quarta-feira, 27 de abril de 2016

[266] URBANISMO: TRAGÉDIA DA CICLOVIA TIM MAIA, legado da OLIMPÍADA DA MORTE RIO 2016. Autor: Ronald Almeida, arquiteto urbanista; turma FAU-UFRJ 1972


Publicado no Facebook: (1416) revisado: 


TRAGÉDIA DA CICLOVIA TIM MAIA,

com 3,9 km de extensão (via lindeira à Av. Niemeyer) 

que desabou em 21abr2016, matando duas pessoas. 

Agora legado da OLIMPÍADA DA MORTE RIO 2016.

PESSOAL, ENCONTREI OS CULPADOS PELA OMISSÃO DO GERENCIAMENTO DILIGENTE DO PROJETO EXECUTIVO E DAS OBRAS DA MAIS NOVA CICLOVIA CARIOCA, inaugurada em 17jan2016, ao custo de R$ 44 milhões. Vejam a foto.
Os nomes estão aí na placa de inauguração.


Quarteto Fantástico responsável pela autorização de construção e omissão de fiscalização diligente, fatos que redundaram no desabamento da CICLOVIA TIM MAIA:
(1) Prefeito do Rio de Janeiro: EDUARDO PAES;
(2) Secretário de Coordenação: PEDRO PAULO CARVALHO;
(3) Secretário Municipal de Obras: ALEXANDRE BRITO;
(4) Presidente da Fundação GeoRio: MÁRCIO MACHADO;
(5) Subprefeito da Zona Sul BRUNO RAMOS.


Basta agora o Ministério Público agir e interrogar os quatro responsáveis na linha direta da matriz de responsabilidade, questionando:


I) Por que licitaram uma obra de risco apenas com o sempre insuficiente PROJETO BÁSICO? Se quem vai construir com um preço pré-fixado, tem dupla responsabilidade de também fazer os PROJETOS EXECUTIVOS DE ARQ/ENG e os Estudos de Impacto Ambiental (?), não há dúvida de que a construtora "projetista" vai minimizar ao máximo os custos de execução, eliminando até as salvaguardas estruturais e outros itens de custo, visando a aumentar o lucro!!!!
Elementar, meu caro Watson, como diria Sherlock Holmes.



II) Por que não fizeram ANÁLISE DE RISCO AMBIENTAL e nem de RISCO ESTRUTURAL?

III) Por que fizeram uma ciclovia suspensa com seção mínima de 2,50 m (sem folga para minimizar acidentes), onde PEDESTRES entram em conflito de circulação com ciclistas?

IV) Por que aprovaram os Projetos Executivos do Consórcio, (projeto muito pobre em conceito arquitetônico e paisagístico) sem consultar profissionais qualificados em sistemas costeiros e impactos de ondas e marés?



V) Por que receberam as obras executadas pelo Consórcio sem testes estruturais adequados?



VI) Por que a Prefeitura do Rio de Janeiro não obedece à Lei de Acesso à Informação nº 12.257/2011, que exige a colocação num SITE OFICIAL da Prefeitura, de todas as informações de projetos básicos e executivos, termos de referência e editais de licitção; boletins de fiscalização e fotos de cada fase das das obras e serviços; planilhas de quantitativos, especificações e orçamentos e outros elementos relevantes inerentes a uma obra de grande interesse público?



A falta de Transparência com relação aos Projetos de Arquitetura e das diversas Engenharias é uma das principais causas de desvios de recursos e falhas na contratação e execução de obras públicas.

Os Sistemas CAU e CONFEA-CREAs devem dinamizar a campanha do PROJETO COMPLETO DE ARQ/ENG como acervo técnico mínimo para licitações e o Congresso Nacional tem que aprovar uma nova Lei da Licitações, válida em todo o território nacional. Urgentíssimo.



quarta-feira, 20 de abril de 2016

[265] URBANISMO: DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NAS CIDADES - PROGRAMA CIDADES SUSTENTÁVEIS. By ODED GRAJEW



Desenvolvimento sustentável nas cidades [2014]


ARTIGO ODED GRAJEW – TENDÊNCIAS / DEBATES – FOLHA DE S. PAULO; 2014
Fonte: Movimento Nossa Cidade; 15/04/2016 - 09h
Acesso RAS em 20abr2016

Nota do Blog R.A. As fotografias e a numeração de parágrafos e textos em CAIXA ALTA e entre [colchetes] não constam do original.




1.      O resultado mais significativo da Conferência Rio+20 foi o desencadear de um processo envolvendo sociedade civil e governos que culminou em uma agenda para a humanidade até 2030.
2.      Após três anos de trabalhos e negociações, foi finalmente aprovada na 70ª Assembleia Geral da ONU, em 2015, a Agenda 2030, que estabelece os objetivos do desenvolvimento sustentável a serem perseguidos pelas nações.
3.      Esses objetivos visam acabar com a pobreza, oferecer uma vida digna para todos e proteger o planeta. 
São baseados em 5 P’s: (i) Pessoas, (ii) Prosperidade, (iii) Paz, (iv) Parcerias e (v) Planeta.

4.      Embora de natureza global e universalmente aplicáveis, os objetivos dialogam com as políticas e ações nos âmbitos regional e local.
5.      No Brasil, teremos neste ano [2014] eleições para prefeitos (as) e vereadores (as) nos municípios. É uma grande oportunidade para discutir e apresentar propostas, planos e programas para as nossas cidades. Nada mais natural do que alinhar estes planos com a agenda 2030.
6.      Para subsidiar os candidatos, os partidos políticos e os próximos gestores municipais, o PROGRAMA CIDADES SUSTENTÁVEIS (www.cidadessustentaveis.org.br) lançou a sua nova plataforma, que incorpora os objetivos aprovados pela ONU.
7.      Criado em 2011, o programa já conquistou a adesão de quase 300 prefeituras brasileiras –destas, 22 são capitais. Nas eleições deste ano, a meta é sair novamente às ruas em uma grande campanha de mobilização para propor uma carta de compromisso que garanta o engajamento dos candidatos e, posteriormente, dos prefeitos eleitos.

