quinta-feira, 22 de março de 2018

[626] VIOLÊNCIA MADE IN BRAZIL: O Brasil tem mais assassinatos [homicídios] do que todos estes 52 países somados. Revista Superinteressante; 01dez2017.




O Brasil tem mais assassinatos [homicídios] do que todos estes 52 países somados [01dez2017]

Fonte: Revista Superinteressante; 
Por Felipe van Deursen; access_time1 dez 2017, 17h40 - Publicado em 1 dez 2017, 16h51
Acesso RAS 2018-03-22



(Speech500/Divulgação)

BRASILl = EUA, Canadá, Marrocos, Argélia, Tunísia, Líbia, Egito, China, Mongólia, Malásia, Indonésia, Austrália, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Japão, Portugal, Espanha, Reino Unido, Irlanda, França, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Alemanha, Itália, Suíça, Dinamarca, Noruega, Suécia, Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia, República Tcheca, Eslováquia, Áustria, Hungria, Belarus, Ucrânia, Romênia, Moldávia, Bulgária, Eslovênia, Croácia, Bósnia-Herzegóvina, Sérvia, Montenegro, Albânia, Grécia e Macedônia

O Brasil teve 59 mil assassinatos em 2015. Dez anos antes, eram “apenas” 48 mil. São mais homicídios do que os 52 países listados no mapa. Mas 52 é um número grande demais, e essa lista inclui muitos países pequenos e ricos, você pode argumentar, e com razão.

Certamente incluir a achocolatada Suíça (57 assassinatos em 2015) ou o endinheirado Grão-Ducado de Luxemburgo (4 homicídios em 2014) deturparia a quantidade de nações comparadas. Além disso, somos um gigante de 8,5 milhões de quilômetros quadrados e 207 milhões de habitantes. Não seria injusto comparar com esses países pequetiticos? Até mesmo a França, que tem um dos maiores territórios da Europa, é do tamanho da Bahia, apenas o 5º maior estado brasileiro.

Então tome o continente inteiro de uma vez. A Europa tem 10,1 milhões de quilômetros quadrados, área um tanto maior, mas ainda assim comparável à do Brasil. Mas são 743 milhões de pessoas – muito mais do que aqui. Ainda assim, o continente inteiro teve 22 mil assassinatos no último ano contabilizado. O Brasil (com uma população mais de três vezes menor), teve quase o triplo.

Ok, mas é Europa. O continente que parece ter aprendido com suas intermináveis guerras desde que Adolf Hitler foi sorrir no inferno. O continente que se tornou, salvo guerras regionais aqui e atentados terroristas acolá, um lugar pacífico. Esqueça um pouco a xenofobia e os nacionalismos recentes. Pense no continente dos carrinhos pequenos, das bicicletas, vielas medievais, waffles, baguetes, chocolates, vinhos, cervejas, queijos, praias (artificiais ou não) de nudistas, música eletrônica controversa, direitos humanos mais respeitados que a média, Bjork, príncipe Harry, Lego. Lego, caramba! Comparar com o Brasil? Fala sério.

Então pegue a Indonésia. Maior país de maioria muçulmana do mundo, 1,9 milhão de quilômetros quadrados, 253 milhões de almas. Um arquipélago grande, populoso e pobre: ainda assim, foram 1,2 mil assassinatos em 2014. Se for comparar conosco, não dá para o gasto: basta o Espírito Santo de 2016 para chegar ao mesmo número.

E os Estados Unidos, cheio de crimes, atiradores compulsivos, nacionalistas raivosos e repressão policial? Foram 15,7 mil homicídios em 2015, em um território de 322 milhões de humanos. Isso dá 4,8 por 100 mil habitantes. No Brasil, 28,9 – é como se alguém de Lagarto (SE), Assis (SP) ou Iguatu (CE) convivesse com o fato de que 30 moradores da cidade foram assassinados no último ano.

