Maria José Camargo Aragão,
mais conhecida por Maria Aragão, (São Luís,
10 de fevereiro de 1910 — São Luís, 23 de junho de 1991) foi uma médica ginecologista e pediatra e
professora maranhense.
Facebook (1232):
DUAS MARIAS E DUAS OBRAS DE ARTE: MARIA ARAGÃO E MARIA ETHEL. Como diria Aziz junior. Lindas, fortes, emocionantes.
A PEÇA DE TEATRO “A BESTA FERA”
O FILME VÍDEO SOBRE A PEÇA “A BESTA FERA”
[1] Maria José Camargo Aragão (São Luís, MA, 10fev1910 – São Luís, MA, 23jun1991),
Vídeo no youtube: A Besta Fera - Maria Aragão
Publicado em 08fev2013
Trecho da peça A Besta Fera. (GRUPO XAMA TEATRO).
Peça de teatro: A Besta Fera:
Uma Biografia Cênica de Maria Aragão
Disponível em:
FICHA TÉCNICA [by RAS]
I. Direção, Fotografia, Edição:
Ø Lucas Sá
Ø Marcos Ponts
II. Direção de espetáculo:
Ø Gisele Vasconcelos
III. Atriz protagonista:
Ø Maria Ethel [Santos]
IV. Texto:
Ø Gisele Vasconcelos
Ø Maria Ethel [Santos]
V. Texto adaptado do livro:
Ø Maria Aragão: História de
uma Paixão (Diário da Prisão)
VI. Músicas:
Ø Mercedes Soza: Gracias a
la Vida
Ø César Teixeira: Oração Latina
VII. Locação:
Ø Casarão Angelus Novus
(UFMA)
VIII. Produção e Distribuição:
Cantaria Filmes
Informações
da página facebook:
https://www.facebook.com/cantaria-filmes-279350048788207/info/?tab=page_info
Endereço: São
Luís, MA
Telefone: (98) 98151-3575
Email: cantariafilmes@gmail.com
[2] Maria
José Camargo Aragão (São Luís, MA, 10fev1910 – São Luís, MA, 23jun1991),
Livro [de Euclides
Moreira Neto] sobre
MARIA ARAGÃO expõe gravações feitas com a militante nos anos 90
Fonte: Jornal O Imparcial, SLZ; 11/02/2016
- 11h49h; Patricia
Cunha
http://www.oimparcial.com.br/_conteudo/2016/02/impar/divirta_se/186669-livro-sobre-maria-aragao-expoe-gravacoes-feitas-com-a-militante-nos-anos-90.html
Acesso
RAS em 22fev2016
Uma obra para
preservar viva a memória da saudosa médica e militante política Maria José
Aragão. Na semana em que se celebram os 106 anos de nascimento da ativista (São Luís, 10 de fevereiro de 1910 — São
Luís, 23 de junho de 1991), o livro Maria
por Maria ou A Saga da Besta Fera nos porões do Cárcere e da Ditadura
(Engenho, 2015), de Euclides Moreira
Neto, doutorando do Programa de Estudos Culturais na Universidade de Aveiro
(Portugal), revela o conteúdo de uma série de entrevistas concedidas a ele em
1988, só transcritas, porém após sua morte, em 1991. Agora, quase 25 anos
depois, esses depoimentos vêm à tona na publicação mostrando uma narrativa rica
em detalhes de quem dedicou sua vida em favor dos menos favorecidos.
“É impressionante
como em sua narrativa, Maria Aragão é respeitosa com todos os que cita, não nos
deixando perceber o sentimento do ‘ódio por ódio’. Percebemos que de forma
humilde, altiva, guerreira e combativa com aqueles que compartilharam de sua
vida, assim como cultivava um profundo amor por aqueles que considerava como
amigos e por seus filhos adotivos, de quem falava com muito carinho e orgulho”,
afirma Euclides.
A obra de 346
páginas é uma edição especial dos Cadernos Maria Aragão de Tecnologias Sociais.