8.      Ao assinar o documento, os novos gestores assumem o compromisso de produzir um diagnóstico da sua cidade que contenha, no mínimo, os indicadores básicos do Programa Cidades Sustentáveis e que sirva de referência para o estabelecimento de um Plano de Metas.
9.      Também se responsabilizam por atualizar e divulgar tais informações no final de cada ano da gestão. E concordam, ainda, em adotar os princípios da LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO [Lei federal nº 12.257, de 18nov2011] e os compromissos da PARCERIA PARA GOVERNO ABERTO PARA A TRANSPARÊNCIA e a prestação de contas à sociedade quanto ao Orçamento e às decisões da administração pública durante o mandato.
10.  Para auxiliar nesse processo, o programa oferece às prefeituras gratuitamente o “Guia GPS – Gestão Pública Sustentável”. Cada um dos 12 capítulos que representam os eixos do programa– apresenta um embasamento conceitual sobre as mais diversas áreas da gestão e seu impacto no desenvolvimento sustentável. Além disso, relaciona os objetivos com os quais o eixo dialoga e contextualiza-os no âmbito da esfera municipal de governos, lista os indicadores relacionados e aponta referências bem-sucedidas.
11.  Hoje 41 cidades brasileiras, entre elas São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre, introduziram nas suas leis orgânicas a obrigatoriedade do prefeito eleito apresentar um PLANO DE METAS para a gestão. A plataforma Cidades Sustentáveis poderia perfeitamente ser a base desses planejamentos.
12.  Por meio de campanhas e da mobilização de parceiros, vamos valorizar candidatos e partidos que se comprometerão com a agenda colocando seus municípios no rumo do desenvolvimento sustentável.



ODED GRAJEW, 71, é coordenador geral da REDE NOSSA SÃO PAULO e do PROGRAMA CIDADES SUSTENTÁVEIS e presidente emérito do INSTITUTO ETHOS. É idealizador do FÓRUM SOCIAL MUNDIAL. Foi presidente da Fundação Abrinq e assessor especial do presidente da República em 2003 (governo Lula) 

Artigo publicado originalmente na Folha de S. Paulo.









[264] ADVOCACIA PÚBLICA FEDERAL: NOTA CONJUNTA CONTRA A UTILIZAÇÃO DA AGU PARA FINS POLÍTICO-PARTIDÁRIOS - NOTA CONJUNTA ANAJUR / ANAFE / ANAUNI / SINPROFAZ / ANPPREV / APBC




NOTA CONJUNTA

ANAJUR / ANAFE / ANAUNI / SINPROFAZ / ANPPREV / APBC


Brasília, DF, 20abr2016


NOTA DO BLOG: A numeração de parágrafos não consta do original publicado pela ANAJUR.

1.       As entidades representativas da Advocacia Pública Federal vêm, através da presente Nota, externar sua total discordância com a utilização da estrutura da Advocacia-Geral da União para fins político-partidários, ou qualquer outra finalidade que não esteja adstrita à missão institucional conferida à AGU pela Constituição Federal de 1988.
2.       É certo que cabe à Advocacia-Geral da União, por força do art. 131 da Constituição Federal, representar judicial e extrajudicialmente os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e que tais Poderes agem por meio de seus agentes regularmente investidos em sua função pública. Justamente por esta razão é que a defesa levada a efeito pela Advocacia-Geral da União tem sempre por objeto o ato praticado pelo agente, e não a pessoa do agente.
3.       É exatamente neste sentido que preceitua a legislação de regência da matéria. Inicialmente, cabe destacar que o art. 22 da Lei nº 9.028/95 prevê apenas e tão somente a representação judicial de agentes públicos “quanto a atos praticados no exercício de suas atribuições constitucionais, legais ou regulamentares, no interesse público”. Tal representação, regulamentada pela Portaria AGU nº 408, de 23/03/2009, está condicionada a pedido do agente interessado, que comprove:
a.         ser agente público da Administração Pública Federal direta ou de suas autarquias ou fundações públicas;
b.         que o ato questionado tenha sido praticado no exercício das funções;
c.          que o ato questionado esteja baseado na lei e atos normativos vigentes;
d.         ter reconhecido que o ato defendido deu-se no interesse público.
4.       Ainda que admitida a extensão de tal norma legal à defesa extrajudicial de atos praticados nas mesmas condições acima (v. Decreto nº 7.153/2010 para defesas perante o TCU e Portaria AGU/CGU nº 13/2015 para demais defesas extrajudiciais), os requisitos acima permanecem os mesmos.
5.       Nesse caso, acrescenta-se que o deferimento do pedido está condicionado à comprovação adicional de ter sido o ato precedido de manifestação jurídica por órgão da AGU e praticado em conformidade com tal manifestação, sendo incabível tal representação quando o ato não tiver sido praticado “no estrito exercício das atribuições constitucionais, legais ou regulamentares” ou quando inexistente “a prévia análise do órgão de consultoria e assessoramento jurídico competente, nas hipóteses em que a legislação assim o exige”.
6.       Veja-se que para a defesa a ser realizada pela AGU é irrelevante o cargo ocupado pelo agente que pratica o ato, uma vez que é este ato, quando regular em seus requisitos, que será objeto da mencionada defesa.
7.       Por tal razão, as entidades subscritoras da presente nota vem manifestar o seu absoluto repúdio à forma como vem sendo instrumentalizada a Advocacia-Geral da União para a realização de uma defesa que extrapola a estrita seara da defesa técnico-jurídica dos atos praticados por agentes regularmente investidos de função pública que compete a esta Instituição.
8.       A utilização de argumentos políticos e o recurso retórico a expressões que em alguns casos ferem a própria institucionalidade dos demais Poderes envolvidos demonstra o absoluto descaso com as normas constitucionais e legais que deveriam orientar a atuação da Advocacia-Geral da União neste caso. Não se trata aqui de assumir uma posição ideológica ou partidária em favor deste ou daquele agente público, mas de chamar a atenção para o desvio de finalidade que ocorre a olhos vistos em relação ao uso político-partidário da instituição cujos membros ora representamos.
9.       Não é possível admitir que o Advogado-Geral da União desvirtue o exercício da Função Essencial à Justiça atribuída à instituição e atente contra atos praticados por outros Poderes da República, qualificando-os como atos inconstitucionais e como elementos de um suposto “golpe”, quando possui também a missão constitucional de defendê-los.
10.   Não é admissível que aquele que foi escolhido como dirigente máximo de uma instituição a quem foi atribuída a defesa do Estado utilize este aparato de acordo com suas convicções pessoais, sem um acurado exame de legalidade que abranja todas as instâncias que compõem esta União indissolúvel entre os Três Poderes da República, independentes e harmônicos.
11.   Os membros da AGU, por suas entidades representativas, exigem que seja respeitada a autonomia técnica da instituição e a sua equidistância em relação aos três Poderes da República, as quais decorrem da função por ela exercida e de sua própria conformação constitucional.
12.   Neste sentido, exigem as associações a retirada de qualquer mensagem dos canais de comunicação institucional que extrapolem os limites da atuação da Advocacia-Geral da União, e informam que adotarão todas as medidas necessárias ao combate dos abusos e ilegalidades decorrentes dos fatos acima mencionados em prol da construção de uma Advocacia Pública Federal verdadeiramente forte e Republicana.

