LIXO TÓXICO
Resíduos Químicos Industriais
(Sólidos e Líquidos) Muito Perigosos
Caso CBB/USPAM, Ulianópolis, PA.
Caso 1: USPAM - USINA DE PASSIVOS AMBIENTAIS, Município de Ulianópolis, PA
"Um lixão industrial em plena Amazônia que recebeu [entre 25 mil e 30 mil toneladas de] resíduos tóxicos de multinacionais e outras grandes empresas, entre 1999 e 2003, está causando danos ambientais e à saúde no interior do Pará."
Revisão_01; 02fev2017
Compilação e edição: Ronald de Almeida Silva
INFORMAÇÃO DO MP-PA em 17mar2016: LINHA DO TEMPO DO CASO ULIANÓPOLIS-PA.
http://www.mppa.mp.br/index.php?action=Menu.interna&id=6485&class=N
Nota RAS: QUEM É CRIMINOSO AMBIENTAL MAIOR NO CASO ULIANÓPOLIS, PA?
PEDRO ANTONIO PEREIRA DA SILVA, responsável pela implantação da USPAM
e pela massa falida da CBB – Cia. Brasileira de Bauxita, junto com 52 (podendo chegar até a 75) empresas
com responsabilidade solidária pelo descarte incorreto dos resíduos químicos
industriais tóxicos gerados por suas respectivas indústrias.
Ver Nota MPPA.
Em janeiro de 2016, PEDRO ANTÔNIO
PEREIRA DA SILVA, dono da CBB, foi localizado e preso em São Paulo pelo Grupo
de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/SP). Procurado desde
2002, foi detido por crime ambiental e estelionato, mas conseguiu habeas corpus
e foi liberado.
G1: A apuração do caso ganhou
fôlego há um ano, quando foi preso o dono da usina, PEDRO PAULO PEREIRA DA
SILVA. Ele foi condenado em 2014 a sete anos e meio de prisão por crime
ambiental e estelionato.
Ulianópolis [Pará] serve
de depósito para lixo tóxico de [52] indústrias [desde maio 2000]; [notícia de 29jun2004]
Ø ANTIGA USINA DE RESÍDUOS FOI ABANDONADA
E PRODUTOS SEM DESTINAÇÃO ADEQUADA POLUEM O MEIO AMBIENTE COLOCANDO EM RISCO A
POPULAÇÃO
Fonte original: DIÁRIO DO PARÁ; Cláudia
Aragão; 29/06/2004
Reprodução 1: FGV – Fundação Getúlio Vargas; Centro de Estudos em
Sustentabilidade.
Reprodução 2: Blog Ronald.Arquiteto
http://gvces.com.br/ulianopolis-serve-de-deposito-para-lixo-toxico-da-industria?locale=pt-br
[1] [A GÊNESE DA TRAGÉDIA AMBIENTAL]
- Substâncias tóxicas, extremamente danosas ao
meio ambiente e à saúde da população, estão abandonadas a céu aberto em
uma área de 20 hectares [área total
de 982 hectares, segundo MPPA], no Km 12 da rodovia BR-010, na área rural do município de
Ulianópolis, [Pará,
a 390
km de Belém], próximo de fazendas, igarapés e vegetação.
- Os produtos químicos, [total estimado de 30.000 toneladas de resíduos
industriais, segundo MPPA] provenientes de [52] empresas industriais, a
maioria multinacionais estabelecidas em outros estados do país, foram
enviados a Ulianópolis para terem uma destinação final.
- Entretanto estão abandonados ao léu, dentro de
tambores corroídos e abertos, dentro de sacos plásticos rasgados e até
depositados diretamente no solo, representando um risco para os recursos
hídricos, meio-ambiente e para a população.
- Os
resíduos industriais começaram a ser depositados na área em maio de 2000,
quando a empresa COMPANHIA
BRASILEIRA DE BAUXITA (CBB), sediada em São Paulo, cessou as
atividades de exploração do minério e [seu
proprietário PEDRO
ANTONIO PEREIRA DA SILVA]
criou a divisão USPAM - USINA DE
PASSIVOS AMBIENTAIS -, responsável por dar destinação final adequada a
resíduos industriais Classe I
(muito perigosos), CLASSE II (perigosos)
e CLASSE III (inertes). Para a
incineração de parte do material seria utilizado o forno que antes era
usado na calcificação da bauxita.
- O descumprimento desde o princípio da
legislação ambiental levou o Ministério Público de Paragominas a ingressar
com uma ação civil pública ambiental com pedido de tutela antecipada
contra a empresa. A ação foi acatada pelo juiz de direito substituto da
comarca de Paragominas, CARLOS LUIZ
WOLFF, no dia 23 de junho de
2003, que decidiu pela cessação das atividades “irregulares e ilegais” da
CBB/Uspam em Ulianópolis.