Na época em que as entrevistas foram concedidas, Euclides realizava pesquisa
para fundamentar o enredo carnavalesco desenvolvido pela escola Favela do Samba,
que a homenageou no carnaval de 1989, com o tema O Sonho de Maria. “Fiquei
responsável pela pesquisa de campo. Eu e Maria já tínhamos uma estreita
ligação, portanto não foi difícil obter dela o consentimento de gravar seu
depoimento, falando de sua vida e trajetória de luta. Sem vacilar, decidi que
esse depoimento seria gravado em vídeo, no sistema VHS, inclusive para servir
de testemunho e fonte para pesquisadores no futuro”, disse Euclides.
Antes de começar o
trabalho de gravação Euclides pediu que ela narrasse o que considerava
importante em ordem cronológica e objetiva. As sessões de gravação demoravam
cerca de duas horas (o tempo de duração da fita de vídeo).
“Tenho certeza de
que a lição de vida deixada por Maria foi sublime, como poucas que podemos
testemunhar na trajetória histórica dos homens. Sobre o depoimento, é uma
transcrição fiel das suas palavras. Vírgulas, reticências, fazem as pontuações
das pausas do seu depoimento, que foi carregado de sinceridade. Sem dúvida, é o
depoimento da trajetória de uma vida ímpar e de uma pessoa íntegra e que talvez
as palavras não consigam traduzir com fidelidade”, aponta Euclides.
O livro começa com
a apresentação de Maria Aragão. E ela interpela o entrevistador sobre o porquê
da entrevista. A palavra que ela a define é transparente. Da origem até a
prisão em Pedrinhas, o livro divide em 45 capítulos a trajetória daquela que
deixou várias lições, o espírito aguerrido e destemido de lutar pelo que
acreditava.
“Bem, eu sou Maria
José Camargo Aragão. Não entendo por que é que tu tá querendo saber da minha
vida agora. - A palavra mais conhecida, agora, é transparente. - Eu sou o ideal
de uma mulher transparente, minha vida, meus atos, tudo”. É a introdução do
livro.
Sobre a
ilegalidade ou besta-fera
“...estava havendo
reza todos os dias, todas as noites e o padre dizia que ninguém se consultasse
comigo. - Nessa época, o padre já não dizia que eu era prostituta, talvez
dissesse, mas não era na missa. - Eu não tinha me casado ainda e não dizia que
eu não era médica, porque não podia mais dizer que eu não era médica. - Mas
dizia que eu era a ‘besta-fera’, que o Apocalipse já havia falado na minha
existência, pois estava lá no Apocalipse a existência da ‘besta-fera’ e que eu
devorava criança e que todas as pessoas deviam botar uma cruz preta na sua
porta, para evitar que eu penetrasse nas casas. - Isso deu uma curiosidade
muito grande no povo e eu estou lá na casa de João Batista, era uma casa de janelas
baixas, ficava numa rua larga. - Terminada a missa… eu disse missa, viu? - Não
disse reza, viu? Pois bem, terminada a missa, o povo foi se acumulando defronte
da casa, pra ver a ‘besta-fera’ botar fogo pelo nariz”.
[3] Maria José Camargo Aragão (São Luís, MA, 10fev1910 – São Luís, MA, 23jun1991)
“Maria por Maria” ou “A Saga da Besta Fera nos porões do Cárcere e da Ditadura”
LIVRO SOBRE
MARIA ARAGÃO TEM LANÇAMENTO CONFIRMADO. DIA 22jan2016. NA SECRETARIA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO.
Autor: Euclides
Barbosa Moreira Neto
A publicação
será lançada no dia 22 de janeiro, no hall de entrada da Secretaria de Ciência,
Tecnologia e Inovação. O depoimento concedido pela médica Maria José Aragão, guardado
por mais de 25 anos pelo jornalista e professor-mestre Euclides Moreira Neto,
acaba de ser Euclides Moreira Neto: “Maria por Maria, depoimentos que vão se
incorporar à história politica do Brasil.
transformado
em livro autobiográfico e publicado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e
Inovação, por meio de edição especial dos Cadernos Maria Aragão de Tecnologia
Social com a denominação de “Maria por Maria” ou “A Saga da Besta Fera nos
porões do Cárcere e da Ditadura”. A referida obra tem lançamento marcado para o
próximo dia 22jan2016, às 10, na SCTI.
