terça-feira, 19 de janeiro de 2016

[195] MARIA ARAGÃO DO MARANHÃO: MÉDICA E ATIVISTA DA LIBERDADE - VIDA E LUTA PELA DEMOCRACIA (1910-1991) - LIVROS, VIDEOS E TEATRO




Maria José Camargo Aragão, mais conhecida por Maria Aragão, (São Luís, 10 de fevereiro de 1910 — São Luís, 23 de junho de 1991) foi uma médica ginecologista e pediatra e professora maranhense.

Facebook (1232):

DUAS MARIAS E DUAS OBRAS DE ARTE: MARIA ARAGÃO E MARIA ETHEL. Como diria Aziz junior. Lindas, fortes, emocionantes.

A PEÇA DE TEATRO “A BESTA FERA”

O FILME VÍDEO SOBRE A PEÇA “A BESTA FERA”

 

[1] Maria José Camargo Aragão (São Luís, MA, 10fev1910 – São Luís, MA, 23jun1991),

Vídeo no youtube: A Besta Fera - Maria Aragão
 
Publicado em 08fev2013
Trecho da peça A Besta Fera. (GRUPO XAMA TEATRO).
Peça de teatro: A Besta Fera: Uma Biografia Cênica de Maria Aragão
Disponível em:






FICHA TÉCNICA [by RAS]
I. Direção, Fotografia, Edição:
Ø  Lucas Sá
Ø  Marcos Ponts
II. Direção de espetáculo:
Ø  Gisele Vasconcelos
III. Atriz protagonista:
Ø  Maria Ethel [Santos]
IV. Texto:
Ø  Gisele Vasconcelos
Ø  Maria Ethel [Santos]
V. Texto adaptado do livro:
Ø  Maria Aragão: História de uma Paixão (Diário da Prisão)
VI. Músicas:
Ø  Mercedes Soza: Gracias a la Vida
Ø  César Teixeira: Oração Latina
VII. Locação:
Ø  Casarão Angelus Novus (UFMA)
VIII. Produção e Distribuição:
Cantaria Filmes
Informações da página facebook:
https://www.facebook.com/cantaria-filmes-279350048788207/info/?tab=page_info
Endereço: São Luís, MA
Telefone: (98) 98151-3575
Email: cantariafilmes@gmail.com

 




[2] Maria José Camargo Aragão (São Luís, MA, 10fev1910 – São Luís, MA, 23jun1991),

Livro [de Euclides Moreira Neto] sobre MARIA ARAGÃO expõe gravações feitas com a militante nos anos 90

Fonte: Jornal O Imparcial, SLZ; 11/02/2016 - 11h49h; Patricia Cunha
http://www.oimparcial.com.br/_conteudo/2016/02/impar/divirta_se/186669-livro-sobre-maria-aragao-expoe-gravacoes-feitas-com-a-militante-nos-anos-90.html
Acesso RAS em 22fev2016