Associação Nacional dos Membros das Carreiras da AGU
ANAJUR

Associação Nacional dos Advogados Públicos Federais
ANAFE

Associação Nacional dos Advogados da União
ANAUNI

Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional
SINPROFAZ

Associação Nacional dos Procuradores e Advogados Públicos Federais
ANPPREV

Associação Nacional dos Procuradores do Banco Central
APBC


terça-feira, 19 de abril de 2016

[263] RESÍDUOS SÓLIDOS: WORKSHOP: LIXÕES ATÉ QUANDO? SLZ. MA. Data do evento: 03mai2016


(Facebook RAS: 1404) 
WORKSHOP: LIXÕES ATÉ QUANDO?



Data: 03mai2016. entrada franca;
Local: Auditório Fernando Falcão da ALEMA - Assembleia Legislativa do Maranhão.
Horário: 08:00-13:00h;
FÓRUM MARANHENSE DE SUSTENTABILIDADE
Idealização: Fundação ECOBELLA / ECOMARANHAO
Coordenação Geral: Marcio Mendonça e Oiama Cardoso.
Facebook:
www.facebook.com/ecomaranhao.marciomendonca?fref=ts
Contatos por email:
eccobella@ig.com.br
cardosooiama@yahoo.com.br
ECOzap1: 988.06.52.13
ECOzap2: 991.14.89.60

ECOzap3: 982.05.79.89

Introdução: 
EM ÉPOCA DE PROLIFERAÇÃO ENDÊMICA DOS MOSQUITOS AEDES AEGYPTI (E GRAVES DOENÇAS COMO DENGUE, CHICUNGUNYA, ZIKA VÍRUS E MICROCEFALIA) TORNA-SE DA MAIS ALTA RELEVÂNCIA UM DEBATE PÚBLICO SOBRE A ERRADICAÇÃO DE LIXÕES MUNICIPAIS, LIXINHOS DE RUA E CALÇADAS E OUTRAS SUJIDADES E IMUNDICES ALEATÓRIAS VISANDO A ADOÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE TOLERÂNCIA ZERO COM A CORRUPÇÃO AMBIENTAL.

Quem suja os logradouros públicos e terrenos e quintais privados pratica crimes de corrupção ambiental. Veja o que fazer para não ser mais um criminoso ambiental nesta terra de tanto lixo nas ruas e em muitas caras e bocas.

Texto introdutório de Ronald Almeida.










[262] II GUERRA MUNDIAL - WORLD WAR II: THE KATYN CONTROVERSY: Stalin's Killing Field. By Benjamin B. Fischer . 27jun2008.

II Guerra Mundial 1939-1945
O Massacre dos Poloneses em Katyn e outras localidades da Rússia.

 


Cerca de 22.000 poloneses foram massacrados pelos soviéticos a mando de Stalin (abril-maio 1940) em diversos pontos da Rússia e da Polônia ocupada.

As cruzes do memorial de Katyn.

Katyn é um vilarejo rural situado a oeste (cerca de 18 km) da cidade de Smolensk, Rússia e cerca de 60 km da fronteira russa com Belarus. Tem uma estação da linha ferroviária transcontinental Berlim-Varsóvia- Minsk -  -Moscou.
Outros lugares de massacres de poloneses foram Mednoye and Piatykhatky e em prisões em Kalinin e Kharkov. Também foram enterrados milhares de poloneses em Bykivnia Kurapaty, nos arredores de Minsk, Rússia.
Havia campos de concentração em Kozelsk, Starobelsk, and Ostashkov.

