segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

[31] PETROBRAS (01): REFINARIA PREMIUM NORTE - NORDESTE: ESTUDOS DE MICROLOCALIZAÇÃO NO PERÍODO 1987-2003 [02fev2015]

REFINARIA DA PETROBRAS NO NORDESTE:
ESTUDOS DE MICROLOCALIZAÇÃO NO PERÍODO 1987-2003 DA
RENOR - REFINARIA NORTE-NORDESTE DA PETROBRAS
Um projeto estratégico nacional para o desenvolvimento sustentável da Amazônia, Centro-Oeste, Meio Norte e Nordeste.
Revisão_03-fev.2014
Imagens [11 anos depois do artigo abaixo transcrito] do canteiro de obras da Refinaria Premium da Petrobras em Bacabeira, Maranhão.
Fonte: Site Petrobras, 28.maio.2014

http://www.petrobras.com.br/pt/nossas-atividades/principais-operacoes/refinarias/refinaria-premium-i.htm

Data 28/05/2014.










ARTIGO PUBLICADO EM ABRIL 2003

APRESENTAÇÃO
1.      O presente relatório Aide-Mémoire / Sumário Executivo sintetiza as principais referências e informações (disponíveis no Maranhão) relativas ao período de 1987-2003 sobre o projeto de implantação da RENOR – Refinaria Norte/Nordeste da PETROBRAS e os estudos por esta realizados para definir a microlocalização industrial de processamento de petróleo e seus derivados.
  1. As informações foram obtidas em documentos e eventos junto às seguintes fontes: Governo do Estado do Maranhão, Governo Federal, Congresso Nacional e PETROBRAS.
  2. Desde 1993, como Subsecretário de Estado da Indústria, Comércio e Turismo do Governo Edison Lobão [até 31/12/94] e, depois como Assessor Especial da Presidência da Câmara Municipal [em 1995], na condição hoje de Assessor Especial da Presidência da Assembléia Legislativa [desde 1999], participamos das Campanha Pró-Refinaria no Maranhão.
  3. Há exatos 8 anos, em abril 1995, participamos também das audiências da Petrobras sobre a RENOR, na Câmara Federal e no Senado, das quais arquivamos cópias dos respectivos relatórios para consulta.
  4. Como arquiteto especializado em planejamento urbano e regional consideramos a RENOR como um dos projetos de maior importância estratégica para acelerar e consolidar o processo de desenvolvimento integrado dessa vasta região que engloba o Meio Norte, o Centro-Oeste, a Amazônia Oriental e o Nordeste Ocidental.
  5. Em linhas gerais, esse é o enfoque como pressuposto da estratégia de campanha para o Maranhão liderar a implantação da RENOR como um PROJETO DE INTERESSE REGIONAL E NACIONAL.
  6. As opiniões e comentários sobre os temas aqui abordados são de exclusiva responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, a visão do Governo do Estado do Maranhão e de nenhuma autoridade do Poder Executivo ou do Poder Legislativo.

São Luís, Patrimônio Cultural Nacional e Mundial, MA
08.Abril.2003
Ronald de Almeida Silva
Arquiteto, planejador urbano e regional CREA-RJ 21.900-D




ESTUDOS PARA IMPLANTAÇÃO DA
REFINARIA PETROBRAS NORTE NORDESTE - RENOR
NO CORREDOR MULTIMODAL DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO
CENTRO NORTE – COMDINOR.
AVALIAÇÃO DOS ESTUDOS E CAMPANHAS 1987 - 2003.
Aide-Mémoire
UM PROJETO DE INTERESSE NACIONAL.
PRESSUPOSTOS DA ESTRATÉGIA DA CAMPANHA PARA O MARANHÃO LIDERAR A IMPLANTAÇÃO DA RENOR.


1)      REFINARIAS DA PETROBRAS:
1.1.            A Petrobras tem hoje [abr.2003] 11 refinarias no Brasil e 03 no exterior.





