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sexta-feira, 24 de abril de 2020
[892] PRESIDENTE JOSÉ SARNEY - 90 anos em 24abr2020: [6] TEXTOS
ESCOLHIDOS do Acadêmico José SARNEY
ACADÊMICO JOSÉ SARNEY
90 anos em 24abr2020
Informações do site
da ABL – Academia Brasileira de Letras.
********
[6. Textos escolhidos]
José SARNEY
Acesso RAS
2020-04-24
CONVERSA
DE CANOEIRO
- Nestes mares,
Mestre João?
- Sim, cá e code.
- Por amor de quê?
- Para sofrer menos.
- Sofrer de menos ou sofrer de mais?
- Tanto faz.
- Andando que rumos donde?
- Caminhos do Norte.
- Do Norte ou da morte?
- Tanto faz.
- Norte de que?
- Das águas, compadre.
- Das águas de mais ou das águas de menos?
- Tanto faz.
- Águas ou éguas?
- Tanto faz.
- Êta Maranhão grande aberto sem porteira ...
- Sim, cá e code.
- Por amor de quê?
- Para sofrer menos.
- Sofrer de menos ou sofrer de mais?
- Tanto faz.
- Andando que rumos donde?
- Caminhos do Norte.
- Do Norte ou da morte?
- Tanto faz.
- Norte de que?
- Das águas, compadre.
- Das águas de mais ou das águas de menos?
- Tanto faz.
- Águas ou éguas?
- Tanto faz.
- Êta Maranhão grande aberto sem porteira ...
(Homens do Rio
Pericumã)
BREJAL
DOS GUAJAS
Brejal, ai meu Brejal,
Brejal dos Guajajaras,
Morrer em ti, ai Deus,
Morrer em ti, ai Deus,
Tomara ...
Valsa de Zé Binga
Brejal dos Guajajaras,
Morrer em ti, ai Deus,
Morrer em ti, ai Deus,
Tomara ...
Valsa de Zé Binga
Em pace, em pace,
em rua, em rua,
Ai meu Deus, padecendo
sem culpa nenhuma!
Incelência do Olho-d’Água Seco
em rua, em rua,
Ai meu Deus, padecendo
sem culpa nenhuma!
Incelência do Olho-d’Água Seco
Brejal, Brejal,
terra querida,
Brejal, ai meu Brejal,
Motivo da minha vida,
Dizer adeus a ti, ai Deus,
Não digo tal ...
Valsa de Zé do Bule
Brejal, ai meu Brejal,
Motivo da minha vida,
Dizer adeus a ti, ai Deus,
Não digo tal ...
Valsa de Zé do Bule
1
O caminho do Brejal
era longe. Longe demais para ser contado em dias ou léguas., A distância
dependia da época das viagens: se era no inverno, invernão de pingo grosso,
seis meses de água por todos os lados, não tinham fim. De trem até longe, de longe
em canoa subindo o Rio Itapicuru até a Laje Amarela, e de lá a cavalo até a
ponta da rua ou mais, se era amigo, e se não era, da ponta da rua a pé a té a
hospedaria do Marcado, falando mansinho, olhando de lado e de frente até que se
soubesse a que vinha e donde.
Ruas tinham duas: a
da Matriz e a do Mercado. A cidade era menos mais que umas três quarentenas de
casas. Nem telégrafo nem calçadas, nem calçamentos, nem prédios públicos, nem
escolas. Aliás, escola tinha uma, de uma sala, construída recentemente; nela
residia o sargento da força policial de dez praças.
Do antigo teso
grande onde agora se localizava a cidade só restava um pé de tamboril, copudo,
verde, de folhagens abertas, em frente à casa de D. Rosa Menina. Na época da
safra os moleques vinham e juntavam as favas chatas. Ali, antigamente, os
veados deviam chegar para a comida nas noites de verão, Boa espera teria sido
aquele tronco onde agora ficavam amarrados os animais e a rancharia. Na cidade
todos se conheciam e o que se vendia eram os teréns de vestir e de comer, e um
pouco de arroz, porque não era zona de arroz, mas de muito babaçu e farinha.
