ODEBRECHT: VINGANÇA EM FAMÍLIA E NOVAS
REVELAÇÕES PARA A LAVA JATO
Fonte: O Antagonista; sem data; c;
31 agosto 2019.
Acesso RAS 2019-09-04
|
CARO LEITOR,
A Lava Jato tem sido eficaz em revelar a lama por baixo de nossas
instituições.
Mas a história da operação também tem doses elevadas de dramas
pessoais e familiares. Um deles — talvez o mais agudo — acaba de estourar e já
realimenta a operação. No epicentro desse novo capítulo, estão MARCELO ODEBRECHT, uma vingança
familiar e novas revelações para a Lava Jato que podem respingar no Judiciário:
A reportagem de FABIO
SERAPIÃO revela como o ODEBRECHT
municiou a Lava Jato para facilitar a prisão do próprio cunhado, que de
braço-direito tornou-se seu arqui-inimigo. Graças à cooperação de MARCELO ODEBRECHT, o cunhado está
preso.
Com a ajuda de MARCELO ODEBRECHT, a Lava Jato pode chegar a
segredos que os delatores da ODEBRECHT
nunca contaram — inclusive sobre o Judiciário.
Leia um
trecho da alentada reportagem:
No auge das negociações do que à época era o maior acordo de
colaboração com a Justiça já assinado no mundo, em outubro de 2016, o
empresário EMÍLIO ODEBRECHT alugou
uma sala na cobertura do hotel Windsor, no Setor Hoteleiro Sul de Brasília,
onde montou um escritório de crise
para gerenciar a assinatura das 77
delações de seus executivos e o acordo de leniência de suas empresas.
Enquanto analisava as propostas de penas e os benefícios
oferecidos pela Procuradoria-Geral da República e definia os crimes a serem
delatados, o patriarca da família dona da maior construtora da América Latina
comia sua salada caprese ao lado da filha, MÔNICA,
do genro MAURÍCIO ROBERTO DE C. FERRO,
vice-presidente jurídico do grupo, e de NEWTON
SOUZA, então presidente da ODEBRECHT.
A 1.400 quilômetros da sala bem arrumada e com buffet à vontade a
partir da qual o patriarca guiava o acordo, MARCELO ODEBECHT, o herdeiro de EMÍLIO, amargava havia mais de um de ano a prisão na carceragem da
Polícia Federal de Curitiba. Comendo a quentinha servida pela PF e dividindo
cela com outros criminosos, sem nenhuma mordomia como as de seus parentes bem
acomodados no hotel da capital federal, MARCELO
alimentava um ódio crescente por seus familiares. O motivo, dizem pessoas
próximas a ele, era o sentimento de que havia sido abandonado. Afinal, era o
único integrante da cúpula do conglomerado empresarial a estar preso e a
assumir a maioria dos crimes cometidos pelo grupo criado por seu avô, NORBERTO ODEBRECHT…
A situação piorou ainda mais quando MARCELO deixou a carceragem da PF e foi para a prisão domiciliar.
Foi quando ele teve acesso ao seu antigo computador e passou a pesquisar em seu
banco de dados que guardava mais de 1 milhão de mensagens trocadas com outros
executivos do grupo. Parte delas foi utilizada pelos investigadores para
mostrar a participação de FERRO, o
genro de MARCELO que virou seu
inimigo figadal, em crimes que ainda não tinham sido devidamente mapeados…
A reação em
Brasília à prisão do cunhado de MARCELO ODEBRECHT foi imediata.
Confira
outro trecho da reportagem:
…logo após a prisão de MAURÍCIO
FERRO, houve um certo frisson entre ministros de tribunais superiores
conhecidos por apoiar as investigações da Lava Jato. Alguns apostavam que FERRO logo seria beneficiado por alguma
liminar, dada a sua proximidade histórica com gente importante das altas
cortes. Do outro lado, o clima era de preocupação, justamente com a
possibilidade de, a partir da detenção do genro de MARCELO ODEBRECHT, a Lava Jato acabar chegando às relações,
digamos, heterodoxas da empreiteira com gabinetes de tribunais.
A reportagem
tem informações e documentos inéditos…
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De Ferro para Serson: 2 milhões de reais
por “serviços prestados” após “decisão favorável do STJ
|
…e mostra como a Lava Jato ainda pode avançar muito.
No momento em que a Lava Jato enfrente seu mais feroz ataque, é
fundamental constatar que a operação ainda tem força para fazer mais revelações
úteis ao país. Por isso, ela continua sendo fundamental.
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RONALD DE ALMEIDA SILVA
Rio
de Janeiro, RJ, 02jun1947; reside em São Luís, MA, Brasil desde 1976.
Arquiteto
Urbanista FAU-UFRJ 1969-1972.
Especialização
em Desenho Urbano e Planejamento Regional (Universidade de Edimburgo, Escócia,
1981-83).
Registro
profissional (1972-2012 = 40 anos) CREA-RJ 21.900-D
Registro
profissional (2013 em diante) CAU-BR A.107.150-5
Ouvidor Nacional das Competições
da CBF (2003-2012)
Inspetor do GT e da CNIE -
Comissão Nacional de Inspeção de Estádios da CBF (2004-2012)
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