Compilação e Edição: Ronald de Almeida Silva
Revisão_02

 

[1] THE KATYN CONTROVERSY: Stalin's Killing Field


Source: The CIA site
Author: Benjamin B. Fischer is on the History Staff of CIA's Center for the Study of Intelligence.
Historical Document; Posted: Apr 14, 2007 11:27 AM; Last Updated: Jun 27, 2008 07:34 AM
https://www.cia.gov/library/center-for-the-study-of-intelligence/csi-publications/csi-studies/studies/winter99-00/art6.html

 

[1: The Beginning of the Tragedy]

1.       One of the earliest--and certainly the most infamous--mass shootings of prisoners of war during World War II did not occur in the heat of battle but was a cold-blooded act of political murder. The victims were Polish officers, soldiers, and civilians captured by the Red Army after it invaded eastern Poland in September 1939. Strictly speaking, even the Polish servicemen were not POWs. The USSR had not declared war, and the Polish commander in chief had ordered his troops not to engage Soviet forces. But there was little the Poles could do.
2.       On 28 September [1939], the USSR and Nazi Germany, allied since August, partitioned and then dissolved the Polish state. They then began implementing parallel policies of suppressing all resistance and destroying the Polish elite in their respective areas. The NKVD and the Gestapo coordinated their actions on many issues, including prisoner exchanges.
3.       At Brest Litovsk, Soviet and German commanders held a joint victory parade before German forces withdrew westward behind a new demarcation line. 1
4.       Official records, opened in 1990 when glasnost was still in vogue, show that Stalin had every intention of treating the Poles as political prisoners. Just two days after the invasion began on 17 September, the NKVD created a Directorate of Prisoners of War. 2 It took custody of Polish prisoners from the Army and began organizing a network of reception centers and transfer camps and arranging rail transport to the western USSR.
5.       Once there, the Poles were placed in "special" (concentration) camps, where, from October to February, they were subjected to lengthy interrogations and constant political agitation. The camps were at Kozelsk, Starobelsk, and Ostashkov, all three located on the grounds of former Orthodox monasteries converted into prisons.
6.       The NKVD dispatched one of its rising stars, Maj. Vassili Zarubin, to Kozelsk, where most of the officers were kept, to conduct interviews. Zarubin presented himself to the Poles as a charming, sympathetic, and cultured Soviet official, which led many prisoners into sharing confidences that would cost them their lives. 3
7.       The considerable logistic effort required to handle the prisoners coincided with the USSR's disastrous 105-day war against Finland. The Finns inflicted 200,000 casualties on the Red Army and destroyed tons of materiel--and much of Russia's military reputation. That war, like the assault on Poland, was a direct result of Stalin's nonaggression pact with Hitler.
8.       The Soviet dictator offered Helsinki "remarkably moderate terms," in the words of British military historian Liddell Hart, taking only territory needed to defend the land, sea, and air approaches to Leningrad. 4 The difference between Stalin's treatment of Finland and Poland underscored his imperial ambitions toward the latter. Moscow and Helsinki even exchanged prisoners once hostilities had ceased. (Stalin, however, dealt harshly with his own soldiers who had been in Finnish captivity. At least 5,000 repatriated troops simply disappeared from an NKVD prison and were presumably executed. 5)
9.       Stalin was anxious to settle with Finland so he could turn his attention to Poland and the Baltic countries, which the Red Army would soon occupy and the NKVD would "pacify" using terror, deportations, and executions. Militarily, the war was over by late February, though a peace agreement was not signed until March. NKVD interrogations were completed about the same time. The Poles were encouraged to believe they would be released, but the interviews were in effect a selection process to determine who would live and who would die. On 5 March 1940, Stalin signed their death warrant--an NKVD order condemning 21,857 prisoners to "the supreme penalty: shooting." They had been condemned as "hardened and uncompromising enemies of Soviet authority." 6

[2] The Killing Field

10.   During April-May 1940, the Polish prisoners were moved from their internment camps and taken to three execution sites. The place most identified with the Soviet atrocity is Katyn Forest, located 12 miles west of Smolensk, Russia. For years historians assumed that the grounds of an NKVD rest and recreation facility were both an execution and burial site for nearly a fifth of the unfortunate Poles who found themselves in Soviet captivity. Post-Cold War revelations, however, suggest that the victims were shot in the basement of the NKVD headquarters in Smolensk and at an abattoir in the same city, although some may have been executed at a site in the forest itself. In any event, the Katyn Forest is--and will probably long remain--the main symbol of the atrocity, even if it was not the actual killing field.
12.   The Katyn Forest massacre was a criminal act of historic proportions and enduring political implications. When Nazi occupation forces in April 1943 announced the discovery of several mass graves, propaganda minister Josef Goebbels hoped that international revulsion over the Soviet atrocity would drive a wedge into the Big Three coalition and buy Germany a breathing space, if not a victory, in its war against Russia. (A headline in the May 1943Newsweek read: "Poles vs. Reds: Allied Unity Put to Test Over Officer Dead.") But Goebbels miscalculated.
13.   Despite overwhelming evidence of Soviet responsibility, Moscow blamed the Germans, and for the rest of the war Washington and London officially accepted the Soviet countercharge. When the Polish government-in-exile in London demanded an international inquiry, Stalin used this as a pretext to break relations. The Western allies objected but eventually acquiesced. Soon thereafter, the Soviet dictator assembled a group of Polish Communists that returned to Poland with the Red Army in 1944 and formed the nucleus of the postwar government. Stalin's experience with the Katyn affair may have convinced him that the West, grateful for the Red Army's contribution to the Allied military effort, would find it hard to confront him over Poland after the war.
14.   Professor Stanislaw Swianiewicz was the sole survivor of Katyn. He was waiting to board a bus to the forest area when an NKVD colonel arrived and pulled him out of line. Swianiewicz was an internationally recognized expert on forced labor in Soviet Russia and Nazi Germany, who had been born in Poland when it was still part of the Russian empire, and had studied in Moscow. He ended up in Siberia, and after the war emigrated to the United States, where he taught economics at the University of Notre Dame. At least one CIA analyst remembers the professor from his days in South Bend.
15.   Those who died at Katyn included an admiral, two generals, 24 colonels, 79 lieutenant colonels, 258 majors, 654 captains, 17 naval captains, 3,420 NCOs, seven chaplains, three landowners, a prince, 43 officials, 85 privates, and 131 refugees.
16.   Also among the dead were 20 university professors; 300 physicians; several hundred lawyers, engineers, and teachers; and more than 100 writers and journalists as well as about 200 pilots. 7 It was their social status that landed them in front of NKVD execution squads. Most of the victims were reservists who had been mobilized when Germany invaded. In all, the NKVD eliminated almost half the Polish officer corps--part of Stalin's long-range effort to prevent the resurgence of an independent Poland.
17.   Recent historical research shows that 700-900 of the victims were Polish Jews. 8 Ironically, the Germans knew this, and it complicated Goebbels' effort to portray the atrocity as a "Jewish-Bolshevik conspiracy"--a mainstay of the Nazi regime's anti-Semitic propaganda.