Chamado dos Guajas porque ficava próximo à aldeia dos guajajaras, hoje longes,
perdidos, mortos e domados.
- Ôi, Rosa, Deus
ajude, mulata dengosa ... - dizia o cônego João, pároco há muitos anos,
respeitado e estimado por uma banda da cidade, que lhe dava todas as virtudes,
desde a de pai de família exemplar até a de milagroso pastor das almas.
- Amém - respondia Rosa
Menina, na banca de café e arroz de toucinho, vendido na mão.
O Padre João e Rosa
talvez fossem as únicas pessoas que podiam falar ao mesmo tempo com o Coronel
Francelino Procópio dos Santos e com o Coronel Manuel Guimarães dos Santos,
primos carnais, morando em ruas diferentes, inimigos de vida e morte, ambos
ricos, ambos poderosos, mas ambos da mesma corrente política invicta em todos
os pleitos realizados desde a queda da ditadura. A oposição nunca conseguira um
voto sequer. Ambos os coronéis e seus dependentes não sabiam o que era essa
palavra.
É bem verdade que um
e outro guardavam profundas mágoas do governo, pois, conforme as influências e
os candidatos a apoiar, as posições locais ficavam alternadamente numa ou
noutra mão.
O clima na cidade
esse ano estava bom. A proximidade do pleito marcava momentos de apreensão para
os chefes. Ambos trouxeram de São Luís a nova orientação e os dois a ouviram
vigorosa:
- Quem ganhar as
eleições será o dono de todas as posições municipais e o chefe do Partido. É
impossível manter essa disputa do Brejal ...
O Coronel Francelino
Procópio dos Santos, Javali de apelido, ficara irritado com essa decisão.
Decisão ingrata para ele, há anos servidor da casa, que levara ao Brejal, para
padrinho do seu filho mais velho, o Senador Clemente Guerra, a quem em todas as
lutas acompanhara com cartas de solidariedade. Ter agora de mostrar prestígio,
ele que demonstrara prestígio em todos os anos? Mas é que o adversário, o
Coronel Manuel Guimarães, conhecido como Né Guiné, sabendo que o filho do
senhor Presidente do Partido era candidato a deputado estadual, dera o golpe
antecipado. Passava um telegrama aderindo a essa candidatura e nesse apoio,
justiça era confessar, passara à frente do Chico Javali.
O Senador Guerra
montara a sua política na realidade das ambições locais. Conhecia como a palma
da mão todos os meandros da luta municipal, suas pequenas ambições e suas
grandes batalhas. Naquele, dia, a sua figura de chefe astuto brilhava, no
exercício de uma função que sempre fora do seu agrado: o jogo das ameaças. Os
olhos espantados e abertos e aquele charuto apertado no canto da boca compunham
o conjunto do corpo grande a sacudir violentamente a perna e a torcer os dedos.
- O nosso Partido,
compadre, foi feito para servir os amigos. A lei é dura para quem é mole. O
Governo não conhece decreto quando o interesse do amigo está em jogo e inimigo
não tem bandeira.
O Coronel Francelino
Procópio dos Santos bem compreendia o significado daquelas palavras. Era
assegurar a nomeação dos cobradores de impostas taxando o Né Guiné, os soldados
prendendo os agregados e a tranqüilidade para não pagar nenhum tributo, o que
era da tradição do partido. Por outro lado, nas palavras do Senador Guerra
estava aquela ameaça velada afrontando os perigos da oposição a que estaria
sujeito se o Né Guiné ganhasse o pleito.
