quarta-feira, 4 de setembro de 2019

[789] ODEBRECHT: E A CORRUPÇÃO GLOBAL: A MAIOR DELAÇÃO DA LAVA JATO [77 executivos]. Fonte: Estadão.



GRUPO ODEBRECHT

A MAIOR DELAÇÃO DA LAVA JATO [77 executivos]


Fonte: Estadão; sem data;
Acesso RAS 2019-09-04

O GRUPO ODEBRECHT é o maior entre as integrantes do cartel acusado de corrupção na PETROBRAS. Em 2014, possuía operação em 24 estados da federação e em mais de 70 países, tendo uma intrincada e complexa movimentação de recursos financeiros.

Entre 2004 e 2014 movimentou R$ 35 bilhões em contratos diretos e em parcerias com a Petrobrás. Em contratos diretos de suas unidades (sem contar consórcios e sociedades que ela integra) são R$ 17 bilhões em contratos com a estatal.

Ao GRUPO ODEBRECHT é estimado o pagamento de R$ 1 bilhão em propinas, entre 2004 e 2014. O prejuízo provocado por sobrepreço nesses negócios pode chegar a R$ 7 bilhões, estima perícia contábil da Polícia Federal.


AS COLABORAÇÕES DE 77 EXECUTIVOS COM O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL 

[a exemplo dos Acordos de Leniência feitos nos EUA como o DoJ]







[1] GRUPO ODEBRECHT
Liderança dos Esquemas de Fraude de Licitações e Propinagem
Alexandrino Alencar
Cláudio Melo Filho
EMILIO ODEBRECHT
Felipe Montoro Jens
MARCELO BAHIA ODEBRECHT
Paulo Lacerda
Pedro Novis




[2] SETOR DE OPERAÇÕES ESTRUTURADAS
Ângela Ferreira Palmeira [uma das 5 mulheres no esquema]
Fernando Migliaccio Da Silva
Hilberto Mascarenhas Alves Da Silva Filho
Isaias Ubiraci Chave Santos
Luiz Eduardo da Rocha Soares




[3] CONSTRUTORA NORBERTO ODEBRECHT
Alexandre Biselli
Antônio Roberto Gavioli
Benedicto Barbosa Da Silva Júnior
Carlos Armando Paschoal
Fabio Andreani Gandolfo
Jayme Fonseca
João Antonio Pacifico Ferreira
Leandro Andrade Azevedo
Nilton Coelho De Andrade Junior
Romildo José Dos Santos Filho
Ricardo Ferraz
Sérgio Luiz Neves
Valter Luis Arruda Lana




[4] ODEBRECHT ENGENHARIA INDUSTRIAL*
César Ramos
Marcio Faria
Rogério Araújo

* ODEBRECHT Engenharia Industrial era chamada de ODEBRECHT Plantas Industriais


[5] BRASKEM
Carlos José Fadigas De Souza
José Carlos Grubisch




[6] ODEBRECHT AMBIENTAL
Alexandre Barradas
Eduardo José Mortani Barbosa
Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis




[7] AMÉRICA LATINA E ANGOLA
Alessandro Cesar Dias Gomes
Andre Luiz Campos Rabello
Antônio Carlos Daiha Blando
Flávio de Bento Faria
Luiz Antonio Mameri
Marco Antonio Vasconcelos Cruz




[8] ÁFRICA, EMIRADOS ÁRABES E PORTUGAL
Ernesto Sá Vieira Baiardi




[9] ESTADOS UNIDOS
Euzenando Azevedo
Gilberto Neves




[10] ODEBRECHT LATINVEST
Jorge Henrique Simoes Barata




[11] ODEBRECHT ÓLEO E GÁS
Roberto Prisco Paraíso Ramos




[12] ODEBRECHT REALIZAÇÕES IMOBILIÁRIAS
Antonio Pessoa De Souza Couto
João Alberto Lovera
Marcio Pellegrini
Paul Elie Altit
Paulo Ricardo Baqueiro de Melo
Rodrigo Costa Melo




[13] ODEBRECHT DEFESA E TECNOLOGIA
André Amaro





[14] ODEBRECHT TRANSPORT

Carlos José Vieira Machado Da Cunha
Fernando José Maltoni
Paulo Henrique Quaresma
Paulo Henryan Yue Cesena




[15] OUTROS [setores]

Alves Silva Filho
Camillo Gornatti
Marcelo Rodrigues
Olívio Rodrigues Júnior
Paulo Sergio Boghossian
Paulo Sergio da Rocha Soares







CONTRATOS DIRETOS DAS UNIDADES DA EMPRESA COM A PETROBRAS






COMO FUNCIONAVA O ‘DEPARTAMENTO DA PROPINA’


O Setor de Operações Estruturadas, chamado de “departamento da propina” por investigadores, funcionou como órgão para pagamento de propinas e caixa-2 no grupo desde 2006 e foi dissolvido em julho de 2015, um mês após Marcelo ODEBRECHT e executivos do grupo serem presos pela Lava Jato. 

