nº 9099/95)
§ Do
Código de Defesa do Consumidor – ANC
§ Da
Garantia do Direito de Voto dos Cabos e Soldados – ANC
§ Da
Inviolabilidade dos Advogados no Exercício da Profissão - ANC
REPERCUSSÕES:
[1] Leia a íntegra da carta enviada pelo vice Michel Temer a
Dilma
Ele lista episódios que demonstrariam
'desconfiança' da presidente.
Assessoria
do vice disse que ele se surpreendeu com divulgação da carta.
Tenho mantido a
unidade do PMDB apoiando seu governo [...].
Isso tudo não gerou confiança em mim. Gera
desconfiança e menosprezo do governo"
Trecho da carta de Michel Temer
Fonte:
Portal G1; Andréia Sadi; Da GloboNews, em Brasília; 07/12/2015
23h16 - Atualizado em 08/12/2015
10h10
http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/12/leia-integra-da-carta-enviada-pelo-vice-michel-temer-dilma.html
Presidente nacional do PMDB, o
vice-presidente da República, Michel Temer, enviou uma carta à presidente Dilma
Rousseff nesta
segunda-feira (7dez2015) na qual apontou episódios que demonstrariam a
"desconfiança" que o governo tem em relação a ele e ao PMDB.
A mensagem, segundo a assessoria
da Vice-Presidência, foi enviada em "caráter pessoal" à chefe do
Executivo e, nela, Temer não "não propôs rompimento" com o governo ou
entre partidos, mas defendeu a "reunificação do país".
Temer havia passado os últimos
dias sem se pronunciar sobre o acolhimento pelo presidente da Câmara, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), de pedido de abertura de processo de impeachment. Nesta
segunda-feira, ele participou de evento público em São Paulo, mas não se manifestou sobre
o caso. O PMDB, principal partido da base, está dividido em relação
ao apoio ao processo de impeachment.
Num dos trechos da carta, Temer
escreve que passou o primeiro mandato de Dilma como um "vice
decorativo", que perdeu "todo protagonismo político" que teve no
passado e que só era chamado "para resolver as votações do PMDB e as crises
políticas". Depois, lista fatos envolvendo derrotas que sofreu com atos da
presidente.
Na carta, ele cita inclusive o
caso de Eliseu Padilha, ex-ministro da Aviação Civil que pediu demissão nesta
segunda-feira após
dias de especulação. Na coletiva de imprensa na qual explicou os motivos da saída
do governo, Padilha mencionou, entre outros fatores, a indicação de um técnico
para o comando da Agência Nacional de Aviação Civil, feita por ele e barrada
pelo governo. Temer citou o caso.
saiba mais
[2] FOLHA CRITICA A
‘CARTA INFELIZ’ DE TEMER
9 DE DEZEMBRO DE 2015 ÀS 06:08
http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/208703/folha-critica-a-%e2%80%98carta-infeliz%e2%80%99-de-temer.htm
247 – A ‘Folha de S. Paulo’ critica a ‘carta infeliz’ de Michel
Temer a presidente Dilma Rousseff:
“Se se tratava de acenar com a possibilidade de exercer uma
liderança política nacional –conciliadora ou disruptiva, pouco importa– na
atual crise, o vice-presidente sem dúvida se apequenou”, afirma o jornal de
Otávio Frias; “Michel Temer escreveu uma carta dolorida, magoada, até sincera.
Mas o país poderia ter sido poupado dessa página constrangedora de correio
sentimental”, conclui
“Se se tratava de acenar com a possibilidade de exercer uma
liderança política nacional –conciliadora ou disruptiva, pouco importa– na
atual crise, o vice-presidente sem dúvida se apequenou”, afirma o jornal de
Otávio Frias. “Michel Temer escreveu uma carta dolorida, magoada, até sincera.
Mas o país poderia ter sido poupado dessa página constrangedora de correio
sentimental”, conclui.
Leia abaixo no editorial:
Nos tangos, boleros e outros gêneros românticos de antigamente,
alguns artistas adotavam a prática de, a dada altura, interromper o canto e
passar à simples declamação da letra a meia-voz, reiterando seu recado em tom
de confidência.