Francelino ouvira
silencioso a voz de comando. Estava impassível naquela Sala da Estrela do
Palácio dos Leões, onde tantas vezes fora recebido. Pela janela, a viração da
baía de S. Marcos batia nos cabelos do compadre e amigo. Realmente o Né Guiné
tinha conseguido um tento. Levara o Senador Clemente para uma posição que em
que ele não gostava que estivesse. Afinal de contas, na imparcialidade da luta
do Brejal, a parcialidade do senador sempre fora o trunfo. E não eram duas nem
três vezes que telegrafara pedindo a sua interferência para manter amigos nas
posições políticas do Brejal. Ele era o Prefeito do Brejal, tinha a maioria da
Câmara Municipal, prova suficiente da sua supremacia. Por que testá-lo num
pleito novo, quando de direito já devia ter o comando absoluto do Brejal dos
Guajas? É bem verdade que o Né Guiné elegera o vice-prefeito e quatro
vereadores, tivera uma grande votação, e perdera a eleição apenas por três
dúzias de votos.
O Coronel Javali não
comparecia aos Leões senão de terno escuro, jaquetão de oito botões, sapatos de
abotoaduras cruzadas, fechados no lado, aquele pince-nez que o acompanhava nos
momentos solenes. O cavanhaque era uma reminiscência histórica. No Estado, todos
sobreviviam uns três, e o dele era dos mais célebres. (aquele cavanhaque é só
safadeza - Quando vai mentir, coça logo a barbicha - Cavanhaque não dá vergonha
a ninguém - eram frases velhas dos adversários.) Javali, entretanto, tinha o
cavanhaque; e era um cavanhaque solene. Nas conversas políticas, representava a
própria tradição. Falava devagar, usando sempre vossa mercê e a voz era
escorregadia. Um dia, pediram ao Coronel Né Guiné uma definição para o
adversário.
- Aquilo é como
semente de linhaça: escorrega que não há dedo que segure ...
Já seu primo e
adversário, o Né Guiné de apelido, nascido Manuel Guiné dos Santos, tinha a voz
mais forte. De manobras mais claras, gabava-se dos músculos, de vigor para toda
obra. Calvo, sempre com um fungado longo, pigarreava a miúdo. Das letras nada
ou pouco sabia, mas nas contas gozava de boa cabeça. Sua roupa de viagem à
capital era sempre aquele terno branco de linho inglês, gomado até as costuras
e mostrando nos tons amarelados os longos meses de baú. Usava o "meu senhor"
sem muitos rebuços.
Quando o Cônego João
interpelou o Coronel Francelino para que reconhecesse qualidades no opositor,
conseguiu apenas uma frase:
- Aquilo é como
estopa: não tem avesso nem direito ...
Francelino Procópio
dos Santos era homem de muitas posses, casa sortida, de dez portadas, calçada
alta, secos, molhados, fazendas de gado e de terra. Tinha muitos filhos. Alguns
já homens, alguns casados, outros estudando, um genro na loja, mas a sua
paixão, a paixão de sua vida sempre fora a política. Afinal de contas, herdaram
do avô, ele e primo Né, por pais diferentes, o eleitorado e os bens.
O Brejal era
outrora, uma dormida das boiadas que desciam de Goiás em demanda da feira das
Pombinhas. O velho Santos, seu avô boiadeiro, ali descansava quando vinha do
serão alto, e nos campos e pastos de Brejal passava dias. No Brejal o velho
conseguira casar, já maduro, coisa que nunca o deixaram fazer antes a profissão
e a mulherenguice.
Contavam que o velho
Santos parava sempre no Brejal por causa da Dona Mariquita, viuva que tinha
três filhas, uma pousada, e vivia das roças e das vendas. As filhas com o jeito
da velha: morenas de cabelos claros e olhos compridos. A mais nova era a
Biloca, de uns dezesseis anos.
O velho Santos
trazia sempre um vestido para Biloca, agradava a Biloca, e com ela tinha
dengues que não tinha com ninguém.
