quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

[171] PORTOS: EXPOSIÇÃO NACIONAL do Centenário da Abertura dos Portos Brasileiros às Nações Amigas, Rio de Janeiro, RJ, 1908.


A EXPOSIÇÃO [NACIONAL] DE 1908
Ou o Brasil visto por dentro

THE 1908 EXHIBITION OR BRAZIL SEEN FROM WITHIN


Margareth da Silva Pereira
Tradução português-inglês: Rafael Saldanha Duarte
Fonte: ARQTEXTO 16
http://www.ufrgs.br/propar/publicacoes/ARQtextos/pdfs_revista_16/01_MSP.pdf



A EXPOSIÇÃO [NACIONAL] DE 1908 OU O BRASIL VISTO POR DENTRO
Margareth da Silva Pereira

[1] [APRESENTAÇÃO]
  1. O Brasil vive hoje um novo momento de afirmação de sua importância no plano internacional e tem se visto diante do desafio de organizar uma série de eventos de grande porte. Contudo, a história do país e de suas cidades exibem, desde o século XIX, momentos e situações comparáveis. A abertura dos portos (1808) e a proclamação da Independência (1922) – ao representarem o fim do pacto colonial – deram início à inserção do Brasil em uma rede de relações com diferentes continentes e povos e delinearam um campo de lutas econômicas e políticas no interior do qual o país passou a dar visibilidade a si próprio como, a cada vez, reatualizar sua identidade.
  2. A realização da Exposição Nacional de 1908 e as comemorações do primeiro centenário da abertura dos portos do país ao livre comércio foi um momento forte nesse processo. O evento pode ser considerado como o grand finale de um primeiro tempo de interações econômicas e culturais do Brasil com um mundo cada vez mais urbano e cosmopolita, que teve nas reformas do Rio de Janeiro, entre 1903 e 1906 uma das suas maiores expressões. No início do século XX as autoridades municipais e federais, ainda mais confiantes com as potencialidades do país, não restringiriam o programa de transformação e modernização da imagem nacional à arquitetura, ao urbanismo e ao paisagismo na Capital Federal. Em 1908 o desafio seria mais ambicioso: celebrar o próprio comércio e desenvolvimento do país, realizando, ao mesmo tempo, um “inventário” do Brasil para os próprios brasileiros.
  3. Nos seus três meses de abertura, a exposição foi visitada por mais de um milhão de pagantes, muitos deles oriundos de diferentes pontos de um território em grande parte sequer conhecido pelos demais brasileiros. Todos os estados da Federação organizaram pavilhões ou estandes exibindo seus avanços culturais e econômicos em álbuns, fotografias ou catálogos. Além disso, o Governo Federal e a Prefeitura do Distrito Federal também se fizeram representar, construindo importantes pavilhões e mostrando o desenvolvimento de seus serviços públicos.
  4. Mas se o balanço que o país fazia de si próprio em 1908 mostrava-se surpreendente, mais ainda o é a constatação de que inúmeras das nossas instituições atuais foram concebidas e moldadas nos espaços efêmeros dessas mostras do passado. Das palavras aos comportamentos: é a própria cultura do século XX ou os desafios de hoje que se encontram aí delineados em sua força e em seus limites, em seus sonhos e capacidade realizadora, em suas conquistas efêmeras e em seus valores duradouros.