Foi instalado dentro da estrutura empresarial para controle, organização e operacionalização de pagamento ilícitos. Incluía em seus serviços não só a contabilidade e o controle financeiros desses dispêndios, mas também da “dissimulação da origem ilícita” dos pagamentos.

ORGANOGRAMA DO SETOR [DE PROPINAGEM]







PAGAMENTOS

Diretores de contratos, gerentes e líderes empresariais encaminhavam semanalmente demandas para o setor, através de planilhas do sistema MyWebDay e troca de e-mails pelo sistema de intranet DROUSYS

Duas formas de pagamentos eram efetuadas: 
(i) por meio de contas secretas mantidas no exterior (caso da propina paga aos dirigentes da PETROBRÁS) e 
(ii) por entregas de dinheiro em espécie no Brasil, através de operadores do mercado financeiro e doleiros fixos, chamados de prestadores de serviços.

A PLANILHA DA PROPINA. Reprodução de telas do sistema MyWebDay onde, segundo procuradores, MARCELO BAHIA ODEBRECHT (MBO) autoriza pagamento de R$ 1 milhão para a campanha de DILMA ROUSSEFF (DP)




ORDENADORES
Três executivos eram os responsáveis pelas ordens de pagamentos e pela contabilidade do SETOR DE OPERAÇÃO ESTRUTURADAS DA ODEBRECHT:

HILBERTO MARSCARENHAS ALVES DA SILVA FILHO (CHARLIE)
Principal executivo do Setor de Operação Estruturadas, era o supervisor do chamado “departamento da propina” e tinha como subordinados os demais funcionários do setor. Atuava na coordenação e organização da atividade de sistemática dos pagamentos, tanto nas movimentações em território nacional como no exterior. Apareceu como controlador da conta da offshore Smith & Nash Engineering Company Inc, com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, oficial do grupo, mas não declarada.



FERNANDO MIGLIACCI DA SILVA
(WATERLOO)
Cuidava da parte operacional das entregas de propina em espécie no Brasil. Subordinado a Hilberto Silva. Controlava o repasse de valores de contas secretas no exterior para contas paralelas mantidas com doleiros fixos, que eram prestadores de serviços. Controlava as contas em nomes das offshores INNOVATION ENGINEERING AND RESEARCH, CONSTRUCTORA DEL SUR e KLIENFELD SERVICES. Foi preso na Suíça tentando esvaziar as contas mantidas naquele país.



LUIZ EDUARDO DA ROCHA SOARES
(TOSHIO)
Cuidava dos pagamentos no exterior, via contas offshores e ex-funcionários. Subordinado a Hilberto Silva. Irmão de PAULO SOARES, que desenvolveu o SISTEMA DROUSYS, na empresa DRAFT SYSTEMS do Brasil, criada para atuar no mercado, mas que tinha a ODEBRECHT como principal cliente. A DRAFT funciona no mesmo endereço da JR GRACO SERVIÇOS CADASTRAIS, dos réus OLÍVIO RODRIGUES e seu irmão MARCELO, que eram operadores financeiros de propinas





SECRETÁRIAS
Quatro secretárias cuidavam do funcionamento do "departamento da propina" [= DOE – Departamento de Operações Estruturadas] . Elas atuavam subordinadas aos três executivos recebendo os pedidos de pagamentos, controlando o fluxo de caixa, os balanços, planilhas e ordenamentos a prestadores, como doleiros e agentes do mercado financeiro, para entregas de valores e transferências, dentro e fora do Brasil:

MARIA LÚCIA TAVARES
(TULIA)
Era secretária-executiva em Salvador. Responsável pela operacionalização dos pagamentos e controle da contabilidade do departamento, subordinada a Hilberto Silva, Fernando Silva e Luiz Soares



