Foto by O Globo. Matéria não transcrita por vedação do site do jornal.
FOTO by RONALD ALMEIDA. 14ago2011
BAR LUIZ
132 anos em
2019
Rua da Carioca, 39 – Centro Histórico do Rio de Janeiro, RJ.
Fotos e textos do site do Bar Luiz, com autoria indicada.
Exceto textos ou palavras entre colchetes.
Compilação, diagramação e edição: Ronald Almeida
Ver notas ao final desta publicação.
Fotos e textos do site do Bar Luiz, com autoria indicada.
Exceto textos ou palavras entre colchetes.
Compilação, diagramação e edição: Ronald Almeida
Ver notas ao final desta publicação.
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Fundado em 03jan1887. Com o nome “Zum
Schlauch”, na Rua da Assembléia nº 102. *
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JACOB WENDLING foi o
fundador do Bar e do “chope nacional”.
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(*) Em 1901 muda-se para o
nº 105, com o nome “Zum Alten Jacob”. Em 1915, muda o nome para “Bar Adolf”. Em
c.1940 (devido à II Guerra Mundial) muda o nome para BAR LUIZ. Em 23fev1927 muda-se
para o atual endereço, Rua da Carioca 39, onde permanece há 92 anos)
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Fachada BAR LUIZ, o
famoso 39 da Rua da Carioca
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ESPECIALIDADES:
Salsichas, chucrute e outras comidas
germânicas, com chopes, em filial de casa tradicional fundada em 03jan1887.
Endereço: Rua
da Carioca, 39 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20050-008 [neste endereço desde 23fev1927],
Como chegar: Ficamos entre a Praça Tiradentes e o Largo da
Carioca.
Metrô: Saltar na
Estação da Carioca.
BAR LUIZ • Rua da
Carioca, 39 • Centro • Rio de Janeiro • Telefone [21] 2262-6900
barluiz@barluiz.com.br
Horário de
funcionamento: Segunda-feira 11:00–16:00 | Terça-feira 11:00–20:00 |
Quarta-feira 11:00–20:00
Quinta-feira
11:00–20:00 | Sexta-feira 11:00–20:00 | Sábado 11:00–16:00
|
BAR
LUIZ: http://www.barluiz.com.br/
|
MENU DO SITE OFICIAL
AVISO AOS NAVEGANTES:
O ÚLTIMO ADEUS ÀS MESAS E GARÇONS DO
BAR LUIZ!!!
Ronald Almeida
Ronald Almeida
Amigos,
clientes, cidade do Rio de Janeiro,
São
132 anos de uma história linda mas também de muita luta.
Os
últimos 7 anos foram os mais difíceis economicamente e apesar de insistirmos
incessantemente em manter essa história por tudo que ela representa pra nossa
família e parceiros, para a nossa cidade e para vocês clientes, não
conseguiremos mais manter nossa operação e fecharemos as portas no próximo
sábado dia 14/09/2019.
Durante
essa ultima semana abriremos no horário normal das 11:30 às 16h e será um
prazer recebê-los.
Neste
mesmo endereço Rua da Carioca, 39 Centro - Rio de Janeiro
CARTA TESTAMENTO
DO BAR LUIZ:
Set. 2019. Ano 132
Falecimento apenas
de um bar mais que centenário?
Ou eutanásia ou crônica
da morte anunciada do Centro Histórico do Rio de Janeiro?
Ronald Almeida,
Carioca
da safra de 1947, arquiteto urbanista
Residente
em São Luís, MA desde 1976.
____________________________________________________
Amigos e amigas,
O BAR LUIZ vai
ter sua operação suspensa a partir do dia 14 de setembro 2019.
Desde 2013 venho
adequando a operação à realidade de cada ano, onde comecei a contabilizar queda
no faturamento.
Mas nos últimos
dois anos, foi duro! Chegamos a um número mínimo de funcionários (8), quando em
2013 eram 48!
A Rua da Carioca
está quase deserta, o poder de consumo está muito baixo, e não vejo uma mudança
acontecer com a mesma força que nos deixou na condição atual.
Estou no BAR LUIZ
há 35 anos e nunca vivenciei uma situação como essa. Uma pena perder esse
Patrimônio, construído com a dedicação
de tantos funcionários, sob o comando de pessoas que dedicaram suas vidas a
essa empresa até morrerem (literalmente!)
Perco eu, perdem
os funcionários, perdem nossos Clientes, nossos Amigos, perde a história VIVA e
a nossa Cidade.
Meus
agradecimentos a vocês e a todos que ajudaram a construir esse Patrimônio, que
perdem essa referência que está prestes a entrar para a memória de muitos, que
daqui a algum tempo será uma lembrança de um ou outro, até se apagar.
Um carinhoso
abraço.
ROSANA SANTOS
[Esposa de BRUNO KUROWSKY]
ONDE ESTAMOS
|
Rua Uruguaiana com
Carioca 1906
|
O Rio de Janeiro, assim como toda
cidade, tem suas tradições. O patrimônio da Cidade Maravilhosa inclui, além de
suas belezas naturais, alguns redutos históricos, consagrados como pontos de
referência na memória e no cotidiano do carioca.
Inseridas neste mosaico de
experiências e histórias, encontramos algumas das casas mais antigas do
comércio carioca, dentre as quais o BAR LUIZ, instituição que completou
130 anos de existência em 2017.
O núcleo fundador onde a cidade de São Sebastião do Rio de
Janeiro começou a crescer é o bairro conhecido como Centro da Cidade. Sua
centralidade não é geográfica, mas puramente cultural. Deste centro, na verdade
litoral da Baía de Guanabara, a cidade principiou a se expandir, a delimitar
territórios e fronteiras, a ser loteada e povoada.