[2] ENSINANDO A OLHAR O MUNDO
  1. Olhar, comparar, julgar: esses atos que nos parecem tão comuns foram, na verdade, objeto de um longo e intenso processo de educação dos sentidos e, sobretudo da visão, desenvolvido particularmente ao longo do século XIX. Saber ver por imagens e sobretudo, ensinar a ver foi uma construção cultural compartilhada por diferentes sociedades no Ocidente – dentre as quais o Brasil.
  2. Esse culto à imagem se manifestou em uma produção iconográfica diversificada e que impulsionaria a criação de diferentes procedimentos técnicos. Dos grandes panoramas circulares, os primeiros desses dispositivos óticos voltados para a educação visual das massas, que se impuseram nas primeiras décadas do século XIX, rapidamente passou-se à circulação mais ágil oferecida pelos álbuns pitorescos, daguerreotipias, fotografias e, décadas mais tarde, pelas estereotipias, pelos bilhetes postais e pelo cinematógrafo.
  3. Dentre os diversos modos de olhar, comparar e julgar, as Exposições Universais, talvez tenham sido dos mais eficientes. Estas grandes feiras representaram um dos mais importantes espaços educativos da cultura do século XIX, ensinando as novas massas urbanas a observar cidades, povos, culturas e também a hierarquizá-los a partir de uma visão única e evolucionista de desenvolvimento e história.
  4. Desde o fim do século XVIII, a França havia começado a realizar exposições nacionais de indústria e comércio, impulsionada pelo desejo de conhecer suas próprias produções e de igualar-se ao desenvolvimento industrial inglês. Contudo, uma exposição comparativa “universal”, isto é, uma feira que servisse de termômetro das atividades manufatureiras, industriais e comerciais de diferentes países só se realizaria pela primeira vez em 1851, em Londres, em um vasto edifício que passaria a ser conhecido como o Palácio de Cristal.
  5. A partir de então, as Exposições Universais se instituem como grandes eventos mundiais regulares o que sinaliza em que medida o exercício de olhar, comparar e julgar já havia se difundido e se consolidado como uma prática social de grande parte dos habitantes das cidades. A circulação vertiginosa de imagens passou, assim, a se fazer sentir também em outros campos e as comparação entre hábitos culturais e cenas urbanas de diferentes regiões não só foi inevitável como tornou-se “natural”: do interior da África aos Balcãs, dos subúrbios de Glasgow ou Liverpool aos jardins do Plater em Viena, do modo de vida dos marajás ao rito do chá no Japão ou ao uso dos narguilés em Istambul.
  6. Olhar o mundo e, em seguida, classificá-lo fez com que a arquitetura e a imagem das cidades fossem vistas como um “retrato” das civilizações e dos povos. O clímax dessa leitura das culturas através de objetos e edifícios se fixa na segunda metade do século XIX. Através da linguagem estilística adotada em cada contexto e país – greco-romana; gótica, mourisca, turca... – ou do desenvolvimento tecnológico exibido, julgava- se o seu nível de civilidade, cosmopolitismo e progresso. Na verdade, pode - se dizer que a idéia de Exposição Universal e sobretudo esse julgamento comparativo de povos e culturas veio consolidar novas práticas sociais e um novo trinômio: exibir, admirar e consumir.
  7. Durante os grandes eventos que se tornam as Exposições Universais, os próprios países – primeiro em estandes e pouco a pouco em pavilhões isolados – passaram, assim, a exibir produtos e invenções em diferentes áreas, ampliando ainda mais as possibilidades de comparações e atraindo, evidentemente, admiração e também adeptos e consumidores. Pode-se dizer que nessas feiras estreitavam-se contatos e intercâmbios entre autoridades, técnicos, artistas e cientistas, e pouco a pouco consolidava-se uma mentalidade liberal atenta às invenções mas, também, voraz no consumo de novidades.
  8. Mostrar – o que e como – já havia se tornado uma arte, mas os relatórios de autoridades revelam que também alimenta a economia. De fato, as comparações do ponto de vista cultural, se insinuariam a partir de 1855, na Exposição Universal de Paris, quando os países participantes também passaram a exibir seus avanços no campo das artes. Diversas escolas de desenho existentes hoje no mundo e, entre nós, os próprios Liceus de Artes e Ofícios, seriam criados no Rio e em São Paulo, com o objetivo agora de formar e desenvolver a manualidade e o gosto dos artesãos, capacitando- os a responder às demandas de um mercado de objetos manufaturados ou industrializados cada vez mais competitivo.
  9. O Brasil participou de todas as Exposições Universais realizadas durante quase um século, primeiro somente na Europa e depois também nos Estados Unidos: de início reunindo seus produtos em algumas vitrines (Londres, 1851 e 1862; Paris, 1855 e 1867) e mais tarde construindo jardins e edifícios admiráveis (Paris, 1889; Chicago, 1893; Saint Louis, 1904; Nova Iorque, 1939).
  10. Desde 1861, quando organizou a mostra preparatória da Exposição Universal de 1862 em Londres, o governo brasileiro passou a realizar exibições “nacionais” com o objetivo de pré-selecionar os produtos e realizações da indústria local que iriam representar o país. Na cultura do século XIX a palavra indústria não possuía o significado que tem hoje e, assim, à medida que as Exposições Universais foram ficando cada vez maiores, exibir as realizações da indústria de uma nação significava mostrar o trabalho dos seus habitantes nos mais diversos campos: do mecânico ou manual ao moral e intelectual.
  11. Por sua vez essas realizações tão diferenciadas passaram a ser divididas em classes, gêneros e tipos de atividades. No Brasil, mas também nas mais longínquas regiões do planeta, todas as províncias e depois os estados da federação passaram a participar dessas mostras, interiorizando suas lógicas de classificação das atividades humanas, criando suas identidades a partir de uma hierarquia dos povos e culturas em “civilizados” ou “bárbaros”, “adiantados” ou “atrasados”, “desenvolvidos” ou “em desenvolvimento”.
  12. É a partir da ótica classificatória e evolucionista que podemos entender o orgulho da jovem república brasileira e dos cariocas em afirmar, com as obras de reformas da Capital Federal implementadas no governo Rodrigues Alves: o Rio civiliza-se!
  13. O caráter efêmero dessas mostras que atraiam multidões como se vê paulatinamente foram instituindo formas de percepção de si e do outro duradouras. Por outro lado, a partir dos anos 1870 o gigantismo que adquiriram estas mostras do trabalho e da civilização “universal” fez com que cada vez mais se colocasse o problema do que preservar ao término de cada evento e passou-se ainda a avaliar qual o seu impacto ou contribuição para o próprio desenvolvimento urbano.
  14. Vazios urbanos e áreas limítrofes das cidades após abrigarem as Exposições Universais dão origem, assim, a bairros inteiramente novos e os edifícios ou áreas de diversão remanescentes passam a acolher instituições, museus ou serem integrados nos circuitos turísticos. Pavilhões também são pensados para serem desmontados e remontados em outras cidades e, dentro de uma lógica onde tudo se comercializa, muitos edifícios são projetados e construídos até mesmo para serem vendidos para outros países.


