FACEBOOK 25jan2017 (nº 1982): RELAÇÕES PERIGOSAS - MINISTRO
DO STF - SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NÃO PODE AGIR E PENSAR COMO UM
CIDADÃO COMUM SEM AS RESPONSABILIDADES E LITURGIAS DO CARGO.
Ø
No momento em que a grande mídia abandona
(como abandonou a narrativa do golpe em 1964) a hipótese de que a morte de
Teori Zavascki pode não ter sido um acidente, confira 10 episódios para duvidar
da tragédia perfeita
Fonte: Blog Pragmatismo Político; Cauê S. Ameni, Hugo Albuquerque e André
Takahashi, Outras Palavras; ;
24/JAN/2017 ÀS 15:21
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2017/01/fatos-sobre-a-morte-de-teori-zavascki-merecem-atencao.html
Acesso RAS em
25jan2017.
Nota RAS: textos entre [colchetes] e numeração de parágrafos
não constam do original.
Tragédia perfeita?
Comitiva
de Michel Temer no velório do ministro Teori Zavascki
[PREFÁCIO]
1.
Teoria
da conspiração ou desconfiança justificada? Após a queda do
avião que, dentre outras vítimas fatais, resultou na morte do ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF) TEORI
ZAVASCKI, o empresário CARLOS
ALBERTO FERNANDES FILGUEIRAS e mais três pessoas, imediatamente se
instaurou um debate narrativo sobre o que aconteceu.
2. Teori era relator do processo da Lava Jato na Suprema Corte e estava às vésperas de retirar o sigilo de cerca de 900 depoimentos e homologar as 77 delações da Odebrecht. O mais relevante acordo de colaboração da história da Justiça do país, envolvendo nomes de figurões dos mais variados partidos.
3. Há quem prefira ver nisso uma trágica coincidência, mas será que aqueles que desconfiam de tal versão não têm motivos para tanto?
4. Nos últimos 50 anos, o Brasil, o país da cordialidade, fabricou um histórico de acidentes estranhos que impactaram diretamente nos rumos da política nacional:
i.
no ar, marechal HUMBERTO CASTELO
BRANCO, três meses depois de deixar a presidência para seu desafeto Costa
Silva — vinculado à ala mais dura do regime –, morreu [no Ceará] vítima de um
estranho acidente aéreo no dia 18 de julho de 1967;
ii.
Em terra, JUSCELINO KUBITSCHEK,
suspeito de ter sido assassinado, [em acidente rodoviário na Via Dutra, em
Resende] em 22 de agosto de 1976, segundo o último relatório da Comissão da Verdade.
iii.
Sem esquecer do ex-deputado e presidenciável ULYSSES GUIMARÃES, [na queda do helicópetro com um “Empresário
Amigo” donono do Hotel Glória, em 12out1992];
iv.
o então ministro da reforma agrária MARCOS
FREIRE em [08set] 1987, [em queda de avião da FAB no sul do Pará],
v.
o ex-presidente da Vale e ex-membro dos conselhos da Petrobrás e da
Caixa Econômica Federal, ROGER AGNELLI,
[morto junto com toda a família em 19mar2016, em queda do seu avião particular
monomotor experimental];
vi.
o ex-governador de Pernambuco e
presidenciável nas últimas eleições presidenciais, EDUARDO CAMPOS [morto em 13ago2014, na queda de jatinho em Santos,
SP], — lembrando que PAULO CÉSAR MORATO,
empresário [amigo] e dono do avião, foi encontrado morto envenenado num
motel em 22 de junho de 2016.
vii.
A morte de TEORI, portanto, é
mais um capítulo desse estranho histórico.
5. O MPF e a PF abriram inquérito para apurar a queda. A pergunta norteadora da investigação é: em quais circunstâncias o bimotor C90GT King Air, fabricado pela norte-americana Hawker Beechcraft, com inspeção em dia segundo a Anac, conduzido por Osmar Rodrigues, o piloto “mais experiente” da rota São Paulo-Paraty, caiu no mar, levando consigo o relator da Lava Jato e ministro indicado ao STF pela ex-presidenta Dilma Rousseff?