Esta região é parcamente explorada pelos turistas que aqui
desembarcam, ocupados em desfrutar os dias de sol nas belas praias que
ofertamos. Contudo, alguns dos referenciais mais importantes da cultura carioca
se localizam nesta área, acessíveis a pessoas com os mais diversos interesses.
Centro financeiro e econômico da cidade, seu comércio abarca os mais variados
artigos de consumo. A infra-estrutura cultural da região dispõe de museus,
centros-culturais, cinemas e teatros, além de espaços para o lazer a céu
aberto, como praças e passeios públicos. Disponível também aos olhares mais
atentos está a paisagem de suas ruas, que engloba desde casarões e edifícios do
período colonial até prédios e monumentos pós-modernos. Este cenário é um
perfeito reflexo da pluralidade do corpo social e urbano do Rio de Janeiro.
Todavia, é através do mosaico social de seus transeuntes que o
bairro expressa toda sua vitalidade. Diariamente, milhões de pessoas circulam
pelos seus caminhos, vivenciando costumes e histórias. Se estas ruas falassem
por si, teriam muito que contar. Contudo estas experiências estão registradas
na memória de quem trabalha na região e nas paredes de seus estabelecimentos e
casas comerciais. Conhecer uma cidade é desvendar o seu epicentro, o local onde
se concentra uma amostra de todos os bairros.
Conhecido pela qualidade do seu chope – um dos melhores da
cidade – e de sua típica gastronomia alemã, o BAR LUIZ tem sido testemunha
ocular dos eventos ocorridos nos últimos séculos no Rio de Janeiro. Patrimônio
histórico-cultural da cidade, além de aglutinador de personagens das mais
diversas condições sociais pelo próprio perfil do estabelecimento, este bar
espelha um pouco da peculiar cultura do Centro e da cidade do Rio de Janeiro.
DAIANA
CRÚS CHAGAS
Bacharel
e licenciada em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Pesquisadora do BAR LUIZ Ltda.
FOTO by RONALD ALMEIDA. 14ago2011
HISTÓRIA DO BAR LUIZ
Botequim, Boêmia e Tradição: A
Trajetória de um Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro
DAIANA CRÚS CHAGAS
Bacharel e licenciada em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Pesquisadora do BAR LUIZ Ltda.
Quando o BAR LUIZ foi fundado, em 03
de Janeiro de 1887, Dom Pedro II era o Imperador do Brasil. A cidade do Rio de
Janeiro era capital do Império e tinha a pretensão de ser uma Corte moderna, à
imagem e semelhança das principais capitais européias. Paris era referência
mundial de cultura e civilização e os cariocas incorporavam os hábitos e costumes
da capital francesa, dentre eles a prática de se consumir bebida em mesas
dispostas pela calçada.
Na capital brasileira, avolumava-se
o número de Cafés e Confeitarias que reproduziam o costume francês, servindo
cerveja e vinho como carro chefe. O estilo e a elegância destas indicavam o
perfil do público que as freqüentavam. Como opção para o consumo de bebidas nas
ruas da cidade, encontravam-se casas de “secos e molhados” que serviam bebidas
no balcão, além de Botequins e Bares, basicamente com a mesma clientela.
O INÍCIO DA TRADIÇÃO
JACOB WENDLING abre na Rua da Assembléia o “Zum Schlauch”, futuro BAR LUIZ, tencionando servir cerveja
aos apaixonados pela bebida de todas as classes.
Quando JACOB WENDLING, filho de suíços nascido
em Petrópolis, abriu seu estabelecimento na Rua da Assembléia nº 102, tencionava que o seu bar, que na época
atendia pelo nome de “Zum Schlauch”, pudesse
servir cerveja aos apaixonados pela bebida de todas as classes, embutindo um
perfil democrático ao seu estabelecimento.
Com a
abertura da primeira cervejaria do Rio de Janeiro (provavelmente do Brasil), e
graças a um bem sucedido acordo comercial, JACOB
WENDLING iniciou, um ano depois da abertura de sua casa, a comercialização
da cerveja em sua forma crua, ou seja, o
Chope. A tradução do nome alemão “Zum
Schlauch” pode ser “A Mangueira”, ou “A Serpentina”, indicando o local por
onde passa o chope antes de ser servido ao cliente.
O “Zum Schlauch” adquiriu uma relativa
fama com a comercialização do chope, e por esta época, o velho JACOB trouxe para trabalhar com ele seu
afilhado, ADOLF RUMJANECK, um rapaz
ativo que em pouco tempo se tornou conhecido pela clientela devido,
principalmente, ao seu talento nato na queda de braço, esporte que praticava em
uma mesa de mármore nos fundos do Bar. ADOLF
utilizava-se de seus dotes esportivos para introduzir o costume pelo consumo de
chope: disputava na queda de braço com quem não quisesse beber o principal
produto da casa e, em caso de vitória, o freguês podia beber o que quisesse por
conta da casa, caso contrário teria que beber o chope e ainda pagar a conta.
Em 1901 dificuldades no acerto do novo
contrato de aluguel fizeram com que o bar mudasse de endereço, da Rua da
Assembléia nº 102, para a Rua da Assembléia
nº 105. A clientela fiel acompanhou a mudança, que aconteceu no mesmo ritmo
em que a popularidade do bar crescia, muito em função do carisma de ADOLF junto ao público. Esta mudança
foi acompanhada pela troca de nome do estabelecimento para “Zum Alten Jacob”, uma homenagem “Ao Velho Jacob” que cada vez mais se afastava da direção do bar.