Uma obra para preservar viva a memória da saudosa médica e militante política Maria José Aragão. Na semana em que se celebram os 106 anos de nascimento da ativista (São Luís, 10 de fevereiro de 1910 — São Luís, 23 de junho de 1991), o livro Maria por Maria ou A Saga da Besta Fera nos porões do Cárcere e da Ditadura (Engenho, 2015), de Euclides Moreira Neto, doutorando do Programa de Estudos Culturais na Universidade de Aveiro (Portugal), revela o conteúdo de uma série de entrevistas concedidas a ele em 1988, só transcritas, porém após sua morte, em 1991. Agora, quase 25 anos depois, esses depoimentos vêm à tona na publicação mostrando uma narrativa rica em detalhes de quem dedicou sua vida em favor dos menos favorecidos.
“É impressionante como em sua narrativa, Maria Aragão é respeitosa com todos os que cita, não nos deixando per­ceber o sentimento do ‘ódio por ódio’. Percebemos que de forma humilde, altiva, guerreira e combativa com aqueles que compartilharam de sua vida, assim como cultivava um profundo amor por aqueles que considerava como amigos e por seus filhos adotivos, de quem falava com muito carinho e orgulho”, afirma Euclides.
A obra de 346 páginas é uma edição especial dos Cadernos Maria Aragão de Tecnologias Sociais. Na época em que as entrevistas foram concedidas, Euclides realizava pesquisa para fun­damentar o enredo carnavalesco desenvolvido pela escola Favela do Samba, que a homenageou no carnaval de 1989, com o tema O Sonho de Maria. “Fiquei responsável pela pesquisa de campo. Eu e Maria já tínhamos uma estreita ligação, portanto não foi difícil obter dela o consentimento de gravar seu depoimento, falando de sua vida e trajetória de luta. Sem vacilar, decidi que esse depoimento seria gravado em vídeo, no sistema VHS, inclusive para servir de testemunho e fonte para pesquisadores no futuro”, disse Euclides.
Antes de começar o trabalho de gravação Euclides pediu que ela narrasse o que considerava importante em ordem cronológica e objetiva. As sessões de gravação demoravam cerca de duas horas (o tempo de duração da fita de vídeo).
“Tenho certeza de que a lição de vida deixada por Maria foi sublime, como poucas que podemos testemunhar na trajetória histórica dos homens. Sobre o depoimento, é uma transcrição fiel das suas palavras. Vírgulas, reticências, fazem as pontuações das pausas do seu depoimento, que foi carregado de sinceridade. Sem dúvida, é o depoimento da trajetória de uma vida ímpar e de uma pessoa íntegra e que talvez as palavras não consigam traduzir com fidelidade”, aponta Euclides.
O livro começa com a apresentação de Maria Aragão. E ela interpela o entrevistador sobre o porquê da entrevista. A palavra que ela a define é transparente. Da origem até a prisão em Pedrinhas, o livro divide em 45 capítulos a trajetória daquela que deixou várias lições, o espírito aguerrido e destemido de lutar pelo que acreditava.
“Bem, eu sou Maria José Camargo Aragão. Não entendo por que é que tu tá querendo saber da minha vida agora. - A palavra mais conhecida, agora, é transparente. - Eu sou o ideal de uma mulher transparente, minha vida, meus atos, tudo”. É a introdução do livro.

Sobre a ilegalidade ou besta-fera
“...estava havendo reza todos os dias, todas as noites e o padre dizia que ninguém se consultasse comigo. - Nessa época, o padre já não dizia que eu era prostituta, talvez dissesse, mas não era na missa. - Eu não tinha me casado ainda e não dizia que eu não era médica, porque não podia mais dizer que eu não era médica. - Mas dizia que eu era a ‘besta-fera’, que o Apocalipse já havia falado na minha existência, pois estava lá no Apocalipse a existência da ‘besta-fera’ e que eu devorava criança e que todas as pessoas deviam botar uma cruz preta na sua porta, para evitar que eu penetrasse nas casas. - Isso deu uma curiosidade muito grande no povo e eu estou lá na casa de João Batista, era uma casa de janelas baixas, ficava numa rua larga. - Terminada a missa… eu disse missa, viu? - Não disse reza, viu? Pois bem, terminada a missa, o povo foi se acumulando defronte da casa, pra ver a ‘besta-fera’ botar fogo pelo nariz”.