 Foto 5: Vista aérea da Exposição Nacional 1908, onde hoje é e atual Praia Vermelha, vendo-se à direita o Morro da Urca e ao fundo a Baia da Guanabara.

[3] A INTERNACIONALIZAÇÃO DO BRASIL
  1. A internacionalização dos contatos entre diferentes regiões do mundo e a organização de um sistema de intercâmbio, impulsionada pelo liberalismo econômico, como vemos, tiveram nas Exposições Universais seu motor e a participação do Brasil foi um dos termômetros da internacionalização econômica e cultural do país.
  2. Entretanto, se as primeiras páginas da história da globalização puderam ser escritas ainda no século XIX, isso só seria possível pelo desenvolvimento sem precedente dos serviços de transporte e, sobretudo, de comunicações. Circular e comunicar são atividades que dão suporte ao próprio processo de intercâmbio econômico entre nações e à criação de práticas sociais e culturais compartilhadas, malgrado as singularidades de cada país.
  3. As bases do sistema contemporâneo de comunicação e circulação de indivíduos, produtos, bens e informação foram construídos em ritmos quase sincrônicos a esse sistema de interações e construções culturais. Até o século XIX, as regiões do planeta não haviam conhecido uma rede de trocas econômicas e culturais tão estreita capaz de cruzar oceanos e mares, embrenhando-se pelo interior das terras dos cinco diferentes continentes. Na primeira metade do século XIX observa-se a expansão das redes de estradas e caminhos, seguidas pelo desenvolvimento dos transportes marítimo e de cabotagem.
  4. Em meados do século XIX firma-se o desenvolvimento ferroviário e o sistema de comunicação se estrutura com a invenção do selo postal na Inglaterra em 1840 e seu rápido reconhecimento internacional (o Brasil, após a Suíça, seria o terceiro país a adotá-lo, em 1843). As trocas comerciais dão, assim, um duplo salto, graças às garantias sólidas na troca de correspondências e às redes de transporte e circulação que permitem fazer circular cartas, amostras, pedidos, contatos, produtos. Se quisermos tecer paralelos pode-se dizer que este período, também designado como o da Segunda Revolução Industrial, é aquele que torna as Exposições Universais as grandes vitrines culturais e de negócios.
  5. Ora, o desenvolvimento da economia brasileira ao longo do século XIX vinha construindo seu lugar dentro destas redes econômicas em larga escala. Paralelamente vinha se desenhando o papel relevante dos serviços postais para o próprio crescimento econômico, impulsionando, ainda, a expansão da telegrafia, desde 1852 com as primeiras experiências de transmissão telegráficas.
  6. Entre a Exposições de Viena em 1873 e a de Paris de 1878, os países economicamente mais ativos já haviam construído novas sedes para seus serviços postais, inclusive o Brasil, que inaugura o seu primeiro edifício especialmente construído para esse fim, na rua 1° de Março.
  7. A organização de Exposições Universais no continente americano – primeiro na Filadélfia, e na virada do século XIX em Chicago e Saint Louis – deslocariam, contudo, o foco do desenvolvimento econômico do cenário europeu, o que de certo modo também favoreceria o Brasil. Os pavilhões brasileiros começaram a atrair a atenção do público desde 1889, em Paris. Contudo, é neste novo arranjo de forças transnacionais que engenheiros brasileiros se notabilizaram nas exposições realizadas nos EUA, primeiro com a premiação de Francisco Marcelino de Souza Aguiar em Chicago e, depois, com o projeto para o pavilhão do Brasil em Saint Louis (que seria remontado no Rio como sede do Senado Federal – o Palácio Monroe, hoje destruído).
  8. Assim, esta terceira onda de expansão econômica e tecnológica provocada pelo desenvolvimento da eletricidade, da telefonia e, pouco a pouco, do automóvel, acelera a internacionalização da economia nacional. Entretanto, é de um ponto de vista americano que intelectuais e autoridades brasileiras se vêem e a própria modernização do país.
  9. Nesse contexto, os Correios e Telégrafos e a expansão de seus serviços passam a ser uma tarefa estratégica e que exige ser valorizada. Eles deveriam contribuir em um duplo processo: unificar o Brasil criando redes regulares de contato através de agências e postos de serviço distribuídos por todo o território e continuar a integrar mais rapidamente esse Brasil cada vez mais concreto e vasto como sistema econômico à uma rede sem fronteiras de comércio e trocas, cada vez mais internacional.