São 346 páginas de pura emoção e revelação
da militante política e médica Maria José Aragão, que dedicou sua vida em favor
dos menos favorecidos, numa luta incessante por dias melhores e uma vida mais
igualitária. O livro reúne o conteúdo de uma série de entrevistas concedidas
por Maria Aragão ao jornalista Euclides Moreira Neto, no ano de 1988, cuja
transcrição foi realizada logo após sua morte, ocorrida no mês de julho de
1991. Na época em que concedeu as entrevistas, Euclides realizava pesquisa para
fundamentar o enredo carnavalesco desenvolvido pela escola Favela do Samba que
a homenageou no carnaval de 1989 com o tema “O Sonho de Maria”.
De acordo com
Moreira Neto, no momento em que transcreveu a série de entrevista, a sua
preocupação era preservar o conteúdo das entrevistas a si concedidas, porém uma
série de acontecimentos lhe impediram de fazer os devidos ajustes e correções
naquela época, como sistematizar as perguntas e assuntos, uma vez que eles são
repetidos de forma recorrente pela entrevistada, fatos que lhe levaram a deixar
o conteúdo das entrevistas em stand by
por mais de 20 anos.
Euclides
Moreira Neto ressaltou que ”toda a série de entrevistas foi gravada em vídeo no
sistema VHS, o que, naturalmente, torna o material audiovisual bastante
vulnerável e efêmero”. O autor do livro esclareceu ainda que na transcrição foi
utilizada a mesma sistemática de entrevistas convencionais de perguntas e
respostas. As exceções que ocorrem no texto transcrito se registram quando a
própria entrevistada cita perguntas e respostas sobre casos e situações que
narra, relembrando algo que considerava relevante.
Para Euclides,
“a narrativa de Maria Aragão é, sem dúvida, rica em detalhes, embora,
eventualmente, ela faça questão de mencionar que não é boa em memorizar nomes e
datas, o que faz com alguma frequência durante as entrevistas. Apesar disso, o
sentido da força narrativa é preservado e dá perfeitamente para o leitor
compreender o que ela gostaria de dizer”.
Euclides
revela que é impressionante como em sua narrativa Maria Aragão é respeitosa com
todos os que cita, não nos deixando perceber o sentimento do “ódio por ódio”.
Percebemos que
foi humilde, altiva, guerreira e combativa com aqueles que compartilharam de
sua vida, assim como cultivava um profundo amor por aqueles que considerava
como amigos e por seus filhos adotivos, de quem falava com muito carinho e
orgulho.
O autor espera
que o livro "Maria por Maria" seja mais um testemunho fidedigno da
ação de uma mulher que se doou à causa do socialismo e à luta por um mundo
melhor e mais igualitário, sem opressores e oprimidos. Que seus erros e acertos
sejam lições de vida para todos nós, pois, eu compartilho desses mesmos ideais.
O livro "Maria por Maria" é prefaciado por Wagner Cabral da Costa, Mestre em História Social, professor do Departamento de História da UFMA, membro do Observatório da Violência e do Conselho Diretor da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH). Wagner, ressalta que o livro trata-se de "Uma feliz coincidência, por colocar à disposição das velhas e, especialmente, das novas gerações um bom bocado da trajetória dessa extraordinária mulher, militante comunista e médica, com seus vários erros e equívocos, mas principalmente com sua vigorosa energia humanista e revolucionária".
O livro "Maria por Maria" é prefaciado por Wagner Cabral da Costa, Mestre em História Social, professor do Departamento de História da UFMA, membro do Observatório da Violência e do Conselho Diretor da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH). Wagner, ressalta que o livro trata-se de "Uma feliz coincidência, por colocar à disposição das velhas e, especialmente, das novas gerações um bom bocado da trajetória dessa extraordinária mulher, militante comunista e médica, com seus vários erros e equívocos, mas principalmente com sua vigorosa energia humanista e revolucionária".