[3] Maria José Camargo Aragão (São Luís, MA, 10fev1910 – São Luís, MA, 23jun1991)

Maria por Maria” ou “A Saga da Besta Fera nos porões do Cárcere e da Ditadura
LIVRO SOBRE MARIA ARAGÃO TEM LANÇAMENTO CONFIRMADO. DIA 22jan2016. NA SECRETARIA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO.
Autor: Euclides Barbosa Moreira Neto

A publicação será lançada no dia 22 de janeiro, no hall de entrada da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação. O depoimento concedido pela médica Maria José Aragão, guardado por mais de 25 anos pelo jornalista e professor-mestre Euclides Moreira Neto, acaba de ser Euclides Moreira Neto: “Maria por Maria, depoimentos que vão se incorporar à história politica do Brasil.
transformado em livro autobiográfico e publicado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, por meio de edição especial dos Cadernos Maria Aragão de Tecnologia Social com a denominação de “Maria por Maria” ou “A Saga da Besta Fera nos porões do Cárcere e da Ditadura”. A referida obra tem lançamento marcado para o próximo dia 22jan2016, às 10, na SCTI.
São 346 páginas de pura emoção e revelação da militante política e médica Maria José Aragão, que dedicou sua vida em favor dos menos favorecidos, numa luta incessante por dias melhores e uma vida mais igualitária. O livro reúne o conteúdo de uma série de entrevistas concedidas por Maria Aragão ao jornalista Euclides Moreira Neto, no ano de 1988, cuja transcrição foi realizada logo após sua morte, ocorrida no mês de julho de 1991. Na época em que concedeu as entrevistas, Euclides realizava pesquisa para fundamentar o enredo carnavalesco desenvolvido pela escola Favela do Samba que a homenageou no carnaval de 1989 com o tema “O Sonho de Maria”.
De acordo com Moreira Neto, no momento em que transcreveu a série de entrevista, a sua preocupação era preservar o conteúdo das entrevistas a si concedidas, porém uma série de acontecimentos lhe impediram de fazer os devidos ajustes e correções naquela época, como sistematizar as perguntas e assuntos, uma vez que eles são repetidos de forma recorrente pela entrevistada, fatos que lhe levaram a deixar o conteúdo das entrevistas em stand by por mais de 20 anos.
Euclides Moreira Neto ressaltou que ”toda a série de entrevistas foi gravada em vídeo no sistema VHS, o que, naturalmente, torna o material audiovisual bastante vulnerável e efêmero”. O autor do livro esclareceu ainda que na transcrição foi utilizada a mesma sistemática de entrevistas convencionais de perguntas e respostas. As exceções que ocorrem no texto transcrito se registram quando a própria entrevistada cita perguntas e respostas sobre casos e situações que narra, relembrando algo que considerava relevante.
Para Euclides, “a narrativa de Maria Aragão é, sem dúvida, rica em detalhes, embora, eventualmente, ela faça questão de mencionar que não é boa em memorizar nomes e datas, o que faz com alguma frequência durante as entrevistas. Apesar disso, o sentido da força narrativa é preservado e dá perfeitamente para o leitor compreender o que ela gostaria de dizer”.
Euclides revela que é impressionante como em sua narrativa Maria Aragão é respeitosa com todos os que cita, não nos deixando perceber o sentimento do “ódio por ódio”.
Percebemos que foi humilde, altiva, guerreira e combativa com aqueles que compartilharam de sua vida, assim como cultivava um profundo amor por aqueles que considerava como amigos e por seus filhos adotivos, de quem falava com muito carinho e orgulho.
O autor espera que o livro "Maria por Maria" seja mais um testemunho fidedigno da ação de uma mulher que se doou à causa do socialismo e à luta por um mundo melhor e mais igualitário, sem opressores e oprimidos. Que seus erros e acertos sejam lições de vida para todos nós, pois, eu compartilho desses mesmos ideais.
O livro "Maria por Maria" é prefaciado por Wagner Cabral da Costa, Mestre em História Social, professor do Departamento de História da UFMA, membro do Observatório da Violência e do Conselho Diretor da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH). Wagner, ressalta que o livro trata-se de "Uma feliz coincidência, por colocar à disposição das velhas e, especialmente, das novas gerações um bom bocado da trajetória dessa extraordinária mulher, militante comunista e médica, com seus vários erros e equívocos, mas principalmente com sua vigorosa energia humanista e revolucionária".