- A empresa cumpriu com a decisão judicial de
fechar as portas mas descumpriu a determinação de “...retirar os rejeitos
perigosos pela ré com as devidas cautelas e o arrolamento, lacre e
apreensão dos equipamentos, veículos e instrumentos existentes na
empresa...”.
- Ao invés de obedecer a decisão do juiz, a
empresa abandonou todo o lixo químico na área, sem o menor cuidado de
armazenamento. Segundo o advogado RAPHAEL
SAMPAIO VALE, que também preside a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
em Paragominas, os moradores de Ulianópolis estavam crentes que o passivo
ambiental havia sido retirado de lá. A verdade só teria vindo a tona em
maio deste ano, quando ele acompanhava um cliente interessado em adquirir
a área da USPAM, e se deparou com os resíduos ambientais abandonados.
- Para ele, a responsabilidade recai também
sobre as empresas que produziram o lixo químico, por também não terem
retirado as substâncias tóxicas do local após a decisão judicial. Um ano
após a cessação das atividades da CBB/USPAM, os moradores de Ulianópolis
não sabem que destinação será dada ao lixo enviado de lugares que eles nem
imaginam.
- Também desconhecem como está a poluição do
solo, fauna, flora e recursos hídricos, pois datam de 2002 as vistorias
feitas na área pela Secretaria Executiva de Ciência e Tecnologia (Sectam)
e a perícia realizada pelo Centro de Perícias Científicas “Renato Chaves”,
que confirmou a poluição ambiental, razão que levou a Sectam a cancelar a
licença ambiental e a interditar a área em julho do mesmo ano.
[2] JORNAL E TV CONSTATAM DENÚNCIA DE
QUE NADA FOI FEITO PARA EVITAR O PIOR
- No último final de semana [jun2004], as
reportagens do DIÁRIO DO PARÁ e da TV RBA, acompanhadas por pessoas que
denunciaram a poluição ambiental pela CBB/USPAM, visitaram seis dos vários
pontos de depósito dos materiais tóxicos, localizados a 13 km da BR-010.
- A primeira coisa que se nota ao chegar no que
foi a CBB/USPAM é a existência do riacho
Dantas que, segundo nos informaram, joga no rio Gurupizinho, que por sua vez deságua no rio Gurupi e assim por diante.
- A segunda constatação preocupante é a
facilidade de acesso aos locais onde estão depositados o lixo tóxico.
- Na primeira área visitada fica o incinerador,
onde eram queimados parte do lixo químico. O local está repleto de
tambores com substâncias tóxicas como derivados alifáticos de álcool,
percloretileno e chumbo, quase todos abertos, expostos a ação do sol e da
chuva. Alguns recipientes ainda estão com o lacre informando que os
produtos são de natureza perigosa. Também foram encontradas espalhados
pelo chão e dentro de sacos rasgados, embalagens de produtos como Diazitop
PM e sprays SBB, além de substâncias oleosas no solo.
- Mais à frente, pilhas de tambores contendo
Cloreto de Metileno, metanol, tambores totalmente corroídos pelos resíduos
industriais, dentre outras irregularidades. O biólogo Bruno Gusmão, que
acompanhou a visita, informou que as substâncias podem gerar impactos
ambientais terríveis. “Os produtos podem contaminar os
mananciais de água, rios e igarapés da região. Para os seres humanos estes
produtos tóxicos lesam principalmente as vias respiratórias”,
informou.
- Em outro ponto de depósito, pilhas de lâmpadas
de vários tamanhos e modelos, além, de reatores elétricos espalhados pelo
chão. No local seguinte, a situação era pior por causa do fedor
insuportável que impedia a nossa permanência. Aparentemente o mau-cheiro
vinha de tambores contendo Thiobel
Técnico.
- Todos os pontos de depósito dos detritos
industriais são rodeados pela mata, as árvores mais próximas inclusive já
secaram. Existe também a suspeita de que a CBB/USPAM tenha aterrado parte
do lixo químico, devido a existência de aterros de até 10 metros de altura
na área. Em outro ponto foram encontrados dezenas de pneus e tambores
vazios corroídos dos quais não se sabe o destino dado às substâncias que
estavam dentro.
[3] AÇÃO POPULAR COBRA PUNIÇÃO DAS
EMPRESAS RESPONSÁVEIS PELA PRODUÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS TÓXICAS
- O advogado RAPHAEL SAMPAIO VALE assina uma ação popular movida por PARAGUASSÚ ELÉRES contra pelo
menos 26 empresas que possuem
resíduos industriais armazenados precariamente próximos a Ulianópolis.
Segundo o advogado, após o abandono das substâncias pela CBB/USPAM, as
empresas teriam a responsabilidade solidária de retirar os materiais
tóxicos da área.
