segunda-feira, 30 de novembro de 2015

[153] POESIA: TURMA DO QUINTO HOMENAGEIA NAURO MACHADO em 2002

NAURO POESIA MACHADO.

HOMENAGEM DA ESCOLA DE SAMBA TURMA DO QUINTO- CARNAVAL SLZ 2002 - SAMBA ENREDO: 
"Nauritânia, a Poesia de Barbas Brancas".
LEGENDA pra quem não é do Maranhão: [da esquerda pra direita]:
(1) Poeta ZÉ MARIA NASCIMENTO; (2) Poeta LAURA AMÉLIA DAMOUS; (3) Poeta, compositor cantor CHICO SALDANHA; (4) Poeta, compositor cantor CHICO MARANHÃO; (5) NAURO POESIA MACHADO; (6) Escritor teatrólogo cronista UBIRATAN TEIXEIRA.
No carro da TQ 2002 esse sexteto formava um batalhão pesado: Somando a produção dos seis autores, temos mais de uma centena de livros, dezenas de discos, centenas de composições, dezenas de peças de teatro; e dezenas de milhares de horas de vôo na mais alta boemia ludovicense com consumo de várias fábricas de cerveja e cachaça.
Aí temos uma parte da nata da cultura maranhense.
Parabéns à Turma do Quinto por essa preciosa homenagem em vida.

TURMA DO QUINTO HOMENAGEIA NAURO MACHADO em 2002
Texto de Gersinho Silva adicionou 2 novas fotos

Acordávamos ainda da ressaca do bi-campeonato de 2001, desvendado da Caixinha de Segredos e já estávamos discutindo o carnaval de 2002 com a proposta de cantar o poeta maior Gonçalves Dias e suas obras referenciais. Sem definir a proposta final, chegamos no segundo semestre ainda nos meados de outubro e surge a definição do um tema para a Turma do Quinto. A partir daquele momento pensamos harmoniosamente com os poetas Jeovah França e Luis Bulcão na homenagem à Nauro Machado, nosso companheiro de “repartição”, que passamos a conviver por alguns anos na sala da Asplan da Secma, e praticamente todos os dias anunciava o seu tradicional bordão “velho cabo de guerra”. Poeta Jeovah de sorriso largo confidenciou à Nauro que o mesmo seria enredo da Turma do Quinto, e recordo que ele nos disse que não seria merecedor do dito tributo e na semana seguinte lhe entreguei em mãos um ofício da Escola solicitando permissão para montar a “Nauritânea: A poesia de barbas brancas”. Enredo definido e agora faltava o samba que acertamos em reunião de diretoria com a presença de outros entusiastas como José Pereira Godão, Toinho e outros que ficaria a cargo de César Teixeira e me foi repassada a tarefa de levar o comunicado ao poeta César. Assim o fiz!
Em nosso encontro numa prazerosa tarde de sábado no Estudio da Phocus, no Parque do Bom Menino, tomamos uma breve cerva entremeando o bate-papo e o nobre compositor aplaudiu a proposta da TQ, mas estava sem tempo necessário para desenvolver uma composição de um enredo que considerou um tanto complexo e que perguntávamos também. Como falar de Nauro Machado? Como desvendar sua obra para transforma-la em carnaval? Muitas dúvidas cercearam todos, mas alimentaram a veia poética de Luis Bulcão que ainda nos afazeres de secretário de cultura, achava ainda um tempo para descrever finalmente o poeta Nauro Machado. Nada mais identitário do que cantar a boêmia necessária do escritor. Nada mais justo do que deixar o povo cantar a sua poesia irriquieta e plena. E quebrando protocolos, nascia o samba antes do descritivo do enredo e foi a partir dele que fora montado o plano de desfile das cabeças de Sebastião Cardoso, os traços de Darlan Oliveira e a execução do departamento de carnaval sob o comando de Lilio e também a calibrada no samba de José Pereira. A Turma do Quinto partia para mais um antológico desfile com um Nauro esfuziante em um carro alegórico ladeado por sua esposa Arlete, seu filho Frederico, os amigos Chico Saldanha, Patativa, Chico Maranhão, Zé Maria Nascimento, Ubiratan Teixeira, César Teixeira e Laura Amélia Damous.
Vimos um tímido Nauro que emocionado ergueu-se para acenar às arquibancadas, sendo ovacionado calorosamente, o sóbrio Nauro que embriagado da mais verdadeira homenagem à ele prestada, comandou o arrastão popular voltando por dentro da passarela, desta vez no chão e nos braços do povo e que três dias após adentrava o Largo da Madre Deus com sua Arlete para festejar com a cidade o tricampeonato da Turma do Quinto. 
A Nauritânea marcará célebre a história deste poeta que durará uma eternidade em nossos corações!
Boa jornada “velho cabo de guerra”!
Texto de Gersinho Silva 


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