6. Logo agora que as delações atingiriam o núcleo duro do atual governo pós-impeachment, citando expressamente propina de R$ 2 milhões em dinheiro vivo para Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, R$ 23 milhões na Suíça para José Serra, ministro das Relações Exteriores, e R$ 10 milhões para o próprio Michel Temer?
7. Enquanto não surgem evidências concretas, a mídia hegemônica descarta a hipótese de assassinato político, assim como descartou a narrativa do golpe em 1964 e 2016. Trata o assunto como se a possibilidade não pudesse ser discutida, enquanto as peças do quebra-cabeça afundam no mar.
8. Não entrando na paranoia, mas perseguindo o hábito jornalístico de reunir fatos e ser cético diante das versões oficiais — sobretudo em situações de interesse nacional — garimpamos elementos curiosos, esparsos na rede, para montar esse quebra-cabeça.
[PERGUNTAS E FATOS INCÔMODOS]
1) “PARECIA A ESQUADRILHA DA FUMAÇA”
1.1. De acordo com o relato do
barqueiro CÉLIO DE ARAÚJO,
testemunha ocular do acidente que acionou os bombeiros para o resgate: “A chuva
ainda tava fraca. Vento não tinha. Acho que foi problema no motor esquerdo.
Deve ter desligado o motor esquerdo e ele ficou só com o motor direto, quando
foi bater a asa no chão”.
2) AVIÃO SEGUIDO HÁ 16 DIAS?
2.1. O jornalista CHICO MALFITANI divulgou uma
foto, a partir dos dados que lhes foram repassados pelo engenheiro da USP LEONARDO MANZIONE, que mostra a base de
dados da ficha técnica do avião da Beechcraft acessado 1.885 vezes 16 dias
atrás (3 de janeiro de 2017) – 3,7 vezes mais do que todas as visualizações
anteriores.
2.2. O
site é de FREDRIK LINDAHL, CEO da Flightradar24 AB | MBA, e está
hospedado nos EUA, onde podem-se identificar os IPs de acesso, apurou
o jornalista MARCELO AULER. Quem fez
essas consultas e por que tanta curiosidade na ficha técnica do mesmo bimotor
com o registro PR-SOM LJ-1809?
3) HANGAR MOVIMENTADO?
3.1. Segundo reportagem
da Folha de S. Paulo:
“As horas após a queda do avião foram movimentadas no hangar de Campo de Marte, onde o bimotor King Air era guardado e onde os passageiros do voo embarcaram. Por volta das 19h, um funcionário chegou ao hangar da empresa TAG. Ele disse ser responsável pelas câmeras de segurança do local e começou a recolher computadores do hangar. Minutos depois, membros da Aeronáutica e da Polícia Federal também estiveram no local em busca das imagens do circuito interno.”
“As horas após a queda do avião foram movimentadas no hangar de Campo de Marte, onde o bimotor King Air era guardado e onde os passageiros do voo embarcaram. Por volta das 19h, um funcionário chegou ao hangar da empresa TAG. Ele disse ser responsável pelas câmeras de segurança do local e começou a recolher computadores do hangar. Minutos depois, membros da Aeronáutica e da Polícia Federal também estiveram no local em busca das imagens do circuito interno.”
4) UM ESTRANHO RESGATE
4.1. O blogueiro e jornalista ANDRÉ
BARCINSKI, que estava a passeio em Paraty, transcreveu alguns diálogos
que teve com testemunhas da tragédia: “Ela tava viva bem depois do acidente
[…] Dava para ver a mulher pedindo socorro dentro do avião”, disse o pescador WALLACE, 23 anos. O jornalista
suspeitava da versão, até ela ser corroborada por um oficial: “Ficou pelo menos
40 minutos com vida no avião”.
4.2. Os relatos foram ficando cada vez mais macabros. Segundo o
barqueiro ADEMILSON DE ALCANTARA
MARIANO, um oficial viu uma mão batendo no vidro e gritou: “Rápido! Tem
alguém vivo aqui!”. Mariano continua: “Dava para ver a mão de alguém batendo no
vidro. Depois ouvimos os gritos, era uma voz de mulher: ‘Pelo amor de Deus, me
tira daqui, não aguento mais!”.