- A ação, ingressada no último dia 25 na Justiça
Federal, entre outros pedidos, requer a reclusão dos diretores das
empresas por prática de crime ambiental, pagamento de multa no valor de R$
50 milhões - valor máximo estabelecido pela lei ambiental - e uma vistoria
de campo a ser feita por técnicos do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente
e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Universidade Federal do Pará e
da Polícia Federal.
- Na ação popular, RAPHAEL VALE menciona o risco que representa o livre acesso ao
local onde estão estocados os materiais tóxicos, fazendo inclusive uma
analogia com o acidente radioativo ocorrido em Goiânia. “Esta situação é
tanto mais perigosa se considerarmos que pessoas desavisadas podem dali se
aproximar e se apoderar de alguns daqueles curiosos objetos, tal como, de
triste memória, aconteceu com o `Césio 137´em anos da década de 1980, na
cidade de Goiânia, que resultou em mortes e mutilações de graves
conseqüências”, ponderou na ação no advogado. Ele desconfia que alguns
recipientes estejam sendo utilizados pela população.
[4] MORADORES MOBILIZADOS PELO FIM DA
POLUIÇÃO
- O processo que resultou na determinação
judicial de cessar as atividades da CBB/Uspam foi iniciado pelos próprios
moradores de Ulianópolis, que, desconfiados após o falecimento em
circunstâncias suspeitas do funcionário da empresa, Manoel Benedito dos
Santos, em 2001, e preocupados com o surto de doenças respiratória que
acometeu os moradores, com a mortandade de peixes e até com a ocorrência
de chuva ácida, decidiram chamar, em janeiro de 2002, uma reunião com
órgãos como a Sectam, Polícia Civil e Secretaria da Fazenda.
- O fazendeiro ZANDINO ULIANO que tem fazenda a 3 km da área em questão
lembra que ficou preocupado ao constatar que as pastagens apresentavam
aspecto amarelado e a produção das lavouras havia decaído. “A
justificativa deles era que a chuva ácida foi provocada pelas queimadas,
mas as queimadas haviam diminuído. A única alteração naquela época foi a
presença do incinerador na região”, disse Uliano.
- Ele conta que no mesmo dia da reunião,
percorreu a área junto com outras pessoas e descobriu, além dos tambores
armazenados em locais visíveis, centenas de recipientes no meio do mato e
uma quantidade grande de substâncias espalhadas pelo solo da mata, o que o
levou a desconfiar que os funcionários estavam vendendo os tambores para
os moradores do município.
Artigo
de Cláudia Aragão
Lixo
tóxico assusta município de Ulianópolis [27nov2006]
Fonte: ORM – Organizações Rômulo Maiorana; Belém, 27/11/2006 - 08:59 - Pará
Acesso RAS em 02fev2017
- A
empresa Vision Serviços Terceirizados retirou no sábado (25nov2006), os
resíduos tóxicos pertencentes à ELETRONUCLEAR,
empilhados em uma das baias de lixo tóxico da antiga COMPANHIA BRASILEIRA DE BAUXITA (CBB), a USINA DE PASSIVOS AMBIENTAIS (USPAM).
- Funcionários
da empresa, com roupas e equipamentos especiais, manusearam os produtos
químicos durante o embarque. O acondicionamento e os armazenamento dos
resíduos tóxicos em um caminhão comum chamou a atenção de vereadores e
secretários municipais de Ulianópolis, temerosos pelo perigo do transporte
de materiais tão perigosos em condições precárias.
- Entre
os produtos transportados pelo caminhão havia ácido sulfúrico. A
secretária de saúde do município, Clara Bemerguy, falou de sua preocupação
com a forma como a empresa transportava os produtos. 'Eu acho que se
representa risco a saúde tem que ser transportado e acomodado de forma
segura', disse ela.
- A
assessora jurídica da Prefeitura, advogada Joseane Sousa, convocou para
uma reunião, na próxima quarta-feira, 29nov2006, lideranças e entidades de
Ulianópolis para que a comunidade saiba do risco que representa o lixo
tóxico da usina para os 30 mil habitantes do município.
- O
caminhão carregado de tambores com resíduos tóxicos saiu de Ulianópolis na
manhã de sábado, 25nov2006, para Belfort Roxo, no Rio de Janeiro, onde
chegará na terça-feira, para a incineração do material, na empresa Tribel, especializada no
tratamento de resíduos industriais.
- Na
manhã de quarta-feira, 29, chegará à Ulianópolis uma comissão de
funcionários da empresa multinacional norte-americana Stoncor Grop, com o objetivo de confirmar se ainda há resíduos
da empresa no pátio da Uspam.
