segunda-feira, 9 de setembro de 2019

[794] O FECHAMENTO DO BAR LUIZ, APÓS 132 ANOS DE ÓTIMOS SERVIÇOS, SINALIZA A MORTE DO CENTRO HISTÓRICO DO RIO DE JANEIRO. Ronald Almeida. 2019-09-09


Foto by O Globo. Matéria não transcrita por vedação do site do jornal.

FOTO by RONALD ALMEIDA. 14ago2011


BAR LUIZ
132 anos em 2019
Rua da Carioca, 39 – Centro Histórico do Rio de Janeiro, RJ.

Fotos e textos do site do Bar Luiz, com autoria indicada.
Exceto textos ou palavras entre colchetes.
Compilação, diagramação e edição: Ronald Almeida
Ver notas ao final desta publicação.

Fundado em 03jan1887. Com o nome “Zum Schlauch”, na Rua da Assembléia nº 102. *
JACOB WENDLING foi o fundador do Bar e do “chope nacional”.

(*) Em 1901 muda-se para o nº 105, com o nome “Zum Alten Jacob”. Em 1915, muda o nome para “Bar Adolf”. Em c.1940 (devido à II Guerra Mundial) muda o nome para BAR LUIZ. Em 23fev1927 muda-se para o atual endereço, Rua da Carioca 39, onde permanece há 92 anos)


Fachada BAR LUIZ, o famoso 39 da Rua da Carioca



ESPECIALIDADES:
Salsichas, chucrute e outras comidas germânicas, com chopes, em filial de casa tradicional fundada em 03jan1887.






Endereço: Rua da Carioca, 39 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20050-008 [neste endereço desde 23fev1927],
Como chegar:  Ficamos entre a Praça Tiradentes e o Largo da Carioca.
Metrô: Saltar na Estação da Carioca.

BAR LUIZ • Rua da Carioca, 39 • Centro • Rio de Janeiro • Telefone [21] 2262-6900 barluiz@barluiz.com.br
Horário de funcionamento: Segunda-feira 11:00–16:00 | Terça-feira 11:00–20:00 | Quarta-feira 11:00–20:00
Quinta-feira 11:00–20:00 | Sexta-feira 11:00–20:00 | Sábado 11:00–16:00



MENU DO SITE OFICIAL


AVISO AOS NAVEGANTES:
O ÚLTIMO ADEUS ÀS MESAS E GARÇONS DO BAR LUIZ!!!
Ronald Almeida



Amigos, clientes, cidade do Rio de Janeiro,
São 132 anos de uma história linda mas também de muita luta.
Os últimos 7 anos foram os mais difíceis economicamente e apesar de insistirmos incessantemente em manter essa história por tudo que ela representa pra nossa família e parceiros, para a nossa cidade e para vocês clientes, não conseguiremos mais manter nossa operação e fecharemos as portas no próximo sábado dia 14/09/2019.
Durante essa ultima semana abriremos no horário normal das 11:30 às 16h e será um prazer recebê-los.
Neste mesmo endereço Rua da Carioca, 39 Centro - Rio de Janeiro



CARTA TESTAMENTO DO BAR LUIZ:
Set. 2019. Ano 132 

Falecimento apenas de um bar mais que centenário?

Ou eutanásia ou crônica da morte anunciada do Centro Histórico do Rio de Janeiro?

Ronald Almeida,
Carioca da safra de 1947, arquiteto urbanista
Residente em São Luís, MA desde 1976.
____________________________________________________
Amigos e amigas,
O BAR LUIZ vai ter sua operação suspensa a partir do dia 14 de setembro 2019.
Desde 2013 venho adequando a operação à realidade de cada ano, onde comecei a contabilizar queda no faturamento.
Mas nos últimos dois anos, foi duro! Chegamos a um número mínimo de funcionários (8), quando em 2013 eram 48!
A Rua da Carioca está quase deserta, o poder de consumo está muito baixo, e não vejo uma mudança acontecer com a mesma força que nos deixou na condição atual.
Estou no BAR LUIZ há 35 anos e nunca vivenciei uma situação como essa. Uma pena perder esse Patrimônio,  construído com a dedicação de tantos funcionários, sob o comando de pessoas que dedicaram suas vidas a essa empresa até morrerem (literalmente!)
Perco eu, perdem os funcionários, perdem nossos Clientes, nossos Amigos, perde a história VIVA e a nossa Cidade.
Meus agradecimentos a vocês e a todos que ajudaram a construir esse Patrimônio, que perdem essa referência que está prestes a entrar para a memória de muitos, que daqui a algum tempo será uma lembrança de um ou outro, até  se apagar.
Um carinhoso abraço.
ROSANA SANTOS
[Esposa de BRUNO KUROWSKY]



ONDE ESTAMOS

Rua Uruguaiana com Carioca 1906

O Rio de Janeiro, assim como toda cidade, tem suas tradições. O patrimônio da Cidade Maravilhosa inclui, além de suas belezas naturais, alguns redutos históricos, consagrados como pontos de referência na memória e no cotidiano do carioca.

Inseridas neste mosaico de experiências e histórias, encontramos algumas das casas mais antigas do comércio carioca, dentre as quais o BAR LUIZ, instituição que completou 130 anos de existência em 2017.

O núcleo fundador onde a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro começou a crescer é o bairro conhecido como Centro da Cidade. Sua centralidade não é geográfica, mas puramente cultural. Deste centro, na verdade litoral da Baía de Guanabara, a cidade principiou a se expandir, a delimitar territórios e fronteiras, a ser loteada e povoada.