4.3. Deveria
ser HILDA PENAS HELATCZUK, ou sua
filha MAÍRA PANAS. Porém, o oficial
presente não contava com instrumentos adequados para abrir a aeronave e, assim,
a sobrevivente silenciou após mais de 40 minutos lutando depois da queda.
4.4. BARCINSKI deixa claro
que os destroços foram içados duas vezes. A primeira, durante a tentativa de
salvamento da passageira, e a segunda, por dois barcos pesqueiros, interrompido
por ordens da Aeronáutica, alegando preservar o local para a perícia.
4.5. Por fim, a Força Aérea Brasileira (FAB) desistiu
de retirar o avião do fundo do mar alegando dificuldades, e passou a
responsabilidade para o proprietário da aeronave, o grupo hoteleiro Emiliano,
que contratará uma empresa especializada.
4.6. Enquanto isso o local do acidente
passa parte significativa do tempo sem nenhuma vigilância das autoridades,
conforme presenciaram os jornalistas do Estadão.
5) COM OU SEM CAIXA-PRETA?
5.1. Em reportagem publicada na Veja às
15h32, o King Air C90GT não tinha caixa-preta, pois o modelo da aeronave não
tinha obrigação de possuir uma, segundo informações da FAB.
5.2. Às
16h28, a versão foi alterada e
o avião passou a ter um “gravador de voz” equivalente a uma caixa preta.
5.3. “A
equipe de investigadores da Aeronáutica localizou nesta sexta-feira o gravador
de voz (cockpit voice recorder – CVR) da aeronave PR-SOM, acidentada em
Paraty”, confirmou a FAB, em nota.
6) LIGAÇÕES COM O BTG PACTUAL?
6.1. O jornalista ALCEU CASTILHO,
num furo de
reportagem, revelou que uma das empresas de
Filgueiras, Forte Mar Empreendimentos e
Participação, tinha 90% do seu capital social num fundo de investimento da BTG Pactual, principal banco privado de
investimentos do Brasil.
6.2. O
ex-presidente do BTG, ANDRÉ ESTEVES, foi preso na Lava Jato
em 25 de novembro de 2015 sob suspeita de tentar obstruir a operação. TEORI revogou a prisão preventiva de ESTEVES em dezembro. E em abril de
2016, deu liberdade ao banqueiro.
6.3. Teori
também retirou um
inquérito que apurava a ligação da BTG
ao ex-deputado Eduardo Cunha. Na delação do ex-senador DELCÍDIO DO AMARAL, homologada em 15 de Março de 2016 por Teori, o
senador dizia que EDUARDO CUNHA “funcionava
como garoto de recados de ANDRÉ ESTEVES,
principalmente quando o assunto se relacionava a interesses do Banco BTG”.
6.4. O BTG Pactual tem
relação com a área da
Petrobrás menos atingida pela Lava Jato e a
mais lucrativa, a área de Exploração e Produção, que opera plataformas e
navios-sonda alugados.
6.5. Este
último, um mercado altamente rentável e monopolizado no mundo por empresas como
a texana Halliburton, que já foi
dirigida pelo ex-vice-presidente dos EUA,
DICK CHENEY.
6.6. O
banco de ESTEVES planejava furar
esse cartel de aluguel de navios-sonda através da criação da empresa SETE BRASIL com fundos de pensão das
estatais (Funcef, Previ, Petros) e um pouco de capital do Bradesco e Santander.
6.7. A
nova empresa contrataria estaleiros de empreiteiras nacionais para a construção
de 29 navios-sonda, a maior encomenda do mundo.
6.8. Curioso notar que outra vítima recente de acidente aéreo, o
ex-presidente da Vale, ROGER AGNELLI,
também tinha negócios com a BTG Pactual:
em 2012 ele criou uma
mineradora com o banco no valor de 500 milhões de reais para atuar no Brasil,
Chile e África, concorrendo com mineradoras internacionais.