O Brejal nos meses
de julho a agosto era muito frio. Pelas nascentes, juçarais e buritis. O velho
Santos, um noite, dormia na casa de D. Mariquita. O frio era demais, ele no quarto
de fora não resistiu, e gritou para a dona da casa, pelas paredes de palha:
- D. Mariquita, ô
dona Mariquita?
- O que é, seu
Santos?
- Dona
Mariquitazinha, ‘tá fazendo um frio danado... Mande a Biloca deitar mais eu,
que eu sou um velho respeitador... ‘tá fazendo um frio danado...
- Vai Biloca. Vai
deitar mais o capitão. Mas olha lá: costa com costa ...
Dez meses depois, o
velho Santos voltava à pousado do Brejal para batizar o pai de Javali, o
primeiro a nascer da sua longa prole. Ainda hoje se via a casa de D. Mariquita,
Maria do Nascimento, um sítio abandonado, onde o velho Santos dormia com as
boiadas, e onde ficara para fazer a vila que depois seria o Brejal dos Guajas.
Brejal tranqüilo,
ajuntados alguns homens e mulheres e meninos naquelas duas ruas, só eles e as
estrelas, impassíveis diante do mundo.
(Norte das Águas,
1970)
DISCURSO DE POSSE AO GOVERNO DO ESTADO
DO MARANHÃO, EM 31 DE JANEIRO DE 1966
[na Assembléia Legislativa]
1.
Aqui estamos, qualificados pelos povo, para um ato
em que se manifesta a própria essência do regime democrático: a legitimação do
Poder pela substituição do Governo.
2.
Aqui, neste instante, um novo Governo do Estado do
Maranhão é constituído. Esse o compromisso que, sob a forma de juramento, este
novo governo assume para com o Povo e as instituições democráticas do Estado e
do Brasil.
3.
Bem sei que este juramento, à força de se repetir a
cada período, com as mesmas palavras e no mesmo recinto, tem muito do seu
significado obscurecido pela emoção e pela imponência desta cerimônia.
4.
Não quero entretanto que, nem a emoção, que é
legítima, nem a imponência, que é natural, sejam pretexto para o obscurecimento
das palavras com as quais jurei respeitar as instituições e promover o
bem-estar do povo maranhense. Porque este não é um juramento protocolar que
termine nesta solenidade, nem um compromisso que se esgota neste instante.
Consciência do juramento
5.
E a consciência de que este compromisso se prolonga
dia a dia, por cinco anos de mandato, deve ser daqui por diante ( já que não foi
até hoje) o divisor de águas entre duas concepções do dever governamental e da
responsabilidade administrativa.
6.
Estou convencido de que somente a deliberada e
consciente fuga aos compromissos que um Governo assume num momento como este
pode explicar a desídia em relação aos interesses do Povo e a má fé na
aplicação dos recursos públicos e as sucessivas violentações do comportamento
político institucional.
7.
E porque muitos juraram para trais, e porque muitos
assumiram compromissos sabendo que deles iriam fugir, é preciso que fique
marcado, neste instante, que o juramento do meu Governo foi feito para ser
cumprido.
8.
A palavra de um governo não pode ser menos honrada
que a palavra de um homem de bem, e a palavra do meu governo é o compromisso
que acabo de assumir diante desta augusta Assembléia Legislativa.
9.
Respeitar e fazer respeitar a Constituição; não erro
ao dizer que esta constitui a primeira grande exigência do Povo maranhense
decidia nas urnas. Não farei mais do que o meu dever e a minha vontade ao atender
o Povo nesta que é também uma exigência minha, pois que outros não respeitaram
nem fizeram respeitar o exercício do Poder e é necessário que se devolva aos
maranhenses a confiança perdida na ação governamental, a segurança contra os
critérios pessoais na gestão da causa pública e da coisa pública.