- Preocupada
com a retirada de lixo tóxico da usina, a juíza da comarca de Ulianópolis
Andréa Ferreira Bispo mandou notificar todas as empresas que depositaram
resíduos na USPAM para
verificar se de fato os produtos estavam sendo retirados, de que forma
eram transportados e em que local estavam sendo incinerados.
- Uma
grave ameaça à população de Ulianópolis, a USPAM foi interditada em 2002 pela Secretaria Executiva de
Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectam). Desde então está impedida de
incinerar resíduos industriais. A Sectam também deu trinta dias para que a
empresa apresentasse um plano de desativação, prazo que a empresa nunca
cumpriu. Pressionado pela comunidade e às voltas com encargos
trabalhistas, o gerente se evadiu do município, deixando para trás uma
enorme bomba-relógio prestes a explodir no meio da mata.
LEILÃO
- A
área onde estão depositados a céu aberto uma grande variedade de produtos
químicos altamente nocivos à saúde humana foi leiloada para pagar os
direitos trabalhistas de funcionários que trabalhavam na usina. O agricultor GENÉSIO GEOCONDO é o
atual proprietário dos 250 alqueires onde está a usina.
- Pelo menos 10
alqueires já estão totalmente infectados pelo lixo químico. Duas pessoas
morreram intoxicadas lá dentro. Números não
oficiais, fornecidos por pessoas que prestavam serviço na Usina, dão conta
de que outros funcionários morreram infectados por produtos químicos e
teriam sido retirados de avião para não chamar a atenção das autoridades
ambientais.
- Dentre
as cinco mil [5.000] toneladas de
produtos tóxicos espalhadas na USPAM estão cerca de 48 toneladas de
cianeto de potássio. Também de natureza altamente perigosa, há na usina
cerca de 800 mil litros de
Dicloroanilina, ou 2.3. D.C.A, que pode matar o ser humano em apenas
duas horas após o contato.
- Em
casos de inalação, ingestão ou contato com a pele, a conseqüência pode ser
fatal. Existe também em uma das baias do interior da usina um lote inteiro
de AZT, usado no combate ao vírus da Aids.
- Um
plano de restauração e recuperação da região poderá levar mais de 50 anos
e consumir cifras superiores a 250 milhões de reais. O trabalho de
'plumagem', que consiste na escavação de uma pequena parte da área para se
chegar à profundidade já infectada chega a custar cerca de 120 mil reais.
- Na
sessão de terça-feira, 21nov2006, os vereadores da Câmara de Ulianópolis
chamaram a atenção para a edição de segunda-feira, 20, de O LIBERAL , que
noticiou a situação limite, e cobraram das autoridades ambientais do
Estado e do município uma solução para o crime ambiental. Durante a
reunião, os vereadores criticaram duramente a Sectam, por ter autorizado o
funcionamento da empresa. 'A Sectam é uma das maiores
responsáveis por este lixo ter vindo parar no nosso município',
desabafou o vereador Afonso Soma.
- O
presidente da Casa, vereador FRANCISCO
BONFIM ALCOBASSA, disse que a Câmara cobra há muito tempo uma solução
para o caso. 'A população não pode pagar por um erro das autoridades',
disse.
- Na
opinião do vereador Clenilton Oliveira, a comunidade tem que se unir para
exigir uma solução. 'Sem dúvida é um problema que afeta a todos os munícipes',
frisou.
- Em
defesa do secretário municipal de Meio Ambiente, Paulo César Fachetti, o
vereador José Félix Barbosa disse que ele cobrou providências da Sectam.
'Essas especulações de que o secretário teria recebido propina não tem
procedência', defendeu o vereador.
- A
vereadora Lúcia Zavarize ressaltou que os moradores de Ulianópolis estão
seriamente ameaçados. 'Eu não sabia que a coisa era tão grave', disse ela.
AUTORIZAÇÃO CONCEDIDA PELA SECTAM-PA CONTRARIA A LEI AMBIENTAL
- Com
anuência da Secretaria Executiva de Ciência Tenologia e Meio Ambiente do
Estado do PARÁ, o então prefeito de Ulianópolis concedeu alvará de funcionamento
para a Usina de Passivos Ambientais, documento este renovado e validado
até 31 de dezembro de 2000. Em setembro de 2002, num parecer jurídico da
própria Sectam, assinado pelo advogado JOSÉ MARQUES PESSOA, o órgão argumenta que a USPAM não cumpriu as
condicionantes impostas quando lhe foi concedida a licença ambiental, uma
vez que desenvolvia suas atividades de forma precária, demonstrando total
desinteresse à adequação às normas ambientais.
- O
parecer afirma que 'A rigor, a referida licença ambiental
jamais deveria ter sido expedida, considerando que o maior volume de
resíduos tóxicos recebidos pela empresa autuada, para processamento e destinação
final, é oriundo de indústrias instaladas em vários Estados do País'.