O AUTOR
Euclides Barbosa Moreira Neto nasceu em 13 de abril de 1957, na cidade de Cururupu, MA. Atualmente é Professor Mestre em Comunicação, lotado no Curso de Comunicação Social do Centro de Ciências Sociais da Universidade Federal do Maranhão; e é Doutorando do Curso de Estudos Culturais na Universidade de Aveiro, Portugal.
“Graduado em Comunicação Social – Habilitação Jornalismo”, na UFMA (1976-1979); tem dois cursos de Especialização: “Teoria e Prática em Jornalismo”, ministrado na UFMA (1981-1982); e “Planejamento da Comunicação”, na Universidade Federal de Minas Gerais em convênio celebrado com a Universidade Católica de Minas Gerais, Fundação Friedrich Ebert da República Federal da Alemanha, Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa da Comunicação – ABPEC com o Centro Internacional de Studios Superiores de Comunicación para América Latina – CIESPAL (1982); “Mestrado em Comunicação” viabilizado por meio de convênio firmado entre a Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e Universidade Virtual do Maranhão (UNIVIMA) (2009-2011); exerceu a função de “Conselheiro” do Conselho Estadual de Cultura do Maranhão (1991-1994) e (2007-2008); reorganizou e presidiu o Conselho Municipal de Cultura de São Luís (2009-2012).
Ao longo de sua carreira como docente, sempre se envolveu com a área de extensão e cultura, desenvolvendo atividades em todas as áreas de expressões artísticas, principalmente na área audiovisual. Foi coordenador do Núcleo de Atividades Visuais do Departamento de Assuntos Culturais da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Estudantis da UFMA, além de diretor daquele Departamento (CD4), por 12 anos consecutivos (1996-2008).
Coordenou vários projetos culturais de abrangência nacional destacando-se: o “Festival Guarnicê de Cinema”; “Festival Brasileiro de Canto Coral no Maranhão (FEMACO)”; o “Festival Brasileiro de Canto Lírico no Maranhão (MARACANTO)”; o “Festival Brasileiro de Poesia no Maranhão (POEMARÁ)”; o “Festival Universitário de Reggae (UNIREGGAE)”; a “Mostra Brasileira de Humor no Maranhão (HUMORMARÁ)” e a “Tocata de Bandas e Fanfarras do Maranhão”.
Sua intensa ação desenvolvida na área cultural na capital maranhense o levou a atuar como produtor cultural, ator, crítico de arte e cineasta. Na atividade audiovisual dirigiu e produziu vários filmes, obtendo diversas premiações em festivais de cinema e vídeo pelo Brasil, destacando os filmes “Mutações”, “Colonos Clandestinos”, “Bom Jesus”, “A greve da meia-passagem”, “Alegre Amargor”, “Feições”, “Mamucabo”, “Periquito Sujo”, “Jardins Suspensos” e os vídeos “A Saga Maranhense” e “O lavrador de palavras”.

No quadriênio 2009-2012 foi Presidente da Fundação Municipal de Cultura, órgão vinculado à estrutura da Prefeitura de São Luís; no ano de 2012 recebeu do Governo do Estado do Maranhão o título de Comendador considerando os bons serviços prestados à cultura maranhense. Como integrante da comunidade universitária se dedica a investigar a atuação das manifestações culturais “reggae” e o “carnaval”, no meio cultural maranhense.