Esta região é parcamente explorada pelos turistas que aqui desembarcam, ocupados em desfrutar os dias de sol nas belas praias que ofertamos. Contudo, alguns dos referenciais mais importantes da cultura carioca se localizam nesta área, acessíveis a pessoas com os mais diversos interesses. Centro financeiro e econômico da cidade, seu comércio abarca os mais variados artigos de consumo. A infra-estrutura cultural da região dispõe de museus, centros-culturais, cinemas e teatros, além de espaços para o lazer a céu aberto, como praças e passeios públicos. Disponível também aos olhares mais atentos está a paisagem de suas ruas, que engloba desde casarões e edifícios do período colonial até prédios e monumentos pós-modernos. Este cenário é um perfeito reflexo da pluralidade do corpo social e urbano do Rio de Janeiro.

Todavia, é através do mosaico social de seus transeuntes que o bairro expressa toda sua vitalidade. Diariamente, milhões de pessoas circulam pelos seus caminhos, vivenciando costumes e histórias. Se estas ruas falassem por si, teriam muito que contar. Contudo estas experiências estão registradas na memória de quem trabalha na região e nas paredes de seus estabelecimentos e casas comerciais. Conhecer uma cidade é desvendar o seu epicentro, o local onde se concentra uma amostra de todos os bairros.

Conhecido pela qualidade do seu chope – um dos melhores da cidade – e de sua típica gastronomia alemã, o BAR LUIZ tem sido testemunha ocular dos eventos ocorridos nos últimos séculos no Rio de Janeiro. Patrimônio histórico-cultural da cidade, além de aglutinador de personagens das mais diversas condições sociais pelo próprio perfil do estabelecimento, este bar espelha um pouco da peculiar cultura do Centro e da cidade do Rio de Janeiro.

DAIANA CRÚS CHAGAS
Bacharel e licenciada em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Pesquisadora do BAR LUIZ Ltda.



FOTO by RONALD ALMEIDA. 14ago2011



HISTÓRIA DO BAR LUIZ
Botequim, Boêmia e Tradição: A Trajetória de um Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro

DAIANA CRÚS CHAGAS
Bacharel e licenciada em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Pesquisadora do BAR LUIZ Ltda.

Quando o BAR LUIZ foi fundado, em 03 de Janeiro de 1887, Dom Pedro II era o Imperador do Brasil. A cidade do Rio de Janeiro era capital do Império e tinha a pretensão de ser uma Corte moderna, à imagem e semelhança das principais capitais européias. Paris era referência mundial de cultura e civilização e os cariocas incorporavam os hábitos e costumes da capital francesa, dentre eles a prática de se consumir bebida em mesas dispostas pela calçada.

Na capital brasileira, avolumava-se o número de Cafés e Confeitarias que reproduziam o costume francês, servindo cerveja e vinho como carro chefe. O estilo e a elegância destas indicavam o perfil do público que as freqüentavam. Como opção para o consumo de bebidas nas ruas da cidade, encontravam-se casas de “secos e molhados” que serviam bebidas no balcão, além de Botequins e Bares, basicamente com a mesma clientela.



O INÍCIO DA TRADIÇÃO

JACOB WENDLING abre na Rua da Assembléia o “Zum Schlauch”, futuro BAR LUIZ, tencionando servir cerveja aos apaixonados pela bebida de todas as classes.

Quando JACOB WENDLING, filho de suíços nascido em Petrópolis, abriu seu estabelecimento na Rua da Assembléia nº 102, tencionava que o seu bar, que na época atendia pelo nome de “Zum Schlauch”, pudesse servir cerveja aos apaixonados pela bebida de todas as classes, embutindo um perfil democrático ao seu estabelecimento.

Com a abertura da primeira cervejaria do Rio de Janeiro (provavelmente do Brasil), e graças a um bem sucedido acordo comercial, JACOB WENDLING iniciou, um ano depois da abertura de sua casa, a comercialização da cerveja em sua forma crua, ou seja, o Chope. A tradução do nome alemão “Zum Schlauch” pode ser “A Mangueira”, ou “A Serpentina”, indicando o local por onde passa o chope antes de ser servido ao cliente.

O “Zum Schlauch” adquiriu uma relativa fama com a comercialização do chope, e por esta época, o velho JACOB trouxe para trabalhar com ele seu afilhado, ADOLF RUMJANECK, um rapaz ativo que em pouco tempo se tornou conhecido pela clientela devido, principalmente, ao seu talento nato na queda de braço, esporte que praticava em uma mesa de mármore nos fundos do Bar. ADOLF utilizava-se de seus dotes esportivos para introduzir o costume pelo consumo de chope: disputava na queda de braço com quem não quisesse beber o principal produto da casa e, em caso de vitória, o freguês podia beber o que quisesse por conta da casa, caso contrário teria que beber o chope e ainda pagar a conta.

Em 1901 dificuldades no acerto do novo contrato de aluguel fizeram com que o bar mudasse de endereço, da Rua da Assembléia nº 102, para a Rua da Assembléia nº 105. A clientela fiel acompanhou a mudança, que aconteceu no mesmo ritmo em que a popularidade do bar crescia, muito em função do carisma de ADOLF junto ao público. Esta mudança foi acompanhada pela troca de nome do estabelecimento para “Zum Alten Jacob”, uma homenagem “Ao Velho Jacob” que cada vez mais se afastava da direção do bar.