Mas calma, você ainda pode argumentar que os dados de muitos países são menos confiáveis que os do Brasil. Esse mapa mesmo inclui a Líbia, país dilacerado pela guerra desde 2011. As 156 vítimas no país em 2015 foram consideradas alheias ao conflito, mas, ainda assim, pode-se torcer o nariz para o dado. Mas é também justamente pela dificuldade em quantificar esses crimes em um cenário belicoso que as guerras não entram na conta. Afinal, guerra é outra coisa. O último dado disponível da Síria é de 2010, antes da guerra: 463 assassinatos, taxa de 2,2 por 100 mil. Naquele ano, o Brasil teve 53 mil, com taxa de 27,8.

Em tempo, a Guerra Civil da Síria já matou, na média das estimativas, 350 mil pessoas, o que pode colocá-la na lista das 100 matanças mais mortíferas da história.
O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), que agrega os dados de todos os países, define o seguinte: “Dentro da grande gama de tipos de morte violenta, o elemento primordial do homicídio intencional é sua completa ligação com o perpetrador direto, o que consequentemente exclui mortes causadas por guerras e conflitos, mortes autoinfligidas (suicídio), mortes devido a intervenções legais ou motivos justos (como autodefesa, por exemplo) e mortes quando houve negligência do perpetrador mas este não tinha a intenção de tirar uma vida (homicídio não intencional).”

Guerras postas de lado, voltemos à violência urbana e rural. O mapa ainda tem Rússia, país que não é lá um sinônimo de paz. Foram 16,2 mil assassinatos em 2015, uma taxa de 11,3 mortes do tipo a cada 100 mil pessoas. Já a gigante China, com seu 1,3 bilhão de habitantes, registrou 10 mil homicídios em 2014 – mas, aqui, cabe a ressalva de que, apesar da queda expressiva de crimes nos país nas últimas décadas, os números oficiais são enganosos. Assassinatos ocorridos juntamente com roubo ou estupro podem ser descartados da estatística.  Ainda assim, os números chineses precisariam ser 36 vezes maiores para se equipararem aos brasileiros.

Se for ver com lupa, quase todo mundo vai ter asterisco e nota de rodapé. Metodologias que podem variar um pouco, burocracias falhas, corrupção governamental. Só que o problema é que mesmo se duvidarmos dos dados de todos os países, o Brasil tem tanta vantagem nesse terrível ranking que fica difícil demais contra-argumentar. Você pode fazer variações do mapa. Tem uma no Reddit que troca os Estados Unidos por um punhado de nações na África Subsaariana e no Sudeste Asiático. Entre os países mais sanguinários em números absolutos, o único que se compara ao Brasil é a Índia, com 41,6 mil homicídios em 2014. O problema, lembrar não custa nada, é que a população da Índia é mais de seis vezes maior que a nossa. O resto dos 10+ da lista está em um patamar bem inferior: México (20,7 mil), África do Sul (18,6 mil), Nigéria (17,8 mil), Venezuela (17,7 mil), os já citados Rússia e EUA, Paquistão (13,8 mil) e Colômbia (12,7 mil). Ou seja, troque os 52 países do mapa, que inclui, como vimos, países bonitinhos, fofos e civilizados, e troque por um punhado de lugares aonde você passaria férias, mas sempre ouviria da sua mãe: “cuidado por lá, é muito violento”. Combo 1: México + África do Sul + Colômbia: 52 mil. E países acossados pelo terrorismo? Combo 2: EUA + Rússia + Nigéria + Paquistão = 63,5 mil. Só um pouco mais que o Brasil.

E em termos proporcionais? Aí o Brasil cai para 14º. Todos os países com uma realidade ainda mais violenta (de novo, sem incluir aqueles em estado de guerra) são África do Sul, Venezuela e pequenas nações da América Latina, Caribe e África.
Mas talvez esses números e países que não nos dizem muito não sejam o problema em enxergar o tamanho da encrenca. Porque o Brasil pode ser o país com o maior número de assassinatos por ano, mas ainda assim você pode morar no Jardim Paulista, em São Paulo, tão pacífico quanto a Suécia. Ou em Nossa Senhora da Apresentação, o bairro mais violento de Natal, a cidade mais violenta do Brasil e a 10ª do mundo. Só no primeiro semestre de 2017, o bairro da capital potiguar registrou 40 homicídios .