[4] Maria José Camargo Aragão (São Luís, MA, 10fev1910 – São Luís, MA, 23jun1991),

A LUTA DA ATIVISTA POLÍTICA MARIA ARAGÃO

 

Oswaldo Faustino conta a história de luta da ativista política Maria Aragão

 

Fonte: Revista RAÇA BRASIL; Publicado em 26 de Agosto de 2014; por Redação
http://raca.digisa.com.br/colunistas/a-luta-da-ativista-politica-maria-aragao/2494/

TEXTO: Oswaldo Faustino | FOTO: Divulgação | Adaptação web: David Pereira
A médica e ativista política Maria Aragão | Foto: Divulgação

Quem estivesse de passagem pela cidade de São Luís, na manhã de 24 de julho de 1991, e assistisse à multidão em cortejo, acompanhando o caixão levado por um caminhão do Corpo de Bombeiros, coberto com as bandeiras do PCB (Partido Comunista Brasileiro), da CUT (Central Única dos Trabalhadores), do PDT (Partido Democrático Trabalhista) e da agremiação carnavalesca Favela do Samba, jamais imaginaria que se tratava do funeral de uma médica negra.
Uma passeata de trabalhadores rurais uniu-se ao cortejo que saiu da Assembleia Legislativa do estado do Maranhão, onde ocorreu o velório. Quem seria, afinal, essa mulher cujo sepultamento no Cemitério do Gavião comoveu uma cidade inteira? Por que enquanto o caixão descia à sepultura se ouviram discursos de políticos, o hino nacional e também o da Internacional Socialista?
Em parceria com a Escola Nacional Florestan Fernandes, a Editora Expressão Popular lançou o documentário “Maria Aragão e a organização popular” – DVD acompanhado de um livro – sobre essa mulher que venceu a fome, a miséria e os preconceitos raciais e políticos.
Apesar de todas as dificuldades para estudar – Maria Aragão nasceu numa família de sete filhos, no Engenho Central, em Pindaré-Mirim, uma área de grandes conflitos por terras no Maranhão –, mudou-se para ao Rio de Janeiro, onde se formou em Medicina na antiga Universidade do Brasil. Durante o curso, sustentava-se dando aulas particulares.
Maria Aragão poderia fazer carreira ali, na Capital Federal, mas idealizava dedicar seus conhecimentos à população abandonada de seu estado. Por isso, voltou para lá e, já filiada ao PCB – o “Partidão” –, dividia seu tempo entre o trabalho na pediatria de hospitais públicos e a militância política, enfrentando tanto o poder constituído quanto pistoleiros a serviço das elites locais.
Mas os poderosos e a Igreja espalhavam de tal forma temores em torno da palavra “comunista”, que a médica, volta e meia, era chamada de prostituta e de besta-fera. Chegou a ser apedrejada na cidade de Codó. Mudar sua especialização para a ginecologia permitiu-lhe pôr em prática uma bandeira defendida por ela dentro do partido político: a valorização da saúde da mulher. Foi também diretora do jornal Tribuna do Povo. Enfrentou oligarquias, foi presa cerca de uma dezena vezes, torturada com agressões físicas e morais, perseguida tanto pela ditadura de Vargas quanto pela militar, pós-1964, pouco depois de seu retorno da União Soviética, onde realizou estudos que a habilitaram à direção partidária.
Por sua coragem e firmeza, se tornou uma das principais lideranças de esquerda do nordeste brasileiro. Foi amiga do líder comunista Luiz Carlos Prestes e participou do famoso comício do então “Cavaleiro da Esperança”, no estádio do Vasco da Gama, em 23 de maio de 1945.
Assim como o amigo ilustre, ela se desiludiu com a linha político ideológica tomada pelo “Partidão”. Por isso, em 1981,Maria Aragão filiou-se ao PDT, criado por Leonel Brizola, que tinha, entre as lideranças negras, o jornalista, escritor e ex-senador Abdias do Nascimento.
Aos 81 anos, Maria Aragão se mantinha fiel à própria ideologia e dedicada à saúde da população mais humilde de seu estado majoritariamente negro, onde vicejam religiosidades de matriz africana como o Tambor de Mina, o Vodum, a Umbanda e manifestações populares como o Tambor de Crioula e o Bumba Meu Boi, entre outros.
No carnaval de 1989, ela foi homenageada pela agremiação Favela do Samba.
No Centro Histórico da capital maranhense, em 2003, foi inaugurado o Memorial Praça Maria Aragão, projetado por Oscar Niemeyer.