Dois anos após a fundação do bar o Brasil deixava de ser Império para virar uma República. O presidencialismo e as idéias liberais que permeavam o novo regime refletiam o ideal político e ideológico desta nova época: seguindo o modelo da Revolução Francesa e do movimento de Independência Americana, o Brasil Republicano pretendia se equivaler a essas modernas nações. A forma mais visível desta nova postura foi a intervenção direta na realidade física da Capital da República, através de obras e reformas que mudaram radicalmente a aparência do centro da cidade.

O passado de colônia portuguesa deveria ser superado e apagado. O Rio de Janeiro, de traços e ruas provincianas que remontavam ao período colonial passou a sofrer drásticas intervenções urbanísticas, como a demolição e destruição de dezenas de ruas e casas, igrejas e prédios públicos. A construção da avenida Central (hoje Rio Branco) rasgando o coração da cidade e a demolição do Morro do Castelo – marco da fundação da cidade e local onde foi instalada sua primeira igreja – foram algumas das mudanças mais marcantes do período.

A paisagem da cidade se modificou, bem como o espírito do carioca. A cidade se enchia de vigor com as mudanças. Nossa intelectualidade – composta de jornalistas, escritores, políticos e demais homens de letras – tornaram-se verdadeiros habituès dos cafés e confeitarias da cidade. Na Lapa, a malandragem e os capoeiras conquistavam espaço e renome. Era a insurgência da Boêmia.

O período conhecido como Belle Époque carioca ficou marcado pelo embelezamento da cidade e pelo surgimento de uma cultura típica: a cidade civilizava-se, enaltecida em verso e prosa. É o Rio de Janeiro de Machado de Assis e João do Rio, escritores que eternizaram o período e o imaginário sobre a urbe carioca através de seus personagens e relatos.



O Bar dos boêmios abriu espaço para os trabalhadores durante o dia. À noite, vindos dos teatros próximos à rua da carioca, atores, vedetes e os demais profissionais da área encontravam-se com os espectadores de cinema, oriundos da Cinelândia, nas mesas do BAR ADOLPH.

Com o advento da Segunda Guerra Mundial, começaram a eclodir no Brasil movimentos nacionalistas, alguns identificados aos regimes nazi-fascistas de Itália e Alemanha, como foi o caso do movimento Integralista. Outros, pelo contrário, repudiavam às ditaduras européias.

Sob estas circunstâncias ocorreu o evento que veio a mudar em definitivo o nome do BAR ADOLPH. Estudantes do Colégio Pedro II em campanha contra os regimes fascistas da Europa invadiram o Bar com o intuito de destruí-lo, associando seu nome ao ditador ADOLF HITLER.

A casa foi salva pelo compositor de Aquarela do Brasil, o músico ARY BARROSO, que lá se encontrava tomando um chope. Desfeito o mal entendido, os estudantes se retiraram para apedrejar outro estabelecimento nas redondezas. O marcante episódio resultou na naturalização de LUDWIG VÖIT, que passou a denominar-se LUIZ, e na alteração do nome da casa para “BAR LUIZ”.

O Brasil dos governos populistas instalou-se em 1945 com o final da ditadura varguista, e a cidade do Rio de Janeiro, capital dos acontecimentos nacionais, refletia este modus vivendi. A Zona Sul carioca ganhava fama e estabelecia-se como núcleo criador de modismos e referência em cultura para o resto do país. É o momento em que, do Nordeste brasileiro, deslocam-se milhares de pessoas rumo ao “Sul maravilha”, em busca de maiores oportunidades de trabalho e melhores condições de vida. Esta população infla o mercado de trabalho do sudeste, e a cidade do Rio e Janeiro, fornecendo mão de obra aos seus mais diversos ramos e nutrindo, em especial, o terceiro setor da economia fluminense.

Em 1955, LUIZ VÖIT, então com problemas de saúde, afasta-se da administração do bar, deixando seu comando a cargo de GERTRUD, herdeira de ADOLPH e então casada com ALFONS KUROWSKY, que também entra na sociedade do BAR LUIZ. Juntos e com a ajuda dos dois filhos de GERTRUD, LUIZ CARLOS e BRUNO KUROWSKY tocam o estabelecimento, reconhecido como um reduto do Rio Antigo, uma casa de tradição e memória que faz parte da cultura carioca.

Com a inauguração de Brasília a cidade do Rio de Janeiro se transforma em Estado da Guanabara, criando a primeira cidade-Estado do Brasil. Esvaziada do poder governamental a qual se acostumara, a cidade, conhecida pela grande quantidade de funcionários públicos que abrigava, observa a transferência dos mesmos para a nova capital. Mantem-se, contudo, sua importância no cenário nacional através do seu marcante papel nas esferas política, econômica e cultural.

O governo militar é instaurado no ano de 1964 e, com ele, se firma um período marcado pela repressão policial e pela censura cultural. Se, por um lado, é reconhecida a emergência de movimentos culturais de vanguarda no Brasil, por outro, as manifestações populares também alcançam um grande volume, caracterizando o cenário carioca como uma grande babel social e cultural.

Neste momento o carnaval dos blocos e das Escolas de Samba se destaca como exemplo de manifestação popular, onde se pode ver o perfil do carioca.