[3] Katyn in America

18.   Katyn created a big echo in the United States. Dozens of books have been written on the subject--the Library of Congress has catalogued 19 new ones since 1975--and several Web sites on the Internet are devoted to it. There is a Katyn memorial in Doylestown, Pennsylvania, and one Web site belongs to a Baltimore group trying to raise funds to erect a monument there. Several states and many cities have issued commemorative proclamations. The most recent was signed by New Jersey Governor Christine Todd Whitman, who designated 15 September 1996 "Katyn Forest Massacre Day." The commemorative statement is available on the Internet. In 1988, Alaska chose 30 April as a "Day To Remember Katyn." A Web site maintained by the Archaeological Institute of America tracks excavations at Katyn and two other execution sites, one at Mednoye (near the former city of Kalinin, now Tver', in Russia) and the other near Kharkiv (formerly Kharkov), Ukraine.
19.   Katyn played a convoluted role in US politics and US-Soviet relations. Two US servicemen, brought from a POW camp in Germany, were at Katyn in 1943, when Berlin held an international news conference there to publicize the atrocity. The ranking officer was Col. John H. Van Vliet, a fourth-generation West Pointer. After returning to Washington in 1945, he wrote a report concluding that the Soviets, not the Germans, were responsible. He gave the report to Maj. Gen. Clayton Bissell, Gen. George Marshall's assistant chief of staff for intelligence, who deep-sixed it. Years later, Bissell defended his action before Congress, contending that it was not in the US interest to embarrass an ally whose forces were still needed to defeat Japan.
20.   In 1944, President Roosevelt assigned Capt. George Earle, his special emissary to the Balkans, to compile information on Katyn. Earle did so, using contacts in Bulgaria and Romania. He too concluded that the Soviet Union was guilty. FDR rejected Earle's conclusion, saying that he was convinced of Nazi Germany's responsibility. The report was suppressed. When Earle requested permission to publish his findings, the President gave him a written order to desist. Earle--who had been a Roosevelt family friend--spent the rest of the war in American Samoa.
21.   As the Cold War heated up, Katyn became a shibboleth in US politics. In 1949, an American journalist assembled a committee of prominent Americans, which included former OSS chief Gen. William Donovan and future DCI Allen Dulles, to press for an official inquiry, but it went nowhere. Then came the Korean war and concern that Communist forces were executing American GIs. "Katyn may well have been a blueprint for Korea," one Congressman declared. 9 In September 1951, the House of Representatives appointed a select committee to hold hearings. It was chaired by Rep. Ray J. Madden and was popularly known as the Madden Committee. Although not without political or propaganda overtones, the hearings were the most comprehensive effort to date to gather facts and establish responsibility. 10 
22.   The committee heard 81 witnesses, examined 183 exhibits, and took more than 100 depositions. The hearings gave Democrats a chance to deflect charges of having "betrayed" Poland and "lost" China at Yalta and offered Republicans an opportunity to court voters of Polish and other East European ancestry who traditionally favored Democrats. 11
23.   Before disbanding the select committee, Madden tried to get the UN to bring the Katyn massacre before the International Court of Justice and sought Congressional support for a joint Senate-House inquiry. 12 But the political will to do so was lacking. Stalin's death, the rise of a new leadership, and the end of the Korean war seemed to auger a thaw in US-Soviet relations.
24.   Meanwhile, the Soviets obliterated references to Katyn on maps and in official reference works. Then, in 1969, Moscow did something strange that many believe was further calculated to confuse the issue further: it chose a small village named Khatyn as the cite for Belorussia's national war memorial. There was no apparent reason for the selection.
25.   Khatyn was one of 9,200 Belorussian villages the Germans had destroyed and one of more than a hundred where they had killed civilians in retaliation for partisan attacks. In Latin transliteration, however, Katyn and Khatyn look and sound alike, though they are spelled and pronounced quite differently in Russian and Belorussian.
26.   When President Nixon visited the USSR in July 1974, he toured the Khatyn memorial at his hosts' insistence. Sensing that the Soviets were exploiting the visit for propaganda purposes, The New York Times headlined its coverage of the tour: "Nixon Sees Khatyn, a Soviet Memorial, Not Katyn Forest." (The Times probably got it right. During the Vietnam war, the Soviets frequently took visiting US peace activists to Khatyn.)
27.   While Katyn was taboo in the USSR and Poland, numerous books and articles appeared in the United States and the UK. The standard scholarly work was written by Dr. Janus K. Zawodny, a professor at the University of Pennsylvania. In 1988, the National Endowment for the Humanities sponsored a Polish translation of his Death in the Forest for distribution in Poland. Later, the Reagan and Bush administrations both released previously classified records bearing on Katyn. These were the first official US efforts since the House hearings aimed at documenting Soviet responsibility.
28.   Old habits die hard. In the summer of 1998, a US corporation sponsored an exhibit of World War II photographs from the Russian Army Museum at the Ronald Reagan Building in downtown Washington. Incredibly, in a souvenir program sold at the exhibit, the Russian exhibitors repeated the Soviet lie that the Nazis, not the NKVD, had murdered Polish prisoners at Katyn. 13