- Na
verdade, a Sectam, ao expedir a Licença, violou a Lei Ambiental do Pará
(5.877), que em seu artigo 14 veda
'o
transporte e a disposição final no solo do território estadual de quaisquer
resíduos tóxicos, radioativos e nucleares, quando proveniente de outros
Estados ou Países'.
- A
lei foi criada justamente para que o Pará não viesse a se transformar em
uma grande lixeira para os demais Estados, onde as grandes indústrias se
deparam com a dificuldade extrema em dar destinação final adequada aos
resíduos de suas atividades. Conforme o ordenamento jurídico atual cabe
aos Estados e municípios a responsabilidade de reservar, em seus próprios
territórios, áreas específicas destinadas ao passivo ambiental de suas
indústrias.
- Até
a presente data ainda não se tem conhecimento da dimensão da gravidade do
problema, uma vez que no caso de alguns produtos químicos as empresas
proprietárias não mais existem, o que dificulta uma futura responsabilização.
- Em
julho de 2006, a juíza titular de Ulianópolis, CLAUDIA REGINA MOREIRA FAVACHO MOURA, requereu ao Centro de
Perícias Científicas Renato Chaves uma perícia na área da usina para se
mensurar o valor necessário à recuperação do meio ambiente na região
afetada.
- Mesmo
com interdição judicial definitiva, assinada pelo juiz CARLOS LUIS WOLFF PINA, em julho
de 2003, a USPAM, totalmente
alheia à ameaça à população de Ulianópolis, tentou retomar suas
atividades. Por unanimidade de votos, as Câmaras Criminais Reunidas do
Tribunal de Justiça do Estado do Pará denegaram o pedido de reabertura da
Usina.
ULIANÓPOLIS, PA:
Lixão [tóxico] de
multinacionais ameaça área na Amazônia
[30mai2012]
Ø
Local, no interior do Pará, acumula tambores com
chumbo, cloro e pesticidas
Ø
Promotoria pede estudo para
avaliar possíveis riscos à saúde; 54 empresas enviaram resíduos para o local
Fonte: Jornal Folha de SP; AGUIRRE TALENTO; DE BELÉM; FELIPE LUCHETE;
DE SÃO PAULO
São Paulo,
quarta-feira, 30 de maio de 2012
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/45833-lixao-de-multinacionais-ameaca-area-na-amazonia.shtml
1.
Um lixão
industrial em plena Amazônia que recebeu [entre 25 mil e 30 mil toneladas de] resíduos tóxicos de multinacionais e
outras grandes empresas, entre 1999 e 2003, está causando danos ambientais e à
saúde no interior do Pará.
- Os resíduos ficam em tambores espalhados
em [área de] 900 hectares de
floresta, com trechos desmatados, em Ulianópolis (390 km de Belém).
- O lixo contém cloro, chumbo e pesticidas e foi encaminhado por [75] empresas
como PEPSI, VALE, PETROBRAS, SHELL,
BRASTEMP, PHILIPS E YAMAHA.
- Todas contrataram a USPAM (Usina de Passivos Ambientais) para receber os resíduos,
tratá-los e dar-lhes destino final adequado.
- Em 2003, a Justiça encerrou as
atividades da USPAM, após o
Ministério Público do Pará alegar que a destinação do lixo não era
adequada. Perícias do governo do Estado apontaram contaminação no solo,
com riscos à saúde humana e ao ambiente.
- Tambores chegavam ao local danificados,
provocando o vazamento das substâncias que carregavam, dizem
ex-trabalhadores. Um rio que fica nas proximidades recebia restos desse
lixo.
- Em quatro anos, a usina recebeu 25 mil toneladas de resíduos. Hoje
há cerca de 4.000 toneladas, estima a prefeitura. A extensão dos danos
ainda é desconhecida.
- A Promotoria pediu estudos que apontem
se moradores da região correm riscos de ter problemas de saúde.
RESPONSABILIDADES
- Promotores
identificaram 52 empresas que enviaram resíduos -nem
todos perigosos. Todas são alvo de inquérito aberto em fevereiro, que pede
o pagamento de um plano de recuperação da área, estimado em R$ 1 bilhão.
- Segundo a promotora Louise Silva, será
feita uma análise da responsabilidade de cada empresa. A USPAM também é
alvo do inquérito.
- Consultado pela Folha sobre
o caso, o pesquisador SABETAI
CALDERONI, presidente do Instituto de Ciência e Tecnologia em Resíduos
e Desenvolvimento Sustentável, afirma que a legislação exige que as
empresas conheçam "de ponta a ponta" a forma de destinação dos
resíduos.