No BAR LUIZ, os prematuros falecimentos de Alfons e Luis Carlos deixam no comando o jovem BRUNO KUROWSKY e sua mãe GERTRUD. Esta assumiu o comando do escritório, enquanto BRUNO inaugura no bar sua carismática forma de administrar: sempre presente no salão, recepcionava todos os freqüentadores da casa, se fazendo conhecer e criando laços de amizade com aqueles que por ali passavam.



JOÃO DO RIO nos informa que foi o velho JACOB um dos fundadores do “chope nacional”, ou seja, do hábito de se “discutir literatura e falar mal do próximo” enquanto enche-se o ventre de cerveja. Conta-nos ainda que a febre pelo chope era de tal intensidade que dezenas de casas abriram com a exclusiva finalidade de reproduzir este hábito: mais do que vender a bebida, vendia-se a “forma” como esta era degustada.

Mas JACOB WENDLING não ficou a frente do Bar por muito tempo. Em 1908, o fundador desta tradição parte para a Suíça, entregando a propriedade do BAR ADOLF. Popularmente, a casa era conhecida como “Braço de Ferro”, e o então proprietário já era conhecido por sua invencibilidade no jogo. Reconhecido como reduto de boêmios, o Bar recebia em suas mesas de mármore personalidades da época como o famoso ébrio, poeta e jornalista, EMÍLIO DE MENESES. É o cronista LUIZ EDMUNDO quem nos apresenta algumas das personalidades que por lá passaram, dentre as quais o jornalista PAULA NEY e o escritor OLAVO BILAC.

Em 1915 uma lei em valorização da língua nacional institui que estabelecimentos comerciais não podem ostentar letreiros com nomes em língua estrangeira. O “Zum Alten Jacob”, vulgarmente chamado “Braço de Ferro”, muda seu nome para “BAR ADOLPH”, de acordo com a grafia da época. Acompanhando a mudança de nome ADOLF – então com problemas de saúde, viúvo e com uma filha ainda criança – convida LUDWIG VÖIT, austríaco por nascimento, para sócio em seu bar.

 Com o falecimento de ADOLF em 1926 em decorrência de tuberculose, LUDWIG VÖIT assume o Bar e a tutela de GERTRUD RUMJANECK, herdeira de ADOLF. Em 23 de fevereiro do ano seguinte [1927], novamente com problemas de locação, o BAR ADOLPH desloca-se para a Rua da Carioca, nº 39, no mesmo prédio em que continua instalado até os dias de hoje. O prédio sofreu algumas obras internas que o caracterizaram com o estilo de art-déco, em voga na época.

O Rio de Janeiro e o Brasil enfrentavam os derradeiros anos do período conhecido como República Velha. Um período turbulento, conhecido por dezenas de manifestações e levantes contra o governo alternado de paulistas e mineiros. A esta etapa de nossa vida política, sucedeu-se o levante militar que colocou GETÚLIO VARGAS no poder por 15 anos. O pai dos pobres que alavancou a indústria nacional, até então inexistente, criou a primeira legislação trabalhista, aqueceu a economia interna e modificou o perfil do trabalhador assalariado no Brasil. Garantidos seus direitos, homens e mulheres reinvestiram seu capital e passaram a consumir. O comércio foi revitalizado e dezenas de casas foram abertas para receber esta nova clientela.

No BAR ADOLPH, ANA VÖIT, esposa de LUDWIG, assumiu a chefia da cozinha imprimindo um perfil de restaurante ao recinto. Mantiveram-se os aperitivos e foram acrescentados pratos de influência alemã, como a salada de batatas, o kassler e o apfelstrudel, além do bolinho de carne. GERTRUD RUMJANECK cresceu em meio a este movimento. Enquanto auxiliava nas atividades da cozinha, aprendia como funcionava a estrutura da casa, conhecendo seu público e sua administração.



O período ficou marcado pela renovação da clientela, que abrangia de trabalhadores do centro à intelectualidade da zona sul, todos ávidos por consumir um bom chope enquanto se prolongavam num animado bate-papo. Destacam-se dentre os freqüentadores alguns dos principais nomes da cultura carioca, como ZIRALDO, JAGUAR e SÉRGIO CABRAL.

A cidade do Rio de Janeiro expandiu-se alcançando suas fronteiras da Zona Oeste e dando início ao povoamento da Barra da Tijuca. O BAR LUIZ também cresceu, acompanhando o movimento da cidade, e principiou na abertura de duas filiais, uma na Barra da Tijuca e outra na cidade de Niterói. Grandes sucessos de público mantiveram o espírito do BAR LUIZ da Rua da Carioca: descontração e qualidade no atendimento ao público.




Em 1979 foi dado início ao movimento que possibilitou a abertura política e a derrocada do regime ditatorial militar brasileiro. A nação clamava por Anistia aos exilados políticos e pelo fim da censura prévia. Em São Paulo, o movimento sindical das indústrias locais, em constante mobilização por melhores condições de trabalho, reúne-se a outras forças políticas e funda o Partido dos Trabalhadores.

No Rio de Janeiro, por sua vez, realiza-se a fusão da Cidade-Estado da Guanabara com o Estado do Rio de Janeiro, criando um único Estado denominado Rio de Janeiro. Novos investimentos são captados para a cidade, dentre os quais o início das obras do Metrô do Rio de Janeiro que previa, para a sua construção, a demolição de alguns dos mais marcantes símbolos da cidade, dentre os quais o Palácio Monroe, sede do Estado Maior das Forças Armadas.