[4] A Terrible--and Partial--Truth Emerges

29.   For 50 years, the Soviet Union concealed the truth. The coverup began in April 1943, almost immediately after the Red Army had recaptured Smolensk. The NKVD destroyed a cemetery the Germans had permitted the Polish Red Cross to build and removed other evidence. In January 1944, Moscow appointed its own investigative body, known as the Burdenko Commission after the prominent surgeon who chaired it.
30.   Predictably, it concluded that the Polish prisoners had been murdered in 1941, during the German occupation, not in 1940. To bolster its claim, the commission hosted an international press conference at Katyn on 22 January.
31.   Three American journalists and Kathleen Harriman, the 25-year-old daughter of US Ambassador Averell Harriman, attended. After viewing exhibits of planted evidence, they endorsed the Burdenko Commission's findings. (Ms. Harriman later repudiated her 1944 statement before the House select committee.)
32.   Eight days later, the Soviets held a religious and military ceremony attended by a color guard from the Polish division of the Red Army to honor the victims of "German-fascist invaders." A film was made and shown for propaganda purposes.
33.   Katyn was a forbidden topic in postwar Poland. Censors suppressed all references to it. Even mentioning the atrocity meant risking reprisal. While Katyn was erased from Poland's official history, it could not be erased from historical memory. In 1981, Solidarity erected a memorial with the simple inscription "Katyn, 1940." Even that was too much. The police confiscated it. Later, the Polish Government, on cue from Moscow, created another memorial. It read: "To the Polish soldiers--victims of Hitlerite fascism--reposing in the soil of Katyn."
34.   Then came Mikhail Gorbachev and glasnost. In 1987, the Soviet president signed an agreement with the head of Poland's military government, Gen. Wojciech Jaruzelski, for a joint historical commission to investigate "blank spots," that is, censored subjects, in the two countries' troubled history. Polish historians tried unsuccessfully to include Katyn on the agenda. The commission did provide a forum, however, for Polish historians to press their Soviet counterparts for access to official records, even if to confirm the Burdenko Commission's conclusions. (There were, after all, "court historians" on both sides.) Gorbachev had a chance to address Katyn during a July 1988 state visit to Warsaw, but dodged the issue.
35.   Pressure was building on the Soviets, however. Prominent Polish intellectuals signed an open letter asking for access to official records and sent it to Soviet colleagues. A month after Gorbachev's visit, demonstrators paraded in the streets of Warsaw demanding an official inquiry. The Kremlin had to do something; it chose to deceive. In November, the Soviet Government announced plans for a new memorial at Katyn commemorating Polish officers "[who] together with 500 Soviet prisoners . . . were shot by the fascists in 1943 as our army approached Smolensk." This was not true, and the change of dates was a further obfuscation, but more important was the subliminal message directed to the Poles: Russia and Poland were both victims of German aggression, something neither country should forget. 14
36.   In early 1989, three top Soviet officials sent Gorbachev a memorandum warning him that the issue was becoming "more acute" and that "time is not our ally." 15 Some form of official admission, even a partial one, would have to be made. At a Kremlin ceremony on 13 October 1990, Gorbachev handed Jaruzelski a folder of documents that left no doubt about Soviet guilt. He did not, however, make a full and complete disclosure. Missing from the folder was the March 1940 NKVD execution order. Gorbachev laid all blame on Stalin's secret police chief, Lavrenty Beria, and his deputy. (This was a safe move, because Beria and his deputy had been branded criminals and summarily shot by Stalin's successors.) Gorbachev also failed to mention that the actual number of victims was 21,857--more than the usually cited figure of 15,000. By shaving the truth, Gorbachev had shielded the Soviet Government and the Communist Party, making Katyn look like a rogue secret police action rather than an official act of mass murder.

[5] New Evidence From an Old Source

37.   The next major discovery turned up in an unexpected place--the National Archives in College Park, Maryland. While conducting research on Katyn at the Archives in spring 1990, a Polish-American art and antiques expert named Waclaw Godziemba-Maliszewski was given a copy of an article entitled "The Katyn Enigma: New Evidence in a 40-Year Riddle" that had appeared in the Spring 1981 issue of Studies in Intelligence. It was written by CIA officer and NPIC analyst Robert G. Poirier, who used imagery from Luftwaffe aerial photoreconnaissance during World War II to uncover evidence of the original crime and a Soviet coverup during 1943-1944. 16 
38.   The imagery, selected from 17 sorties flown between 1941 and 1944 and spanning a period before, during, and after the German occupation of the Smolensk area, was important evidence. Among other things, it showed that the area where the mass graves were located had not been altered during the German occupation and that the same area displayed physical changes that predated the Germans' arrival. It also captured the NKVD on film bulldozing some of the Polish graves and removing bodies. Poirier speculated that the corpses had been removed and reburied at another site.
40.   At the National Archives, Godziemba-Maliszewski located the same imagery that Poirier had used. He also found additional shots of Katyn and the other two execution sites at Mednoye and near Kharkov. He discovered much additional imagery, new collateral evidence, and eyewitness testimony, resulting in important new conclusions about what actually happened at Katyn.
41.   After completing further research, in January 1991 Godziemba-Maliszewski turned over copies of the imagery and Poirier's article to scientists at the Jagiellonian University in Cracow. They in turn passed the information to the Polish Ministry of Justice. The Ministry had to be convinced that the article and photographic evidence were bona fide and that Godziemba-Maliszewski was not, as some suspected, a CIA agent! Stefan Sniezko, Poland's deputy general prosecutor, then gave an interview to the German newspaper Tagesspiegel[Daily Mirror], published on 12 May 1991. This was the first public disclosure of the Luftwaffe imagery and its utility for identifying burial sites in the USSR.
42.   The disclosure had an immediate impact in Germany, where media interest in Katyn had been running high since the 1980s, and in the USSR as well. Armed with this "smoking gun," a Polish prosecutor assigned to investigate Soviet crimes flew to Kharkov (now Kharkiv), where the Ukrainian KGB, under watchful Russian eyes, assisted in identifying a series of sites, including Piatikhatki, where prisoners from the Starobelsk camp had been executed. Ironically, for a second time the German military had provided evidence, albeit unwittingly, of Soviet complicity in the massacre.
43.   The new evidence put additional pressure on the Soviet Union and later the Russian Federation to reveal the full truth. In 1992, Moscow suddenly "discovered" the original 1940 execution ordered signed by Stalin and five other Politburo members-- in Gorbachev's private archive. 17 Gorbachev almost certainly had read it in 1989, if not earlier. 18 In October 1992, Russian President Boris Yeltsin presented a copy of the order along with 41 other documents to the new Polish president, former Solidarity leader Lech Walesa. In doing so, he made a point of chiding his arch enemy Gorbachev, with whom he was locked in a bitter domestic political battle.
44.   During a 1993 visit to Warsaw's military cemetery, Yeltsin knelt before a Polish priest and kissed the ribbon of a wreath he had placed at the foot of the Katyn cross. 19 In a joint statement with Walesa, he pledged to punish those still alive who had taken part in the massacre and make reparations--a promise that has not been kept. Meanwhile, Soviet and Polish teams were permitted to excavate at Katyn and the other two sites, on a selective basis, where Polish prisoners had been executed. In 1994, a Soviet historian published a book that for the first time called Katyn a "crime against humanity." 20