- Mesmo que as empresas escolham uma
terceira para fazer a destinação, afirma Calderoni, é preciso que elas
acompanhem o trabalho.
- A Promotoria também apura se houve
omissão do Estado e da prefeitura, que permitiram à USPAM funcionar.
MPPA confronta responsáveis por contaminação em
área do município de Ulianópolis, PA [01abr2016]
Fonte original: Jornal O LIBERAL,
Belém, PA.
Por: O LIBERAL; Em
01 de abril, 2016 - 08H42
Reprodução:
Blog Jorge Quadros, sem data.
- O Ministério Público do Pará, por meio
do Grupo de Atuação Especial para o Caso de Ulianópolis, promove hoje
[01abr2016], às 10 horas, reunião com representantes de empresas
envolvidas com o depósito irregular de lixo tóxico naquele município do
sudeste do Estado. O objetivo é prosseguir a instrução do inquérito civil
instaurado com a finalidade de apurar os fatos.
- Os promotores de Justiça que atuam no
caso apuram as responsabilidades civil e criminal das empresas que
lançaram resíduos e rejeitos de atividade industrial e comercial na área
da antiga COMPANHIA BRASILEIRA DE BAUXITA (CBB) em Ulianópolis, um dos
maiores ilícitos ambientais em território paraense, com repercussão na
mídia local e nacional.
- “A reunião objetiva discutir, com os
representantes das empresas envolvidas, responsabilidades civis
decorrentes do dano ambiental, visando a remediação da área”, disse o
promotor de Justiça JOSÉ GODOFREDO
PIRES DOS SANTOS.
Foto:
Evandro Corrêa
- O encontro será no auditório das
promotorias de Justiça da Infância e Juventude, na rua Ângelo Custódio,
Cidade Velha. O Ministério Público do Estado também divulgou que, em março
de 2001, a Companhia Brasileira de Bauxita (CBB) contratou a consultoria
da Fundação Instituto Náutico (Inabra) para indicar as adequações
necessárias para que se tornasse uma usina de passivos. A Inabra constata
o armazenamento inadequado de resíduos líquidos, sólidos e pastosos.
- Não há registro da CBB e seu corpo
técnico no Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) e Conselho
Regional de Engenharia e Agronomia (Crea). A atividade oferece risco à
segurança dos trabalhadores. Até 17 de fevereiro de 2002, foi estimada a
quantia de 3.949 toneladas de resíduos em estoque, informa o Ministério
Público.
- Em 2002, laudo pericial (017/2002) do
Instituto de Criminalística, do Centro de Perícias Científicas Renato
Chaves, reforça que a CBB não tem capacidade técnica para funcionar como
incineradora de resíduos e rejeitos industriais. Laudo técnico do Ibama,
de 20 de abril de 2012, relata as condições inadequadas de armazenamento
dos resíduos perigosos, comprovando o descumprimento à legislação
ambiental e alertando sobre o risco de contaminação do lençol freático e
rios próximos. O laudo constatou, ainda, a existência de mais de 30 mil
toneladas de rejeitos industriais.
- Em junho de 2003, o juiz de Ulianópolis
expede liminar a pedido do MP na ação que pede o fim das atividades da CBB
e seu sócio diretor Pedro Antônio Pereira da Silva. Depois que as
atividades da empresa cessaram, os responsáveis legais desapareceram.
Abandonado, o local passou a ser frequentado por moradores que retiravam
camburões para armazenar água para consumo próprio.
Foto:
Evandro Corrêa
PERIGOS
- Em junho de 2015, o MPPA firma termo de
compromisso com o Estado e prefeitura de Ulianópolis, para fazer o
levantamento geral da saúde da população do município e a organização de
medidas assistenciais para pessoas expostas ou diagnosticadas como
intoxicadas. E, em dezembro, o MP ajuíza denúncias criminais contra 15 das
17 empresas donas dos rejeitos.
- São elas: Petróleo Brasileiro S/A
(Petrobras); Petrobras Transporte S/A (Transpetro); Mann+Hummel Brasil
LTDA; Holld Meyer Indústria Química; Yadoya Insdústria e Comércio S/A;
Showa do Brasil Ltda; Ifer da Amazônia Ltda; Grace Brasil Ltda (Grace
Brasil); Cosan Combustível e Lubrificantes S/A; Brastemp da Amazônia S/A;
Eletrobrás Termonuclear S/A (Eletronuclear); Brasilian Color Indústria de
Tintas e Vernizes Ltda; BBC Industrial e Comercial Ltda; Águia Química
Ltda; Agro Química Maringá S/A.
- Em
janeiro de 2016, PEDRO ANTÔNIO PEREIRA DA SILVA, dono da CBB, foi
localizado e preso em São Paulo pelo Grupo de Atuação Especial de Combate
ao Crime Organizado (GAECO/SP). Procurado desde 2002, foi detido por crime
ambiental e estelionato, mas conseguiu habeas corpus e foi liberado.