Dois anos
após a fundação do bar o Brasil deixava de ser Império para virar uma
República. O presidencialismo e as idéias liberais que permeavam o novo regime
refletiam o ideal político e ideológico desta nova época: seguindo o modelo da
Revolução Francesa e do movimento de Independência Americana, o Brasil
Republicano pretendia se equivaler a essas modernas nações. A forma mais
visível desta nova postura foi a intervenção direta na realidade física da
Capital da República, através de obras e reformas que mudaram radicalmente a
aparência do centro da cidade.
O passado
de colônia portuguesa deveria ser superado e apagado. O Rio de Janeiro, de
traços e ruas provincianas que remontavam ao período colonial passou a sofrer
drásticas intervenções urbanísticas, como a demolição e destruição de dezenas
de ruas e casas, igrejas e prédios públicos. A construção da avenida Central
(hoje Rio Branco) rasgando o coração da cidade e a demolição do Morro do
Castelo – marco da fundação da cidade e local onde foi instalada sua primeira
igreja – foram algumas das mudanças mais marcantes do período.
A paisagem
da cidade se modificou, bem como o espírito do carioca. A cidade se enchia de
vigor com as mudanças. Nossa intelectualidade – composta de jornalistas,
escritores, políticos e demais homens de letras – tornaram-se verdadeiros
habituès dos cafés e confeitarias da cidade. Na Lapa, a malandragem e os
capoeiras conquistavam espaço e renome. Era a insurgência da Boêmia.
O período
conhecido como Belle Époque carioca ficou marcado pelo embelezamento da cidade
e pelo surgimento de uma cultura típica: a cidade civilizava-se, enaltecida em
verso e prosa. É o Rio de Janeiro de Machado de Assis e João do Rio, escritores
que eternizaram o período e o imaginário sobre a urbe carioca através de seus
personagens e relatos.
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O Bar dos
boêmios abriu espaço para os trabalhadores durante o dia. À noite, vindos dos
teatros próximos à rua da carioca, atores, vedetes e os demais profissionais da
área encontravam-se com os espectadores de cinema, oriundos da Cinelândia, nas
mesas do BAR ADOLPH.
Com o
advento da Segunda Guerra Mundial, começaram a eclodir no Brasil movimentos
nacionalistas, alguns identificados aos regimes nazi-fascistas de Itália e
Alemanha, como foi o caso do movimento Integralista. Outros, pelo contrário,
repudiavam às ditaduras européias.
Sob estas
circunstâncias ocorreu o evento que veio a mudar em definitivo o nome do BAR ADOLPH. Estudantes do Colégio Pedro
II em campanha contra os regimes fascistas da Europa invadiram o Bar com o
intuito de destruí-lo, associando seu nome ao ditador ADOLF HITLER.
A casa foi salva pelo compositor de
Aquarela do Brasil, o músico ARY BARROSO, que
lá se encontrava tomando um chope. Desfeito o mal entendido, os estudantes se
retiraram para apedrejar outro estabelecimento nas redondezas. O marcante
episódio resultou na naturalização de LUDWIG
VÖIT, que passou a denominar-se LUIZ,
e na alteração do nome da casa para “BAR
LUIZ”.
O Brasil
dos governos populistas instalou-se em 1945
com o final da ditadura varguista, e a cidade do Rio de Janeiro, capital dos
acontecimentos nacionais, refletia este modus vivendi. A Zona Sul carioca
ganhava fama e estabelecia-se como núcleo criador de modismos e referência em
cultura para o resto do país. É o momento em que, do Nordeste brasileiro,
deslocam-se milhares de pessoas rumo ao “Sul maravilha”, em busca de maiores
oportunidades de trabalho e melhores condições de vida. Esta população infla o
mercado de trabalho do sudeste, e a cidade do Rio e
Janeiro, fornecendo mão de obra aos seus mais diversos ramos e nutrindo, em
especial, o terceiro setor da economia fluminense.
Em 1955, LUIZ VÖIT, então
com problemas de saúde, afasta-se da administração do bar, deixando seu comando
a cargo de GERTRUD, herdeira de ADOLPH e então casada com ALFONS KUROWSKY, que também entra na
sociedade do BAR LUIZ. Juntos e com
a ajuda dos dois filhos de GERTRUD, LUIZ
CARLOS e BRUNO KUROWSKY tocam o estabelecimento, reconhecido como um reduto
do Rio Antigo, uma casa de tradição e memória que faz parte da cultura carioca.
Com a inauguração de Brasília a
cidade do Rio de Janeiro se transforma em Estado da Guanabara, criando a
primeira cidade-Estado do Brasil. Esvaziada do poder governamental a qual se
acostumara, a cidade, conhecida pela grande quantidade de funcionários públicos
que abrigava, observa a transferência dos mesmos para a nova capital.
Mantem-se, contudo, sua importância no cenário nacional através do seu marcante
papel nas esferas política, econômica e cultural.
O governo militar é instaurado no
ano de 1964 e, com ele, se firma um período marcado pela repressão policial e
pela censura cultural. Se, por um lado, é reconhecida a emergência de
movimentos culturais de vanguarda no Brasil, por outro, as manifestações
populares também alcançam um grande volume, caracterizando o cenário carioca
como uma grande babel social e cultural.
Neste momento o carnaval dos blocos
e das Escolas de Samba se destaca como exemplo de manifestação popular, onde se
pode ver o perfil do carioca.
No BAR LUIZ, os prematuros falecimentos de
Alfons e Luis Carlos deixam no comando o jovem BRUNO KUROWSKY e sua mãe GERTRUD.
Esta assumiu o comando do escritório, enquanto BRUNO inaugura no bar sua carismática forma de administrar: sempre
presente no salão, recepcionava todos os freqüentadores da casa, se fazendo
conhecer e criando laços de amizade com aqueles que por ali passavam.
