PERSONAGENS QUE FAZEM A ALMA DO CENTRO HISTÓRICO DE SÃO LUÍS, MA: DONA CORINA, PIRULITEIRA.
Defeito gritante da cidade e de grande parte do seu povo, é o desconhecer, o não querer saber e o olvidar a gente que, em quanto seres vivos já fizeram por merecer a transformação em estátuas – estátuas de reconhecimento.
E, uma dessas pessoas que quero mostrar hoje, é Corina. Dona Corina – a mulher do pirulito. A morena bonita e envelhecida que ganhou e continua ganhando a vida e o sustento, carregando para cima e para baixo, subindo e descendo ladeiras com uma tábua cheia de furos. Em cada furo, um pirulito e vários sabores.
Dia desses, andando pelo Centro de São Luís, por volta das 16 horas, encontrei Dona Corina sob a marquise do antigo Hotel Central. Carregava na tábua furada, seis pirulitos.
- Ainda na luta, Dona Corina? Perguntei.
- Falta vender esses seis! – respondeu Ela.
Olhei fixamente para aqueles olhos cansados pintados com alguns sinais do glaucoma, braços e rosto enegrecidos pelo sol, e me senti culpado por alguma coisa, enquanto ser humano que imagino ser.
FACEBOOK RAS 31out2018 (4.995-B):
Reprodução de crônica de
para Ronald
Almeida Silva
— com Professora Joana Fernandes.
São Luís – a cidade e as pessoas
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No passado dia 8 de setembro deste ano de 2018, São Luís,
capital do Maranhão, chegou aos 406 anos – foi fundada em 1612 – e continuou
mostrando muitos dos seus problemas, sem conseguir esconder várias de suas
belezas e maravilhas.
Peculiaridades à parte, vida e valores culturais diferenciados que embevecem os
visitantes, a cidade maranhense como um todo – é algo fantástico.
Não
incluiremos entre os seus males e defeitos, o contumaz abandono dos gestores
municipais, por décadas de anos envolvidos apenas com eleições e com vantagens
partidárias e pessoais.
Quase ninguém se preocupa em reparar o pôr do sol a partir da rampa e da mureta
do Palácio dos Leões; tampouco com a precária arborização, o que acaba
sufocando pessoas que continuarão procurando sombras – onde possam sentir a
brisa diferente e salitrada tangida desde o mar.
Defeito gritante da cidade e de grande parte do seu povo, é o desconhecer, o não querer saber e o olvidar a gente que, em quanto seres vivos já fizeram por merecer a transformação em estátuas – estátuas de reconhecimento.
E, uma dessas pessoas que quero mostrar hoje, é Corina. Dona Corina – a mulher do pirulito. A morena bonita e envelhecida que ganhou e continua ganhando a vida e o sustento, carregando para cima e para baixo, subindo e descendo ladeiras com uma tábua cheia de furos. Em cada furo, um pirulito e vários sabores.
Dia desses, andando pelo Centro de São Luís, por volta das 16 horas, encontrei Dona Corina sob a marquise do antigo Hotel Central. Carregava na tábua furada, seis pirulitos.
- Ainda na luta, Dona Corina? Perguntei.
- Falta vender esses seis! – respondeu Ela.
Olhei fixamente para aqueles olhos cansados pintados com alguns sinais do glaucoma, braços e rosto enegrecidos pelo sol, e me senti culpado por alguma coisa, enquanto ser humano que imagino ser.
Nem pensei em responsabilizar
ninguém. Comprei o seis pirulitos, paguei com uma nota de R$10,00 e “pedi” para
ela ficar com o troco.
Em casa distribuí os pirulitos, ao mesmo tempo que pensava que Dona Corina,
pela retidão, pela força do viver independente, sem enveredar pelo caminho da
escória e das drogas, merecia bem mais que o troco daqueles R$10,00.
Merecia
uma estátua, por fazer a sua parte na construção da cidade, de uma forma tão
digna. É, apesar da incompreensão, uma grande vitória.
Melhor: é ganhar a vida
distribuindo doçura.
— com Professora
Joana Fernandes.
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RONALD DE ALMEIDA SILVA
Rio de Janeiro, RJ, 02jun1947; reside em São
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Arquiteto Urbanista FAU-UFRJ 1972 / Registro
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