[6] The Pendulum Swings Back

45.   Katyn is a wound that refuses to heal. In May 1995, officials from Russia, Poland, Ukraine, and Belarus announced their intention to end an official probe into "NKVD crimes" committed there and at other sites. 21 But even that announcement revealed "new" information that had long been known in the West. Stalin's secret police had committed crimes against some 11,000 Poles living in western Ukraine and western Belorussia after the USSR had incororated those regions, and murdered more than 3,000 Polish prisoners in panic killings when Germany attacked in June 1941.
46.   With the official investigation complete, Yeltsin appeared a few days later at a ceremony to lay the cornerstone for a Polish cemetery at Katyn. Those expecting an expression of contrition were disappointed. Yeltsin told his audience that "totalitarian terror affected not only Polish citizens but, in the first place, the citizens of the former Soviet Union." 22 He added that 10,000 bodies of the "most varied nationalities" had been found there. (The NKVD had used the forest as a killing ground in the 1930s.)
47.   Yeltsin's plea that the tragedy "not be allowed to divide our nations and be the subject of political games" fell on deaf ears. Less than two weeks later, a Russian Foreign Ministry spokesman warned Poles still insisting on an apology not to exploit the memorial service to sow "distrust between Russia and Poland." 23He too could not resist remarking that "totalitarian rule" had "killed, among others, millions of Russians."
48.   Some Poles undoubtedly took offense at Yeltsin's effort to commemorate Katyn as a common Russian and Polish tragedy and blame it on "totalitarianism." Moreover, the Russian president refused to apologize and did not follow up on his pledge to punish still-living culprits and pay reparations. Meantime, resentment by extreme nationalists and Communists in the Duma was increasing. In January 1996, a book with the provocative title The Katyn Crime Fiction, written in Polish under the pseudonym "Juri Micha," began circulating in the Duma and was placed on sale in the Russian parliament's bookstore. It repudiated Gorbachev's 1990 admission (without mentioning Yeltsin's elaboration two years later) and repeated the old Stalinist charge of German guilt.
49.   The book came at a bad time for Godziemba-Maliszewski, who was completing a study based on new information, some of it obtained through the Freedom of Information Act and the good offices of former national security adviser Dr. Zbigniew Brzezinski. His manuscript included declassified satellite imagery and maps as well as eyewitness statements, personal photographs, stills from a documentary film, and other items. It also contained a detailed study and reinterpretation of Luftwaffe imagery. The manuscript was entitled "Katyn: An Interpretation of Aerial Photographs Considered with Facts and Documents," and it eventually appeared as a special issue of the Polish journal Photo-Interpretation in Geography: Problems of Telegeoinformation with parallel texts in Polish and English. 24
50.   Before the manuscript went to press, the Polish editor, with an eye toward Moscow's retrenchment on the Katyn question, insisted on deleting 20 pages of text and notes and other material. The editor also dropped a tribute to analyst Poirier, presumably on the grounds that it would give the manuscript an unacceptable CIA imprimatur.