[4] GLOBALIZAÇÃO E PAN-AMERICANISMO
  1. A Exposição Nacional de 1908 foi a sétima exibição nacional realizada no Rio de Janeiro. Ela representou o auge mas também o início do questionamento de um processo classificatório de países cujos parâmetros haviam sido construídos a partir de um conceito eurocêntrico de cultura. Por outro lado, ao comemorar o centenário da Abertura dos Portos ao livre comércio, ela celebrava a própria cultura capitalista e industrial que firmara suas bases durante o século XIX.
  2. Entretanto, ela marca também uma inflexão ao propiciar a realização de um inventário do país não para ser exibido para fora de suas fronteiras, mas para os próprios brasileiros. É a partir desse “Brasil em exposição” que o país passa a ser visto de dentro e uma visão “interna” também começa a ganhar forma e, mais do que isso, a definir com mais clareza políticas conseqüentes para o país e suas cidades e regiões.
  3. Na verdade, a proclamação da República e, sobretudo, as reformas urbanas da Capital Federal realizadas pelo Ministério de Viação e Obras Públicas e pela Prefeitura do Distrito Federal, marcaram novos tempos na história do país. Juntamente com os mecanismos simplistas de exibição e leitura do desenvolvimento dos países instituídos com as Exposições Universais, a modernização da arquitetura da área central e do Porto do Rio de Janeiro era percebida como se o Brasil inteiro subitamente houvesse modernizado o conjunto de suas instituições e a própria mentalidade e os hábitos dos seus habitantes.
  4. O sucesso obtido pelos pavilhões brasileiros na Exposição Universal de 1893 em Chicago e na Exposição Universal de Saint-Louis em 1904, além do acúmulo de medalhas e prêmios que os expositores passaram a ganhar em cada exposição, contribuiu para construir o clima de otimismo em relação ao crescimento do país durante a primeira década do século XX. Parecia, dessa forma, que o Brasil tinha encontrado o seu próprio rumo para alavancar o seu desenvolvimento.
  5. Favoreceram esse sentimento positivo ainda dois outros fatores: a reconstrução, com sucesso, do pavilhão do Brasil na Exposição de Saint-Louis no Rio de Janeiro, batizado como Palácio Monroe; e a realização da III Conferência Pan-Americana de 1906, também na Capital Federal, nas próprias dependências do pavilhão recém construído. Ambos eventos reativavam as discussões sobre o novo momento econômico do país que vinha fazendo com que em menos de “um lustro se tornasse o Brasil mais conhecido do que nos quatro séculos que tem de existência”.
  6. Esse misto de sentimento pan-americanista e “suave alegria patriótica” podia ser acompanhado na revista Kosmos que comentava em suas páginas o quanto, por ocasião do evento nos Estados Unidos, “desenharam-se as nossas forças econômicas, dignas de ombrear com as dos velhos povos dos outros continentes, manifestando-se perfeitas em nossos artefatos industriais, enormes na expansão de nossa agricultura, maravilhosas nos produtos de nossa natureza, de sorte a colocar o Brasil em tal situação de avantajamento, que na gigantesca feira bem se pode afirmar – fomos nós os vencedores.”
  7. A idéia da exposição nacional surgiu no Congresso de Expansão Econômica, em 1905, por sugestão da imprensa e foi acatada pelo Congresso Nacional, que votou o orçamento para sua realização em julho de 1907. Destinada “a marcar no caminho dos séculos o primeiro estágio da vida do Brazil no mundo civilizado”, quatro grandes ramos da atividade nacional deveriam ser contemplados – agricultura, indústria, pecuária e artes liberais.
  8. Mas os brasileiros, conheciam eles o Brasil? A pergunta era pertinente na medida em que a exposição de Saint-Louis retirara o país da doce ilusão e do conforto da sua posição periférica revelando a fecunda atividade e os progressos de vários setores da indústria nacional, do quais só se falava em tons de piada. Os brasileiros pareciam mais se interessar “pelo que vai por além-mar do que o acontecido dentro das raias do nosso vastíssimo território”. Se a Exposição de Saint Louis foi uma “maravilha” para o estrangeiro, era preciso confessar “que talvez fossemos nós mesmo os mais maravilhados.”
  9. É a constatação de que o país ignorava as suas próprias conquistas e as suas potencialidades, em quase um século de Independência que explica a rapidez e o entusiasmo com que foi montada a Exposição Nacional de 1908. A comemoração do CENTENÁRIO DA ABERTURA DOS PORTOS foi o pretexto para compor o “retrato” da nação.
 