O AUTOR
Euclides Barbosa Moreira Neto nasceu em 13 de abril de 1957, na cidade de
Cururupu, MA. Atualmente é Professor Mestre em Comunicação, lotado no Curso de
Comunicação Social do Centro de Ciências Sociais da Universidade Federal do
Maranhão; e é Doutorando do Curso de Estudos Culturais na Universidade de Aveiro, Portugal.
“Graduado em
Comunicação Social – Habilitação Jornalismo”, na UFMA (1976-1979); tem dois
cursos de Especialização: “Teoria e Prática em Jornalismo”, ministrado na UFMA
(1981-1982); e “Planejamento da Comunicação”, na Universidade Federal de Minas
Gerais em convênio celebrado com a Universidade Católica de Minas Gerais,
Fundação Friedrich Ebert da República Federal da Alemanha, Associação Brasileira
de Ensino e Pesquisa da Comunicação – ABPEC com o Centro Internacional de
Studios Superiores de Comunicación para América Latina – CIESPAL (1982);
“Mestrado em Comunicação” viabilizado por meio de convênio firmado entre a
Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
e Universidade Virtual do Maranhão (UNIVIMA) (2009-2011); exerceu a função de
“Conselheiro” do Conselho Estadual de Cultura do Maranhão (1991-1994) e
(2007-2008); reorganizou e presidiu o Conselho Municipal de Cultura de São Luís
(2009-2012).
Ao longo de
sua carreira como docente, sempre se envolveu com a área de extensão e cultura,
desenvolvendo atividades em todas as áreas de expressões artísticas,
principalmente na área audiovisual. Foi coordenador do Núcleo de Atividades
Visuais do Departamento de Assuntos Culturais da Pró-Reitoria de Extensão e
Assuntos Estudantis da UFMA, além de diretor daquele Departamento (CD4), por 12
anos consecutivos (1996-2008).
Coordenou
vários projetos culturais de abrangência nacional destacando-se: o “Festival
Guarnicê de Cinema”; “Festival Brasileiro de Canto Coral no Maranhão (FEMACO)”;
o “Festival Brasileiro de Canto Lírico no Maranhão (MARACANTO)”; o “Festival
Brasileiro de Poesia no Maranhão (POEMARÁ)”; o “Festival Universitário de
Reggae (UNIREGGAE)”; a “Mostra Brasileira de Humor no Maranhão (HUMORMARÁ)” e a
“Tocata de Bandas e Fanfarras do Maranhão”.
Sua intensa
ação desenvolvida na área cultural na capital maranhense o levou a atuar como produtor cultural, ator, crítico de arte e
cineasta. Na atividade audiovisual dirigiu e produziu vários filmes,
obtendo diversas premiações em festivais de cinema e vídeo pelo Brasil,
destacando os filmes “Mutações”, “Colonos Clandestinos”, “Bom Jesus”, “A greve
da meia-passagem”, “Alegre Amargor”, “Feições”, “Mamucabo”, “Periquito Sujo”,
“Jardins Suspensos” e os vídeos “A Saga Maranhense” e “O lavrador de palavras”.
No quadriênio
2009-2012 foi Presidente da Fundação Municipal de Cultura, órgão vinculado à
estrutura da Prefeitura de São Luís; no ano de 2012 recebeu do Governo do
Estado do Maranhão o título de Comendador considerando os bons serviços
prestados à cultura maranhense. Como integrante da comunidade universitária se
dedica a investigar a atuação das manifestações culturais “reggae” e o
“carnaval”, no meio cultural maranhense.
