Ronald de Almeida Silva; 16nov2015; postagem no Facebook; 08:45h
SITUAÇÃO
DA FRANÇA ANTE O TERRORISMO.
COM A
PALAVRA Edson
Vidigal
ALGUMAS
PONDERAÇÕES SOBRE A SITUAÇÃO NA FRANÇA
Por Edson
Vidigal
1.
Talvez esse pequeno texto
incomode algumas ou muitas pessoas, mas gostaria de me manifestar sobre alguns pontos acerca dessa triste, ridícula e
hipócrita situação que, por um lado, "comove" o planeta inteiro de
uma forma superficial, artificial, hipócrita e inerme; e, por outro, impele -
isso sim, de forma eficaz - a cisão social e humana, a raiva, o ódio, a
intolerância, o preconceito, a discriminação, enfim, uma gama infinita de
sentimentos e ações prejudiciais à saúde de cada um e à saúde de toda a
coletividade do planeta.
2.
Vivemos tempos de discórdia.
Tempos de um processo chamado de "globalização", onde a pretexto de
uma união mundial de culturas, de povos, de costumes, de credos, sob a bandeira
da criação de um projeto de humanidade global, a única realidade que se impõe é
a do livre e libertino comércio sem fronteiras, sem limites, sem valores, sem
ética, sem preocupação social, cultural, ou mesmo humana.
3.
O que a globalização nos
trouxe até agora não foi a agregação de culturas, a convivência entre elas, a
soma por meio do contato com o diferente, a vivência de uma heterogeneidade
salutar e realizadora. O que ela trouxe até agora foi a homogeneização forçada
de uma determinada cultura desculturalizada, sem raízes, sem valores,
totalmente utilitarista e voltada para um único fim: o acúmulo de capital por
entes supranacionais.
4.
Se você for a um shopping
center em Brasília, em São Paulo, em Nova York, em Londres, em Dubai, em Tokio
ou em "Cajuriaçu de dentro" (cidade fictícia aqui criada como exemplo
a ilustrar a situação), encontrará um McDonalds, um Subway, uma Diesel...
enfim, encontrará o que de fato é a globalização: a imposição de um império de
consumo que oprime culturas, hábitos, crenças, oprime a história de cada povo,
o sentimento de nação, de pertencimento, de comunidade, de união.
5.
Impor ao mundo inteiro um só
pensamento, uma só forma de se vestir, de comer, de agir, de pensar, de
consumir, de comprar, de beber, de rezar, de viver, não é lutar por um ideal
humano. Isso choca frontalmente com o que seja a dignidade da pessoa humana,
que se caracteriza, antes de tudo, pela garantia de autodeterminação de cada
indivíduo. Isso é apenas uma hipócrita forma de mascarar a imposição global de
consumo de produtos planificados, criados e mantidos a partir de critérios que
visam apenas o maior lucro possível com o menor custo possível.
6.
Qualquer um que entenda o
mínimo de produção, sabe que os custos diminuem com a linearidade dos produtos,
com a escala. Nosso planeta está sendo transformado em uma grande fábrica. E
nós em partes de uma grande linha de montagem. Os insumos são colhidos onde são
mais baratos, transportados pelos meios mais baratos, montados onde existem
menores custos trabalhistas, tributários, distribuídos, vendidos, enfim, a
logística capitalista quebrou e quebra fronteiras, ordenamentos jurídicos,
culturas, hábitos, crenças, tudo com o intuito puro e simples de lucrar, o
máximo, no menor tempo possível, no custo de menor valor monetário.
7.
E custos ambientais,
culturais, políticos, religiosos, psicológicos... enquanto não gerarem
prejuízo, não fazem parte dessa equação.
8.
Ao contrário, pode-se fazer
dinheiro de tais custos, a partir da manipulação de dados, de sentimentos, de
emoções. A guerra gera lucros, aniquila inimigos, resolve problemas de toda
sorte para quem se importa apenas com lucros.
9.
A lógica do imperialismo sempre foi dividir para
conquistar. A África é o maior exemplo histórico disso.
10.
Iraque, Bush, Saddam Hussein,
Osama Bin Laden... Esses nomes não nos dizem nada? A mim remetem imediatamente
a engação, manipulação, mentira, corrupção, mortes e sofrimentos de muitos
inocentes a fim de bancar enriquecimento ilícito de alguns poucos indivíduos
sem luz.
11.
Enfim, queria apenas lançar
reflexões, que de propósito estão aí, soltas, para que bons entendedores façam
as conexões que entenderem ser possíveis, entre cada dado que lancei e entre
eles e o assunto objeto da reflexão. Pode ser que nada do que eu disse tenha
nada a ver com o assunto. Não sei...
12.
Finalizo afirmando que
qualquer forma de desrespeito é violência. Não concordo com nenhuma forma de
violência. Estão errados alguns indivíduos franceses (os cartunistas que
desrespeitaram as crenças alheias, por exemplo), estão errados alguns
indivíduos islâmicos (todos os terroristas, por exemplo). Mas não se pode
confundir partes com o todo. E não se pode querer entender os outros por sua
própria cabeça.
13.
A tecnologia uniu o mundo em
comunicação e transporte. Isso não tem volta (a não ser que todos nos
aniquilemos mutuamente, o que não é uma hipótese a se descartar). O problema é
que o principal valor que tem norteado esse processo é o lucro. Enquanto não
entendermos que sem ÉTICA nenhuma sociedade sobrevive, o caminho que seguimos é
o da destruição.
14.
Não caiamos na velha ladainha.
Não nos deixemos levar pelas emoções precipitadas, que servem apenas para nos
tornar massa de manobra. Pensemos com a razão. Somos seres racionais.
15.
Esqueçamos o ódio, a raiva, o
revanchismo. Aprendamos a respeitar e a impor respeito com autoridade, não pela
força física, mas por atitudes elegantes, civilizadas, maiores. Respeito atrai
respeito. Desrespeito atrai desrespeito. Intolerância atrai intolerância.
Tolerância atrai tolerância. Simples assim.
16.
No fim, a maior verdade em
relação ao que precisamos adotar como regra de ouro em nossas relações sociais,
humanas, é aquela que é a base do cristianismo, e que quase nenhum cristão mais
consegue por em prática, pois estamos todos ofuscados pelas vitrines e os novos
deuses que se encontram em seu interior, acessíveis não mais pela oração e pelas
atitudes, mas apenas por cartão de crédito, débito em conta ou dinheiro em
espécie. Tal regra é muito simples:
17.
Amai ao próximo como a si
mesmo.
18.
Grande beijo a todos. Paz,
serenidade, sabedoria, harmonia, temperança.
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