Um bairro, em seis meses, teve mais assassinatos do que 66 países e territórios computados pelo UNODC.

Nossa Senhora da Apresentação, em um semestre, é mais violento que a Croácia inteira em um ano.

Um último porém. O Brasil do mapa é o de 2015. Em 2016, ficou pior. Chegamos a 61,6 homicídios. 



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AVISO AOS NAVEGANTES!
NOTAS DO EDITOR do Blog Ronald.Arquiteto e do Facebook Ronald Almeida Silva:

[1] As palavras e números entre [colchetes]; os destaques sublinhados, em negrito e amarelo bem como nomes próprios em CAIXA ALTA e a numeração de parágrafos – se presentes nos textos ora publicados - NÃO CONSTAM da edição original deste documento (mensagem, artigo; pesquisa; monografia; dissertação; tese ou reportagem). Os mencionados adendos ortográficos foram acrescidos meramente com intuito pedagógico de facilitar a leitura, a compreensão e a captação mnemônica dos fatos mais relevantes da mensagem por um espectro mais amplo de leitores de diferentes formações, sem prejuízo do conteúdo cujo texto está transcrito na íntegra, conforme a versão original.

[2] O Blog Ronald Arquiteto e o Facebook RAS são mídias independentes e 100% sem fins lucrativos pecuniários. Não tem anunciantes, apoiadores, patrocinadores e nem intermediários. Todas as publicações de textos e imagens são feitas de boa-fé, respeitando-se as autorias e respectivos direitos autorais, sempre com base no espírito e nexo inerentes à legislação brasileira, em especial à LEI-LAI – Lei de Acesso à Informação nº 12.257, de 18nov2011. O gestor das mídias RAS nunca teve e não tem filiação partidária e nem exerce qualquer tipo de militância político-partidária.

[3] A eventual republicação de matérias de sites e blogs que vedam a retransmissão de suas publicações deve ser considerada como ato proativo não doloso de desobediência civil (tipo Soft Wikileak) em favor da Transparência Total e da Melhor Democracia na comunicação privada e pública, no espírito e com base na LEI-LAI, visando apenas ampliar o universo de internautas que buscam informações gratuitas na rede mundial.

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RONALD DE ALMEIDA SILVA
Rio de Janeiro, RJ, 02jun1947; reside em São Luís, MA, Brasil desde 1976.
Arquiteto Urbanista FAU-UFRJ 1972 / Registro profissional CAU-BR A.107.150-5
Blog Ronald.Arquiteto (ronalddealmeidasilva.blogspot.com)
Facebook ronaldealmeida.silva.1


[625] VIOLÊNCIA MADE IN BRAZIL COMPARADA NO MAPA MUNDI. O BRASILEIRO COMETE CERCA DE 60 MIL HOMICÍDIOS POR ANO.



FACEBOOK RAS 22mar2018. (nº 3.188):

VIOLÊNCIA MADE IN BRAZIL COMPARADA NO MAPA MUNDI.

O BRASILEIRO COMETE CERCA DE 60 MIL HOMICÍDIOS POR ANO. ASSIM FOI EM 2015, 2016, 2017.

Sem contar os 55.000 mortos pelos homicidas no volante (acidentes de trânsito). Somando essas duas tragédias temos um total de 115.000 mortos por ano. É o equivalente a 31 Guerras do Vietnã, em termos de soldados americanos mortos por ano (3.714), o que em 14 anos de duração dessa guerra absurda ceifou a vida de 53.000 militares!

PORTANTO, O BRASILEIRO SE MATA a UMA TAXA DE LETALIDADE 31 VEZES MAIOR DO QUE A REFERENTE ÀS BAIXAS AMERICANAS NA GUERRA DO VIETNÃ.