[4] Maria José Camargo Aragão (São Luís, MA, 10fev1910 – São Luís, MA, 23jun1991),
A LUTA DA ATIVISTA
POLÍTICA MARIA ARAGÃO
Oswaldo
Faustino conta a história de luta da ativista política Maria Aragão
Fonte: Revista RAÇA BRASIL; Publicado
em 26 de Agosto de 2014; por Redação
http://raca.digisa.com.br/colunistas/a-luta-da-ativista-politica-maria-aragao/2494/
TEXTO:
Oswaldo Faustino | FOTO: Divulgação | Adaptação web: David Pereira
A médica e ativista política Maria Aragão | Foto:
Divulgação
|
Quem
estivesse de passagem pela cidade de São Luís, na manhã de 24 de julho de 1991,
e assistisse à multidão em cortejo, acompanhando o caixão levado por um
caminhão do Corpo de Bombeiros, coberto com as bandeiras do PCB (Partido
Comunista Brasileiro), da CUT (Central Única dos Trabalhadores), do PDT
(Partido Democrático Trabalhista) e da agremiação carnavalesca Favela do Samba,
jamais imaginaria que se tratava do funeral de uma médica negra.
Uma
passeata de trabalhadores rurais uniu-se ao cortejo que saiu da Assembleia
Legislativa do estado do Maranhão, onde ocorreu o velório. Quem seria, afinal,
essa mulher cujo sepultamento no Cemitério do Gavião comoveu uma cidade
inteira? Por que enquanto o caixão descia à sepultura se ouviram discursos de
políticos, o hino nacional e também o da Internacional Socialista?
Em
parceria com a Escola Nacional Florestan Fernandes, a Editora Expressão Popular
lançou o documentário “Maria Aragão e a
organização popular” – DVD acompanhado de um livro – sobre essa mulher que
venceu a fome, a miséria e os preconceitos raciais e políticos.
Apesar
de todas as dificuldades para estudar – Maria Aragão nasceu numa família de sete filhos, no Engenho Central, em Pindaré-Mirim, uma
área de grandes conflitos por terras no Maranhão –, mudou-se para ao Rio de
Janeiro, onde se formou em Medicina na antiga Universidade do Brasil. Durante o
curso, sustentava-se dando aulas particulares.
Maria Aragão
poderia fazer
carreira ali, na Capital Federal, mas idealizava dedicar seus conhecimentos à
população abandonada de seu estado. Por isso, voltou para lá e, já filiada ao
PCB – o “Partidão” –, dividia seu tempo entre o trabalho na pediatria de
hospitais públicos e a militância política,
enfrentando tanto o poder constituído quanto pistoleiros a serviço das elites
locais.
Mas
os poderosos e a Igreja espalhavam de tal forma temores em torno da palavra
“comunista”, que a médica, volta e meia, era chamada de prostituta e de
besta-fera. Chegou a ser apedrejada na cidade de Codó. Mudar sua especialização
para a ginecologia permitiu-lhe pôr em prática uma bandeira defendida por ela
dentro do partido político: a valorização da saúde da mulher. Foi também
diretora do jornal Tribuna do Povo. Enfrentou oligarquias, foi presa cerca de
uma dezena vezes, torturada com agressões físicas e morais, perseguida tanto
pela ditadura de Vargas quanto pela militar, pós-1964, pouco depois de seu
retorno da União Soviética, onde realizou estudos que a habilitaram à direção
partidária.
Por
sua coragem e firmeza, se tornou uma das principais lideranças de esquerda do
nordeste brasileiro. Foi amiga do líder comunista Luiz Carlos Prestes e
participou do famoso comício do então “Cavaleiro da Esperança”, no estádio do
Vasco da Gama, em 23 de maio de 1945.
Assim
como o amigo ilustre, ela se desiludiu com a linha político ideológica tomada
pelo “Partidão”. Por isso, em 1981,Maria Aragão filiou-se ao PDT, criado por Leonel
Brizola, que tinha, entre as lideranças negras, o jornalista, escritor e
ex-senador Abdias do Nascimento.
Aos
81 anos, Maria Aragão se mantinha fiel à própria ideologia e dedicada à saúde
da população mais humilde de seu estado majoritariamente negro, onde vicejam
religiosidades de matriz africana como o Tambor de Mina, o Vodum, a Umbanda e
manifestações populares como o Tambor de Crioula e o Bumba Meu Boi, entre
outros.
No
carnaval de 1989, ela foi homenageada pela agremiação Favela do Samba.