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JOÃO DO RIO nos
informa que foi o velho JACOB um dos fundadores do “chope nacional”,
ou seja, do hábito de se “discutir literatura e falar mal do próximo” enquanto
enche-se o ventre de cerveja. Conta-nos ainda que a febre pelo chope era de tal
intensidade que dezenas de casas abriram com a exclusiva finalidade de
reproduzir este hábito: mais do que vender a bebida, vendia-se a “forma” como
esta era degustada.
Mas JACOB WENDLING não ficou a frente do Bar por muito tempo. Em 1908,
o fundador desta tradição parte para a Suíça, entregando a propriedade do BAR ADOLF. Popularmente, a casa era
conhecida como “Braço de Ferro”, e o
então proprietário já era conhecido por sua invencibilidade no jogo.
Reconhecido como reduto de boêmios, o Bar recebia em suas mesas de mármore
personalidades da época como o famoso ébrio, poeta e jornalista, EMÍLIO DE MENESES. É o cronista LUIZ EDMUNDO quem nos apresenta algumas
das personalidades que por lá passaram, dentre as quais o jornalista PAULA NEY e o escritor OLAVO BILAC.
Em 1915 uma lei em valorização da língua nacional institui que
estabelecimentos comerciais não podem ostentar letreiros com nomes em língua
estrangeira. O “Zum Alten Jacob”,
vulgarmente chamado “Braço de Ferro”,
muda seu nome para “BAR ADOLPH”, de
acordo com a grafia da época. Acompanhando a mudança de nome ADOLF – então com problemas de saúde,
viúvo e com uma filha ainda criança – convida LUDWIG VÖIT, austríaco por nascimento, para sócio em seu bar.
Com o falecimento de ADOLF em 1926 em
decorrência de tuberculose, LUDWIG VÖIT assume
o Bar e a tutela de GERTRUD RUMJANECK,
herdeira de ADOLF. Em 23 de
fevereiro do ano seguinte [1927],
novamente com problemas de locação, o BAR
ADOLPH desloca-se para a Rua da Carioca, nº 39, no mesmo prédio em que
continua instalado até os dias de hoje. O prédio sofreu algumas obras internas
que o caracterizaram com o estilo de art-déco, em voga na época.
O Rio de Janeiro e o Brasil
enfrentavam os derradeiros anos do período conhecido como República Velha. Um
período turbulento, conhecido por dezenas de manifestações e levantes contra o
governo alternado de paulistas e mineiros. A esta etapa de nossa vida política,
sucedeu-se o levante militar que colocou GETÚLIO
VARGAS no poder por 15 anos. O pai dos pobres que alavancou a indústria
nacional, até então inexistente, criou a primeira legislação trabalhista,
aqueceu a economia interna e modificou o perfil do trabalhador assalariado no
Brasil. Garantidos seus direitos, homens e mulheres reinvestiram seu capital e
passaram a consumir. O comércio foi revitalizado e dezenas de casas foram
abertas para receber esta nova clientela.
No BAR ADOLPH, ANA VÖIT,
esposa de LUDWIG, assumiu a chefia
da cozinha imprimindo um perfil de restaurante ao recinto. Mantiveram-se os
aperitivos e foram acrescentados pratos de influência alemã, como a salada de
batatas, o kassler e o apfelstrudel, além do bolinho de carne. GERTRUD RUMJANECK cresceu em meio a
este movimento. Enquanto auxiliava nas atividades da cozinha, aprendia como
funcionava a estrutura da casa, conhecendo seu público e sua administração.
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O período ficou marcado pela
renovação da clientela, que abrangia de trabalhadores do centro à
intelectualidade da zona sul, todos ávidos por consumir um bom chope enquanto
se prolongavam num animado bate-papo. Destacam-se dentre os freqüentadores
alguns dos principais nomes da cultura carioca, como ZIRALDO, JAGUAR e SÉRGIO CABRAL.
A cidade do Rio de Janeiro
expandiu-se alcançando suas fronteiras da Zona Oeste e dando início ao povoamento
da Barra da Tijuca. O BAR LUIZ
também cresceu, acompanhando o movimento da cidade, e principiou na abertura de
duas filiais, uma na Barra da Tijuca e outra na cidade de Niterói. Grandes sucessos de público
mantiveram o espírito do BAR LUIZ da
Rua da Carioca: descontração e qualidade no atendimento ao público.
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Em 1979 foi dado início ao movimento que possibilitou a abertura política
e a derrocada do regime ditatorial militar brasileiro. A nação clamava por
Anistia aos exilados políticos e pelo fim da censura prévia. Em São Paulo, o
movimento sindical das indústrias locais, em constante mobilização por melhores
condições de trabalho, reúne-se a outras forças políticas e funda o Partido dos
Trabalhadores.
No Rio de Janeiro, por sua vez,
realiza-se a fusão da Cidade-Estado da Guanabara com o Estado do Rio de
Janeiro, criando um único Estado denominado Rio de Janeiro. Novos investimentos
são captados para a cidade, dentre os quais o início das obras do Metrô do Rio
de Janeiro que previa, para a sua construção, a demolição de alguns dos mais
marcantes símbolos da cidade, dentre os quais o Palácio Monroe, sede do Estado
Maior das Forças Armadas.
A Rua da Carioca, com seus prédios
centenários, viu-se ameaçada de destruição pelas obras do metrô, e um grande
movimento de mobilização foi iniciado, resultando na criação da Sociedade dos Amigos da Rua da Carioca e
Adjacências (SARCA).
Com o apoio de autoridades públicas,
em Agosto de 1985 o Conjunto
Arquitetônico da Rua da Carioca foi tombado como Patrimônio Histórico Municipal
e, nele, o BAR LUIZ. Neste mesmo ano
dá-se o retorno à democracia no Brasil, com a chegada ao poder de um presidente
constitucional.