[5] OS PREPARATIVOS
  1. Os preparativos da Exposição Nacional começaram sob a presidência de AFONSO PENA sob a tutela do seu Ministro da Indústria, Comércio, Viação e Obras Públicas, Miguel Calmon du Pin e Almeida. Em outubro de 1907,
  2. o ministro formou uma comissão executiva composta por 41 membros tendo como presidente o engenheiro Antônio Olyntho dos Santos Pires, ex-Ministro da Viação e professor da Escola de Minas de Ouro Preto. Decidiu -se que do ponto de vista logístico, todos os gastos com os transporte dos objetos que deveriam ser expostos seriam pagos pelo Governo Federal e, a fim de promover o evento, foram enviado delegados a todos os estados da Federação.
  3. Cioso do impacto da mostra para o desenvolvimento da cidade, o Ministro Miguel Calmon analisou vários locais para sediar o evento. Deve-se notar que à frente da Prefeitura do Distrito Federal estava o próprio coronel-engenheiro Francisco Marcelino de Souza Aguiar, que, como delegado e recebedor de honras e prêmios nas exposições de Chicago e Saint-Louis, acumulava grande experiência na organização desse tipo de mostra.
  4. Assim, foram analisados e descartados diversos terrenos na cidade, ora por serem muito pequenos, ora por questões locacionais, ora pelos custos da operação: a área aterrada e ainda não construída no novo Porto, o Campo de São Cristóvão e a Quinta, o Campo de Santana, as Praias do Russel e de Santa Luzia.
  5. Em fins de 1907, o próprio ministro decidiu-se pela região da Praia da Saudade, onde dois edifícios pertencentes à esfera federal poderiam ser aproveitados, reduzindo os custos. O primeiro era o da Escola Militar, em estado de abandono à época, e o segundo o da projetada Universidade do Brasil, cuja pedra fundamental havia sido lançada em 1881, mas que permanecia inacabado.
  6. A área de 182.000m2, compreendida entre a Praia da Saudade e a Praia Vermelha, e situada entre o mar e a montanha, oferecia um aspecto pitoresco e sua escolha já apontava para a valorização da orla como espaço de lazer. Uma nova frente de urbanização acabaria, assim, sendo “criada” graças a novos aterros hidráulicos na área e, do ponto de vista do acesso, a um esquema de transportes que contava com os novos bondes elétricos da Light and Power e modernas barcas da Companhia Cantareira, construindo-se para tanto um ancoradouro.
  7. Antes mesmo que o plano geral da exposição estivesse decidido, foram iniciadas as obras de infraestrutura. Durante um curtíssimo período de hesitações, uma primeira proposta para a ocupação da área da Praia da Saudade chegou a ser estudada pelo Dr. Buarque de Macedo e veiculada pela imprensa, mas seria rapidamente abandonada.
  8. O projeto aprovado pela comissão entre setembro e outubro de 1908 começou por mudar a localização e dar maior grandiosidade à porta de acesso ao recinto propriamente dito da Exposição Nacional. Sua concepção foi confiada ao arquiteto René Barba, que inspirou-se na Porta Triunfal da Exposição Universal de 1889, em Paris.
  9. Um imponente eixo com 30 metros de largura e 560 metros de extensão, a chamada Avenida dos Estados – hoje parte da Avenida Pasteur – estruturava o conjunto. Partindo da Porta Monumental a avenida levava os visitantes até o edifício da antiga Escola Militar, totalmente reformada para receber o Pavilhão das Indústrias. Coroava a perspectiva uma fonte luminosa, composta por planos d’água sinuosos e chafarizes, formando um gigantesco Château d´eau – isto é, um reservatório – construído com a moderna tecnologia do cimento armado.
  10. Situado no início da avenida, o edifício da antiga Universidade passou a ser chamado Palácio dos Estados e foi adaptado para receber as representações de diversos estados da Federação. Ao longo do eixo, sucediam-se gramados e jardins, entrecortados por praças e ruas, acolhendo os pavilhões isolados. Duas vias de contorno margeavam as encostas dos morros da Urca e da Babilônia e uma pequena via férrea foi construída para a locomoção do público, internamente.
  11. Arquitetos, pedreiros, carpinteiros, mecânicos, estucadores, bombeiros, eletricistas, ladrilheiros, pintores “de liso” e artistas pintores transformaram o canteiro de obras de janeiro a junho de 1908 em um formigueiro de operários e artífices, como registra Ferreira da Rosa em suas memórias, permitindo a construção do cenário da Exposição Nacional, como um “encantamento”.
  12. A Exposição Nacional foi inaugurada em 11 de agosto e esteve aberta ao público até 15 de novembro de 1908, recebendo investimentos maciços do Governo da União, da Prefeitura do Distrito Federal e dos estados.



[6] A EXPOSIÇÃO DE 1908 E SEUS CONSTRUTORES
  1. Parece-nos, ainda, um sonho esse inesperado aparecimento da pequenina cidade de palacetes nos areais da Urca...”
  2. A revista Kosmos traduzia assim o sentimento de deslumbramento em relação às obras realizadas para a Exposição Nacional. Mais de trinta novas construções haviam surgido na esplanada entre a Praia da Saudade e a Praia Vermelha entre janeiro e agosto de 1908, quando a feira abriu suas portas.
  3. O responsável direto por este feito havia sido JOSÉ MATTOSO SAMPAIO CORREA, Inspetor Geral das Obras Públicas, designado pelo Ministro Miguel Calmon como Presidente Honorário da Exposição e engenheiro-chefe da Comissão Construtora.
  4. SAMPAIO CORREA realizou uma obra arrojada na Exposição, introduzindo em quase todos os edifícios sob sua responsabilidade a nova técnica do cimento armado em paredes, estruturas e moldagens. Introduziu também sistemas complexos de adução e bombeamento d’água utilizando ainda uma outra tecnologia que apenas começava a generalizar-se no Rio de Janeiro: a energia elétrica.
  5. A Comissão Construtora era composta por quatro engenheiros e dois arquitetos e se desdobrou, enfrentando diferentes problemas técnicos: ora tratava-se do enrocamento e vedação em cimento da construção do cais, da estabilidade da construção do Palácio das Indústrias, do abastecimento do Chateu d’eau para permitir o constante fluxo e nível de água dos chafarizes ou da iluminação elétrica da Porta Monumental, ora tratava-se da definição de terrenos para acolher pavilhões inicialmente não programados como o do Corpo de Bombeiros e o da Imprensa. Nada, entretanto exigiu tanta atenção como resolver, em tempo hábil, a mudança de local e projeto do Pavilhão de Portugal, garantindo, entretanto, dimensões compatíveis com as do projeto primitivo para poder receber as vitrines e o material que já havia sido expedido em navio.
  6. SAMPAIO CORREA recebeu inúmeras homenagens oficiais e elogios na imprensa por seu trabalho. Os dois arquitetos da Comissão Construtora também se notabilizaram. RENÉ BARBA, além do Arco Monumental também concebeu as novas fachadas do Pavilhão das Indústrias e o Restaurante do Pão de Açúcar, o mais elegante da Exposição. FRANCISCO ISIDORO MONTEIRO, além da adaptação do Palácio dos Estados, foi o responsável pelo edifício do Teatro João Caetano.