1.2. Podemos verificar que entre as refinarias mais próximas do Maranhão - entre as da Bahia e Sergipe [refinarias litorâneas] e a RELAM - Refinaria de Manaus -, temos uma distância de mais de 2.500 km de extensão e um Grande Vazio de refino e distribuição de combustíveis e derivados de petróleo na Amazônia Oriental, Meio Norte, Centro-Oeste e Nordeste Ocidental, com cerca de 5 milhões de km2, que ainda persiste neste início de séc. XXI.

1.3. Esse Grande Vazio se caracteriza como uma BEDP - Bacia Econômica de Demandas de Derivados de Petróleo, a exemplo do funcionamento de uma grande bacia hidrográfica. Essa BEDP tem superfície superior ao tamanho de toda a Europa, com restrições geográficas e logísticas complexas, típicas do vasto hiterland Amazônico e do Centro-oeste, que somente podem ser aparelhadas e otimizadas pelos modais de transportes ferroviários e hidroviários.
1.4. Os habitantes, governos, agricultores, industriais, empresários de todas essas regiões pagam um preço maior pelos combustíveis e lubrificantes do que os das regiões onde se localizam as 11 refinarias existentes, o que aumenta as desigualdades regionais.

2) O DEBATE SOBRE A MICROLOCALIZAÇÃO DA RENOR:

            O projeto da RENOR vem sendo discutido desde o início dos anos 80. Nesses quase 25 anos de debates e campanhas acalorados cresce a convicção de que emergiu um único e óbvio consenso: para o país crescer, reduzir as desigualdades regionais, potencializar novos projetos estratégicos, consolidar e garantir a posse da Amazônia e o seu desenvolvimento sustentável, é preciso ampliar a Matriz Energética Brasileira e preencher o que chamamos de Grande Vazio Norte-Nordeste de derivados de petróleo.

3)      A QUESTÃO DEFINITIVA: A RENOR É UMA REFINARIA IDEALIZADA PARA ATENDER À AMAZÔNIA E AO NORDESTE:
3.1.Desde o início dos 80, a Petrobras tem ressaltado, em todos os seus relatórios técnicos, que há necessidade imperiosa de se construir uma nova refinaria de petróleo no país para abastecer as Regiões da AMAZÔNIA = NORTE e do NORDESTE.
3.2.Em entrevista recente [jan. 2003], a Ministra das Minas e Energia, DILMA ROUSSEF, reiterou esse paradigma. Portanto, é preciso que isto fique bem claro: a RENOR não deverá ser apenas uma refinaria a mais para abastecer o Nordeste.
3.3.A RENOR tem que ser uma refinaria com localização estratégica para abastecer, de forma multimodal, com alta percolação, com sentido biunívoco Importação & Exportação de forma rentável - na estruturada e holística visão de longo prazo -, as macrorregiões da Amazônia Oriental, Centro-Oeste e Nordeste.
3.4.A partir desse consenso de quase 25 anos, ficou apenas uma questão no ar, ou seja, a da microlocalização da 12ª refinaria da Petrobras.
3.5.Em qual estado e próximo a qual complexo portuário–industrial do Nordeste deve ser instalada a RENOR?
3.6.Pressupostos óbvios da resposta:
Ø  Ficar próxima a um complexo portuário existente (com tancagem e entreposto petroleiro), de grande calado e com capacidade para receber navios com tonelagem superior a 300 mil tpb.
Ø  Ter acesso ferroviário moderno ao hinterland produtivo do Centro-Oeste brasileiro;
Ø  Ficar na sub-região da Amazônia Oriental (i) para facilitar as operações de cabotagem para abastecimento marítimo e hidroviário da Região Norte; (ii) ficar no estado onde fossem aplicados recursos do FINAM e do FINOR, simultaneamente, visando a alavancagem de indústrias satélites e outras junto ao complexo da RENOR.

4)      A CORRIDA DE 1987: OS PRIMERIOS ESTUDOS DE MICROLOCALIZAÇÃO NO GOVERNO DO PRESIDENTE JOSÉ SARNEY
4.1. Em função dessa necessidade imperiosa, já no início de 1987 a Petrobras montou um Grupo de Trabalho interno para estudar a microlocalização da RENOR.
4.2. Foi elaborado então um relatório, o qual, apesar de muito sucinto [face à dimensão do projeto], já destacava São Luís como uma das únicas três microlocalizações vantajosas, ao lado de Fortaleza, Ceará e Porto de Suape, Pernambuco.
4.3. O Maranhão não se mobilizou, o governo federal não encontrou suporte político para alicerçar o projeto, o estudo não prosseguiu e a Petrobras deixou o assunto na “geladeira” até 1994!