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[CENTENÁRIO]
Dois anos depois, [1987] o BAR LUIZ realiza a festa em comemoração aos seus 100 anos de existência, recebendo
amigos e convidados que prestigiam a casa, reconhecendo sua importância e seu
papel como referência de cultura carioca.
A década de 1990 chega para o Brasil e para a cidade do Rio de Janeiro trazendo
grandes problemas sociais. Sucessivos planos econômicos, uma inflação quase
incontrolável e uma forte recessão geraram um caos nas finanças públicas e
particulares. Cai a qualidade de vida dos brasileiros e aumentam de forma
surpreendente os índices de desemprego, violência e criminalidade.
A cidade do Rio de Janeiro se viu
como nunca no centro das atenções, repercutindo de forma acentuada esta
instabilidade social. O Centro da cidade, tradicionalmente bairro comercial,
econômico e financeiro, observou a criação de outros pólos econômicos,
dividindo sua tradicional centralidade com shopping centeres e centros
comerciais espalhados pelos bairros.
Aproveitando-se das lacunas físicas
que passaram a existir, Centros Culturais e Museus iniciaram um processo de
refuncionalização do bairro, tornando-o também uma importante referência
cultural, além de sua nata vocação econômica.
Neste momento assume a gerência do
Bar a esposa de BRUNO KUROWSKY, ROSANA SANTOS, em vistas do falecimento
deste e de sua mãe, GERTRUD.
Aproveitando-se de sua disposição natural como referência cultural, o BAR LUIZ
vem acumulando aniversários – comemorados no terceiro dia de cada ano –
consagrando-se como símbolo da cidade. O reconhecimento público se expressa
através da concessão de títulos como “O bar mais carioca do Rio de Janeiro”, ou
“O melhor chope do Rio de Janeiro”.
A casa, fundada há 120 anos, deverá receber em breve o
tombamento de sua marca através de processo junto à Câmara dos Vereadores da
cidade, imortalizando em definitivo o nome do BAR LUIZ na cultura do Rio de
Janeiro.
Daiana Crús Chagas
CURIOSIDADES DO BAR LUIZ
[1] O chopp
sai pronto da cervejaria: não pede, portanto, envelhecimento. Quanto mais jovem
for consumido, melhor será o seu sabor.
Fonte: Manual da Real Academia do
Chopp – “Brahma” para treinamento de chopeiros.
[2] Desde a
fundação da Manufatura de Cerveja Brahma, Villiger e Companhia em 1888, o BAR
LUIZ só comercializa produtos Brahma.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.
[3] O BAR LUIZ
foi fundado em 1887 na Rua da Assembléia nº 102, com o nome de “Zum Schlauch”,
nome que, segundo Luiz Edmundo, fazia referência ao formato de “tripa”, ou
“corredor” que o prédio possuía.
Fonte: “História Alegre do Bar
Adolph comemorando o seu meio centenário.” 1937.
[4] O primeiro
nome do BAR LUIZ, “Zum Schlauch”, em
alemão significa “A mangueira”, numa alusão a Serpentina, espécie de mangueira
por onde passa o chope saído dos barris, em direção as torneiras.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.
[5] O segundo endereço do BAR LUIZ foi a Rua da Assembléia nº
105, mudança ocasionada por dificuldades no acordo do aluguel. Junto com esta
mudança altera-se o nome do Bar para “Zum
Alten Jacob”, em homenagem “Ao velho Jacob”.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.
[6] ADOLPH
RUMJANECK, o segundo proprietário do BAR LUIZ,
era afilhado de JACOB WENDLING e
iniciou seu trabalho na casa como Caixeiro. Rapidamente foi alçado ao cargo de
gerente e, com o afastamento do velho JACOB,
estabeleceu-se como proprietário.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.
[7] Ao contrário do que diz a fama da casa, o BAR LUIZ não é um bar alemão, pois foi fundado pelo brasileiro
JACOB WENDLING, filho de suíços e
natural de Petrópolis.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.
[8] Em 1915, por força de uma lei que proibia a utilização de
nomes estrangeiros nos letreiros das casas de comércio, o Bar altera seu nome
de “Zum Alten Jacob” para “BAR ADOLPH” em homenagem ao
proprietário, ADOLPH RUMJANECK.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.
[9] O BAR ADOLPH era
conhecido como “Braço de Ferro” em função do talento de ADOLPH RUMJANECK para a Queda de Braço, esporte que disputava em
uma mesa de mármore, especialmente colocada nos fundos do seu estabelecimento
para esta finalidade.
Fonte: “História Alegre do Bar
Adolph comemorando o seu meio centenário.” 1937.
FOTO by RONALD ALMEIDA. 14ago2011
[10] Apenas em 1927 o BAR LUIZ, que na época atendia pelo nome
de “BAR ADOLPH”, instala-se na Rua
da Carioca nº 39, local onde permanece até os dias atuais [set. 2019]
Fonte: BAR LUIZ Ltda.
[11] Quando o Bar Adolph mudou-se para a Rua da Carioca, o
sobrado foi arquitetado para abrigar o escritório da casa. Sua decoração em
estilo colonial alemão ainda hoje pode ser identificada.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.
[12] O prédio na Rua da Carioca nº 39 é de propriedade da
Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência e foi alugado,
inicialmente, em nome da Companhia Cervejaria Brahma, que sublocou o prédio
para o BAR ADOLPH, em 1927.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.
[13] O BAR LUIZ é uma referência no estilo arquitetônico Art
Déco na cidade do Rio de Janeiro constando, inclusive, do Guia de Arquitetura
da Cidade, elaborado pela Prefeitura do Município.