- Na semana passada, o deputado estadual THIAGO ARAÚJO denunciou
esse crime ambiental em Ulianópolis. Segundo ele, “o índice de
contaminação no município causado pelo desastre ambiental é muito grande,
e custou a vida de pelo menos uma pessoa, que morreu em função desta
contaminação”.
ULIANÓPOLIS: MPPA - GRUPO ESPECIAL DE TRABALHO VOLTA À
ÁREA CONTAMINADA POR LIXO TÓXICO [MPPA, 17mar2016]
FONTE: MINISTÉRIO PÚBLICO DO PARÁ; 17mar2016
http://www.mppa.mp.br/index.php?action=Menu.interna&id=6485&class=N
MP denuncia despejo de lixo tóxico [de 75 empresas] em área de floresta em Ulianópolis, PA [23mar2016]
Ø Área é alvo de um dos mais
danosos crimes ambientais já praticados.
Ø Preocupação é que o raio de
contaminação tome proporções incontroláveis.
Fonte: Portal rede Globo, G1; Do G1 PA; 23/03/2016; 10h54 -
Atualizado em 23/03/2016
11h35
Moradores da cidade chegaram a
utilizar barris contaminados para utilizá-los como depósito de armazenamento de
água para consumo próprio. Um termo de ajustamento de conduta assinado entre o
MP e a prefeitura do município substituiu os tambores por caixas d’água. (Foto:
Arquivo MPPA/ Divulgação)
O Ministério Público do Estado do
Pará (MPE/PA), por meio de um grupo de atuação especial, denuncia e quer
responsabilizar empresas pelo despejo irregular de lixo tóxico no interior de
uma região coberta por floresta tropical, distante 15 km do centro urbano de Ulianópolis. Os resíduos industriais
seriam oriundos de várias empresas de atuação nacional e internacional.
De acordo com o MP, que visitou
novamente o espaço neste mês de março, o fato é que os resíduos encaminhados
pelas empresas não receberam o tratamento adequado e foram despejados
diretamente na natureza. Para o órgão, este é considerado um dos mais danosos
crimes ambientais já praticados contra a natureza, com graves repercussões para
a flora, fauna, recursos hídricos e à saúde da população do município.
Participaram da visita ao terreno
o procurador NELSON MEDRADO, do
promotor titular de Ulianópolis, ARTHUR
MELO, e representantes do Grupo de Apoio Técnico Interdisciplinar do
Ministério Público e do Instituto Evandro Chagas. O grupo averiguou a situação
em que o local se encontra nesse período chuvoso e percebeu que com o passar do
tempo o caso se torna cada vez mais preocupante.
PROBLEMA ANTIGO
Um relatório realizado em 2001
pela FUNDAÇÃO INSTITUTO NÁUTICO
BRASILEIRO (INABRA) já alertava
o nível de perigo dos resíduos encontrados na área, que tem um total de 982 hectares. Desde então o problema só
se agrava, pois com o tempo essas substâncias se misturam formando novos
compostos possivelmente ainda mais danosos à saúde.
Em 2015, o Ministério Público
criou o grupo de atuação especial para acompanhar o caso e responsabilizar as
empresas pelo despejo dos rejeitos. A partir disso, as empresas que enviavam
lixo tóxico para Ulianópolis foram identificadas e, em dezembro de 2015, o MP
ajuizou denúncias criminais contra 15,
de um total de 17 empresas donas dos rejeitos.
A preocupação do MP é que o raio
de contaminação tome proporções incontroláveis uma vez que a região contaminada
é considerada uma das maiores produtoras e exportadoras de grãos do Pará. Além
disso, a área contaminada fica localizada na região das nascentes do rio Gurupizinho, afluente do Rio Gurupi, que segue seu curso
passando por propriedades rurais com atividades agropastoris.
Diante do quadro, o Ministério
Público firmou em junho de 2015 um termo de compromisso com Estado e prefeitura
de Ulianópolis visando levantamento geral da saúde da população, assim como, a
organização de medidas assistenciais para pessoas expostas ou diagnosticadas
como intoxicadas devido à contaminação.
Lixo tóxico [de 75 empresas] é abandonado em
área florestal de Ulianópolis do Pará há 15 anos [02fev2017]
Ø Crime ambiental já provocou contaminação e morte.
Ø Dono do lugar diz que usina tinha condições de incinerar lixo.