No
Centro Histórico da capital maranhense, em 2003, foi inaugurado o Memorial
Praça Maria Aragão, projetado por Oscar Niemeyer.
Praça Maria Aragão; Monumento à Dra. Maria Aragão (lado direito da escadaria de acesso à Praça Gonçalves Dias) já dilapidado, sem o busto e sem a placa.
Foto Ronald Almeida: 13fev2013.
Monumento à Dra. Maria Aragão (já dilapidado, sem o busto e sem a placa.
Foto Ronald Almeida: 13fev2013.
Quer
ver esta e outras matérias da revista? Compre esta edição número 190.
[5] Maria José Camargo Aragão (São Luís, MA, 10fev1910 – São Luís, MA, 23jun1991),
O LEGADO DE MARIA ARAGÃO
http://editora.expressaopopular.com.br/noticia/o-legado-de-maria-arag%C3%A3o
Acesso RAS em 22fev2016
O
legado de Maria Aragão às gerações que com ela conviveram e às novas, que só
podem conhecê-la depois de sua morte, não será um monumento, o nome de uma rua,
o edifício frio de um memorial sem vida, uma praça sem árvores. Tudo isso é
pequeno diante do gigantismo de sua figura ética; tudo isso é material e
desgastável, e em nada combina com sua figura, de uma paixão intensa pelos
oprimidos (pelos operários, pelos trabalhadores, pelos pobres, pelas mulheres
operárias, trabalhadoras e pobres); paixão somente comparável ao desprezo pela
sedução dos poderosos.
Maria
ensinava que não se podia fazer política revolucionária sem obedecer
exclusivamente aos princípios revolucionários: construção permanente de um
partido da classe operária que liderasse o povo todo em sua libertação da
opressão capitalista, que tivesse por estratégia o fim da exploração do homem
pelo homem, a sociedade comunista. Deste objetivo final nascem todas as
táticas, e nenhuma delas admite o conluio com o inimigo de classe, com os
poderosos do Estado burguês, com os privilegiados e os apaniguados.
Por
isto, fiel que foi, até o fim, às posições políticas de Luiz Carlos Prestes, em
seus últimos anos de vida fez na prática a autocrítica das ilusões reformistas
e combateu as posições que, na tradição da Terceira Internacional, a leninista,
são a traição e o “oportunismo de direita”, que abastardam o Partido para a
acomodação com os inimigos de classe.
O
verdadeiro legado de Maria Aragão é um monumento à ética comunista construído
pela luta de toda a sua vida no coração dos oprimidos e na memória dos
revolucionários.
João Otavio Malheiros
Estudante
de História na Universidade Federal do Maranhão.
[6] Maria José Camargo Aragão (São Luís, MA, 10fev1910 – São Luís, MA, 23jun1991),
Maria Aragão no teatro com Maria Ethel
Peça BESTA
FERA volta aos palcos de São Luís nesta semana [07abr2014]
Fonte: Portal da Prefeitura de São
Luís, MA. Da Redação - Agência São Luís
07/04/2014;
12h26 - Atualizado em 08/04/2014 9h26
http://www.agenciasaoluis.com.br/noticia/866/
Durante o mês de março, a Prefeitura de São Luís, através da
Fundação Municipal de Cultura (Func), organizou atividades em memória da luta
contra os 50 anos do Golpe de 1964. A memória de Maria Aragão foi revisitada
como uma das principais personalidades que lutaram no Maranhão contra a
ditadura militar. A peça A BESTA FERA, do Grupo Xama Teatro, será reapresentada
nos palcos do Teatro da Cidade e do Memorial Maria Aragão, respectivamente,
nesta terça-feira (08abr2014) e sexta-feira (11).
O espetáculo será voltado para um público especial: alunos da
rede pública municipal de ensino. As apresentações integram o projeto Maria Sempre Viva e os 50 anos do Golpe,
que visa promover debates e reflexões sobre os 50 anos do golpe civil-militar,
a partir da memória da líder comunista Maria Aragão. A ideia é divulgar o Memorial Maria Aragão e despertar nos
jovens o interesse pelo reconhecimento da memória e história nacional.