Fonte: CZAJKOWSKI (org.) “Guia da
Arquitetura Art Déco no Rio de Janeiro; Centro de Arquitetura e Urbanismo do
Rio de Janeiro”.Rio de Janeiro: Casa da Palavra: Prefeitura da Cidade do Rio de
Janeiro, 2000. (Guias da Arquitetura do Rio de Janeiro).
[14] As obras que modelaram o edifício da Rua da Carioca em
estilo Art Déco propiciaram ao BAR LUIZ dispor de duas fachadas em seu sobrado:
uma interna em estilo neoclássico, e outra no estilo [art] déco.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.
[15] Na década de 1980 o BAR LUIZ lançou o “Cartão de Identidade
Amigo do BAR LUIZ”. Esta Identidade dava ao portador o direito ao “chopp mais
gelado, atendimento personalizado, ao garçom de sua preferência, e bater papos
de fossa e a viver aqui os seus momentos de alegria”. O cartão era pessoal e
intransferível!
Fonte: BAR LUIZ Ltda.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.
[16] Durante a IIª Guerra Mundial, estudantes exaltados do
Colégio Pedro II tentaram destruir o “Bar Adolph” por achar que se tratava de
uma alusão a Adolf Hitler. Os alunos foram demovidos da idéia graças ao
discurso do famoso compositor Ary Barroso, cliente da casa.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.
[17] As cores bege e verde que recobrem as paredes do BAR LUIZ
foram aplicadas na década de 1940,
para fazer uma alusão a nacionalidade brasileira dos proprietários da casa, que
então atendia pelo nome de “BAR ADOLPH”.
Fonte: JAGUAR. Confesso que Bebi.Rio
de Janeiro: Record, 2001.
[18] A diferença entre Bar, botequim e restaurantes está
basicamente na cozinha e nos pratos que são servidos, sendo que botequins são
casas de venda quase exclusiva de bebidas, geralmente acompanhadas de
aperitivos.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.
[19] No passado não existia a figura legal do restaurante, então
as casas que comercializavam comida eram administradas por uma firma e em seu
letreiro carregavam o nome que melhor caracterizava o seu comércio, como
leiterias, armazéns, bares, cafés e confeitarias…
Fonte: GRILLO, J. A. “Bar Lagoa:
memória do Rio Antigo”.
Rio de Janeiro: Quickgrafic, 2002.
p: 33
[20] O BAR LUIZ e o Bar Lagoa foram os únicos estabelecimentos
do Rio de Janeiro que, mesmo após a regulamentação do comércio de restaurantes,
mantiveram em seu nome a designação “Bar”, título pelo qual eram conhecidos.
Fonte: GRILLO, J. A. “Bar Lagoa: memória do Rio Antigo”.
Rio de Janeiro: Quickgrafic, 2002. p: 33
Fonte: GRILLO, J. A. “Bar Lagoa: memória do Rio Antigo”.
Rio de Janeiro: Quickgrafic, 2002. p: 33
[21] Nos primórdios da casa, para atender a uma clientela de
paladar sensível, o BAR ADOLPH colocava
à disposição dos seus clientes um “esquentador de chopp”: objeto de metal
preenchido com água quente e pendurado por uma alça na parte interna do copo.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.
[22] Diz a tradição oral que, para livrar-se das ressacas
advindas de seus hábitos boêmios, ADOLPH
RUMJANECK lançava mão de um ozonizador: inalando o ar produzido pelo mesmo,
evitava os efeitos colaterais que o excesso de bebida lhe causava.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.
[23] Dentre os registros de funcionários do BAR LUIZ consta, em 1961, a contratação de um peculiar
funcionário: a cadela “Katie”. Seu ofício consistia da vigilância do prédio, e
sua remuneração era em forma de casa e comida.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.
[24] Em 1985, por
pressão da Sociedade de Amigos da Rua da Carioca e Adjacências (SARCA) o
Corredor Cultural do Conjunto Arquitetônico da rua da Carioca é tombado como
Patrimônio Histórico do Estado do Rio de Janeiro.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.
[25] O Guia “Rio Botequim” foi criado em 1998 com o objetivo de
elencar 50 dos principais bares da cidade. Desde sua primeira eleição o BAR
LUIZ figura entre as 5 principais casas no ranking de melhor chope, aperitivo,
culinária, garçom e botequim.
Fonte: “Rio Botequim”. Rio de
Janeiro: Editora Casa da Palavra: Memória
Brasil Projetos Culturais. Versões:
1998, 1999, 2000 e 2001.
[26] O BAR LUIZ há mais de 10 anos sobe a serra da cidade de
Petrópolis e abre uma filial na Festa do
Colono Alemão no Palácio de Cristal. A Bauernfest é um evento
promovido pela Prefeitura que acontece sempre nos meses de junho, relembrando
os primeiros povoadores da cidade Imperial e sua cultura típica.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.
[27] O BAR LUIZ possui um acervo histórico que inclui, dentre
outros documentos, fotos da sua trajetória e do Rio Antigo. Algumas destas
imagens encontram-se em exposição nas paredes do Bar, na rua da Carioca, nº39.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.
[28] Alguns funcionários do BAR LUIZ já são considerados
patrimônios da casa, como os garçons OLIVEIRA,
BRENLLA (Manolo) e LOYOLA, que atuam na casa desde a
década de 1970, juntamente com o gerente da noite, JURANDIR GOMES, na casa desde os 17 anos de idade.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.
[29] O novo filme de Nelson Pereira dos Santos “Raízes do
Brasil: uma cinebiografia de SÉRGIO
BUARQUE DE HOLANDA” utiliza duas fotos históricas do BAR LUIZ para
ambientar a vida boêmia de Sérgio: nosso aniversário de 50 anos e uma foto com
um garçom na década de 1930.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.