A Rua da Carioca, com seus prédios centenários, viu-se ameaçada de destruição pelas obras do metrô, e um grande movimento de mobilização foi iniciado, resultando na criação da Sociedade dos Amigos da Rua da Carioca e Adjacências (SARCA).

Com o apoio de autoridades públicas, em Agosto de 1985 o Conjunto Arquitetônico da Rua da Carioca foi tombado como Patrimônio Histórico Municipal e, nele, o BAR LUIZ. Neste mesmo ano dá-se o retorno à democracia no Brasil, com a chegada ao poder de um presidente constitucional.



[CENTENÁRIO]
Dois anos depois, [1987] o BAR LUIZ realiza a festa em comemoração aos seus 100 anos de existência, recebendo amigos e convidados que prestigiam a casa, reconhecendo sua importância e seu papel como referência de cultura carioca.

A década de 1990 chega para o Brasil e para a cidade do Rio de Janeiro trazendo grandes problemas sociais. Sucessivos planos econômicos, uma inflação quase incontrolável e uma forte recessão geraram um caos nas finanças públicas e particulares. Cai a qualidade de vida dos brasileiros e aumentam de forma surpreendente os índices de desemprego, violência e criminalidade.

A cidade do Rio de Janeiro se viu como nunca no centro das atenções, repercutindo de forma acentuada esta instabilidade social. O Centro da cidade, tradicionalmente bairro comercial, econômico e financeiro, observou a criação de outros pólos econômicos, dividindo sua tradicional centralidade com shopping centeres e centros comerciais espalhados pelos bairros.

Aproveitando-se das lacunas físicas que passaram a existir, Centros Culturais e Museus iniciaram um processo de refuncionalização do bairro, tornando-o também uma importante referência cultural, além de sua nata vocação econômica.

Neste momento assume a gerência do Bar a esposa de BRUNO KUROWSKY, ROSANA SANTOS, em vistas do falecimento deste e de sua mãe, GERTRUD. Aproveitando-se de sua disposição natural como referência cultural, o BAR LUIZ vem acumulando aniversários – comemorados no terceiro dia de cada ano – consagrando-se como símbolo da cidade. O reconhecimento público se expressa através da concessão de títulos como “O bar mais carioca do Rio de Janeiro”, ou “O melhor chope do Rio de Janeiro”.

A casa, fundada há 120 anos, deverá receber em breve o tombamento de sua marca através de processo junto à Câmara dos Vereadores da cidade, imortalizando em definitivo o nome do BAR LUIZ na cultura do Rio de Janeiro.

Daiana Crús Chagas





CURIOSIDADES DO BAR LUIZ

[1] O chopp sai pronto da cervejaria: não pede, portanto, envelhecimento. Quanto mais jovem for consumido, melhor será o seu sabor.
Fonte: Manual da Real Academia do Chopp – “Brahma” para treinamento de chopeiros.

[2] Desde a fundação da Manufatura de Cerveja Brahma, Villiger e Companhia em 1888, o BAR LUIZ só comercializa produtos Brahma.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.

[3] O BAR LUIZ foi fundado em 1887 na Rua da Assembléia nº 102, com o nome de “Zum Schlauch”, nome que, segundo Luiz Edmundo, fazia referência ao formato de “tripa”, ou “corredor” que o prédio possuía.
Fonte: “História Alegre do Bar Adolph comemorando o seu meio centenário.” 1937.

[4]  O primeiro nome do BAR LUIZ, “Zum Schlauch”, em alemão significa “A mangueira”, numa alusão a Serpentina, espécie de mangueira por onde passa o chope saído dos barris, em direção as torneiras.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.

[5] O segundo endereço do BAR LUIZ foi a Rua da Assembléia nº 105, mudança ocasionada por dificuldades no acordo do aluguel. Junto com esta mudança altera-se o nome do Bar para “Zum Alten Jacob”, em homenagem “Ao velho Jacob”.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.



[6] ADOLPH RUMJANECK, o segundo proprietário do BAR LUIZ, era afilhado de JACOB WENDLING e iniciou seu trabalho na casa como Caixeiro. Rapidamente foi alçado ao cargo de gerente e, com o afastamento do velho JACOB, estabeleceu-se como proprietário.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.

[7] Ao contrário do que diz a fama da casa, o BAR LUIZ não é um bar alemão, pois foi fundado pelo brasileiro JACOB WENDLING, filho de suíços e natural de Petrópolis.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.

[8] Em 1915, por força de uma lei que proibia a utilização de nomes estrangeiros nos letreiros das casas de comércio, o Bar altera seu nome de “Zum Alten Jacob” para “BAR ADOLPH” em homenagem ao proprietário, ADOLPH RUMJANECK.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.

[9] O BAR ADOLPH era conhecido como “Braço de Ferro” em função do talento de ADOLPH RUMJANECK para a Queda de Braço, esporte que disputava em uma mesa de mármore, especialmente colocada nos fundos do seu estabelecimento para esta finalidade.
Fonte: “História Alegre do Bar Adolph comemorando o seu meio centenário.” 1937.

FOTO by RONALD ALMEIDA. 14ago2011

[10] Apenas em 1927 o BAR LUIZ, que na época atendia pelo nome de “BAR ADOLPH”, instala-se na Rua da Carioca nº 39, local onde permanece até os dias atuais [set. 2019]
Fonte: BAR LUIZ Ltda.