10.Se uma palavra
existe que possa definir o caráter democrático do Governo, essa palavra é
confiança. Confiança do Povo nos homens a quem o Poder foi delegado, e esforço
destes homens para não trair essa confiança sob pena de romperem unilateralmente
o vinculo de uma representatividade que só existe se o comportamento e
corresponde, de fato, ao que dos eleitos esperava o Povo que os elegeu.
11.(...)
Herança desoladora
12.A herança política e
administrativa que nos legam as administrações anteriores, a paisagem econômica
e social com que nos deparamos não convidariam, por certo, ao otimismo; sem
exagero podemos afirmar: essa herança e essa paisagem têm muito de desolador e chega
a estarrecer ver como puderam a imprevidência e a falta de compreensão dos
deveres políticos, e tantos outros vícios, conduzir Terra tão promissora e tão
magnífico povo às vésperas do desastre.
13.Mas a verdade deve
ser dita por um dever de responsabilidade. Que é hoje o Maranhão, a que estado reduziram
o segundo Estado do Nordeste em extensão territorial, com população de mais de
3 milhões de habitantes, privilegiadamente compreendido entre as desolações da
região sem água e as devastações da encharcada terra amazônica, cortado de rios
perenes e com imensas áreas ainda virgens e férteis?
14.Pois está o Maranhão
reduzido a campeão de analfabetismo, com apenas 30% das crianças em idade
escolar freqüentando as escolas. Um leito hospitalar para quase 3 000 habitantes,
com 1 para 500 no Pará e em Goiás; 1 leito para 200 000 habitantes no interior
do Estado; apenas 8 municípios com abastecimento de água e apenas 2 com
instalações sanitárias, num total de 128 municípios.
15.A educação média e
superior são permitidas a faixas mínimas da juventude: apenas 1 em 200
habitantes chega ao ensino médio, contra1 em 50 no Pará, 1 em 80 em Goiás e 1
em 100 no Piauí.
16.Números trágicos no
que tange às endemias, com áreas onde a verminose atinge cerca de 90% , a
esquistossomose a mais de 50% e o tracoma a mais de 40% da população.
17.A situação não é menos
dramática no setor de infra-estrutura, como transporte e energia: a rede
rodoviária com extensão de apenas 4.980 km, dos quais somente 514 de construção
pelo Estado, contra 21 554 km do nosso vizinho e pobre Estado do Piauí, 12 098
no Ceará e mais de 30 000 km no Estado de Goiás. Um total de potência instalada
de 7 784 kw, contra 28 000 no Amazonas, mais de 40 000 no Pará e quase 30 000
kw no Ceará. Um só edifício no Rio de Janeiro, o Avenida Central, dispõe de
quase o dobro da energia que se consome em todo o Estado do Maranhão.
18.A produção
agropecuária, em termos rotineiros e de baixa rentabilidade por hectare, a
produção industrial ínfima e numerosas chaminés de fábricas se apagando, levando
ao desemprego milhares de trabalhadores.
19.O porto do Itaqui
deixando o lendário para o anedotário; grandes regiões do Estado inteiramente
isoladas e tendo como centro de integração os Estados vizinhos.
20.A renda per capita
em último lugar da escala nacional: cerca de 1/3 da renda per capita média do
Brasil.
21.E, sobretudo, furto e
raiz de tudo isso, o subdesenvolvimento político: a imagem dos calamitosos dias
da grilagem oficialmente patrocinada, dos enriquecimentos vertiginosos à sombra
do Poder, das negociatas oficializadas, das violências policiais, da corrupção
e da coações, do vilipêndios que fizeram do Governo alguma coisa de sombrio.
Paixão e determinação
22.A alguém poderia
parecer que tal herança e tal paisagem serviriam de desestímulo a que se propusera
recuperar e ampliar numa dimensão de grandeza a imagem que o maranhão projetou,
no passado, para todo o Brasil.