Mapa do facebook de Danilo Rocha.


[624] VIOLÊNCIA MADE IN BRAZIL: PMs MORTOS NO RJ DE 1995 A 2017 (22 ANOS): 3.121 VÍTIMAS




PMs MORTOS NO RJ DE 1995 A 2017 (22 ANOS): 3.121 VÍTIMAS

Ø A taxa de mortalidade entre 1995 e 2016, segundo a PM, é maior do que a de soldados americanos mortos na Segunda Guerra Mundial.


Só em 2017, 100 PMs assassinados até 26.agosto: média é a maior em mais de 10 anos no RJ [G1; 26ago2017]


Ø Dados oficiais da Polícia Militar indicam que 80% das vítimas dos últimos 22 anos estavam de folga. Especialistas culpam bicos, colapso do estado e política de confronto pelo grande número de mortes.

Fonte: Grupo GLOBO; Por Felipe Grandin, Henrique Coelho e Cássio Bruno, Portal G1 Rio; 26/08/2017 10h12  Atualizado 26/08/2017 15h48
Acesso RAS 2018-03-22

Fonte: Polícia Militar/Divulgação
Nota RAS: em 2017 o total de PMs assassinados no Rio de Janeiro foi de 134.


[1] [NÚMEROS DA VIOLÊNCIA NO RIO DE JANEIRO]

O Rio de Janeiro chegou neste sábado (26ago2017) à marca de 100 PMs mortos só em 2017. O número indica que um policial é morto a cada 57 horas, ou pouco mais de dois dias. A média é a maior desde 2006, quando um policial foi assassinado a cada 53 horas.

A 100ª vítima foi morta neste sábado (26) na Baixada Fluminense. O SARGENTO FÁBIO CAVALCANTE E SÁ foi baleado próximo ao Largo do Guedes, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Ele, que trabalhava em Magé, chegou a ser socorrido para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Nilo Peçanha, em Duque de Caxias, mas não resistiu a um tiro de fuzil na cabeça. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da corporação.

Segundo o coronel FABIO CAJUEIRO, da Comissão de Vitimização da Polícia Militar, a Polícia do Rio está lutando em uma "guerra inglória". "Eu acredito que a população do Rio ainda não gosta de criminoso. E a gente tem outro problema: em qualquer lugar do mundo tem tráfico. Mas narcotráfico associado à arma de guerra e caçada a policial, a gente só vê aqui no Rio", lamenta Cajueiro.

A Baixada Fluminense é a região com maior número de mortes. Foram 27 este ano, mais de um quarto do total. A maior parte das mortes ocorreu entre quinta-feira e domingo.

Em 2017, quase 60% desses PMs morreram durante suas folgas: 58. Até o dia 25, já haviam morrido em serviço 22 policiais, mais do que em todo o ano de 2015, quando morreram 18.

[2] [MAIS DE] 3 MIL PMS MORTOS EM 22 ANOS

Em média, um policial morreu a cada 64 horas [=2,6 dias] no Rio desde 1995, somando 3.087 vítimas* durante este período. Essa é a conclusão feita a partir de estatísticas da Polícia Militar a que o G1 teve acesso. A taxa de mortalidade entre 1995 e 2016, segundo a PM, é maior do que a de soldados americanos na Segunda Guerra Mundial.
[* - Nota RAS: O total de PMs mortos em 2017 foi 134, o que aumenta para 3.121 vítimas em 22 anos completos]

Nos últimos 22 anos, 3,52% dos 90 mil integrantes do efetivo da PM do Rio morreram. Durante os três anos e meio da participação americana na guerra, 405 mil soldados americanos morreram, o equivalente a 2,52% da tropa, composta por mais de 16 milhões de soldados.