5) A CORRIDA DE 1994-95: GOVERNO FHC
5.1. Em 1994 a Petrobras repetiu o mesmo dever de casa e elaborou o que chamou de Estudos de Microlocalização da Refinaria do Norte e Nordeste. Novamente outra “corrida da Refinaria do Norte e Nordeste” foi deflagrada após as declarações do então Presidente da Petrobras, Joel Rennó, que a empresa iria finalmente definir a seleção do local de instalação da RENOR.
5.2. Intensa mobilização, na época com farta utilização dos meios de comunicação e publicidade de massa, ocorreu em todos os Estados do Nordeste
5.3. No Maranhão a Câmara Municipal de São Luís – sob a Presidência do Vereador Francisco Carvalho - liderou a campanha de coleta nos bairros de quase 20.000 assinaturas propondo que a seleção do local definitivo da RENOR fosse adotada mediante decisão técnica em audiências públicas no Congresso Nacional.
5.4. Todos os demais estados fizeram mobilizações, em alguns casos com campanhas na grande imprensa nacional. A acirrada disputa virou um mercado de barganhas políticas, onde o escambo dos mais variados interesses acabou por adiar, mais uma vez, uma decisão do maior interesse nacional.

6) A CORRIDA DE 2003: GOVERNO LULA DO PT
6.1.           Logo após a posse do Presidente Lula do PT, a Ministra das Minas e Energia, Dilma Roussef [origem gaúcha], deu declaração pública afirmando que a RENOR deve ser um instrumento de redução das desigualdades regionais e deve ficar no Nordeste.
6.2.           Essa declaração detonou nova “corrida-do-ouro” em todos os estados do Nordeste e, mais, em alguns estados do Sudeste, em especial no Rio de Janeiro, onde em 06/01/2003 foi lançado o Movimento “A Refinaria é Nossa”, inclusive com site do mesmo nome, patrocinado pelas federações do Comércio e da Indústria fluminenses.
6.3.           De janeiro até abril 2003 as discussões se acirraram de tal forma que o Presidente da Petrobrás, Deputado Federal pelo PT (ora licenciado), José Eduardo Dutra [carioca] começou a esmaecer o assunto, dizendo:
Ø  num primeiro momento, que caberia aos estados interessados arranjar parceiros para financiar a RENOR;
Ø  e, em segundo momento, que a opção do governo seria a de ampliar as refinarias existentes e não mais implantar uma nova refinaria!!!
6.4.           Nenhuma das opções acima citadas é do maior interesse nacional: a primeira é uma falácia e a segunda preserva os fatores históricos de desigualdades regionais.
6.5.           A Petrobrás e, por extensão, o nosso Presidente pernambucano, visando negociar as reformas que tramitam no Congresso, parecem estar usando a RENOR como instrumento de pressão ou de troca, fazendo assim uso político dessa causa nacional.
6.6.           Resultado: passados quase 25 anos [até 2003], o leilão político se exacerba e o país, a Amazônia Oriental, o Centro-Oeste e o Nordeste Ocidental continuam sem a Refinaria do Norte e Nordeste.

7)      O PAPEL DO MARANHÃO NA CONQUISTA DA “COPA” RENOR:
7.1. Participar de uma competição política acirradíssima para sediar uma refinaria da Petrobras do porte da RENOR é mais difícil do que um país se candidatar a sediar uma Copa do Mundo de Futebol e convencer a FIFA.
7.2. A partir de 1995 o Maranhão desencadeou vários movimentos políticos para trazer a RENOR, o que é mais do que legítimo e natural.
7.3. No entanto, tais movimentos, não se sabe o porquê, tem sido organizados de uma forma fragmentada, um tanto paroquial, sempre enfocando apenas as potencialidades estaduais, nunca realçando os interesses macrorregionais e nacionais.
7.4. E por esse motivo, pode-se deduzir, o Maranhão nunca ocupou a pole position política nessa Copa RENOR, mesmo durante a gestão do Presidente José Sarney.
7.5. O que tem faltado ao Maranhão, até hoje, para liderar o processo de implantação da RENOR?