A peça conta a história da maranhense Maria José Camargo Aragão (1910-1991), conhecida como Maria Aragão,
em sua história de pobreza extrema na busca da superação da fome, do
preconceito e da agressão. Na perseguição do sonho de libertar a humanidade,
através do exercício da medicina, Maria Aragão entrega-se apaixonadamente às
causas sociais, lutando por uma sociedade justa e igualitária.
No texto, depoimentos retirados do livro "Maria, uma história de paixão" e
também do diário de prisão da militante que pode ser visto em exposição no
Memorial Maria Aragão. Entre relatos e canções (como "Pedaço de mim",
de Chico Buarque, e "Gracias a La Vida", de Violeta Parra), a atriz Maria Ethel interpreta com grande força
dramatúrgica a figura da médica.
O espetáculo estreou nos palcos em 2008, após ter ganhado o
Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz de 2007. Em fevereiro deste ano, o
espetáculo participou do II Festival de Monólogos Latinoamericanos em Cuba. O
projeto Maria Sempre Viva e os 50 anos do Golpe é uma realização do Grupo Xama
Teatro em parceria com a Universidade Federal do Maranhão e patrocínio da
Fundação Municipal de Cultura.
[7] Maria José Camargo Aragão (São Luís, MA, 10fev1910 – São Luís, MA, 23jun1991),
[Perfil Biográfico] MARIA ARAGÃO do
Maranhão
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Maria José Camargo Aragão, mais conhecida por Maria Aragão, (São Luís,
10 de fevereiro de 1910 — São Luís, 23 de junho de 1991) foi uma médica e professora
brasileira.
A médica Maria Aragão iniciou sua
carreira como pediatra, mas fez carreira como ginecologista. Formou-se em medicina
pela Universidade do
Brasil, do Rio de Janeiro. Sua história tem origem na extrema
pobreza, mas ela logo parte em busca da superação da fome, do preconceito (por
ser negra e mulher no inicio do seculo passado), da agressão e da perseguição
do sonho de ajudar a humanidade. Dotada de um grande senso de liderança,
enfrentou as oligarquias políticas, em pleno regime militar na década de 60, e
sofreu as perseguições promovidas pela ditadura.
Através da medicina, Maria Aragão
entrega-se às causas sociais, lutando por uma sociedade justa e igualitária. Foi
uma eterna defensora das bandeiras libertárias continua a ser referência para a
luta popular do Maranhão. Maria Aragão fez história como líder do Partido
Comunista do Brasil, no estado do Maranhão. A médica foi também
diretora do jornal Tribuna do Povo e lutou contra a ditadura militar[1] .
A médica teve sua vida retratada e foi
homenageada no vídeo-documentário "Maria Aragão e Organização
Popular", realizado pela Escola
Nacional Florestan Fernandes[2] .
O DVD do documentário acompanha um livro e faz parte da segunda fase da série
Realidade Brasileira, voltada para bibliotecas públicas, pontos de cultura e
escolas públicas[1] .
Ligações externas
Referências
1.
↑ a b "História de médica e líder comunista maranhense
vira obra audivisual". EBC - TV Brasil. 30/03/2014. Consultado em 30
de Março de 2014.
2.
↑ "Documentário faz homenagem à história de lutas
de Maria Aragão". G1 MA. 25/03/2014. Consultado em 30
de Março de 2014.
