RONALD
ALMEIDA: 31out2017. CHOQUE DE REALIDADE SOBRE A GUERRA CIVIL NO RIO DE JANEIRO:
O QUE TODO MUNDO JÁ SABIA E OS FILMES TROPA DE LEITE [DA PM-RJ], CIDADE DE
DEUS, CIDADE DOS HOMENS E VÁRIOS OUTROS JÁ MOSTRARAM AO MUNDO, MAS O GRANDE CIRCO DA HIPOCRISIA NACIONAL SE
RECUSAVA A RECONHECER FOI EXPLICITADO HOJE PELA MAIOR AUTORIDADE DA JUSTIÇA NO
PODER EXECUTIVO.
MINISTRO DA JUSTIÇA TORQUATO
JARDIM CRITICA SEGURANÇA NO RIO: 'OS COMANDANTES DE BATALHÕES DA PM SÃO SÓCIOS
DO CRIME ORGANIZADO' [31out2017]
Ø Em
entrevista ao UOL, Torquato Jardim afirmou que o comando da PM vem de um
'acerto com deputado estadual e crime organizado'
Fonte: Jornal O DIA; 31/10/2017 13:53:38 -
Atualizada 31/10/2017; 18:58:44
http://odia.ig.com.br/rio-de-janeiro/2017-10-31/ministro-da-justica-critica-seguranca-no-rio-batalhoes-sao-socios-do-crime.html
RAS 2017-10-31
Rio - O ministro da Justiça, TORQUATO JARDIM, fez críticas severas à
segurança pública do Rio e disse que a Polícia Militar não é controlada pelo
governador Luiz Fernando Pezão e pelo secretário de Segurança, Roberto Sá.
Segundo o Blog do Josias, no portal UOL, o ministro afirmou que o
comando da corporação vem de um "acerto com deputado estadual e o crime
organizado".
Para Torquato, o coronel Luiz
Gustavo Teixeira, comandante do 3º BPM (Méier), não foi morto em uma tentativa
de assalto, mas em um "acerto de contas".
Ele contou ainda que se
reuniu com Pezão e Sá para conversar sobre o assunto na última
sexta-feira. “Ninguém assalta dando dezenas de tiros em cima de um coronel
à paisana [o oficial da PM estava fardado], em um carro descaracterizado. O
motorista era um sargento da confiança dele", disse.
O governador Pezão e os comandantes dos batalhões da Polícia Militar do Rio têm reunião marcada para discutir como reagir às graves acusações do ministro da Justiça. O encontro será no Palácio Guanabara, às 14h30.
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Ministro
da Justiça, Torquato Jardim, critica segurança no Rio: 'Batalhões são sócios
do crime'; Marcelo Camargo / ABR
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O ministro da Justiça analisou
que está ocorrendo uma mudança no perfil da criminalidade no Rio e disse que a
milícia está tomando conta do narcotráfico. "Os principais chefes do tráfico
estão em presídios federais e o crime organizado deixou de ser vertical. Agora,
passou a ser uma operação horizontal, o que é mais difícil de controlar",
afirmou ao UOL.
Com isso, Torquato destacou que a
nova operação do crime organizado provocou o crescimento do poder de capitães e
tenentes. "É onde os comandantes passam a ter influência. Não tem um chefão para
controlar. Cada um vai ficar dono de seu pedaço. Hoje, os comandantes de
batalhão são sócios do crime organizado", enfatizou.
GOV. PEZÃO
REPUDIA ACUSAÇÕES DE MINISTRO
Em nota, Pezão negou as acusações
do ministro e afirmou que o governo estadual e o comando da Polícia Militar não
negociam com criminosos. Ele ressaltou que o "comandante da PM, coronel
Wolney Dias, é um profissional íntegro".
O governador disse também que o ministro da Justiça nunca o procurou para tratar do assunto. Pezão completou destacando que as "escolhas de comandos de batalhões e delegacias fluminenses são decisões técnicas e que jamais recebeu pedidos de deputados para tais cargos".
Em evento com o prefeito de São
Paulo, João Doria, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, saiu em defesa da
Polícia Militar e rebateu as críticas do ministro Torquato Jardim:
“Houve um comentário
generalizando a Polícia Militar do Rio de Janeiro e aqui faço um veemente
protesto. Não se pode generalizar críticas assim. Ontem, nós enterramos um
coronel morto. Agora, querem enterrar coronéis vivos. A Polícia Militar é
formada por homens de bem. Se há banda podre, vamos combatê-la. Mas não se pode
generalizar um tropa que tem prestado relevante serviço à nossa cidade. Nós já
estamos em uma situação difícil. Sem eles... “, disse Crivella, que assinou um
acordo de cooperação na área de saúde com Doria.
A Polícia Militar e a Secretarial
Estadual de Segurança (Seseg) também se manifestaram sobre o caso. A PM disse
que as declarações de Torquato "são de uma irresponsabilidade inadmissível
e merecem o mais veemente repúdio."