8)      DENSIDADE POLÍTICA REGIONAL:
8.1.      Pelos resultados alcançados até o momento [jun.2003] é inegável que tem faltado densidade política regional, ou seja: o Maranhão não tem agregado valor político regional e nem estudos abalizados – com expertise técnica e financeira internacional – e não tem buscado o apoio de outros estados em defesa deste projeto.
8.2.            Nossos aliados não são o Ceará e muito menos Pernambuco. Estes são naturalmente nossos ferrenhos rivais e sempre o serão, nesse caso, pois são opções legítimas para a instalação da RENOR, ainda que sem a infraestrutura e a logística de que dispõe o Maranhão.
8.3.            Nossos aliados políticos e parceiros comerciais preferenciais devem ser aqueles Estados que ou não tem porto marítimo ou tem porto sem calado satisfatório. Nessa condição temos vários gigantes da produção agroindustrial e grandes mercados consumidores: Goiás, Mato Grosso, M.Grosso do Sul, Tocantins, Pará e Piauí.
8.4.            Esses devem ser nossos maiores aliados políticos preferenciais nessa causa. Esses estados já usam a infra-estrutura multimodal de transportes de grãos e de internalização de carga geral, passageiros e combustíveis, através da ramificação estratégica das ferrovias de Carajás e do Nordeste, as Hidrovias dos Rios Araguaia, das Mortes e Tocantins, e das rodovias nacionais da região, com fulcro no Complexo Portuário da Ilha de São Luís - COMPORT, onde se inclui o maior Entreposto Regional de Combustíveis e o maior Píer Petroleiro [da EMAP, sucessora da Codomar, desde 01fev2001] de toda a Região Norte-Nordeste.

9)      O CONCEITO-CHAVE: LUTAR POR UM PROJETO DE INTERESSE NACIONAL

9.1. Com base nessas premissas, a senha para aumentar nossas chances não está dentro do Maranhão, mas sim no fato do Maranhão ser o melhor e mais rentável escoadouro natural de toda a produção dessa vasta região que engloba o Meio Norte, o Centro-Oeste, a Amazônia Oriental e o Nordeste Ocidental. Esta é uma questão de interesse nacional.
9.2. O processo de marcha em direção às novas fronteiras nacionais do séc. XX - a ocupação do Centro-Oeste, Meio Norte e da Amazônia Oriental -, foi iniciado por JK nos anos 60 com a construção de Brasília e da Rodovia Belém - Brasília. Mais tarde, veio a construção da Rodovia Transamazônica; da Usina Hidrelétrica de Tucuruí; do Projeto Ferro Carajás (Mina , Ferrovia e Porto); e, no final dos anos 80, pelas mãos do Presidente José Sarney e do seu Ministro de Transportes, Dr. José Reinaldo Tavares, o início da construção da imprescindível Ferrovia Norte-Sul.
9.3.Todos esses projetos são hoje realidades que se cruzam, se articulam e potencializam o Grande Eixo Nacional do Meio Norte, o qual, para nossa sorte, tem centro de gravidade logística e econômica na Região Tocantina, no Maranhão [ver mapa], onde se cruzam os quatro maiores eixos da integração nacional:
Ø  a Rodovia Transamazônica [eixo rodoviário Leste – Oeste que liga o litoral Atlântico em Pernambuco à Amazônia e às fraldas dos Andes, no Acre)
Ø  A Rodovia Belém – Brasília [eixo rodoviário Centro-Norte, que articula a ligação das rodovias que se originam no Rio Grande do Sul com ao Planalto central e a Amazônia];
Ø  A EFC - Estrada de Ferro Carajás, com 890 km, que movimenta mais de 50 milhões de toneladas de cargas por ano e liga a maior província mineral do mundo ao Comport – Complexo Portuário da Ilha de São Luís.
Ø  A Ferrovia Norte-Sul, com 240 km implantados [de um total de 1.500 km projetados] que conecta o Planalto Central á Estrada de Ferro Carajás.
Ø  A Ferrovia do Nordeste, concessão da CFN, compreendendo toda a Malha Ferroviária do Nordeste, operada até 1997 pela RFFSA, com 4.534 km de extensão, ligando sete estados do Nordeste.