Fonte: Portal Rede
Globo; Do G1 PA
02/02/2017 14h03 - Atualizado em 02/02/2017 14h03
http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2017/02/lixo-toxico-e-abandonado-em-area-florestal-do-para-ha-15-anos.html
Mais
de 30 mil toneladas de resíduos industrias estão abandonados em uma área de
floreste no sudeste do Pará há 15 anos. O lixo tóxico pertence a 75 empresas, e
veio de várias regiões do país para uma usina que operava ilegalmente na
Amazônia. O crime ambiental foi descoberto após a morte de um funcionário por
intoxicação, e o dono da usina só foi preso quinze anos após a tragédia.
Segundo o Ministério Público,
empresas brasileiras e multinacionais das áreas de petróleo, eletrônicos e da
indústria química mandaram os resíduos para Ulianópolis, onde a usina operou
ilegalmente entre 1999 e 2002.
Os promotores denunciaram à
justiça 17 empresas, que decidiram
não colaborar. De acordo com o MP, elas também são responsáveis pela
contaminação porque não se preocuparam em verificar se o depósito tratava do
lixo de forma correta.
"Ela (a empresa) recebeu
aqui no estado do Pará, a mais 3000 quilômetros, rejeitos de empresas sediadas
em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Paraná. Foi uma solução mais barata,
irresponsável e em alguns casos criminosa", disse o promotor de justiça
José Godofredo Santos.
Com outras 58 empresas a
negociação está avançando. 55 delas assinaram um acordo para contratar uma
empresa que vai avaliar, a partir de abril, os danos ambientais provocados pelo
descarte do material tóxico em uma área do tamanho de mil campos de futebol.
INVESTIGAÇÕES
A apuração do caso ganhou fôlego
há um ano, quando foi preso o dono da usina, PEDRO PAULO PEREIRA DA SILVA. Ele foi condenado em 2014 a sete anos
e meio de prisão por crime ambiental e estelionato.
"Começamos a trazer de 23
estados. Não havia nada com toxidade que pudesse trazer ou transmitir alguma
coisa, transmitir uma doença", disse o empresário em gravação cedida pelo
Ministério Público do Pará.
A empresa começou a funcionar
como depósito de lixo com uma autorização que violava uma lei estadual de 1995,
que proíbe a entrada de resíduos tóxicos no Pará. A Secretaria Estadual de Meio
Ambiente disse que agiu dentro da lei, e que o alvará do depósito permitia
apenas a incineração de resíduos produzidos no estado.
A usina não dava conta de queimar
todo o resíduo industrial, então acabava despejando o excedente na mata. "São
resíduos de agrotóxicos, óxido de chumbo... esse material está se espalhando
pela floresta e deve estar contaminando o solo, pode estar contaminando os
lençóis freáticos", explica o pesquisador MARCELO LIMA, do Instituto Evandro Chagas.
RISCO À SAÚDE
Até hoje mais de vinte
ex-funcionários da empresa sofrem os efeitos da contaminação. "O forno
rodava quente. Derretia terra e ficava só o chumbo", disse GLEIDSON PEREIRA DE OLIVEIRA, que
trabalhava na indústria.
Os ex-funcionários fizeram exames
que indicaram concentrações de chumbo no sangue muito acima do normal. "É
tontura e bastante dor nos ossos. Tem semana que é obrigado ficar
internado", disse IRANILDO BRITO,
detalhando os sintomas que sente.
"Chumbo inorgânico tem
vários efeitos. Efeitos de anemia, problemas de rim, dores abdominais, fraqueza
e alterações neurológicas", explica o toxicologista da Santa Casa de São
Paulo TARCÍSIO PENTEADO BUSCHINELLI.
Em 2002 a usina foi fechada após
a morte do funcionário MANOEL BENEDITO
DOS SANTOS. Ele teve contato com a Dicloroanilina, um produto altamente
tóxico. "Ele me chamou no forno. Tava vazando um cano e começou a
arder", relembra ÉBER DOS SANTOS
"Em algumas pessoas mais
sensíveis a dicloroanilina pode ter uma hemólise, ou seja, uma anemia por
destruição dos glóbulos vermelhos imediata e isso é potencialmente fatal",
detalha Buschinelli.
Apesar da fatalidade, o dono da
usina diz que o lugar tinha estrutura necessária para queimar lixo industria.
"Tinha engenheiro químico, engenheiro de mina, dois médicos ocupacionais,
três técnicos em segurança", relata PEDRO
PAULO.
Os funcionários questionam a
versão do ex patrão. "É uma grande mentira dele. Nunca foi médico lá
dentro para fazer exame de ninguém., Nunca foi nada", aponta ÉBER DOS SANTOS. Outros funcionários
dizem que trabalhavam sem equipamentos de proteção.
JUSTIÇA
Quinze anos após a morte de
Manoel, os trabalhadores ainda brigam na justiça por indenizações. Em volta dos
tonéis, manchas negras no meio da vegetação indicam que a natureza também pede
socorro.
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