"O número é maior do que as baixas do exército americano na primeira e segunda guerra mundiais. É 765 vezes mais fácil você ser ferido servindo na polícia do Rio do que estando em guerras como a Guerra do Golfo", disse o coronel FABIO CAJUEIRO, oficial responsável por tabular as estatísticas.

Em 2017, a PM realizou uma mudança metodológica nos próprios dados: além de contar os policiais mortos em serviço e os que estavam de folga, a corporação passou a contabilizar também as mortes dos PMs reformados. Anteriormente, apenas as mortes causadas por perfurações de armas de fogo eram contabilizadas. Desde 2017, qualquer tipo de morte violenta também passou a entrar na estatística.

É nas folgas que os policiais são mais vítimas de mortes violentas. Das 3.087 mortes ocorridas desde 1995, 2.465 ocorreram durante a folga dos agentes, ou seja, 80% dos casos. No período, o número de policiais mortos em serviço foi de 598.

Se o problema já é antigo, o aumento entre 2015 e 2016 chama a atenção. Em 2015 foram 91 mortes, entre mortos em serviço e de folga. Já em 2016, o número chegou a 146, ou 60% mais que no ano anterior.

[3] MORTES DE FOLGA, COLAPSO E 'CULPA DO ESTADO'

BRUNO PAES MANSO, doutor em ciência política e especialista do Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da Universidade de São Paulo (USP), considera que três fatores podem ajudar a explicar os números:
"Você tem uma cultura que incentiva o bico dentro das polícias. Isso, com o passar do tempo, acabou ficando institucionalizado. O policial, quando trabalha na corporação, tem toda uma estrutura. Quando ele está de folga, é ele contra o mundo. Ele fica muito mais vulnerável. Existe também um medo de os policiais serem executados quando são roubados, além dos confrontos que acontecem todo dia", explica Paes Manso.

Segundo o especialista, o Rio adotou durante um determinado período uma política de combate ao crime relativamente mais eficaz durante a gestão de JOSÉ MARIANO BELTRAME na pasta de segurança pública, entre 2007 e 2016.

"Os traficantes da ADA e do PCC conversando, eles falavam: 'Quando a gente faz guerra, o estado ocupa, então a gente parou de entrar em confronto'. Ou seja, tinha uma política pública, que produzia uma nova forma de se comportar. Hoje, temos uma fotografia de um estado em crise. É quase como se não existisse mais lei. A impressão é de que é uma selva, em que quem vence é o mais forte. A solução passa pelo fortalecimento do Estado e por um governante respeitado. Não adianta você botar só polícia. ", afirma ele.

A letalidade de policiais está ligada, segundo o ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais e especialista em Segurança Pública Paulo Storani, ao fato de o policial se sentir PM 24 horas por dia, e sempre impelido a agir, colocando-se em uma situação de risco e desvantagem.

"O policial, de forma geral, não se encontra na plena capacidade de exercer a sua capacidade, está sempre no déficit físico e psicológico. Na folga, quando ele deveria descansar, ou está no bico ou está no trabalho extra. Há então uma superposição de carga de estresse que logicamente leva a tomar decisões equivocadas. A tendência desse profissional é agir com a maior força que ele puder agir, e por isso que vários morrem durante a folga: eles não se omitem", avaliou o especialista.

[4] POLÍTICA DE CONFRONTO

O ex-comandante da Polícia Militar, Ibis Silva, elege o próprio estado como o principal culpado por todas essas mortes. "O grande vilão é essa política pública belicista, de guerra às drogas, que gera morte e ódio. O estado é responsável por essas mortes, tanto no serviço ativo quanto na folga", afirma ele, classificando a política como "esquizofrênica", na qual a polícia militar é obrigada a apreender armas e drogas entrando nas favelas.

"Essa polícia então ela é empurrada para dentro da favela, para matar e para morrer. Isso para não falar do cenário federal, com uma política de drogas irracional e com a falta de uma politica de redução de homicídios e de circulação de armas e munições. Se você juntar isso tudo, você entende porque as UPPs entraram em colapso,e porque entramos nesse cenário catastrófico que temos hoje, e com tendência de alta".