Praça Maria Aragão; Monumento à Dra. Maria Aragão (lado direito da escadaria de acesso à Praça Gonçalves Dias) já dilapidado, sem o busto e sem a placa.
Foto Ronald Almeida: 13fev2013.


Monumento à Dra. Maria Aragão (já dilapidado, sem o busto e sem a placa.
Foto Ronald Almeida: 13fev2013.

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[5] Maria José Camargo Aragão (São Luís, MA, 10fev1910 – São Luís, MA, 23jun1991),

O LEGADO DE MARIA ARAGÃO
http://editora.expressaopopular.com.br/noticia/o-legado-de-maria-arag%C3%A3o
Acesso RAS em 22fev2016

O legado de Maria Aragão às gerações que com ela conviveram e às novas, que só podem conhecê-la depois de sua morte, não será um monumento, o nome de uma rua, o edifício frio de um memorial sem vida, uma praça sem árvores. Tudo isso é pequeno diante do gigantismo de sua figura ética; tudo isso é material e desgastável, e em nada combina com sua figura, de uma paixão intensa pelos oprimidos (pelos operários, pelos trabalhadores, pelos pobres, pelas mulheres operárias, trabalhadoras e pobres); paixão somente comparável ao desprezo pela sedução dos poderosos.
Maria ensinava que não se podia fazer política revolucionária sem obedecer exclusivamente aos princípios revolucionários: construção permanente de um partido da classe operária que liderasse o povo todo em sua libertação da opressão capitalista, que tivesse por estratégia o fim da exploração do homem pelo homem, a sociedade comunista. Deste objetivo final nascem todas as táticas, e nenhuma delas admite o conluio com o inimigo de classe, com os poderosos do Estado burguês, com os privilegiados e os apaniguados.
Por isto, fiel que foi, até o fim, às posições políticas de Luiz Carlos Prestes, em seus últimos anos de vida fez na prática a autocrítica das ilusões reformistas e combateu as posições que, na tradição da Terceira Internacional, a leninista, são a traição e o “oportunismo de direita”, que abastardam o Partido para a acomodação com os inimigos de classe.
O verdadeiro legado de Maria Aragão é um monumento à ética comunista construído pela luta de toda a sua vida no coração dos oprimidos e na memória dos revolucionários.
João Otavio Malheiros
Estudante de História na Universidade Federal do Maranhão.



[6] Maria José Camargo Aragão (São Luís, MA, 10fev1910 – São Luís, MA, 23jun1991),

Maria Aragão no teatro com Maria Ethel

 

Peça BESTA FERA volta aos palcos de São Luís nesta semana [07abr2014]


Fonte: Portal da Prefeitura de São Luís, MA. Da Redação - Agência São Luís
07/04/2014; 12h26 - Atualizado em 08/04/2014 9h26
http://www.agenciasaoluis.com.br/noticia/866/

