Na tragicomédia brasileira, o mordomo escapa da degola com ajuda de 04 juízes do TSE
[09jun2017]
Acesso RAS em 13jun2017.
2.
Por quatro votos a três,
cantados em versos e prosa desde o dia anterior ao encerramento, o Tribunal Superior Eleitoral deixou o
mordomo no posto que não lhe pertence.
3.
GILMAR MENDES, o presidente tucano do TSE,
deu o voto de Minerva, por “responsabilidade”. E o fez se contradizendo ao
admitir que havia provas de “graves crimes”, mas, ” não é para cassar mandato”.
4.
Um
doce para quem imaginar qual seria a atitude do senhor feudal do Mato Grosso
se, no lugar de Temer, o mordomo usurpador, estivesse DILMA, a presidenta legitimamente eleita.
5.
O
lado bom, sempre há, da patranha, é que o que o fruto de uma trapaça já nasce
podre, e se dissolve ao ser colhido.
6.
Além
do que, o Judiciário, mais uma
vez, sai muito mal na foto. Não resta dúvidas de a que veio e a quem serve, e
esse quem não é o povo que carrega este país no lombo.
7.
Há
que se registrar: o relator cometeu ilegalidade ao recorrer a depoentes sobre o
que seriam evidências que só vieram à tona depois da ação em trâmite, e que não
foram citadas pelo litigante.
8.
A
essa altura do campeonato, não se permite dúvidas, nem mentes (sem intenção de
trocadilho) hipnotizadas. Até as crateras deixadas pelas mineradoras na Serra
do Curral, que adorna a minha Macondo, sabem que não foi por pudor ou moral que
o derrotado na eleição presidencial de 2014 entrou com a ação para caçar a
chapa vencedora.
9.
Tem-se,
agora, por artes e manhas de um empresário-corruptor dedo-duro exibicionista,
até um áudio em que o autor da demanda confessa que foi só “para encher o
saco deles” – no caso DILMA ROUSSEFF e
o PT.
10.
Pois
é do gesto próprio dos inconsequentes, em consonância com a compulsão de traíra
do usurpador, que resultou a lambança em curso. Dá até título de filme: Dois
golpistas em jornada suja.
11.
De
qualquer forma, agora, o jogo está embolado no meio de campo, e há três bolas
em jogo, duas delas com o STF:
1)
Julgar
o recurso que o Ministério Público tem obrigação de fazer ao STF para que
decida sobre o que o TSE se livrou de fazer. E aí é curioso, porque
a Corte não poderá se eximir da responsabilidade, ela que tem preferido a porta
do lado, ou o país não teria chegado ao precipício.
2)
Já
que de política se trata, é a chance de colocar em pauta o mandato de segurança
pela anulação da fraude do impeachment de Dilma Rousseff, e assim resgatar de
uma só tacada, a soberania popular e a credibilidade e a integridade do
Supremo.
12.
O
que será que será? Usemos o benefício da dúvida. O resultado nos sinaliza se há
salvação fora do espúrio como meio de vida ou o quão profundamente nos atolamos
no pântano.
13.
A
terceira via, ora veja só, é o Congresso autorizar ao STF o processo criminal
por associação criminosa, dentre outras cozitas más, contra o mordomo usurpador.
14.
Registre-se,
que, aliás, devolveu nesta sexta à Polícia Federal a prova de sua minoridade humana:
um questionário sem respostas, depois de pedir adiamento de dois dias,
concedido pelo ministro EDSON FACHIN,
relator-herdeiro da Lava Jato e seus tentáculos desdobráveis.
15.
Cara
dura: esperou o resultado do TSE para formalizar a recusa. E o povo com isso? A
rua é o lugar que lhe cabe. A rua é a frente de batalha. Sua voz e seu
voto são as armas contra os barões da desfaçatez.
16.
Mas
não basta gritar por diretas, já! e por nenhum direito a menos. Tem que sacudir
quem pode mudar o rumo da partida. E esse quem é o STF. Tem que exigir que o
STF anule a farsa do golpe.
17.
O
restabelecimento da normalidade democrática passa pelo volta, Dilma! Ela, uma
mulher honesta, que foi derrubada por uma quadrilha, sem burla constitucional a
sustentar o processo de impeachment.
18.
É
preciso chama-la de volta para fazer a transição, que passa pela reforma
política via Constituinte e, aí sim, eleições gerais.
19.
Não
se iluda. Está tudo armado para a sucessão indireta. E o espetáculo do TSE é
apenas um entreato dessa ópera bufa reencenada através dos tempos nesse Brasil
de meu Deus.
20.
Não,
não surtei, ainda. Apenas acho que a gente não pode contentar com remendos. É
essencial lutar pelo necessário indispensável.
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