ÂNGELA FERREIRA PALMEIRA
(TSARINA)
Era secretária-executiva em Salvador. Responsável pela operacionalização dos pagamentos e controle da contabilidade do departamento, subordinada a Hilberto Silva, Fernando Silva e Luiz Soares



ALYNE NASCIMENTO BORAZO
Era secretária em São Paulo. Assessorava Hilberto Silva, Fernando Silva e Luiz Soares




AUDENIRA JESUS BEZERRA
Era secretária em Salvador. Assessorava Hilberto Silva, Fernando Silva e Luiz Soares 






[MODUS OPERANDI]

O pagamento de propinas do GRUPO ODEBRECHT seguia a mesma normatização e o sistema de gestão implementado no conglomerado empresarial. 

O Diretor de Contrato fazia um pedido para seu Diretor Superintendente. Este comunicava a seu Líder Empresarial, que comunicava o Diretor-Presidente.

Com o OK, o diretor de contrato enviava o pedido para as secretárias executivas do Setor de Propinas, identificando origem do pedido, fonte do recurso, autorizador e beneficiário:

 

 



 

DOAÇÕES ELEITORAIS REGISTRADAS EM 2014


A Lava Jato reuniu os registros de doações do GRUPO ODEBRECHT do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e cruzou com os dados encontrados nos balanços contábeis das empresas e elaborou uma tabela repasses a candidaturas em 2014. Constatou-se que o partido político que foi beneficiado com maior volume de recursos foi o PT, seguido do PMDB e do PSDB.

FONTE: TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

 

OBRAS NA MIRA DOS PROCURADORES

A ODEBRECHT é alvo de investigações em 27 obras no Brasil:
[1] RJ – Aeroporto Santos Dumont,
[2] RJ - Presídios
[3] RJ - Metrô LINHA 4 – Barra – Ipanema
[4] RJ – Metrô LINHA 5 – Gávea - Carioca
[5] RJ – Oeste [?]
[6] RJ – Arena Maracanã
[7] RJ - Reabilitação da praia de Sepetiba
[8] RJ - Túnel da Grota,
[9] RJ - Habitações no Complexo do Alemão,
[10] RJ - Arco Metropolitano
[11] SP - Usina Hidrelétrica de Simplicio
[12] SP - Empresa Saneamento Mairinque,
[13] SP - Linhas 2 e 4 do metrô
[14] SP - Esgotamento Sanitário Mauá,
[15] SP - Corredor Metropolitano de Campinas;
[16] RS - Barragem Taquarembo,
[17] RS - Trensurb
[18] RS - Porto Rio Grande
[19] PE - Complexo Suape
[20] PE - Arena Pernambuco
[21] BA  Arena Fonte Nova
[22] PI - Tabuleiros Litorâneos
[23] RN - ETE Natal
[24] PR - Conpar
[25] CE - Sistema Adutor Castanhão
[26] RO - Hidrelétrica Santo Antônio
[27] ES - Esgotamento Sanitário.

Fora do Brasil, a ODEBRECHT é investigada em obras nas vias de Luanda e no Aeroporto Catumbbla, em Angola.

NOTA DO EDITOR RAS: A ODEBRECHT foi investigada também nos EUA pelo FBI / DoJ em 2014-2015 e fez Acordo de Leniência em 2016 se comprometendo a pagar multa de US$ 2,8 bilhões dólares [algo hoje da ordem de R$ 11,2 bilhões de reais]



[MAPA DAS MINAS] ONDE FICAM AS OBRAS INVESTIGADAS PELO MPF NO BRASIL.




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REPORTAGEM: BEATRIZ BULLA, FABIO SERAPIÃO E RICARDO BRANDT
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FONTES: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL / TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

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RONALD DE ALMEIDA SILVA
Rio de Janeiro, RJ, 02jun1947; reside em São Luís, MA, Brasil desde 1976.
Arquiteto Urbanista FAU-UFRJ 1969-1972.
Especialização em Desenho Urbano e Planejamento Regional (Universidade de Edimburgo, Escócia, 1981-83).
Registro profissional (1972-2012 = 40 anos) CREA-RJ 21.900-D
Registro profissional (2013 em diante) CAU-BR A.107.150-5
Ouvidor Nacional das Competições da CBF (2003-2012)
Inspetor do GT e da CNIE - Comissão Nacional de Inspeção de Estádios da CBF (2004-2012)
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