Ibis diz ainda que o número de mortes de policiais está diretamente vinculado ao aumento de homicídios por intervenção policial. Segundo os dados do Instituto de Segurança Pública, de 2003 a junho de 2017, havia mais de 12,8 mil casos registrados. De 2015 para 2016, o crescimento foi de 645 para 925, um aumento de 43%. Em março de 2016, foi registrado o maior número dos chamados autos de resistência em um único mês desde maio de 2008: 123 casos.

"Esses dois números têm que ser pensados juntos. A polícia que mais morre é a polícia que mais mata. A redução de homicídios tem que começar pela redução da letalidade das polícias. Primeiro porque a Polícia é o estado, e segundo porque não podemos conviver com o alto índice de letalidade das políticas num estado democrático de direito. E quando isso acontecer, teremos uma diminuição da vitimização de policiais. Uma coisa está ligada à outra, ainda mais com essa política pública manchada de sangue. Se a gente não botar o dedo nessa ferida, vamos continuar produzindo esses números vergonhosos", finalizou.



PMs, amigos e familiares foram homenagear o soldado Samir em enterro (Foto: Reprodução / TV Globo)


[5] FAMÍLIAS SOFREM COM A SAUDADE

Os assassinatos dos PMs deixaram um rastro de dor, sofrimento e saudade. Bianca Marins, de 28 anos, ainda está de luto. Ela é esposa do 1° sargento MÁRCIO LEANDRO DO NASCIMENTO MARINS, de 46. Lotado no 22° BPM (Maré) e há 22 anos na corporação, o policial foi encontrado morto carbonizado em 14 de fevereiro em um carro próximo à comunidade da Palmeirinha, em Marechal Hermes. MÁRCIO deixou duas filhas, de 7 e 9 anos.
"Estou desorientada. Não seis mais o que fazer. O nosso Dia dos Pais foi terrível. O meu sogro teve que ir à festa da escola das meninas no lugar do Márcio. Não sei o que é passar um dia sem chorar" desabafou BIANCA.

Inconformada com a violência no Rio, a esposa do PM não esconde a vontade de sair do país. BIANCA lamentou a falta de apoio adequado do governo do estado, principalmente em relação ao atendimento psicológico. Ela contou que recorre à religião para tentar minimizar a perda do marido, com quem mantinha um relacionamento de 22 anos.

"Mesmo com parentes e amigos por perto, nós, viúvas, nos sentimos sozinhas. Depois dos crimes, acabou. É a gente e mais ninguém. Passa o tempo e os PMs viram estatística. Não temos apoio psicológico. Não temos apoio de representantes dos Direitos Humanos" disse BIANCA.

Grávida de 8 meses, MICHELE LIMA, de 33 anos, defendeu a aprovação de leis mais severas a bandidos que matam agentes público ligados à segurança pública. MICHELE é viúva do soldado SAMUEL OLIVEIRA DA SILVA, também com 33. O PM morreu em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, depois que seu carro foi metralhado em uma suposta tentativa de assalto. Ele era lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Vidigal.

"Se não mudarem as leis, o Rio vai continuar enxugando gelo. A polícia prende e, depois, é obrigada a soltar o bandido", afirmou ela.

Michele revelou temer quando o filho, que receberá o mesmo nome do PM ao nascer, a perguntar sobre a história do pai.
"Será um desafio criá-lo. Nunca imaginei em ter um filho sem pai. A minha maior preocupação é que, quando ele crescer, queira saber o que aconteceu. Estou vivendo um dia de cada vez", disse.

Situação semelhante com a de Lucília Lance, de 29 anos. Em 20 de abril, nasceu Téo, 46 dias depois do assassinato do cabo da PM Thiago de Oliveira Lance, lotado na UPP Camarista Méier. Ele foi morto a tiros em 23 de fevereiro por dois homens que estavam em uma moto, a poucos metros de onde mora a família no bairro de Cordovil. Téo nasceu com 2,285 quilos e 47 centímetros e não conheceu o pai.