[8] Maria José Camargo Aragão (São Luís, MA, 10fev1910
– São Luís, MA, 23jun1991),
A
BESTA FERA “Grupo
Xama Teatro” reconta nos palcos a trajetória de Maria Aragão
Fonte: Blog Info Bela
Vista;
Prof. Francisco; 13 abril 2014
Redação: Patrícia
Cunha- Patrícia Cunha - O Imparcial
Publicação: 11/04/2014 12:28
http://infoabelavista.blogspot.com.br/2014/04/a-besta-fera-grupo-xama-taatro-reconta.html
Acesso
RAS em 22fev2016
Maria
Ethel interpreta Maria Aragão:
"É
uma peça marcante que gosto de encenar"
É com vendas nos olhos
como uma simulação de um interrogatório da ditadura militar que a atriz Maria
Ethel começa a dar vida a Maria Aragão. A apresentação ao público e as
histórias da infância e da família são feitas em uma interpretação forte e
vibrante da atriz que prende a plateia durante a hora em que se segue o solo
teatral. A peça A Besta Fera: Uma
Biografia Cênica de Maria Aragão, do grupo Xama Teatro está sendo
apresentada para alunos da rede pública municipal de ensino como parte do projeto
Maria Sempre Viva e os 50 anos do Golpe, e será encenada hoje (11) no
Teatro da Cidade às 14h30 e 19h.
Uma cadeira, um colchão e
uma luminária compõem o cenário cuja iluminação é um dos pontos forte do
espetáculo, além é claro, da interpretação de Maria Ethel. No texto,
depoimentos retirados do livro Maria, uma história de paixão e também do diário
de prisão da militante que pode ser visto em exposição no Memorial Maria
Aragão.
Entre relatos e canções
(como Pedaço de mim, de Chico Buarque, e Gracias a La Vida, de Violeta Parra),
a atriz Maria Ethel interpreta com grande força dramatúrgica a figura da
maranhense Maria José Camargo Aragão (1910-1991), conhecida como Maria Aragão,
em sua história de pobreza extrema na busca da superação da fome, do
preconceito e da agressão. Na perseguição do sonho de libertar a humanidade,
através do exercício da medicina, Maria Aragão entrega-se apaixonadamente às
causas sociais, lutando por uma sociedade justa e igualitária.
Toda a história se passa
dentro de uma cela. Maria Aragão veste um figurino feito de recortes de
manchetes de jornais que retratavam a época. As falas são reais, retiradas de
entrevistas que a médica concedeu. Desde que foi apresentado pela primeira vez,
em 2008, o espetáculo já teve algumas modificações. “Fizemos algumas adaptações,
não no texto, mas na parte cênica mesmo, percebemos algumas coisas que poderiam
funcionar melhor, então optamos por deixar apenas a cadeira, o colchão e a
luminária em cena”, comenta a atriz e diretora Gisele Vasconcelos.
Após o espetáculo a
Companhia e os professores ficam disponíveis para conversar sobre a vida de
Maria Aragão e o Golpe Militar. Segundo Gisele, é um momento muito proveitoso
em que os estudantes aproveitam para tirar dúvidas e saber um pouco mais sobre
esse triste episódio da história do Brasil.
Besta Fera em outros palcos
Em 2008 o espetáculo foi
contemplado no Prêmio Myriam Muniz/2007 e no Plano Estadual de Cultura do
Maranhão, “Projeto na Rota de Maria”, realizando apresentações em São Luís e em
mais 12 municípios do Estado. Participou da III Semana de Teatro no Maranhão e
das comemorações póstumas dos cem anos de Maria Aragão. Em 2009 recebeu o
prêmio Sated/MA de melhor espetáculo e melhor atriz para Maria Ethel. Desde
então, já se apresentou em todo o Maranhão e no Rio de Janeiro, Brasília,
Florianópolis e em Cuba no II Festival del Monólogo Latinoamericano y Premio
Terry realizado em fevereiro.
“Importante que a
história de Maria Aragão seja contada especialmente nesse período com os 50
anos do fim do golpe militar e ela foi uma ativista importante que não pode
ficar esquecida. A figura de Maria Aragão deve ficar sempre viva, por isso esse
projeto, Maria Sempre Viva”, diz Gisele.
O solo apresentado por
Maria Ethel ganha mais força ainda porque a atriz era amiga de Maria Aragão nos
anos 1980. Formada atriz aos 54 anos, Maria Ethel diz que representar Maria
Aragão é fazer parte da história. “É uma história muito forte, muito viva e
marcante. É bom estar no palco representando essa mulher que fez a diferença na
nossa história. Foi presa, torturada, mas nunca perdeu suas convicções”, afirma
Maria Ethel.
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