Enquanto a orquestra desenrola os compassos incertos do
impeachment, é como se a carta enviada pelo vice Michel Temer (PMDB) à
presidente Dilma Rousseff (PT) correspondesse, no seu tom supostamente magoado
e pessoal, a essa modalidade de canastrice cancioneira.
Não que não sejam cerebrais os seus motivos, e verdadeiras as suas
queixas. Com certeza, por inabilidade, arrogância e preconceito, o Palácio do
Planalto desperdiçou as oportunidades de outorgar a Michel Temer o papel de
articulação política de que tanto se carece num momento de gravíssima crise.
Apontando esse distanciamento numa carta que dificilmente alguém
com sua experiência teria escrito sem saber que vazaria, Temer articula uma
versão para justificar o que constitui seu notório interesse político neste
momento.
Como beneficiário imediato de um eventual afastamento de Dilma, o
vice-presidente se vê na contingência de não poder explicitar excessiva avidez
pelo cargo que tem diante dos olhos.
A mera expectativa de ascensão, porém, tende a unificar o PMDB em
torno de Temer. Seus passos no caminho de um rompimento, aliás já encetados com
a saída do aliado Eliseu Padilha da Secretaria de Aviação Civil, tornaram-se
praticamente sem volta.
O cálculo não é de estranhar, quando tem origem num político
profissional de reconhecida habilidade. O hábito das conversações de bastidor e
das confidências ao pé de ouvido terá cobrado, entretanto, seu preço na tática
adotada pelo melífluo peemedebista.
Se se tratava de acenar com a possibilidade de exercer uma
liderança política nacional –conciliadora ou disruptiva, pouco importa– na
atual crise, o vice-presidente sem dúvida se apequenou.
Sua carta adota um tom choroso, incluindo reclamações risíveis,
como a de não ter sido convidado a participar de um encontro com o
vice-presidente dos EUA, Joe Biden.
Fica-se com a impressão de que o apreço pelo protocolo palaciano,
pelo beija-mão e pelos cargos de segundo escalão supera, no espírito de Temer,
a devida consideração das emergências nacionais.
O característico do mau ator não é a mentira, a falsidade. É o
fato de comover-se consigo mesmo, sentimentalizar as próprias convicções e
atitudes. Michel Temer escreveu uma carta dolorida, magoada, até sincera. Mas o
país poderia ter sido poupado dessa página constrangedora de correio
sentimental.
[3] Post RAS 09dez2015.
https://www.facebook.com/ronaldalmeida.silva.1
CARTA NADA A TEMER!!!
VICE-PRESIDENTE BOLA MURCHA ENVIA
CARTA À PRESIDENTE DILMA COM CHORORÔ PIEGAS, COM VIÉS POLITIQUEIRO FORA DE
PROPÓSITO E FORA DE HORA E TIRA FOCO DO ESSENCIAL, COM CORTINA DE FUMAÇA CHEIA
DE TOLICES.
QUE PAÍS É ESSE?
[3] Post RAS 09dez2015.
Ronald
de Almeida Silva, 68 anos, é arquiteto urbanista [FAU-UFRJ 1972] e reside em São
Luís do Maranhão.
[4] A CARTA TEMER LIDA POR UM AMIGO
Elsinho Mouco com Jacob Pinheiro Goldberg e Flavio Goldberg.·[09dez2015]
São Paulo·
"A reação
publica e intelectual à carta do vice-presidente Michel Temer é reflexo de um
sintoma social: a tentativa de descarte e de tratamento desumano em questões
humanas.
A morte, a
tristeza, os afetos, são pormenorizados, taxados como mera picuinha personalizada.
E o que falta ao mundo político é priorizar os afetos ao jogo, dar voz sim a
aspectos humanos.
Colocar o humano
em uma esfera que deve ser humana e humanizada: a esfera política; que o pessoal sobrepuje o impessoal; ou estaremos fadados
a reproduzir a mesma risada que o antigo médico dava ao receber um paciente e
chamar seu sintoma de histeria.
Toda
carta enviada tem um endereço, toda carta enviada é escrita em certa língua e
deve ser lida alta, com o mesmo respeito que cada humano merece.
Michel
Temer indignado refletiu a indignação que o Brasil vive diante da fria
arrogancia de um Poder que não dialoga com o país."
*Jacob Pinheiro Goldberg, doutor em
psicologia, psicanalista, advogado e escritor.
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