AS TORRES
RESIDENCIAIS MAIS ALTAS DO BRASIL NANICO (em termos de construção civil de Tall
Buldings, tendência mundial)
DISPUTA
ENTRE CONSTRUTORAS MUDA A PAISAGEM DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ-SC [07jul2014]
Fontet: DIÁRIO
CATARINENSE; Por Karine Wenzel; 07/07/2014- 07h41min
http://dc.clicrbs.com.br/sc/noticias/noticia/2014/07/disputa-entre-construtoras-muda-a-paisagem-de-balneario-camboriu-4545118.html
Acesso RAS em 15abr2017.
Foto: Ricardo Wolffenbüttel/Agência
RBS
Assim que soube que teria um dos maiores prédios do Brasil
no quintal de casa, o empresário André Guimarães Rodrigues, de Balneário Camboriú,
correu para comprar uma unidade e não hesitou em adquirir a cobertura, no 66º
andar. No prazo de três anos, ele deixará um apartamento no 14º andar para
morar a cerca de 237 metros do solo, no Infinity Coast, que será o segundo
prédio mais alto do Brasil. A busca pela altura e exclusividade são estratégias
das construtoras em uma disputa que está só começando. Nos
próximos anos, a cidade deve ter oito dos 10 empreendimentos mais altos no Brasil.
Os projetos se concentram em duas construtoras: a FG Empreendimentos e o Grupo
Pasqualotto. A FG é responsável por seis edifícios entre os mais altos do país,
inclusive o maior deles, o One Tower, um gigante de 280 metros de frente para o
mar. Apesar do investimento figurar entre os mais altos empreendimentos
do país, a empresa não gosta de falar no assunto. Por meio da assessoria de
imprensa, informou que não se manifesta sobre o tema, pois não
“pretende usar a altura como marketing”.
Alcino Pasqualotto, diretor-geral da Pasqualotto, construtora
responsável pelo Yachthouse Residence Club, que aparece em terceiro e quarto
lugar do ranking com suas duas torres, garante que não há disputa entre as
construtoras, mas admite que “se uma faz, as outras têm de fazer”. Além disso,
afirma que há valorização para quem aposta em andares longe do chão.
—Valorizam-se muito os apartamentos mais altos, que atraem clientes. Essa verticalização permite uma área aberta maior, que tenha boa insolação e ventilação —diz.
Pasqualotto não descarta o projeto de prédios ainda maiores que o Yachthouse, que nas últimas contas da construtora deve alcançar 253 metros e assumir o segundo lugar na disputa pelas alturas do país. A Embraed, apesar de não aparecer no ranking dos mais altos em obras, ergueu o Villa Serena, atualmente o residencial mais alto do Brasil, com duas torres de 160 metros.
—Valorizam-se muito os apartamentos mais altos, que atraem clientes. Essa verticalização permite uma área aberta maior, que tenha boa insolação e ventilação —diz.
Pasqualotto não descarta o projeto de prédios ainda maiores que o Yachthouse, que nas últimas contas da construtora deve alcançar 253 metros e assumir o segundo lugar na disputa pelas alturas do país. A Embraed, apesar de não aparecer no ranking dos mais altos em obras, ergueu o Villa Serena, atualmente o residencial mais alto do Brasil, com duas torres de 160 metros.
— A Embraed se orgulha por ser pioneira e estabelecer um novo
sistema construtivo que possibilitou o projeto e execução do Villa Serena. A
obra é um marco na região e abre a possibilidade para o desenvolvimento de
projetos ainda mais altos — explica Rodrigo Cequinel, diretor comercial da
construtora.
Ele acrescenta que está em estudo construir outro gigante na
cidade.
ESPIGÕES ATENDEM À DEMANDA DE
MERCADO
Janio Vicente Rech, doutor em Gestão Territorial e professor de
Arquitetura da Universidade do Vale do Itajaí, em Balneário Camboriú, está
pesquisando a evolução da verticalização na cidade desde 1964, diante dos
diferentes planos diretores. Ele afirma que o fenômeno dos espigões é mais
recente e começou há cerca de uma década, impulsionado pelas novas
tecnologias.
— A escassez e o custo do metro quadrado dos terrenos para
construção na orla da Praia Central incentivam a verticalização, juntamente com
os índices urbanísticos — diz.
O secretário de Planejamento da cidade, AURI PAVONI, defende que os gigantes atendem a uma demanda do mercado.
Os clientes não querem apartamentos de fundo e buscam, no máximo, dividir o
andar com um vizinho. Como no atual Plano Diretor não há restrição de altura,
apenas de número de apartamentos por terreno, a saída encontrada foi investir
em menos unidades por andar — todos de frente para o mar.
A falta de terrenos disponíveis também impulsiona o
fenômeno. A cidade é uma das menores em área no Estado, com apenas 46
quilômetros quadrados.
VOO DE HELICÓPTERO PARA CONQUISTAR
CLIENTE
Para vender os apartamentos nas nuvens é preciso ir às alturas,
literalmente. A construtora Pasqualotto utiliza seu helicóptero
para buscar clientes e mostrar um pouco da cidade. Eles posicionam o cliente na
altura que deve ter o prédio para proporcionar a visão que ele terá da janela
do apartamento.
Estratégias como essas são necessárias para atrair
clientes mais exigentes e que buscam empreendimentos
de alto padrão. Um levantamento divulgado pelo Sinduscon de
Balneário Camboriú em 2013 mostra que 46% dos apartamentos da cidade custam mais de R$ 1 milhão.
O preço do metro quadrado também evidencia isso. Em
Balneário, em empreendimentos de frente para o mar, o metro quadrado da área total
sai de R$
10 mil a R$ 12 mil — em Florianópolis, por exemplo, a
média em Jurerê Internacional é de R$ 8 mil.
Fernanda Godoy é dona da imobiliária Camboriú Alto Padrão. Ela
também aposta nos sobrevoos para atrair clientes e freta um helicóptero e para passeios pela
cidade.
— Para quem não tem medo de altura e quer algo exclusivo, é
ideal — afirma.
DIÁRIO
CATARINENSE
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