terça-feira, 14 de abril de 2020

[882] REVISTA AEDEM 01 (JUL.2016): SEM ENERGIA NÃO HÁ DESENVOLVIMENTO. José Jorge Soares Leite. Junho 2015.

BLOG RONALD.ARQUITETO [882] REVISTA AEDEM 01 (JUL.2016): SEM ENERGIA NÃO HÁ DESENVOLVIMENTO. José Jorge Soares Leite. Junho 2015.

SEM ENERGIA NÃO HÁ DESENVOLVIMENTO
[texto redigido em junho 2015]

Autor: José Jorge Leite Soares


Foto: Arquivo do autor




REVISTA AEDEM: POLÍTICA & CIDADANIA (Binômio do Desenvolvimento Sustentável) no. 01; julho 2016.
Editada pela:
AEDEM – ASSOCIAÇÃO DOS EX-DEPUTADOS ESTADUAIS DO MARANHÃO
Lema: “Continuamos servindo nosso Estado”
Fundada em 17mar2007
CNPJ nº: 08.784.436/0001-20
Supervisão Geral: NAN SOUZA
Coordenação Editorial:
RONALD DE ALMEIDA SILVA
Arquiteto Urbanista; Natural do Rio de Janeiro, RJ, 02jun1947; reside em São Luís, MA desde 1976.
Graduação: FAU-UFRJ 1968-1972; Pós-graduação: Universidade de Edimburgo, Escócia 1981-83
Registro Prof. CAU-BR nº A.107-150-5.
e-mail: ronald.arquiteto@gmail.com

Assessoria de Comunicação, Design Gráfico e Marketing; VYTRINE, Responsável: Jaqueline Mouchereck



SEM ENERGIA NÃO HÁ DESENVOLVIMENTO
[texto redigido em junho 2015]
Autor: José Jorge Leite Soares

1.     Nos tempos remotos, a conquista e a hegemonia dos povos eram exercidas pela força. Impérios sustentados por exércitos poderosos mantiveram-se no apogeu por longos períodos. Atualmente, as grandes potências econômicas estão alicerçadas na autossuficiência de energia e no domínio do conhecimento. Destacam-se no cenário Mundial as economias que geram riquezas através da pesquisa, do desenvolvimento de tecnologias inovadoras e da educação de seu povo.

2.     O Brasil tem sido apresentado como uma Nação emergente, um País do futuro, com uma fronteira agrícola sem igual, protegido das grandes intempéries, despontando como a sexta maior economia do Mundo e, durante muitos, vangloriou-se de sua matriz energética limpa, baseado na hidroeletricidade.

3.     A época de oferta de energia farta e barata já se foi e o atrativo aos grandes empreendimentos eletro intensivos já é coisa do passado. O novo momento, causado pela adoção de políticas e modelos equivocados, agravado pelo longínquo período de escassez de chuvas, vem provocando uma elevação dos custos da eletricidade que afetam todas as classes consumidoras e comprometem o crescimento do País.

4.     Em 1970, a Usina de Boa Esperança, com suas duas primeiras turbinas de 54 MW cada, tinha capacidade suficiente para atender todo o mercado dos estados do Maranhão e do Piaui. Naquela época, apenas 8 MW eram suficientes para atender os 21 mil consumidores da Cemar em todo o Maranhão. Atualmente, apenas para atender aos mais de 2.200.000 consumidores atendidos pela Cemar são necessários 1.000 MW dos 1.800 MW necessários para suprir toda a demanda do estado.

5.     Nestes últimos 10 anos, a concessionária local, para propiciar o desenvolvimento do estado, investiu cerca de R$ 4 bilhões na modernização e expansão do sistema elétrico, garantindo maior qualidade e confiabilidade da energia aos seus consumidores.

6.     Nos tempos mais recentes, com a descoberta das reservas de gás natural e a implantação de usinas térmicas, o Maranhão vem se tornando um dos maiores geradores de energia do País, ocupando o 9º. lugar no ranking nacional. No entanto, devido a interligação nacional do sistema de transmissão, estamos submetidos ao comportamento do sistema elétrico como um todo e, como consequência, ficamos à mercê da política de preços e ameaças de racionamento iguais a qualquer consumidor brasileiro.

7.     Com a expectativa de crescimento contínuo das tarifas e com base na matriz energética do país, onde 70% da nossa eletricidade advém de fontes hidráulicas (cada vez mais escassas e com impactos relevantes no meio ambiente das bacias dos grandes mananciais da Amazônia) e 28% oriundas de fontes térmicas, o modelo brasileiro necessita de correção de rumo.

8.     Na Europa (Inglaterra e Espanha, por exemplo), onde os invernos são extremamente rigorosos, mais de 60% da eletricidade é oriunda do aproveitamento dos ventos e da luz solar, enquanto que aqui no Brasil ainda rastejamos no patamar dos 2%.

9.     A história registra que são as adversidades que motivam a busca de soluções e, no mundo empresarial são as ameaças a grande fonte das oportunidades. Temos que pensar no futuro e trabalhar para viabilizar o futuro que queremos.

10. O primeiro passo, enquanto consumidor, é fazer a nossa parte. Racionalizar o uso da eletricidade, modificando hábitos de consumo e substituindo equipamentos obsoletos por outros de maior eficiência energética e partindo para a autoprodução de energia fazendo uso das fontes naturais dos ventos e da luz solar. A Agencia Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, através da Resolução Normativa No. 482 já regulamenta essa prática e a Cemar já se encontra preparada para atender aqueles consumidores que desejam instalar seus próprios sistemas.

11. Por outro lado, vivemos em um Estado que possui o segundo maior litoral do País propício a implantação de parques geradores eólicos e nas proximidades da linha do Equador, com um elevado índice de insolação, onde a alternativa das usinas fotovoltaicas também se apresenta como uma grande solução.

12. Políticas públicas devem ser implementadas, gerando atrativos via redução da carga tributária para empreendimentos dessa natureza, além da criação de créditos específicos capazes de atrair investidores e melhoria das condições de logística portuária para a garantia da entrada e saída e de equipamentos.

13. Dentro deste contexto, a AEDEM manifesta o seu compromisso com o desenvolvimento do Estado do Maranhão propondo a Casa legislativa a discussão deste tema em busca de um Maranhão mais desenvolvido e mais justo.

Autor:
José Jorge Leite Soares [engenheiro]
Ex-deputado estadual,
Cônsul da França em São Luís,
Membro da Academia Pinheirense de Letras Artes e Ciências
Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão.




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RONALD DE ALMEIDA SILVA
Rio de Janeiro, RJ, 02jun1947; reside em São Luís, MA, Brasil desde 1976.
Arquiteto Urbanista FAU-UFRJ 1972 / Registro profissional CAU-BR A.107.150-5
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