"Ao generalizar acusações
sem qualquer base comprobatória contra uma instituição bicentenária, as
declarações do Ministro revelam, no mínimo, desrespeito e desprezo ao esforço descomunal
empreendido por milhares de policiais militares que, não obstante a
dificuldades de toda ordem, não têm medido esforços para defender a sociedade
do nosso estado", diz um trecho do comunicado.
Já a Secretarial Estadual de
Segurança (Seseg) informou que o secretário de Estado de Segurança,
Roberto Sá, está indignado com as falas atribuídas ao ministro da Justiça.
"Roberto Sá refuta totalmente as interferências políticas tendo colocado
como premissa básica para assumir o cargo a total autonomia para a escolha dos
comandados. Sá reafirma que o Comandante Geral possui autonomia para as
escolhas de comandantes de batalhões, feitas por critérios técnicos", diz
a nota.
Por conta das declarações, a
Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de
Janeiro (Alerj) enviou uma representação à procuradora-geral da República,
Raquel Dodge, pedindo apuração das declarações do ministro. Presidente da
comissão, a deputada Martha Rocha (PDT) classificou a afirmação como leviana e irresponsável.
"Essa comissão não vai se calar diante da declaração do ministro. Temos
que ser incisivos e interpelar o ministro. O mínimo que podemos exigir é que
ele esclareça com nomes, datas e fatos do que disse", declarou. Além da
PGR, serão enviados ofícios pedindo esclarecimentos ao próprio Ministério da
Justiça e à Câmara dos Deputados, pedindo posicionamento do legislativo
federal.
Confira os comunicados na
íntegra:
NOTA OFICIAL
DA PM-RJ
"As declarações do Ministro
da Justiça, Torquato Jardim, vinculando comandantes de batalhões da Polícia
Militar do Estado do Rio de Janeiro ao crime organizado, são de uma
irresponsabilidade inadmissível e merecem o nosso mais veemente repúdio.
Ao generalizar acusações sem
qualquer base comprobatória contra uma instituição bicentenária, as declarações
do Ministro Jardim revelam, no mínimo, desrespeito e desprezo ao esforço
descomunal empreendido por milhares de policiais militares que, não obstante a
dificuldades de toda ordem, não têm medido esforços para defender a sociedade
do nosso estado.
Vale lembrar que até a presente
data, perdemos 113 companheiros de farda, vítimas de um quadro de violência
formado por inúmeras variáveis e sobre o qual a Polícia Militar não pode ser
responsabilizada.
Muito pelo contrário, no
enfrentamento diário aos criminosos, somente este ano efetuamos mais de 20 mil
prisões e apreendemos mais de cinco mil armas de fogo. A grande maioria dessas
armas é fabricada em outros países. Fuzis com alto poder ofensivo e pistolas
sofisticadas chegam às mãos de criminosos por uma articulação do tráfico
internacional de armas, cuja repressão transcende a atuação das forças de
segurança estaduais.
Em relação à morte do Coronel
Luiz Gustavo Teixeira, citada também nas declarações do Ministro Jardim, cabe
esclarecer que o oficial de conduta ilibada estava uniformizado, pois voltava
de uma cerimônia de posse em outro batalhão da Corporação. E foi assassinado
numa tentativa de assalto, como quase todos os policiais militares, que, ao se
depararem com criminosos, não têm outra alternativa senão matar ou morrer. A
banalização da vida, revelada nesse crime hediondo, é resultado também de um
código penal anacrônico, cuja revisão também não é atribuição da esfera
estadual.
Por fim, vale registrar ainda
nossa repulsa a denúncias contra uma Corporação que não aceita e pune com todo
rigor qualquer desvio de conduta em suas fileiras, como pode ser comprovado
pelo trabalho da Corregedoria Interna da Polícia Militar do Estado do Rio de
Janeiro."
NOTA DA
SESEG-RJ:
"O secretário de Estado de
Segurança, ROBERTO SÁ, revela sua
indignação com as falas atribuídas ao ministro da Justiça com acusações ao
Comando Geral da PM, aos comandos dos Batalhões.
Em relação ao assassinato Coronel LUIZ GUSTAVO TEIXEIRA, profissional
respeitado e muito querido, que estava fardado e não à paisana no momento do
crime, as primeiras linhas de investigação da Divisão de Homicídios apontam
para a tentativa de roubo.
Sá informa ainda que vinha
recebendo, pessoalmente, do Ministério da Justiça manifestações de
solidariedade e apoio que não coadunam com o conteúdo divulgado.
Roberto Sá refuta totalmente as
interferências políticas tendo colocado como premissa básica para assumir o
cargo a total autonomia para a escolha dos comandados.
Sá reafirma que o
Comandante Geral possui autonomia para as escolhas de comandantes de batalhões,
feitas por critérios técnicos.
Esclarece que, a despeito de
todas as crises pelas quais o estado passa, incluindo a financeira, que afeta
diretamente a remuneração dos agentes públicos, bem como qualquer investimento
ou custeio, a Secretaria de Segurança, por meio do incessante trabalho das
Polícias Civil e Militar, vem mantendo a produtividade em ações, bem como
conseguindo reverter a tendência de aumento de alguns indicadores de
criminalidade, reduzindo importantes crimes."
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