[7] A RETÓRICA DOS PAVILHÕES
  1. Além do Distrito Federal e de Portugal, único país convidado, quatro estados da federação construíram pavilhões própriosBahia, Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina. A modernização do país e de certos setores administrativos federais e municipais podia também ser atestada em vários outros edifícios como os Pavilhões dos Estados, o das Indústrias, o dos Correios e Telégrafos, o do Corpo de Bombeiros, o da Inspeção de Matas e Florestas, o do Jardim Botânico e até mesmo na presença discreta do edifício da Assistência Municipal.
  2. Certos ramos da atividade industrial ou econômica também se fizeram presentes afirmando seu desenvolvimento em requintados pavilhões – como o da fábrica de tecidos BANGU (projeto em estilo mourisco do diretor da empresa José Villas Boas) ou o da Sociedade Nacional da Agricultura, em estilo renascença (construído pelo engenheiro Souza Reis, secretário da instituição).
  3. No campo artístico, o desenvolvimento, refinamento e atualização do país podia ser medido na produção exibida no Pavilhão das Artes Liberais, que expunha plantas e maquetes dos edifícios da exposição e a obra de artistas como os irmãos Bernardelli, Visconti, Batista da Costa, Rodolfo Amoedo, Belmiro de Almeida, Nicolina Vaz de Assis, Ernesto Giradet, entre outros.
  4. No Pavilhão Egípcio, o maestro Alberto Nepomuceno, à frente do Instituto Nacional de Música, vinha fazendo uma campanha em prol do canto em língua nacional, mas organizou concertos homenageando reconhecidos compositores europeus como Rimski-Korsakov, que faleceu em 1908, e o moderno Claude Debussy.
  5. O Teatro João Caetano se impunha no conjunto com seus 870m2 e sua decoração interna em tons de verde e ouro, idealizada pela fantasia audaz de Raul Pederneiras, foi celebrada pela sua originalidade. Em seu espaço bastante vasto, agradável, perfeitamente delineado, prático e confortável foram encenadas várias peças de ARTHUR AZEVEDO.
  6. Em todas as obras da Exposição Nacional de 1908 os arquitetos contratados buscavam que a linguagem arquitetônica de seus edifícios emblematizasse a importância de cada estado, a “indústria” de sua população ou a própria pujança econômica. Entretanto, quatro edifícios se sobressaíram, não apenas por estarem quase frente a frente ou lado a lado, mas também por que suas mensagens de magnificência, sobriedade, elegância, monumentalismo, luxo ou rusticidade, mostravam-se em alguns casos complementares mas, sobretudo, contrastantes, senão contraditórias.
  7. Apenas ultrapassando a Porta Monumental o visitante já se surpreendia com os pavilhões da Bahia e de Minas Gerais, ambos projetados pelo arquiteto Rafael Rebecchi.
  8. O primeiro [Bahia], com área de 450m², exibia estilo Renascença Italiana e com seus 38 metros de altura em três pavimentos era coroado com uma cúpula destacando-se uma escultura da deusa Vitória, com uma palma de louros nas mãos. No térreo, um grupo escultórico representava alegoricamente o estado da Bahia em seu conjunto e no primeiro patamar, via-se a alegoria da própria capital do estado e a figura de Catarina de Paraguassú. Foi construído pelo diretor da Escola Politécnica da Bahia, o engenheiro Arlindo Fragozo.
  9. O pavilhão de Minas Gerais, além de possuir área significativamente maior, com seus 650m² e com sua torre de 62 metros de altura encimada por um foco luminoso, pontuava a importância política de Minas Gerais na relação de forças políticas da 1a República.
  10. O próprio presidente do Estado fizera os desenhos iniciais do edifício. Aqui, no desenvolvimento de projeto, Rebecchi adotara o que era uma revolução na época – um edifício sem estilo definido – que, no entanto, impunha-se pela riqueza e elegância de sua ornamentação. A imprensa, ao comentar o pavilhão de Minas Gerais, sublinhava como o edifício soubera simbolizar duas virtudes capitais dos mineiros: a altivez serena e a modéstia afável, mas na verdade parecia, indiretamente, criticar o pavilhão do estado de São Paulo, em sua exuberância estilística e em seu monumentalismo.
65.   A representação de São Paulo foi a mais aclamada pelo público e os produtos enviados pelos diversos participantes do Estado ocuparam vários edifícios e, sobretudo, duas alas em dois pavimentos do Pavilhão dos Estados. Os estandes, vitrines e quiosques do estado, além de mostrar sua produção agrícola e seus recursos naturais, também exibia tecidos, máquinas, artefatos em couro, cerâmica, maquete de edifícios e até mesmo um grandioso panorama com uma vista de sua capital – o chamado panorama do fotógrafo Valério, com onze metros de extensão. Entretanto, era o pavilhão construído especialmente pelo governo do Estado de São Paulo para a Exposição Nacional que causava o maior impacto nos visitantes.
66.   Dominando a praça principal o pavilhão era  o maior e mais luxuoso do evento. Projeto de Ramos de Azevedo e Ricardo Severo, figuras eminentes da arquitetura paulista da época, foi executado pelo arquiteto Domiziano Rossi. O edifício, com 1.500m2 era maior até mesmo que o Pavilhão do Distrito Federal e possuía uma ala expositiva mas destinava-se, sobretudo, às atividades oficiais, reunindo a sala de honra para receber as autoridades e delegações brasileiras e estrangeiras, o salão de festas e as áreas destinadas às conferências. O pavilhão era profusamente decorado com esculturas e relevos ornamentais e era coberto por nada menos que 12 cúpulas. Foi considerado o mais belo da Exposição Nacional, vencendo um concurso promovido pelo Jornal do Commércio. Com sua opulência, pode ser visto como a expressão máxima da linguagem grandiloqüente que a arquitetura das exposições Universais e Nacionais alcançara em meio século.