6.9. Isso,
pouco mais de um ano depois de deixar a presidência da Vale por pressão do governo federal, que, entre
outras divergências, não apoiava sua iniciativa de construir navios para a Vale
em estaleiros estrangeiros.
7) AMEAÇAS NA LAVA JATO!
7.1. Ano passado, o filho de Teori, FRANCISCO
PREHN ZAVASCKI, desabafou em
seu Facebook as ameaças que a família vinha sofrendo. Na sexta, disse à Rádio Estadão que
“não podemos descartar qualquer possibilidade. No meu íntimo, eu torço para que
tenha sido um acidente, seria muito ruim para o país ter um ministro do Supremo
assassinado”.
7.2. À Folha, ele reconfirmou que
vinha recebendo ameaças e que a família estava realmente preocupada.
7.3. As ameaças lembram a situação da advogada BEATRIZ CATTA PRETA, uma das maiores especialistas em delação
premiada do país, que teve que abandonar seus clientes na operação Lava Jato
uma semana após deixar de ser advogada de JÚLIO
CAMARGO, empresário que fez longo depoimento em que denunciava as propinas
de R$ 5 milhões de EDUARDO CUNHA.
7.4. Ela dizia ser
“ameaçada insistentemente”. Contou ao Globo que
um dia chegou em casa e o doleiro LÚCIO
FUNARO, que vinha pedindo para que EDUARDO
CUNHA não aparecesse nas delações, brincava com seus filhos.
7.5. FUNARO também é réu na Lava Jato
e acusado
pelo MPF de ameaçar de morte o
ex-vice-presidente da Caixa FÁBIO CLETO
por sua delação premiada, acusação destacada por Teori no despacho no qual
decretou a prisão preventiva do doleiro.
8) NOVAS TESTEMUNHAS NO CASO DE EDUARDO
CAMPOS?
8.1. Na mesma noite fatídica de quinta-feira, o irmão do ex-governador EDUARDO CAMPOS (PSB), o advogado ANTÔNIO CAMPOS, divulgou que
tinha uma nova testemunha que poderia mudar por completo os rumos das
investigações sobre o acidente aéreo que resultou na morte do seu irmão.
8.2. E
desabafou: “Num país em que líderes e autoridades morrem de forma misteriosa em
acidentes aéreos e ainda impactado pela morte do ministro Teori, resolvi
revelar esse fato novo e reafirmar que esse caso de Eduardo Campos precisa ser
aprofundado e é mais um caso que não pode ficar impune. Não descansarei
enquanto não forem esclarecidos os fatos, independentemente de eventuais riscos
que posso correr”.
8.3. O falecido governador EDUARDO
CAMPOS, por sinal, chegou a ser citado na operação Lava Jato a respeito da
construção da refinaria de Abreu e Lima,
sendo ligado justamente pelos operadores que intermediaram a
negociação do jato em que o então candidato à presidência
morreu.
9) O ÁUDIO DE JUCÁ
9.1. No já célebre áudio no qual o senador, ex-ministro do governo Temer
e presidente do PMDB, ROMERO JUCÁ, hoje
um dos principais articuladores do governo Temer, conversa sobre as reais
razões por trás das movimentações para derrubar a então presidenta Dilma com o
ex-senador SÉRGIO MACHADO e a opinião
de ambos sobre o falecido ministro Teori é taxativa:
Ø
“Um caminho é buscar alguém que tem
ligação com o Teori [Zavascki, relator da Lava Jato], mas parece que não tem
ninguém”, [Machado].
Ø
“Não tem. É um cara fechado, foi ela
[Dilma] que botou, um cara… Burocrata da… Ex-ministro do STJ [Superior Tribunal
de Justiça]”, [Jucá].
9.2. A opinião de Jucá e de Machado, que ironicamente teve sua delação
homologada por Teori, não é nada particular, pessoal ou a priori suspeita,
pelo contrário: ela ilustra o que muitos políticos pensavam à época do
ministro, isto é, uma ameaça justamente por não ter vínculos políticos que,
nesse caso, servissem para flexibilizar suas decisões a respeito da Lava Jato.