Durante o mês de março, a Prefeitura de São Luís, através da Fundação Municipal de Cultura (Func), organizou atividades em memória da luta contra os 50 anos do Golpe de 1964. A memória de Maria Aragão foi revisitada como uma das principais personalidades que lutaram no Maranhão contra a ditadura militar. A peça A BESTA FERA, do Grupo Xama Teatro, será reapresentada nos palcos do Teatro da Cidade e do Memorial Maria Aragão, respectivamente, nesta terça-feira (08abr2014) e sexta-feira (11).
O espetáculo será voltado para um público especial: alunos da rede pública municipal de ensino. As apresentações integram o projeto Maria Sempre Viva e os 50 anos do Golpe, que visa promover debates e reflexões sobre os 50 anos do golpe civil-militar, a partir da memória da líder comunista Maria Aragão. A ideia é divulgar o Memorial Maria Aragão e despertar nos jovens o interesse pelo reconhecimento da memória e história nacional.
A peça conta a história da maranhense Maria José Camargo Aragão (1910-1991), conhecida como Maria Aragão, em sua história de pobreza extrema na busca da superação da fome, do preconceito e da agressão. Na perseguição do sonho de libertar a humanidade, através do exercício da medicina, Maria Aragão entrega-se apaixonadamente às causas sociais, lutando por uma sociedade justa e igualitária.
No texto, depoimentos retirados do livro "Maria, uma história de paixão" e também do diário de prisão da militante que pode ser visto em exposição no Memorial Maria Aragão. Entre relatos e canções (como "Pedaço de mim", de Chico Buarque, e "Gracias a La Vida", de Violeta Parra), a atriz Maria Ethel interpreta com grande força dramatúrgica a figura da médica.
O espetáculo estreou nos palcos em 2008, após ter ganhado o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz de 2007. Em fevereiro deste ano, o espetáculo participou do II Festival de Monólogos Latinoamericanos em Cuba. O projeto Maria Sempre Viva e os 50 anos do Golpe é uma realização do Grupo Xama Teatro em parceria com a Universidade Federal do Maranhão e patrocínio da Fundação Municipal de Cultura.




[7] Maria José Camargo Aragão (São Luís, MA, 10fev1910 – São Luís, MA, 23jun1991),

[Perfil Biográfico] MARIA ARAGÃO do Maranhão

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Maria José Camargo Aragão, mais conhecida por Maria Aragão, (São Luís, 10 de fevereiro de 1910 — São Luís, 23 de junho de 1991) foi uma médica e professora brasileira.
A médica Maria Aragão iniciou sua carreira como pediatra, mas fez carreira como ginecologista. Formou-se em medicina pela Universidade do Brasil, do Rio de Janeiro. Sua história tem origem na extrema pobreza, mas ela logo parte em busca da superação da fome, do preconceito (por ser negra e mulher no inicio do seculo passado), da agressão e da perseguição do sonho de ajudar a humanidade. Dotada de um grande senso de liderança, enfrentou as oligarquias políticas, em pleno regime militar na década de 60, e sofreu as perseguições promovidas pela ditadura.
Através da medicina, Maria Aragão entrega-se às causas sociais, lutando por uma sociedade justa e igualitária. Foi uma eterna defensora das bandeiras libertárias continua a ser referência para a luta popular do Maranhão. Maria Aragão fez história como líder do Partido Comunista do Brasil, no estado do Maranhão. A médica foi também diretora do jornal Tribuna do Povo e lutou contra a ditadura militar[1] .
A médica teve sua vida retratada e foi homenageada no vídeo-documentário "Maria Aragão e Organização Popular", realizado pela Escola Nacional Florestan Fernandes[2] . O DVD do documentário acompanha um livro e faz parte da segunda fase da série Realidade Brasileira, voltada para bibliotecas públicas, pontos de cultura e escolas públicas[1] .

Ligações externas

Referências

1.       Ir para:a b "História de médica e líder comunista maranhense vira obra audivisual". EBC - TV Brasil. 30/03/2014. Consultado em 30 de Março de 2014.
2.      Ir para cima "Documentário faz homenagem à história de lutas de Maria Aragão". G1 MA. 25/03/2014. Consultado em 30 de Março de 2014.



[8] Maria José Camargo Aragão (São Luís, MA, 10fev1910 – São Luís, MA, 23jun1991),

A BESTA FERA Grupo Xama Teatro reconta nos palcos a trajetória de Maria Aragão


Fonte: Blog Info Bela Vista; Prof. Francisco; 13 abril 2014

Redação: Patrícia Cunha- Patrícia Cunha - O Imparcial
Publicação: 11/04/2014 12:28

http://infoabelavista.blogspot.com.br/2014/04/a-besta-fera-grupo-xama-taatro-reconta.html

Acesso RAS em 22fev2016

Maria Ethel interpreta Maria Aragão:
"É uma peça marcante que gosto de encenar"