Foto: Pavilhão do Estado de Santa Catarina. Todo em madeira [ecológico]

67.   Contrastando com São Paulo, Santa Catarina chamava a atenção pela sua simplicidade. Seu pavilhão era um modesto chalet construído com 150 espécies de madeira da região, evocando as residências dos seus imigrantes. Observando a europeização excessiva da arquitetura de alguns edifícios o Jornal da Exposição registrava um certo sentimento nacional que apenas se esboçava:
68.   “Santa Catarina pode dizer aos outros estados (...) ‘seus palácios vieram do estrangeiro, ao passo que, em minha casa modesta, tudo é meu, tudo saiu do meu próprio seio, tudo é filho de minha pouca fortuna e do meu honrado trabalho.”



[8] APRENDENDO SOBRE O BRASIL E A CAPITAL FEDERAL
69.   O prefeito Francisco Marcelino de Souza Aguiar nomeou uma comissão para organizar a forma de apresentação dos expositores do Distrito Federal. Foi decidida a construção de um pavilhão específico para a mostra da prefeitura, sendo que os demais expositores ocuparam vários edifícios, como o Palácio dos Estados e o Palácio das Indústrias. O Jardim Botânico construiu um quiosque próprio para mostrar sua coleção, e a Inspetoria de Matas, Jardins, Arborização, Caça e Pesca também realizou uma exposição especial que ocupava aproximadamente 1.400m². Todas as exibições reunidas ocuparam mais de 4.000m².
  1. O pavilhão do Distrito Federal possuía cerca de 1.100m² e fora desenhado pelo engenheiro Francisco Oliveira Passos, também autor do projeto do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. O edifício caracterizava-se pela sobriedade, e os ornamentos da fachada se limitavam a alguns relevos, destacando-se as armas municipais e o símbolo da República – uma cabeça feminina. Uma rotunda coroava o edifício, sobre a qual se elevava uma alta cúpula transparente. Nos seus dois pavimentos foram exibidas as obras recentíssimas da administração municipal, voltadas para a educação primária e profissional, saúde, higiene e assistência pública, além de outros melhoramentos urbanos. O segundo pavimento foi reservado aos bailes e às recepções.
  2. Para além da elegância da arquitetura em estilo clássico modernizado, o outro foco de atenções foram as estatísticas. Sob o comando de Bulhões de Carvalho foram mostrados muitos dados da cidade e dos serviços municipais. Ao mesmo tempo, a Diretoria Geral de Estatística, órgão afeito ao Governo Federal, também exibiu diversos pictogramas, mapas e textos do país, fornecendo, pela primeira vez desde a proclamação da República, um vasto retrato do país em números, possibilitando, inclusive, a constatação das assimetrias de seu crescimento.
  3. Como sintetizou o jornal A Notícia, na Exposição Nacional de 1908 o Rio de Janeiro viu ao vivo e observou a alegria em conjunto de milhares de pessoas, “passando por encantadoras avenidas à beira mar, ou percorrendo os luxuosos salões em que a energia e a força brasileiras ostentavam gloriosamente...”
 

