MAYARO: MAIS UM VÍRUS TRANSMITIDO PELO AEDES AEGYPTI QUE PODE SE
ESPALHAR
FONTE: Portal Grupo GLOBO; G1;
Segunda-feira, 07/11/2016, às 09:17, por Dra.
Ana Escobar
Acesso & Edição RAS 2020-02-27
|
Crédito da
foto: Reuters/Jaime Saldarriaga
|
Os microrganismos também lutam pela sobrevivência de suas
respectivas espécies. Procuram se adaptar das maneiras mais incríveis possíveis
para não desaparecer. É o que está acontecendo atualmente com um vírus
chamado MAYARO. Não é um vírus novo.
Foi identificado pela primeira vez em
1954 e existe em regiões silvestres aos redores da região Amazônica.
Nas últimas semanas [de 2016], pesquisadores da Flórida o
identificaram no Haiti, em um menino de 8 anos, com febre e dores abdominais.
Concluiu-se, portanto, que este vírus pode estar se espalhando pelo continente.
O grande problema é que este vírus possivelmente tenha se
adaptado. Antes era transmitido apenas por mosquitos vetores silvestres e agora
aparentemente pode ser transmitido por mosquitos vetores urbanos que já estão
espalhados pelo mundo: Aedes
aegypti principalmente, e o Aedes
albopictus.
Se isso se confirmar, há muitas razões para nos preocuparmos, uma
vez que o Aedes está
fortemente presente em todo o território nacional. Este vírus provoca uma
doença semelhante à CHIKUNGUNYA.
Chama-se FEBRE DO MAYARO.
[PERGUNTAS
FREQUENTES = FAQ]
[1] QUAIS OS
SINTOMAS DA FEBRE DO MAYARO?
Os sintomas são muito parecidos com os da DENGUE e/ou CHIKUNGUNYA.
Começa com uma febre inespecífica e cansaço, sem outros sinais aparentes. Logo
após podem surgir manchas vermelhas pelo corpo, acompanhadas de dor de cabeça e
dores nas articulações. Os olhos podem também ficar doendo e em alguns casos
reporta-se intolerância à luz. São sintomas muito parecidos e por isso a febre
do MAYARO pode ser facilmente
confundida com dengue ou com CHIKUNGUNYA.
No entanto, no MAYARO as dores e o
inchaço das articulações podem ser mais limitantes e durar meses para passar.
[2] COMO
SABER SE É DENGUE, ZIKA, MAYARO OU CHIKUNGUNYA?
Pelo quadro clínico pode ser difícil diferenciar. Só os exames
laboratoriais específicos é que podem apontar o diagnóstico correto. No menino
de 8 anos do Haiti suspeitou-se inicialmente de DENGUE ou CHIKUNGUNYA.
Mas os testes vieram negativos e o de MAYARO
confirmou ser positivo.
[3] HÁ
VACINA OU TRATAMENTO ESPECÍFICO PARA A FEBRE DO MAYARO?
Não. Até o momento não há nem vacina nem tratamento específico. O
tratamento é dirigido ao alívio dos sintomas. A evolução em geral é bastante
favorável.
[4] JÁ FORAM
CONFIRMADOS CASOS DE FEBRE DO MAYARO NO BRASIL?
Sim. Entre dezembro de 2014 e junho de 2015 foram confirmados 197
casos de febre do MAYARO nas
regiões Norte e Centro-Oeste, com destaque para os estados de Goiás, Pará e
Tocantins. Todas estas pessoas moravam ou estiveram em área rural, silvestre ou
de mata por atividades de trabalho ou lazer. O Estado de Goiás registrou 66
casos até fevereiro de 2016 e o Datasus não possui mais dados atualizados deste
ano. Importante salientar que no Brasil a transmissão desta doença limitou-se a
regiões de mata. Não há relatos, até o momento, de transmissão urbana.
[5] QUAL É A
MELHOR FORMA DE SE PROTEGER DA FEBRE DO MAYARO?
Claro que as medidas que todos conhecemos para evitar a
proliferação dos mosquitos são fundamentais e importantíssimas. Mas em um país
continental e tropical, com chuvas e calor, essa tarefa é praticamente
impossível. Por isso evitar as picadas são uma forma eficiente para garantir
proteção. Isso pode ser feito com telas nas janelas, mosquiteiros nas
camas, principalmente nos berços dos bebês pequenos e repelentes de
mosquitos transmissores. Vale reforçar que os repelentes indicados pela
Organização Mundial de Saúde são a Icaridina, o DEET e o IR 3535.
[6] QUAL A
VIDA ÚTIL E O ALCANCE DO MOSQUITO?
Para lembrar: o Aedes vive só 45 dias, voa no
máximo em um raio de 300 metros de onde nasceu e, para transmitir uma
doença, tem que picar primeiro uma pessoa contaminada para depois picar
uma susceptível. Parece impossível “pegar” uma destas doenças, em se tratando
de um mosquito de 0,5cm de comprimento e aparentemente “frágil”. Mas a
realidade está aí para provar o contrário. Podemos mata-lo com a palma de
nossas mãos. Mas ele certamente também nos pode matar com uma picada
imperceptível. Por isso, protejam-se!
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RONALD DE ALMEIDA SILVA
Rio de Janeiro, RJ, 02jun1947; reside em São
Luís, MA, Brasil desde 1976.
Arquiteto Urbanista FAU-UFRJ 1972 / Registro
profissional CAU-BR A.107.150-5
e-mail: ronald.arquiteto@gmail.com
Blog Ronald.Arquiteto (ronalddealmeidasilva.blogspot.com)
Facebook ronaldealmeida.silva.1
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