9.3. E
conclui o diálogo apontando a saída: “[A solução] tem que ser política. Como é
política? Tem que resolver essa porra”. No áudio, Jucá e Machado
ignoram ou não dão a devida importância para eventuais vínculos empresariais de
Teori.
10) CUI BONO?
10.1. A pergunta básica de toda investigação criminal foi cunhada por Marco Túlio Cícero em Roma: “Cui Bono?” — “a quem beneficia?” em tradução literal.
Mesmo nome dado à última fase
da Lava Jato para investigar a suspeita de fraude na liberação de recursos da
Caixa Econômica Federal.
10.2. Os
alvos foram GEDDEL VIEIRA LIMA,
ex-ministro do governo Temer, e o pioneiro do impeachment EDUARDO CUNHA — ela deriva da operação Catilinárias,
que tinha como alvo a cúpula do PMDB.
10.3. Teori pode não ter sido assassinado como foi o juiz Giovanni Falcone,
principal juiz na Operação
Mãos Limpas — operação em que se baseia a
Lava Jato –, mas se esses estranhos acontecimentos não forem completamente
expostos à luz do sol, explicando cada detalhe, a suspeita de que houve um
assassinato político tende a crescer.
10.4. Enquanto a mídia hegemônica se preocupa em especular sobre a vida
profissional da namorada de Teori, ou sobre a vida da massoterapeuta de
Filgueiras, o governo do presidente MICHEL
TEMER, citado 43 vezes pelo
ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht na delação
prestes a ser homologada, ganhará um tempo precioso enquanto não se decide quem
será o novo relator e/ou o novo ministro, como declarou expressamente o
ministro chefe da Casa Civil de Temer, ELISEU
PADILHA.
[III] DEPOIS
DO DECÁLOGO
i.
Resta aos investigadores incautos, jornalistas independentes, whistleblowers e
o trabalho coletivo da internet desvendar se pretendem ou não dar um “golpe
dentro do golpe”, como aconteceu em nossa última ditadura, que consolidou o
regime militar e acabou com as eleições diretas.
ii.
Uma vez que os veículos hegemônicos pouco farão, ao que tudo indica,
para apurar este caso — em dezembro, o governo bateu
recorde de gastos com publicidade, aumentando-a
em 106%, irrigando todo setor com dinheiro público em plena recessão.
iii.
Entre muitas suspeitas, uma coisa é certa: diversos setores
conservadores não gostavam de TEORI por
ter repreendido Sérgio Moro pela divulgação inconstitucional dos
grampos telefônicos irregulares entre Dilma e Lula.
iv.
Teori também criticou o
“espetáculo” midiático do PowerPoint do procurador DELTAN DALLAGNOL em que acusava Lula de representar o chefe máximo
da quadrilha.
v.
Ano passado, um grupo chegou a escrachar a fachada do
prédio onde o ministro morava no Rio Grande do Sul com uma faixa de “pelego do PT”,
“Teori traidor” e chamá-lo de “bolivariano”.
vi.
Se é certo afirmar que há precipitação em concluir, já agora, que se
tratou de um atentado, é igualmente apressado descartar essa hipótese diante
dos fatos nebulosos que o envolvem — o prestigioso jornal londrino The Guardian,
por sinal, não descarta essa
possibilidade.
vii.
Não é “teoria” da conspiração, delírio ou mera especulação
infundada, uma vez que há fatos concretos na conjectura atual e histórica.
viii.
Em um país como o Brasil, no qual até mesmo a verdade sobre fatos
históricos como a Guerra do Paraguai e a Ditadura Militar permanecem submersos,
defender uma investigação rigorosa é a única atitude cética possível: não
apenas porque é o que manda a lei, mas porque é um primeiro passo para que a
sociedade civil intervenha no andamento do processo de substituição de Teori,
não se resignando ao papel de mera espectadora, deixando Temer e 11 senadores
investigados na Lava Jato escolherem quem será o seu juiz.
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