[11] Quando o Bar Adolph mudou-se para a Rua da Carioca, o sobrado foi arquitetado para abrigar o escritório da casa. Sua decoração em estilo colonial alemão ainda hoje pode ser identificada.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.

[12] O prédio na Rua da Carioca nº 39 é de propriedade da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência e foi alugado, inicialmente, em nome da Companhia Cervejaria Brahma, que sublocou o prédio para o BAR ADOLPH, em 1927.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.

[13] O BAR LUIZ é uma referência no estilo arquitetônico Art Déco na cidade do Rio de Janeiro constando, inclusive, do Guia de Arquitetura da Cidade, elaborado pela Prefeitura do Município.
Fonte: CZAJKOWSKI (org.) “Guia da Arquitetura Art Déco no Rio de Janeiro; Centro de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro”.Rio de Janeiro: Casa da Palavra: Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, 2000. (Guias da Arquitetura do Rio de Janeiro).

[14] As obras que modelaram o edifício da Rua da Carioca em estilo Art Déco propiciaram ao BAR LUIZ dispor de duas fachadas em seu sobrado: uma interna em estilo neoclássico, e outra no estilo [art] déco.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.

[15] Na década de 1980 o BAR LUIZ lançou o “Cartão de Identidade Amigo do BAR LUIZ”. Esta Identidade dava ao portador o direito ao “chopp mais gelado, atendimento personalizado, ao garçom de sua preferência, e bater papos de fossa e a viver aqui os seus momentos de alegria”. O cartão era pessoal e intransferível!
Fonte: BAR LUIZ Ltda.



[16] Durante a IIª Guerra Mundial, estudantes exaltados do Colégio Pedro II tentaram destruir o “Bar Adolph” por achar que se tratava de uma alusão a Adolf Hitler. Os alunos foram demovidos da idéia graças ao discurso do famoso compositor Ary Barroso, cliente da casa.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.

[17] As cores bege e verde que recobrem as paredes do BAR LUIZ foram aplicadas na década de 1940, para fazer uma alusão a nacionalidade brasileira dos proprietários da casa, que então atendia pelo nome de “BAR ADOLPH”.
Fonte: JAGUAR. Confesso que Bebi.Rio de Janeiro: Record, 2001.

[18] A diferença entre Bar, botequim e restaurantes está basicamente na cozinha e nos pratos que são servidos, sendo que botequins são casas de venda quase exclusiva de bebidas, geralmente acompanhadas de aperitivos.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.

[19] No passado não existia a figura legal do restaurante, então as casas que comercializavam comida eram administradas por uma firma e em seu letreiro carregavam o nome que melhor caracterizava o seu comércio, como leiterias, armazéns, bares, cafés e confeitarias…
Fonte: GRILLO, J. A. “Bar Lagoa: memória do Rio Antigo”.
Rio de Janeiro: Quickgrafic, 2002. p: 33

[20] O BAR LUIZ e o Bar Lagoa foram os únicos estabelecimentos do Rio de Janeiro que, mesmo após a regulamentação do comércio de restaurantes, mantiveram em seu nome a designação “Bar”, título pelo qual eram conhecidos.
Fonte: GRILLO, J. A. “Bar Lagoa: memória do Rio Antigo”.
Rio de Janeiro: Quickgrafic, 2002. p: 33



[21] Nos primórdios da casa, para atender a uma clientela de paladar sensível, o BAR ADOLPH colocava à disposição dos seus clientes um “esquentador de chopp”: objeto de metal preenchido com água quente e pendurado por uma alça na parte interna do copo.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.

[22] Diz a tradição oral que, para livrar-se das ressacas advindas de seus hábitos boêmios, ADOLPH RUMJANECK lançava mão de um ozonizador: inalando o ar produzido pelo mesmo, evitava os efeitos colaterais que o excesso de bebida lhe causava.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.

[23] Dentre os registros de funcionários do BAR LUIZ consta, em 1961, a contratação de um peculiar funcionário: a cadela “Katie”. Seu ofício consistia da vigilância do prédio, e sua remuneração era em forma de casa e comida.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.

[24] Em 1985, por pressão da Sociedade de Amigos da Rua da Carioca e Adjacências (SARCA) o Corredor Cultural do Conjunto Arquitetônico da rua da Carioca é tombado como Patrimônio Histórico do Estado do Rio de Janeiro.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.

[25] O Guia “Rio Botequim” foi criado em 1998 com o objetivo de elencar 50 dos principais bares da cidade. Desde sua primeira eleição o BAR LUIZ figura entre as 5 principais casas no ranking de melhor chope, aperitivo, culinária, garçom e botequim.
Fonte: “Rio Botequim”. Rio de Janeiro: Editora Casa da Palavra: Memória
Brasil Projetos Culturais. Versões: 1998, 1999, 2000 e 2001.

[26] O BAR LUIZ há mais de 10 anos sobe a serra da cidade de Petrópolis e abre uma filial na Festa do Colono Alemão no Palácio de Cristal. A Bauernfest é um evento promovido pela Prefeitura que acontece sempre nos meses de junho, relembrando os primeiros povoadores da cidade Imperial e sua cultura típica.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.

[27] O BAR LUIZ possui um acervo histórico que inclui, dentre outros documentos, fotos da sua trajetória e do Rio Antigo. Algumas destas imagens encontram-se em exposição nas paredes do Bar, na rua da Carioca, nº39.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.