"Sinto que a minha vida está em suspenso. Eu lido com o luto da perda do meu companheiro e amigo, e lido com a missão e desafio de receber uma nova vida. Dificuldade que vem sendo amenizada com passar dos dias e desafios que vou vencendo e adquirindo maturidade e autoconfiança", relatou Lucília.

[6] SECRETÁRIO PEDE REFORMA NAS LEIS CRIMINAIS


O secretário de Segurança Pública, Roberto Sá, pediu novamente por mudanças na legislação criminal após mais um enterro de policiais (Foto: Reprodução/ GloboNews)

Desde que assumiu o cargo no lugar de JOSÉ MARIANO BELTRAME, ROBERTO SÁ se acostumou a frequentar enterros de agentes de forças de segurança. No último sábado, o secretário esteve no enterro do soldado SAMIR DA SILVA OLIVEIRA, de 36 anos. Na ocasião, ele pediu reformas na legislação criminal do país e lamentou os 97 policiais mortos até então.

"É um número alarmante que nos deixa muito tristes, muito perplexos e que nos leva à seguinte reflexão: é uma polícia que está nas ruas, é uma polícia que se doa, são heróis que estão morrendo. Não tenham dúvidas que a tente mergulha nos nossos protocolos, nossas estratégias, dias após dia, para poder melhorar. Mas, me parece, que isso no Rio de Janeiro e no Brasil não tem sido suficiente para a gente ter uma sociedade cujo o criminoso reflita antes de sair praticante crime", disse ROBERTO SÁ.

Segundo o secretário, enquanto as penas para criminosos não foram modificadas, a sociedade vai continuar a "sangrar".
"Nós precisamos exigir reforma na política criminal. Eu vejo reforma tributária, reforma política, reforma econômica, cadê a reforma criminal? Essa legislação te atende como cidadão? Você acha que três anos [de pena] inicialmente, para quem porta um fuzil para sair em 6 meses, é razoável? Vocês acham que quem tira uma vida de uma pessoa pode progredir de uma pena de 15 [anos] e sair com cinco, seis anos? Não é razoável".
O mundo não trata o crime assim. Sociedade que depende só da polícia para evitar isso é uma sociedade que vai "sangrar".


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[2] O Blog Ronald Arquiteto e o Facebook RAS são mídias independentes e 100% sem fins lucrativos pecuniários. Não tem anunciantes, apoiadores, patrocinadores e nem intermediários. Todas as publicações de textos e imagens são feitas de boa-fé, respeitando-se as autorias e respectivos direitos autorais, sempre com base no espírito e nexo inerentes à legislação brasileira, em especial à LEI-LAI – Lei de Acesso à Informação nº 12.257, de 18nov2011. O gestor das mídias RAS nunca teve e não tem filiação partidária e nem exerce qualquer tipo de militância político-partidária.

[3] A eventual republicação de matérias de sites e blogs que vedam a retransmissão de suas publicações deve ser considerada como ato proativo não doloso de desobediência civil (tipo Soft Wikileak) em favor da Transparência Total e da Melhor Democracia na comunicação privada e pública, no espírito e com base na LEI-LAI, visando apenas ampliar o universo de internautas que buscam informações gratuitas na rede mundial.

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RONALD DE ALMEIDA SILVA
Rio de Janeiro, RJ, 02jun1947; reside em São Luís, MA, Brasil desde 1976.
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[623] ONU ÁGUA: DÉCADA INTERNACIONAL DE AÇÃO, ÁGUA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2018-2028.

Água: ouro líquido para um ser humano com sede (ou para dessedentação de animais).RAS


ONU ÁGUA


DÉCADA INTERNACIONAL DE AÇÃO, ÁGUA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2018-2028.