9.4.Esses eixos estratégicos de transportes se cruzam no Maranhão, entre os municípios de Estreito e Açailândia, e integrados às hidrovias, se articulam, em termos institucionais, como o Corredor Multimodal de Transportes e Desenvolvimento Integrado Centro-Norte - Comdinor [gerenciado pela Valec e Ministério dos Transportes].
9.5.O Comdinor atravessa e abrange áreas de produção e catalisa microrregiões de grande dinamismo agroindustrial em 7 Estados: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Pará, Piauí e Maranhão.
9.6.Deve-se considerar que o Projeto Ferro Carajás, o maior do mundo no gênero, é parte integrante desse corredor, ou melhor, é seu projeto-âncora, gerido pela CVRD e que deu início à consolidação desse eixo de desenvolvimento nacional.
9.7.A CVRD, portanto, além de ser uma das maiores multinacionais mundiais na sua área, é uma das maiores interessadas no projeto da RENOR, em virtude da possibilidade de extraordinário aumento da internalização de cargas ferroviárias, tanto via Estrada de Ferro Carajás, como Cia. Ferroviária do Nordeste [antiga RFFSA].
9.8.No mesmo contexto pode-se incluir o megaprojeto da Siderúrgica do Maranhão, ora em fase de projeto de engenharia e project finance pela CVRD com parceiros chineses.
9.9.Politicamente, este nos parece ser o melhor conceito-chave, talvez o único possível, para o Maranhão liderar, ocupar a pole position na Copa RENOR: agregar VPR - Valor Político Regional, agregando a participação de todos os estados beneficiados pelo Comdinor, o que é uma causa do maior interesse nacional e não apenas dos maranhenses.

10)  A AÇÃO DA SOCIEDADE MARANHENSE:
10.1.Acreditamos só ser possível atingir essa condição se o Governador do Estado do Maranhão, com apoio da classe política - incluindo Prefeitos e toda a bancada federal -, e das classes empresariais, liderar explicitamente esse processo de mobilização regional e nacional, em todos os níveis e determinar - a quem de direito - que se prepare um conjunto de eventos e peças de demonstração (inclusive bilíngües), isto é, trabalhos profissionais de engenharia, project finance e de marketing público nacional.
10.2.Com esses trabalhos (e suas diversas formas de apresentação multimídia) o Governador do Maranhão poderá promover (e, se necessário, delegar que se faça) os necessários contatos e reuniões políticas de alto nível com os demais Governadores dos Estados ao longo do Comdinor, para convencê-los a ser nossos parceiros comerciais e políticos nessa saga da RENOR.
10.3.Não há a menor dúvida que o somatório político é bom para esses estados e, igualmente, o inverso – a desagregação política, infra-estrutural e logística – será grandemente nociva para todos nós e para o país.
10.4.Essa mobilização política, empresarial e social é urgente, pois caso contrário, se nos acanharmos, nos acomodarmos à visão nativista e insistirmos em reivindicar batendo apenas na tecla focada no “potencial estadual”, corremos o risco de fazer apenas jogo de cena, desgastar o Maranhão perante a opinião pública, não sensibilizarmos nossos possíveis aliados, muito menos o governo federal e, por fim, não atingirmos objetivo algum.
10.5.Ainda há tempo de se fazer essa mobilização regional, de se ampliar as potencialidades do Corredor Centro-Norte e viabilizar um pacto de união regional em defesa:
Ø  da conclusão da Ferrovia Norte-Sul;
Ø  da implantação da Refinaria e da Siderúrgica do Maranhão;
Ø  da modernização e ampliação do Complexo Portuário do Itaqui-Ilha de São Luís – COMPORT;
Ø  do sistema energético de Gás Natural;
Ø  e, principalmente, da implantação do Campus de Ciência & Tecnologia e Distrito Industrial de Produção Aeroespacial agregados ao Centro de Lançamento de Alcântara.