[30] BEBIDA: Existe uma lei de pureza que regulamenta a produção de
cervejas no mundo: a “Reinheitsgebot”. Criada em 1516 pelo Duque Guilherme IV
da Baviera, a lei prevê que na produção da cerveja deve-se utilizar,
exclusivamente, o malte, a cevada, o lúpulo e a água. Posteriormente o fermento
foi acrescentado.
Fonte: SANTOS, Sérgio de Paula. “Os
Primórdios da Cerveja no Brasil”. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. p:47-48.
[31] CULINÁRIA:
Em seus primórdios o BAR LUIZ, então
“Zum Schlauch”, oferecia aos seus clientes aperitivos como almôndegas,
salsichas e vegetais, dentre os quais couve-flor, cebolas e pepinos, curtidos
em potes de vidro no vinagrete e armazenados na parte de trás do balcão.
Fonte: “História Alegre do Bar
Adolph comemorando o seu meio centenário.” 1937.
[32] A famosa receita da salada de batatas do BAR LUIZ foi
introduzida na década de 1930 por Ana Vöit, esposa do proprietário, que
imprimiu ao Bar o perfil de restaurante, que permanece ainda hoje.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.
[33] O jornalista Sérgio Cabral, cliente fiel da casa atestou:
nem mesmo na Alemanha encontra-se uma salada de batatas tão saborosa como a do BAR
LUIZ!
Fonte: BAR LUIZ Ltda.
[34] Por mais de 35 anos, o Harenq Marinado, prato composto por
um filé de peixe ao molho vinagrete acompanhado por cebolas e alcaparras,
permaneceu no cardápio do BAR LUIZ. O prato estava presente no bar desde sua
fundação, e foi muito consumido no final do século XIX. Mas, com o passar dos
anos tornou-se pouco requisitado, motivo pelo qual foi retirado do cardápio.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.
[35] O famoso “prato alemão” foi criado pelos funcionários da
casa que solicitavam ao cozinheiro que lhes preparasse um misto das
especialidades alemães, apelidado de “sete”.
O prato agradou tanto que foi incluído no cardápio, tornando-se sucesso entre
os clientes.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.
[36] Com receio de que o arroz pudesse concorrer com a
tradicional salada de batatas na preferência do público para acompanhamento dos
pratos de carne, durante boa parte de sua existência como restaurante o BAR
LUIZ não possuía este prato em seu cardápio.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.
FOTOS RIO ANTIGO
|
BAR LUIZ Rio de Janeiro - Ipanema 1940
|
Fotos Históricas do Rio de Janeiro
desde o período de inauguração do primeiro BAR LUIZ.
Fotos retirada da internet.
BAR LUIZ • Rua da Carioca, 39,
Centro, Rio de Janeiro,
Cep.: 20050008
Telefone [21] 2262-6900
Centro, Rio de Janeiro,
Cep.: 20050008
Telefone [21] 2262-6900
Forma de pagamento: Dinheiro, ticket
refeição ou Cartão de débito.
Instagram
Começando bem a semana, a sugestão é
o nosso EXECUTIVO. Composto por kassler, salsichão bock, salsichão branco e
salada de batata, tem o equilíbrio perfeito de proteína, gordura e carboidrato.
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carro chefe como acompanhamento pra quase todos os nossos pratos.
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#tradicionalmentecarioca
Por : www.flaviolazarino.com
EFEITO CRISE
Mais uma tragédia no Rio: fundado em
1887, o BAR LUIZ vai fechar [2019-09-09]
Fonte: O Globo; Blog POR ANCELMO GOIS; 09/09/2019
05:00
Acesso RAS 2019-09-0
|
BAR LUIZ fundado em 1887 |
Reprodução da internet
|
A notícia de que o “BAR LUIZ” iria
fechar as portas caiu que nem uma bomba entre os boêmios cariocas. O bar,
primeiro ponto de chope no Centro, é de 1887. Portanto, antes da libertação dos
escravos e da República.
Ali tem História, como lembra o
antropólogo e coleguinha PAULO THIAGO DE MELLO, autor de “Memória afetiva do
botequim carioca”, em parceria com ZÉ OCTÁVIO SEBADELHE.
Segue...
No período da Segunda Guerra, quando
o BAR LUIZ se chamava BAR ADOLF, os estudantes do Pedro II invadiram o lugar
para quebrar tudo, mas ARY BARROSO, que almoçava lá no momento, subiu numa
cadeira e explicou que o nome era em homenagem ao dono ADOLF RUMJANECK, nada a
ver com o líder nazista: “Ele salvou o boteco, que mudou de nome pra BAR LUIZ,
para evitar novas confusões.”
FUNDADO EM 1887, BAR LUIZ PUBLICA
CARTA ANUNCIANDO FECHAMENTO [2019-09-09]
Fonte: Jornal do Brasil, 09/09/2019 às 10h48 -
Atualizada em 09/09 às 12h25
Acesso RAS 2019-09
O famoso BAR LUIZ, aberto no Centro
do Rio em 03jan1887, vai fechar.
Carta da atual proprietária e esposa
de BRUNO KUROVSKY, filho mais novo da fundadora GERTRUDES, cita a queda no
faturamento e a falta de perspectiva em relação ao poder de consumo da população.
Nunca vivenciei uma situação como essa", diz ROSANA SANTOS na carta.
|
Crise leva BAR LUIZ a anunciar fechamento (Foto:
Reprodução do Facebook do BAR LUIZ)
|
Confira o documento na
íntegra:
Amigos e amigas,
O BAR LUIZ vai ter sua operação
suspensa a partir do dia 14 de setembro 2019.
Desde 2013 venho adequando a
operação à realidade de cada ano, onde comecei a contabilizar queda no
faturamento. Mas nos últimos dois anos, foi duro! Chegamos a um número mínimo
de funcionários (8), quando em 2013 eram 48!