[28] Alguns funcionários do BAR LUIZ já são considerados patrimônios da casa, como os garçons OLIVEIRA, BRENLLA (Manolo) e LOYOLA, que atuam na casa desde a década de 1970, juntamente com o gerente da noite, JURANDIR GOMES, na casa desde os 17 anos de idade.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.

[29] O novo filme de Nelson Pereira dos Santos “Raízes do Brasil: uma cinebiografia de SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA” utiliza duas fotos históricas do BAR LUIZ para ambientar a vida boêmia de Sérgio: nosso aniversário de 50 anos e uma foto com um garçom na década de 1930.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.



[30] BEBIDA: Existe uma lei de pureza que regulamenta a produção de cervejas no mundo: a “Reinheitsgebot”. Criada em 1516 pelo Duque Guilherme IV da Baviera, a lei prevê que na produção da cerveja deve-se utilizar, exclusivamente, o malte, a cevada, o lúpulo e a água. Posteriormente o fermento foi acrescentado.
Fonte: SANTOS, Sérgio de Paula. “Os Primórdios da Cerveja no Brasil”. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. p:47-48.

[31] CULINÁRIA: Em seus primórdios o BAR LUIZ, então “Zum Schlauch”, oferecia aos seus clientes aperitivos como almôndegas, salsichas e vegetais, dentre os quais couve-flor, cebolas e pepinos, curtidos em potes de vidro no vinagrete e armazenados na parte de trás do balcão.
Fonte: “História Alegre do Bar Adolph comemorando o seu meio centenário.” 1937.

[32] A famosa receita da salada de batatas do BAR LUIZ foi introduzida na década de 1930 por Ana Vöit, esposa do proprietário, que imprimiu ao Bar o perfil de restaurante, que permanece ainda hoje.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.

[33] O jornalista Sérgio Cabral, cliente fiel da casa atestou: nem mesmo na Alemanha encontra-se uma salada de batatas tão saborosa como a do BAR LUIZ!
Fonte: BAR LUIZ Ltda.

[34] Por mais de 35 anos, o Harenq Marinado, prato composto por um filé de peixe ao molho vinagrete acompanhado por cebolas e alcaparras, permaneceu no cardápio do BAR LUIZ. O prato estava presente no bar desde sua fundação, e foi muito consumido no final do século XIX. Mas, com o passar dos anos tornou-se pouco requisitado, motivo pelo qual foi retirado do cardápio.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.

[35] O famoso “prato alemão” foi criado pelos funcionários da casa que solicitavam ao cozinheiro que lhes preparasse um misto das especialidades alemães, apelidado de “sete”. O prato agradou tanto que foi incluído no cardápio, tornando-se sucesso entre os clientes.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.



[36] Com receio de que o arroz pudesse concorrer com a tradicional salada de batatas na preferência do público para acompanhamento dos pratos de carne, durante boa parte de sua existência como restaurante o BAR LUIZ não possuía este prato em seu cardápio.
Fonte: BAR LUIZ Ltda.



FOTOS RIO ANTIGO














BAR LUIZ Rio de Janeiro - Ipanema 1940






Fotos Históricas do Rio de Janeiro desde o período de inauguração do primeiro BAR LUIZ.
Fotos retirada da internet.

BAR LUIZ • Rua da Carioca, 39,
Centro, Rio de Janeiro,
Cep.: 20050008
Telefone [21] 2262-6900
Forma de pagamento: Dinheiro, ticket refeição ou Cartão de débito.
Instagram


Começando bem a semana, a sugestão é o nosso EXECUTIVO. Composto por kassler, salsichão bock, salsichão branco e salada de batata, tem o equilíbrio perfeito de proteína, gordura e carboidrato. Abrimos das 11:30 às 16h Rua da Carioca, 39 Centro - RJ  #barluiz   #tradicionalmentecarioca 




Rosbife com a nossa salada de batatas que você só encontra aqui. Receita da bisa Ana! Desde 1940 ela é o carro chefe como acompanhamento pra quase todos os nossos pratos. 




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NOTÍCIAS


EFEITO CRISE
Mais uma tragédia no Rio: fundado em 1887, o BAR LUIZ vai fechar [2019-09-09]

Fonte: O Globo; Blog POR ANCELMO GOIS; 09/09/2019 05:00
Acesso RAS 2019-09-0

BAR LUIZ fundado em 1887 | Reprodução da internet

A notícia de que o “BAR LUIZ” iria fechar as portas caiu que nem uma bomba entre os boêmios cariocas. O bar, primeiro ponto de chope no Centro, é de 1887. Portanto, antes da libertação dos escravos e da República.
Ali tem História, como lembra o antropólogo e coleguinha PAULO THIAGO DE MELLO, autor de “Memória afetiva do botequim carioca”, em parceria com ZÉ OCTÁVIO SEBADELHE.
Segue...
No período da Segunda Guerra, quando o BAR LUIZ se chamava BAR ADOLF, os estudantes do Pedro II invadiram o lugar para quebrar tudo, mas ARY BARROSO, que almoçava lá no momento, subiu numa cadeira e explicou que o nome era em homenagem ao dono ADOLF RUMJANECK, nada a ver com o líder nazista: “Ele salvou o boteco, que mudou de nome pra BAR LUIZ, para evitar novas confusões.”


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FUNDADO EM 1887, BAR LUIZ PUBLICA CARTA ANUNCIANDO FECHAMENTO [2019-09-09]

Fonte: Jornal do Brasil, 09/09/2019 às 10h48 - Atualizada em 09/09 às 12h25
Acesso RAS 2019-09

O famoso BAR LUIZ, aberto no Centro do Rio em 03jan1887, vai fechar.

