sexta-feira, 20 de outubro de 2017

[495] COMBATE À FOME, À DESNUTRIÇÃO E AO DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS: A POLÊMICA BURRA DA FARINATA DO PREFEITO JOÃO DÓRIA.



FACEBOOK RAS 20out2017 (n° 2.752): FARINATA DÓRIA. 
BOA IDEIA COM MÁ COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO PRECIPITADA GERA POLÊMICA PATÉTICA CONTRA ALIMENTOS DESIDRATADOS PARA O COMBATE À FOME E À DESNUTRIÇÃO NA CIDADE DE SÃO PAULO EM PLENO SÉC. XXI.

Alimentos desidratados ou liofilizados são usados há décadas por cientistas e esportistas nas mais duras situações, até com risco de vida, como foi o caso do navegador AMYR KLINK. 

Ele só conseguiu fazer a hercúlea travessia de 100 dias remando sozinho entre a África e o Brasil porque usava “ração” alimentícia desidratada, que misturava com a água do mar. Solução alimentar racional e eficaz.
JOÃO DÓRIA e sua equipe erraram ao fazer o anúncio precipitado de uma nova ideia importante para toda a sociedade, sem o devido planejamento e sem a segurança alimentar comprovada por testes científicos. 

O relógio político sempre bate de frente com o relógio da racionalidade e da transparência.
Ronald Almeida, arquiteto.

ENTENDA A POLÊMICA EM TORNO DO ALIMENTO GRANULADO [FARINATA] DE DORIA
 Prefeitura disse que houve confusão entre a legislação municipal e a publicidade de um produto, e que não há previsão de distribuição

Fonte: Revista Exame; Por Luiza Calegari
access_time18 out 2017, 16h46 - Publicado em 18 out 2017, 10h38
https://exame.abril.com.br/…/entenda-a-polemica-em-torno-d…/
RAS 2017-10-20



João Doria lança programa Alimento para Todos em São Paulo (Secretaria de Direitos Humanos da Prefeitura/Divulgação) Granulados de farinata

São Paulo – O prefeito de São Paulo, JOÃO DORIA, recebeu duras críticas após o lançamento da nova legislação sobre segurança alimentar da cidade no último domingo (dia 08out2017).
Isso porque, logo em seguida, ele anunciou a distribuição de um salgadinho feito com alimentos ultraprocessados, de composição variável, que chegou a ser chamado de “ração” nas redes sociais.
Da forma como foi anunciado, o alimento parecia uma nova política municipal: o prefeito disse que começaria a distribuir o alimento ainda em outubro. No entanto, segundo a prefeitura, Doria estava apenas apresentando o produto.
No vídeo publicado no Twitter, DORIA garante que a distribuição começa neste mês, mas, segundo a secretária de Direitos Humanos do município, Eloísa Arruda, as secretarias ainda estão começando a montar as diretrizes da política pública de alimentação.
Portanto, ainda não há nenhum contrato firmado entre a empresa e a prefeitura. Também não há um cronograma para a implantação das políticas, de acordo com Arruda.
Além disso, segundo a rádio CBN, a Plataforma Sinergia, organização sem fins lucrativos que produz a FARINATA, não conta sequer com fábrica própria para produzir em escala.
Mesmo assim, na manhã de hoje, o prefeito afirmou em coletiva de imprensa que a distribuição vai começar pelas escolas, e que o processo já foi iniciado em outubro com a autorização para que a Secretaria de Educação viabilize a entrega.

SEM SUBSTITUIÇÃO
A secretária Eloisa Arruda afirmou que houve confusão entre o lançamento da legislação, que “institui e estabelece diretrizes para a política municipal de erradicação da fome e de promoção da função social dos alimentos”, e um dos exemplos utilizados pelo prefeito, que era o da FARINATA, produzida pela 

PLATAFORMA SINERGIA.“As pessoas confundiram a legislação com um exemplo de boa prática. É impensável, é absurdo considerar que nós vamos substituir a alimentação in natura por suplementos. Houve uma confusão entre a lei e a apresentação do alimento, como se ele fosse a política municipal”, explicou Arruda.

Ela afirmou ainda que a política deve ser delineada em várias frentes diferentes e complementares. “Nós ainda nem traçamos o plano de segurança alimentar. Estamos reunidos, montando as diretrizes, que podem ser utilizadas, que podem incluir por exemplo a ampliação de bancos de alimentos, o enfrentamento dos desertos alimentares de SP, o reaproveitamento de alimentos para processamento, entre outras medidas”, explicou a secretária.

IMPLANTAÇÃO
Arruda defendeu o alimento, chamado de FARINATA. Segundo ela, o produto consiste em legumes, verduras e frutas desidratados para estender a validade, como é o caso do leite em pó e da tapioca, por exemplo.


No lançamento, Doria exibiu uma versão granulada da FARINATA em forma de biscoito. Nas redes sociais, o produto foi chamado de “ração”.
O prefeito disse se tratar de “alimentos que estariam sendo jogados no lixo e que são reaproveitados com toda a segurança alimentar. São liofilizados e transformados em um alimento completo. Tem proteína, vitamina e sais minerais”.
O projeto “Truco”, da Agência Pública, tentou obter as informações nutricionais do produto, mas a Plataforma Sinergia só informou que a composição varia de acordo com a matéria-prima disponível. Não seria correto, portanto, garantir que o alimento é completo.
Esse tipo de suplementação, na verdade, é distribuído em grande escala só em casos de guerras ou desastres naturais, porque dura mais. Para uma alimentação balanceada, no entanto, é recomendável que os alimentos consumidos sejam os mais frescos possíveis.

DEFESA
Defensor da FARINATA, o arcebispo de São Paulo, cardeal DOM ODILO SCHERER, disse, segundo o Estadão Conteúdo, que ela “não é a pílula da fome”, mas uma “possibilidade alimentar” para ajudar no combate à desnutrição, ao desperdício e a reduzir os danos causados pelo descarte de alimentos.
“Seria uma pena uma coisa que nasce para ser boa acabar abortada por manipulação política ou desinformação, prejudicando os mais pobres”, disse ele, que enviou carta ao papa, em 2013, pedindo bênção ao projeto.

A Prefeitura reforçou que a elaboração da política está em debate e que não haverá distribuição generalizada do produto, que servirá de complemento nutricional. Afirmou ainda que, se for distribuído, não será entregue como granulado, mas acrescentado ao preparo de pães e bolos, por exemplo.

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