© UNESCO/Dom João

Fonte: REPRESENTAÇÃO DA UNESCO NO BRASIL
http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/prizes-and-celebrations/2018-2028-international-decade-for-action-water-for-sustainable-development/
Acesso RAS 2018-03-19

Desenvolvimento sustentável e gestão integrada dos recursos hídricos para implementar o ODS 6 por meio da perspectiva de prevenção de conflitos. 

Precisamos de água segura, limpa e disponível para ter uma vida decente. No entanto, 844 hoje, milhões de pessoas hoje carecem desse elemento básico para viver dignamente. 



Precisamos de saneamento básico para uma boa saúde e bem-estar. Porém, mais de um quarto da população mundial não tem acesso a instalações sanitárias básicas. 

Quando há escassez de água e saneamento básico, todos nós sofremos porque somos forçados a comprometer nossa saúde e dignidade humana. No entanto, a desproporção do sofrimento das mulheres é ainda maior, pois elas também se encontram expostas à violência sexual. 




A Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou a década 2018-2028 como a DÉCADA INTERNACIONAL PARA AÇÃO, ÁGUA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, que começa no Dia Mundial da Água, em 22 de março de 2018, e termina no Dia Mundial da Água, em 22 de março de 2028. 

O Projeto de Resolução da ONU enfatiza que o desenvolvimento sustentável e a gestão integrada dos recursos hídricos são cruciais para alcançar os objetivos sociais, econômicos e ambientais. 



O documento destaca a importância da implementação de tais programas e projetos, assim como da promoção de parcerias e do envolvimento de diversas partes interessadas para se cumprir a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, com foco na implementação do ODS 6 de “assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos”. 

A escassez da água – exacerbada pela mudança climática e por desastres relacionados à água – pode causar tensões que podem se tornar conflitos violentos entre pessoas, comunidades e países. O ODS 6 também é importante para prevenir conflitos e manter a paz. 



Como o presidente da 72ª Sessão da Assembleia Geral da ONU, Miroslav Lajčák faz a seguinte declaração sobre a implementação da década 2018-2018: 
“Devemos implementar o ODS 6 por meio da perspectiva da prevenção de conflitos. Quando bacias e córregos secam, as tensões se inflamam – entre comunidades e através das fronteiras. Precisamos estudar os bons exemplos que temos visto sobre gestão compartilhada de recursos hídricos – e replicá-los em outros contextos. Também precisamos investir em ‘hidrodiplomacia’ e em mediações relacionadas à água. Esforços maiores para implementar o ODS 6 terão impactos diretos na paz nacional, regional e até internacional”. 

Lajčák também destacou em seu discurso que:
“precisamos mais do que a ação dos governos para atingir o ODS 6. O fortalecimento das infraestruturas e sistemas hídricos custam muito. E precisamos de muito mais desse dinheiro, e de fontes diversas. Também precisamos criar ambientes nos quais a inovação e o empreendedorismo possam prosperar. Isso irá demandar o envolvimento de muitos parceiros: o Sistema das Nações Unidas, a sociedade civil, o setor privado, as instituições financeiras e as autoridades nacionais e locais […] Portanto, se observarmos para onde estamos caminhando, quero dizer que: depende de nós – pessoas que têm acesso garantido à água e ao saneamento – trabalhar ainda mais em nome daqueles que não podem ter esse acesso”.


DOCUMENTOS
LINKS
Projeto de Resolução (em inglês) 
http://undocs.org/A/C.2/71/L.12/Rev.1
https://nacoesunidas.org/pos2015/ods6/
https://www.un.org/pga/72/2017/09/19/towards-implementation-of-the-international-decade-of-action-water-for-sustainable-development-2018-2028/
http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/natural-sciences/environment/water-resources/#c1075745
http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/natural-sciences/environment/wwdr/#c1608174






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RONALD DE ALMEIDA SILVA
Rio de Janeiro, RJ, 02jun1947; reside em São Luís, MA, Brasil desde 1976.
Arquiteto Urbanista FAU-UFRJ 1972 / Registro profissional CAU-BR A.107.150-5
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