Carta da atual proprietária e esposa de BRUNO KUROVSKY, filho mais novo da fundadora GERTRUDES, cita a queda no faturamento e a falta de perspectiva em relação ao poder de consumo da população. Nunca vivenciei uma situação como essa", diz ROSANA SANTOS na carta. 

Crise leva BAR LUIZ a anunciar fechamento (Foto: Reprodução do Facebook do BAR LUIZ)
  

Confira o documento na íntegra: 

Amigos e amigas,
O BAR LUIZ vai ter sua operação suspensa a partir do dia 14 de setembro 2019.
Desde 2013 venho adequando a operação à realidade de cada ano, onde comecei a contabilizar queda no faturamento. Mas nos últimos dois anos, foi duro! Chegamos a um número mínimo de funcionários (8), quando em 2013 eram 48!
A Rua da Carioca está quase deserta, o poder de consumo está muito baixo, e não vejo uma mudança acontecer com a mesma força que nos deixou na condição atual.
Estou no BAR LUIZ há 35 anos e nunca vivenciei uma situação como essa. Uma pena perder esse Patrimônio, construído com a dedicação de tantos funcionários, sob o comando de pessoas que dedicaram suas vidas a essa empresa até morrerem (literalmente!).
Perco eu, perdem os funcionários, perdem nossos Clientes, nossos Amigos, perde a história VIVA e a nossa Cidade.
Meus agradecimentos a vocês e a todos que ajudaram a construir esse Patrimônio, que perdem essa referência que está prestes a entrar para a memória de muitos, que daqui a algum tempo será uma lembrança de um ou outro, até se apagar.
Um carinhoso abraço.
Rosana Santos



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ROBERTA SUDBRACK QUER SALVAR O BAR LUIZ QUE FECHA ESSA SEMANA [2019-09-08]

Por  Quintino Gomes Freire; 08 de setembro de 2019



O tradicional BAR LUIZ fecha as portas, após 132 anos, no próximo sábado dia 14/09, é o que informa o site Bafafá Online. E na última semana funcionará apenas na hora do almoço, de meio dia às 16h. O bar já vinha sofrendo problemas desde o início da década.
Mas no que depender da chef ROBERTA SUDBRACK ainda dá para salvar o BAR LUIZ, ela começou uma campanha em seu Facebook para a ajudarem a salvar o empreendimento centenário. E até o momento que esta matéria foi escrita mais de 100 pessoas já se mostravam a postos para ajuda-la.
Quem sabe com mão competente e moderna de uma das maiores chefs brasileiras da atualidade, não dá para salvar essa parte importante da história do Rio de Janeiro.



Roberta Sudbrack; no domingo; 01set2019
Quem me ajuda a salvar o BAR LUIZ?
BAFAFA.COM.BR



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BAR LUIZ VAI TER SEMANA DE DESPEDIDA ANTES DE FECHAR PARA SEMPRE [2019-09-07]

Fonte: BAFAFA.COM.BR
Da Redação em 07 de Setembro de 2019  

LOCAL:
BAR LUIZ
ENDEREÇO:
RUA DA CARIOCA, 39 - CENTRO
DETALHES:
FUNCIONAMENTO: SEGUNDA A SÁBADO DE 12H ÀS 16H - DIA 07/09 - FECHADO POR CONTA DO FERIADO



O BAR LUIZ vai fechar as portas para sempre! O centenário bar não resistiu à crise que assola o país e a cidade. A informação é do gerente EMERSON COELHO, exclusivo para o Bafafá. O bar fecha as portas sábado 14 de setembro e em sua última semana de vida vai funcionar apenas no almoço de meio dia às 16h. Nesta segunda-feira uma coletiva de imprensa no local vai anunciar o encerramento das atividades do bar de 132 anos.

Agenda Bafafá está triste já que o Rio perde um ícone da gastronomia e da história da cidade! Agora era hora de uma rede tipo Belmonte assumir o bar e não deixar fechar. Há poucas semanas isso aconteceu com o NOVA CAPELA que foi assumido pelo grupo Belmonte. O BAR LUIZ é uma instituição carioca que é de interesse patrimonial da cidade.

Acreditamos na razão de nossos empresários em apostar que é possível reverter o fechamento do BAR LUIZ com uma engenharia financeira para rolar dívidas e adotar uma gestão profissional no bar, adaptada aos novos tempos e tecnologias.

Todos no BAR LUIZ esta semana no almoço! Vamos ajudar pelo menos os funcionários a receber seus salários e direitos.
  
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RONALD DE ALMEIDA SILVA
Rio de Janeiro, RJ, 02jun1947; reside em São Luís, MA, Brasil desde 1976.
Arquiteto Urbanista FAU-UFRJ 1969-1972.
Especialização em Desenho Urbano e Planejamento Regional (Universidade de Edimburgo, Escócia, 1981-83).
Registro profissional (1972-2012 = 40 anos) CREA-RJ 21.900-D
Registro profissional (2013 em diante) CAU-BR A.107.150-5
Ouvidor Nacional das Competições da CBF (2003-2012)
Inspetor do GT e da CNIE - Comissão Nacional de Inspeção de Estádios da CBF (2004-2012)
Blog Ronald.Arquiteto (ronalddealmeidasilva.blogspot.com)
Facebook ronaldealmeida.silva.1

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