23.Tais destroços
administrativos, tão desalentadora realidade econômica e social, não são por
certo estimulantes para ninguém, ou não o seriam para quem não tivesse, como nós,
a paixão de restaurar a grandeza da terra-berço, a determinação de ser fiel à
multidão de esperanças desencadeada no coração do Povo em tantos anos de lutas
e de sofrimentos, de amargas decepções e indestrutível bravura de milhões de
maranhenses.
24.Chegamos ao Poder,
porque pudemos unir e despertar, compreender e proclamar, e não tivemos medo de
afirmar, protestar e condenar.
25.Chegamos ao Poder,
porque o Povo que nos fez candidato estava conosco, como estávamos com ele, e
nosso diálogo de esperança e de decisão teria de conduzir, como conduziu, à vitória.
Chegamos ao Poder, porque tínhamos do nosso lado as forças políticas mais vivas
deste Estado.
26.Chegamos ao Poder
sem compromissos inconfessáveis, mas apenas com o claro, o manifesto
compromisso de servir o Povo, de trabalhar pelo Povo, com o Povo por um
Maranhão de dignidade, de liberdade e progresso e de grandeza, que, sob a
imagem de um passado glorioso, há de projetar-se ainda mais num futuro
magnifico, Sabem todos quantos nos conhecem que a determinação faz parte de
nossa maneira de dizer e de agir.
27.Este Maranhão da
dignidade, da liberdade, do progresso e da grandeza, nào é apenas uma figura
lendária: é a realidade que deve ser construída e, com a ajuda do Povo,
haveremos de construí-lo.
28.Sabemos que nossa
voz está sendo agora escutada não apenas nesta alta Casa do Poder Legislativo,
mas em todos os rincões do Estado; está sendo atentamente acompanhada por
aquelas mesmas centenas de milhares que nos escutaram em memoráveis comícios de
campanha e cujas mãos tivemos a ventura de apertar calorosamente e cuja
expressão de alegria jamais poderemos apagar da nossa lembrança.
29.Também estamos aqui
sentindo sua presença e queremos reafirmar solenemente todos os compromissos
afirmados no pacto da comunhão de vontades. Acabou o tempo da prepotência e da
violência, das aviltações e das perseguições, das coações, dos abusos e das
corrupções.
(Governo e Povo, 1969)
*********************************
AVISO AOS NAVEGANTES! Internet civilizada:
NOTAS DO EDITOR do
Blog Ronald.Arquiteto e do Facebook Ronald Almeida Silva:
[1] As palavras e números entre [colchetes];
os destaques sublinhados, em negrito
e amarelo bem como nomes
próprios em CAIXA ALTA e a numeração de parágrafos – se presentes
nos textos ora publicados - NÃO CONSTAM
da edição original deste documento (mensagem, artigo;
pesquisa; monografia; dissertação; tese ou reportagem). Os mencionados adendos ortográficos
foram acrescidos meramente com intuito pedagógico de facilitar a leitura, a
compreensão e a captação mnemônica dos fatos mais relevantes da mensagem por um
espectro mais amplo de leitores de diferentes formações, sem prejuízo do
conteúdo cujo texto está transcrito na íntegra, conforme a versão original.
[2] O Blog Ronald
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RONALD
DE ALMEIDA SILVA
Rio de Janeiro, RJ,
02jun1947; reside em São Luís, MA, Brasil desde 1976.
Arquiteto Urbanista
FAU-UFRJ 1969-1972.
Especialização em
Desenho Urbano e Planejamento Regional (Universidade de Edimburgo, Escócia,
1981-83).
Registro profissional
(1972-2012 = 40 anos) CREA-RJ 21.900-D
Registro profissional
(2013 em diante) CAU-BR A.107.150-5
Ouvidor Nacional das Competições da CBF (2003-2012)
Inspetor do GT e da CNIE - Comissão Nacional de
Inspeção de Estádios da CBF (2004-2012)
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