A Rua da Carioca está quase deserta,
o poder de consumo está muito baixo, e não vejo uma mudança acontecer com a
mesma força que nos deixou na condição atual.
Estou no BAR LUIZ há 35 anos e nunca
vivenciei uma situação como essa. Uma pena perder esse Patrimônio, construído
com a dedicação de tantos funcionários, sob o comando de pessoas que dedicaram
suas vidas a essa empresa até morrerem (literalmente!).
Perco eu, perdem os funcionários,
perdem nossos Clientes, nossos Amigos, perde a história VIVA e a nossa Cidade.
Meus agradecimentos a vocês e a
todos que ajudaram a construir esse Patrimônio, que perdem essa referência que
está prestes a entrar para a memória de muitos, que daqui a algum tempo será
uma lembrança de um ou outro, até se apagar.
Um carinhoso abraço.
Rosana Santos
ROBERTA SUDBRACK QUER SALVAR O BAR
LUIZ QUE FECHA ESSA SEMANA [2019-09-08]
Por Quintino Gomes
Freire; 08 de setembro de 2019
O tradicional BAR LUIZ fecha
as portas, após 132 anos, no próximo sábado dia 14/09, é o que informa o site Bafafá
Online. E na última semana funcionará apenas na hora do almoço, de
meio dia às 16h. O bar já vinha sofrendo problemas desde o início da década.
Mas no que depender da chef ROBERTA
SUDBRACK ainda dá para salvar o BAR LUIZ, ela começou uma campanha em seu
Facebook para a ajudarem a salvar o empreendimento centenário. E até o momento
que esta matéria foi escrita mais de 100 pessoas já se mostravam a postos para
ajuda-la.
Quem sabe com mão competente e
moderna de uma das maiores chefs brasileiras da atualidade, não dá para salvar
essa parte importante da história do Rio de Janeiro.
Roberta Sudbrack; no domingo; 01set2019
Quem me ajuda a salvar o BAR LUIZ?
|
|
BAFAFA.COM.BR
|
BAR LUIZ VAI TER SEMANA DE DESPEDIDA
ANTES DE FECHAR PARA SEMPRE [2019-09-07]
Fonte: BAFAFA.COM.BR
Da Redação em 07 de Setembro de 2019
LOCAL:
|
BAR LUIZ
|
ENDEREÇO:
|
RUA DA CARIOCA, 39 - CENTRO
|
DETALHES:
|
FUNCIONAMENTO: SEGUNDA A SÁBADO DE
12H ÀS 16H - DIA 07/09 - FECHADO POR CONTA DO FERIADO
|
O BAR LUIZ vai
fechar as portas para sempre! O centenário bar não resistiu à crise que assola
o país e a cidade. A informação é do gerente EMERSON COELHO, exclusivo para o Bafafá. O bar fecha as portas
sábado 14 de setembro e em sua última semana de vida vai funcionar apenas no
almoço de meio dia às 16h. Nesta segunda-feira uma coletiva de imprensa no
local vai anunciar o encerramento das atividades do bar de 132 anos.
Agenda Bafafá está triste já que o Rio perde um ícone da
gastronomia e da história da cidade! Agora era hora de uma rede tipo Belmonte
assumir o bar e não deixar fechar. Há poucas semanas isso aconteceu com o NOVA CAPELA que foi assumido pelo grupo
Belmonte. O BAR LUIZ é uma instituição carioca que é de interesse patrimonial
da cidade.
Acreditamos na razão de nossos empresários em apostar que é
possível reverter o fechamento do BAR
LUIZ com uma engenharia financeira para rolar dívidas e adotar uma gestão
profissional no bar, adaptada aos novos tempos e tecnologias.
Todos no BAR LUIZ
esta semana no almoço! Vamos ajudar pelo menos os funcionários a receber seus
salários e direitos.
*********************************
AVISO AOS NAVEGANTES! Internet civilizada:
NOTAS DO EDITOR do Blog Ronald.Arquiteto e do Facebook Ronald Almeida Silva:
[1] As palavras e números entre [colchetes]; os destaques sublinhados,
em negrito e amarelo bem como nomes próprios em CAIXA ALTA e a numeração de parágrafos – se presentes nos textos ora publicados - NÃO
CONSTAM da edição original deste
documento (mensagem, artigo; pesquisa; monografia; dissertação; tese ou
reportagem). Os mencionados adendos
ortográficos foram acrescidos meramente com intuito pedagógico de facilitar a
leitura, a compreensão e a captação mnemônica dos fatos mais relevantes da
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prejuízo do conteúdo cujo texto está transcrito na íntegra, conforme a versão
original.
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Arquiteto e o Facebook RAS são mídias independentes e 100% sem fins lucrativos pecuniários. Não
tem anunciantes, apoiadores, patrocinadores e nem intermediários. Todas as
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RONALD DE
ALMEIDA SILVA
Rio de Janeiro, RJ,
02jun1947; reside em São Luís, MA, Brasil desde 1976.
Arquiteto Urbanista
FAU-UFRJ 1969-1972.
Especialização em Desenho Urbano e
Planejamento Regional (Universidade de Edimburgo, Escócia, 1981-83).
Registro profissional
(1972-2012 = 40 anos) CREA-RJ 21.900-D
Registro profissional
(2013 em diante) CAU-BR A.107.150-5
Ouvidor Nacional das Competições da CBF (2003-2012)
Inspetor do GT e da CNIE - Comissão Nacional de Inspeção de
Estádios da CBF (2004-2012)
e-mail: ronald.arquiteto@gmail.com
Blog
Ronald.Arquiteto (ronalddealmeidasilva.blogspot.com)
Facebook ronaldealmeida.silva.1
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