[9] VER, FLANAR E INSTRUIR-SE
  1. “Coisa assim tão bella, combinação tão opulenta de luzes, até hontem, só nos fora dado ver na polidez de paginas de revistas... Ontem o Rio de Janeiro viu ao vivo; observou a alegria de conjuncto de talvez sessenta mil pessoas, passeando por encantadoras avenidas à beira mar, ou percorrendo os luxuosos salões em que a energia e a força brasileiras ostentavam gloriosamente... quer a Cantareira, quer, principalmente, a Jardim Botânico empregaram o máximo de esforço em servir a estupenda onda de gente que, de minuto em minuto, invadiu a monumental porta de nossa Exposição.”
  2. O jornal A NOTÍCIA registrou, na abertura da Exposição, o que talvez tenha sido o sentimento dos cariocas e dos milhares de visitantes durante os três meses em que esteve aberta a mostra. As matérias veiculadas diariamente na imprensa carioca, além dos preços módicos da entrada, fizeram da Exposição Nacional um sucesso.
  3. Os concertos sinfônicos, realizados no Pavilhão Egípcio, introduziram as jovens platéias a um repertório variado e erudito. “É uma verdadeira educação musical o que se visa com esses concertos, que prometem ser do mais alto interesse, quer como execução, quer como escolha de peças, quer como solistas.”, comentava o Jornal do Commércio, antes mesmo da inauguração.
  4. Com um intuito claro de formar o gosto local também se exibiram no Teatro da Exposição várias companhias brasileiras e estrangeiras, produzindo óperas cômicas, variedades e também concertos de música. Os visitantes podiam ainda participar das batalhas de flores e de confete, assistir aos concursos hípicos, se encantar com a própria iluminação elétrica de vários pavilhões ou se maravilhar com os fogos de artifícios de fábricas nacionais, inglesas e japonesas.
  5. Podiam também patinar, assistir ao cinematógrafo Segreto ou apreciar a maravilhosa vista da Baía, debruçando-se nas balaustradas do Setor de Diversões ou nos dois restaurantes – o do Pão de Açúcar e o Rústico.
  6. Frequentaram a Exposição Nacional de 1908 mais de um milhão de pessoas, e ela reuniu 11.286 expositores brasileiros e outros 671 portugueses. Definitivamente, colocou o Brasil diante de si próprio e do desafio de desenhar o seu lugar dentro de uma cultura cada vez mais globalizada e complexa.
[fim do texto de MSP]



BIBLIOGRAFIA

1.     Ory, Pascal. Les Expositions Universelles de Paris. Paris: Ed. Ram-say, 1982.
2.     Union Centrale des Arts. Le livre des Expositions Universelles.
3.     Paris: Ed. des Arts Décoratifs, 1983.
4.     Aimone, Linda, e Carlo Olmo. Les Expositions Universelles 1851-1900. Paris: Belin, 1993.
5.     Chalet-Bailhace, Isabelle. Paris et ses expositions universelles.
6.     Paris: Ed. du Patrimoine, 2008.
7.     Neves, Margarida de Souza. As vitrines do progresso. Rio de Janeiro: PUC, 1986.
8.     Pereira, Margareth da Silva. “Uma arqueologia da modernidade brasileira – A participação do Brasil nas Exposições Universais.” em Revista Projeto 139, 1991.
9.     Pesavento, Sandra Jatahy. Exposições Universais: espetáculos da modernidade do século XIX. São Paulo: HUCITEC, 1997. Levy, Ruth. Entre Palácios e Pavilhões, a arquitetura efêmera da Exposicão Nacional de 1908. Rio de Janeiro: EBA, 2008. Correa, José Mattoso Sampaio. Relatório dos trabalhos executa-dos durante os anos 1907 e 1908 apresentado ao Ministro da Indústria, Viação e Obras Públicas. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1909.
10. Diretoria Geral de Estatística. Boletim Comemorativo da Ex-posição Nacional de 1908. Rio de Janeiro: Tip. da Estatística, 1908.
11. Kosmos. Revista Artística, Scientifica e Literaria. Rio de Janeiro: Anno 1907.
12. Kosmos. Revista Artística, Scientifica e Literaria. Rio de Janeiro: Anno 1908.
13. Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas: Relatório apresentado ao Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil pelo Ministro Miguel Calmon Du Pin e Almeida. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, vol. 1, 1909.
14. Rio de Janeiro, Guia da Exposição Nacional -1908. Rio de Janeiro: José Salerno, 1908.


ANEXO by RAS: não consta do original

ESTADOS PARTICIPANTES [conforme legenda das plantas baixas do Palácio dos Estados]
Sigla
  1. Acre
AC
  1. Alagoas
AL
  1. Bahia
BA
  1. Ceará
CE
  1. Espírito Santo
ES
  1. Minas Gerais
MG
  1. Pará
PA
  1. Paraíba
PB
  1. Piauí
PI
  1. Rio de Janeiro
RJ
  1. Rio Grande do Norte
RN
  1. Rio Grande do Sul
RS
  1. Santa Catarina
SC
  1. São Paulo
SP
  1. Sergipe
SE
Nota do Editor: O Estado do Maranhão não participou da Exposição Nacional 1908, segundo essa relação. A verificar em outras fontes. Mas o Gov. Benedito Leite deve ter enviado o ÁLBUM MARANHÃO 1908, do fotógrafo Gaudêncio Cunha, para os organizadores.





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