É com vendas nos olhos como uma simulação de um interrogatório da ditadura militar que a atriz Maria Ethel começa a dar vida a Maria Aragão. A apresentação ao público e as histórias da infância e da família são feitas em uma interpretação forte e vibrante da atriz que prende a plateia durante a hora em que se segue o solo teatral. A peça A Besta Fera: Uma Biografia Cênica de Maria Aragão, do grupo Xama Teatro está sendo apresentada para alunos da rede pública municipal de ensino como parte do projeto Maria Sempre Viva e os 50 anos do Golpe, e será encenada hoje (11) no Teatro da Cidade às 14h30 e 19h.

Uma cadeira, um colchão e uma luminária compõem o cenário cuja iluminação é um dos pontos forte do espetáculo, além é claro, da interpretação de Maria Ethel. No texto, depoimentos retirados do livro Maria, uma história de paixão e também do diário de prisão da militante que pode ser visto em exposição no Memorial Maria Aragão.

Entre relatos e canções (como Pedaço de mim, de Chico Buarque, e Gracias a La Vida, de Violeta Parra), a atriz Maria Ethel interpreta com grande força dramatúrgica a figura da maranhense Maria José Camargo Aragão (1910-1991), conhecida como Maria Aragão, em sua história de pobreza extrema na busca da superação da fome, do preconceito e da agressão. Na perseguição do sonho de libertar a humanidade, através do exercício da medicina, Maria Aragão entrega-se apaixonadamente às causas sociais, lutando por uma sociedade justa e igualitária.

Toda a história se passa dentro de uma cela. Maria Aragão veste um figurino feito de recortes de manchetes de jornais que retratavam a época. As falas são reais, retiradas de entrevistas que a médica concedeu. Desde que foi apresentado pela primeira vez, em 2008, o espetáculo já teve algumas modificações. “Fizemos algumas adaptações, não no texto, mas na parte cênica mesmo, percebemos algumas coisas que poderiam funcionar melhor, então optamos por deixar apenas a cadeira, o colchão e a luminária em cena”, comenta a atriz e diretora Gisele Vasconcelos.

Após o espetáculo a Companhia e os professores ficam disponíveis para conversar sobre a vida de Maria Aragão e o Golpe Militar. Segundo Gisele, é um momento muito proveitoso em que os estudantes aproveitam para tirar dúvidas e saber um pouco mais sobre esse triste episódio da história do Brasil. 

Besta Fera em outros palcos
Em 2008 o espetáculo foi contemplado no Prêmio Myriam Muniz/2007 e no Plano Estadual de Cultura do Maranhão, “Projeto na Rota de Maria”, realizando apresentações em São Luís e em mais 12 municípios do Estado. Participou da III Semana de Teatro no Maranhão e das comemorações póstumas dos cem anos de Maria Aragão. Em 2009 recebeu o prêmio Sated/MA de melhor espetáculo e melhor atriz para Maria Ethel. Desde então, já se apresentou em todo o Maranhão e no Rio de Janeiro, Brasília, Florianópolis e em Cuba no II Festival del Monólogo Latinoamericano y Premio Terry realizado em fevereiro.

“Importante que a história de Maria Aragão seja contada especialmente nesse período com os 50 anos do fim do golpe militar e ela foi uma ativista importante que não pode ficar esquecida. A figura de Maria Aragão deve ficar sempre viva, por isso esse projeto, Maria Sempre Viva”, diz Gisele.

O solo apresentado por Maria Ethel ganha mais força ainda porque a atriz era amiga de Maria Aragão nos anos 1980. Formada atriz aos 54 anos, Maria Ethel diz que representar Maria Aragão é fazer parte da história. “É uma história muito forte, muito viva e marcante. É bom estar no palco representando essa mulher que fez a diferença na nossa história. Foi presa, torturada, mas nunca perdeu suas convicções”, afirma Maria Ethel.



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