11)  O PERIGO DA INTERNACIONALIZAÇÃO DA AMAZÔNIA:
11.1Garantir o desenvolvimento sustentável do Centro-Norte e da Amazônia é o mesmo que assegurar a soberania nacional. De outra forma, caso se relegue essas questões aos paroquiais limites físicos e aos interesses isolados de cada estado, corremos o risco de ver a proposta de internacionalização da Amazônia prosperar.
11.2A perda da soberania exclusiva sobre a maior floresta tropical, maior repositório de biodiversidade e maior bacia hidrográfica e reservatório de água doce do mundo poderá até ocorrer em breve tempo por quatro motivos principais, dentre vários outros:
Ø  a falta de planejamento estratégico nacional, de políticas regionais integradas e de infra-estrutura (social, militar e econômica) adequada na região;
Ø  o permanente alheamento de quase todos os segmentos da sociedade brasileira para com as questões políticas de longo prazo;
Ø   a concomitante facilitação de atos criminosos que vem se materializando com a manipulação de bens, produtos e instrumentos logísticos e estratégicos por países estrangeiros, como são os casos notórios de biopirataria, contrabando de drogas, armas, ouro e madeira;
Ø  e a entrega do SIVAM à tutela dos Estados Unidos;
           
Como reverter esse processo?
            Garantindo o desenvolvimento da espinha dorsal, do grande eixo estruturante nacional Centro-Norte, do COMDINOR, na forma delineada anteriormente.

12)  O GRANDE FUTURO AGORA [2003]:
12.1.Obviamente, a concretização de todos esses projetos não depende só da boa vontade e sabedoria dos maranhenses. No entanto, sabemos que uma grande e indiscutível parcela de responsabilidade nesse processo de integração nacional dependerá da nossa capacidade de enxergar o Grande Futuro e de perceber que temos a obrigação de negociar com obstinação, projetar com competência, vender idéias com profissionalismo, viabilizar recursos e dar início às fundações desses empreendimentos agora.
12.2.Em função dessa missão de grande complexidade política, técnica e econômico-financeira, parece-nos imprescindível entender que somente com a união e mobilização intensiva e permanente dos diferentes agentes e interesses nos vários estados citados poderá o Maranhão acelerar e consolidar o processo desenvolvimento sustentável ao longo do Corredor Centro-Norte como projeto de relevância e até mesmo de segurança nacional (pois significa a ligação estratégica das regiões Sul e Sudeste com a Amazônia, a exemplo do que já foi feito mediante a interligação dos linhões dos sistemas hidrelétricos de Tucuruí e Itaipu).
12.3.Do ponto de vista estadual, esta é seguramente uma das melhores e mais consistentes alternativas para que o Maranhão progrida mais rapidamente, de forma orgânica com seus estados vizinhos e deixe de ostentar a condição e a vergonhosa imagem de ser, ainda hoje, considerado pela opinião pública e pelos institutos de pesquisa e grandes veículos de comunicação nacionais, como um dos três estados mais pobres do Brasil.
12.4.Isso é o que mais nos motiva.

            Ronald de Almeida Silva
                Arquiteto, planejador urbano e regional.
                e-mail: ronald.arquiteto@gmail.com




PERFIL SÍNTESE DA RENOR –  1994:
            Dados obtidos em 23/nov/1994.

I)                   Valor do Empreendimento:
1.1 – US$ 1.5 bilhão

II)                 Empregos Diretos na Operação: (refinaria automatizada)
2.1 – 350 Funcionários

III) Produção industrial / Capacidade e refino / processamento de petróleo:
3.1 – 190.000 barris/dia (30.000 m³/dia)

IV) Consumo de Energia Elétrica :
4.1 – 90 GWh no primeiro ano de operação
4.2 – 97 GWh no segundo ano
4.3 – 220 GWh a partir do terceiro ano.

V) Consumo de Água:
5.1 – 500 m³/ hora

VI) Efluentes / Lançamentos

6.1 – 500 m³ / hora

VII) Área a ser Ocupada:
7.1 – 300 ha (3 km²)
7.2 – Área desejável: 600 ha (6 km).




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