[7] New Allegations

51.   And so the story stood until fall 1998, when Moscow made a bizarre move. In September, Procurator General Yuri Chayka sent a letter to Poland's minister of justice demanding an official inquiry into the deaths of Russian soldiers captured during the Polish-Soviet war of 1919-1921. The letter asserted that 83,500 internees had died "in Polish concentration camps as a result of cruel and inhuman conditions." Chayka added: "The information we have allows us to conclude that genocide was applied to Red Army POWs." 25 
52.   Poland officially rejected the allegation but not before offering to cooperate in a joint search of Polish and Russian archives for additional information. (The offer was not accepted.)
53.   This was the first time Moscow had raised such an allegation at an official level, but such charges had been circulating in Russian circles for some time. A rumor heard in Warsaw in the early 1990s claimed that Gorbachev had ordered his staff to find a "counterbalance" to Katyn. The rumor has not been confirmed, but after the first Katyn disclosure in 1990 the Soviet (and later Russian) press occasionally cited alleged abuses in Polish POW camps. Headlines such as "Strzakowo--A Polish Katyn" and "Tuchola--A Death Camp" were typical but attracted little notice.
54.   Then, in July 1998, the Moscow paper Nezavisimaya Gazeta [Independent Newspaper] ran a front-page article claiming that tens of thousands of prisoners had died as a result of shootings, starvation, and exposure. This article formed the basis of Chayka's demarche. 26 It went beyond previous assertions that Russians and Poles both were victims of Stalinism: "The present position of Warsaw resembles the former position of the USSR, which failed to confess the Katyn crime for a long time . . . . It would be good if Poland followed in Russia's footsteps and pleaded guilty to the savagery [against Red Army soldiers]." The case for moral equivalence had been replaced by a claim to moral superiority.
55.   No one knows for certain what prompted the new charge, but it may have been a preemptive reaction to more revelations about Katyn and new evidence of Soviet crimes in Poland. In 1997, a Russian and a Polish archivist collaborated on a compendium of documents entitled Katyn: Prisoners of an Undeclared War. 27
56.   Then, in 1998, a Russian-Polish research team issued a series of previously classified secret police reports with the title Eyes Only for J.V. Stalin: NKVD Reports from Poland, 1944-1946. The reports detailed a second wave of terror unleashed during the postwar occupation, showing that the crimes committed during 1939-1941 were not an aberration but part of a single imperial design.
57.   Soon thereafter, a group of Polish members of parliament spent 10 days in Russia, trying unsuccessfully to obtain an official acknowledgment that the Soviet Government had engaged in genocide. In the meantime, more graves filled with Polish corpses were found near Tavda and Tomsk, east of the Urals.
58.   Russians cannot look at Katyn without seeing themselves in the mirror of their own history. Thus official Moscow resists using the "g" word (genocide) to describe the atrocity. When Gorbachev's advisers warned him in 1989 that Poland's demand for the truth contained a "subtext . . . . that the Soviet Union is no better--and perhaps even worse--than Nazi Germany" and that the Soviet Union was "no less responsible" for the outbreak of World War II and the 1939 defeat of the Polish Army, they were also thinking of undercurrents in their own country. 28 
59.   Russian intellectuals were already beginning to equate Communism with fascism and Stalin with Hitler. Reports of vandalized war memorials and looted battlefield cemeteries underscored growing popular disillusionment with the cult of triumphalism built around Stalin and the USSR's victory over Nazi Germany. 29 Now some Russian revisionists go so far as to claim that Hitler's invasion launched a preventive war aimed at forestalling Stalin's plan to strike Germany first--a view that even Western historians reject. 30
60.   In June 1998, Yeltsin and Polish President Aleksander Kwasniewski agreed that memorial complexes under construction at Katyn and Mednoye, the two NKVD execution sites on Russian soil, should be completed before 2000. But that is not likely to end the controversy. Two days earlier, speaking at a ceremony in the Ukrainian village of Piatikhatki, the site of the third killing field, Kwasniewski declared that Poland has a duty to continue speaking the truth about Katyn. Until Russians and Poles reach some mutual understanding about their past, Katyn will continue to cast a shadow over their futures.

Benjamin B. Fischer is on the History Staff of CIA's Center for the Study of Intelligence.


NOTES

1 For photographs of the parade, see Olaf Groehler, Selbstmorderische Allianz: Deutsch-russische Militarbeziehungen, 1920-1941 [Suicidal Alliance: German-Russian Military Relations, 1920-1941] (Berlin: Vision Verlag 1993), pp. 21-22, 123-124. These photographs were intended for official use only, since German policy was still officially anti-Communist. Relations between the Red Army and the Wehrmacht were genuinely friendly, based on mutual hostility toward Poland and years of secret collaboration after World War I. In addition to Groehler's book, see Aleksandr M. Nekrich, Pariahs, Partners, Predators: German-Soviet Relations, 1922-1941 (Columbia University Press, 1997).
The parade was organized by Col. (later Gen.) Semyon Krivoschein and Gen. Heinz Guderian, both outstanding tank commanders who would go on to distinguish themselves in the Soviet-German war. Guderian's panzer group was the first German force to reach the outskirts of Moscow in 1941. Krivoschein's tank corps was the first to reach Berlin in 1945 and capture Hitler's headquarters. His 1939 encounter with Guderian almost cost Krivoschein his life in April 1945, when a SMERSH military counterintelligence detachment searching Nazi archives discovered a photograph of Krivoschein and Guderian shaking hands. The Soviet general was questioned and released, probably because he was Jewish and therefore an unlikely Nazi spy.
2 Nataliya Lebedeva, "The Tragedy of Katyn," International Affairs (Moscow), June 1990, p. 100.
3 In October 1941, Stalin sent Zarubin to Washington as his NKVD rezident (station chief) with orders to cultivate agents of influence in the US Government. He remained until 1944, and he and his wife Elizabeth, an NKVD captain, launched the Soviet effort to penetrate the Manhattan Project and steal US atomic secrets. Zarubin's daughter, Zoya Zarubina, herself a former intelligence officer and translator, may be familiar to some readers from her appearance in the first segment of the CNN series Cold War.
4 As cited in Albert Axell, Stalin's War Through the Eyes of His Commanders (London: Arms and Armour, 1997), p. 55.
5 Lebedeva, "The Tragedy of Katyn," p. 105.
6 For a translation of the order, see Allen Paul, Katyn: Stalin's Massacre and the Seeds of Polish Resurrection (Annapolis, MD; the Naval Institute Press, 1996), pp. 353-354. The same order identified an additional 18,632 prisoners, including 10,685 Poles, being held in NKVD jails in western Ukraine and Belorussia (formerly eastern Poland) for possible execution. A KGB memorandum of February 1959 cites 21,857 as the total number of executions during the April-May 1940 action. See Dmitri Volkogonov, Autopsy of an Empire: The Seven Leaders Who Built the Soviet Regime (New York: The Free Press, 1998), p. 220.
The killings probably continued after May 1940, and the total number of victims may have exceeded 27,000. Ongoing excavations in Ukraine and Russia are turning up more Polish corpses, so this number may increase. There were many more Polish victims of Stalin's crimes. During 1940-1941, the NKVD unleashed a reign of terror, arresting, torturing, and killing thousands of Poles and inciting national and ethnic violence among Poles, Jews, Ukrainians, and Belorussians in the former eastern Poland. Some 1.2 million Poles were deported to Siberia and Central Asia, where many died in transit or in exile. See Jan T. Gross,Revolution from Abroad: The Soviet Conquest of Poland's Western Ukraine and Western Belorussia (Princeton: Princeton University Press, 1988).
7 Lebedeva, "The Tragedy of Katyn," pp. 102-103. The social and professional profile of the other two groups was similar.
8 See Frank Fox, "Jewish Victims of the Katyn Massacre," East European Jewish Affairs, 23: 1 (1993), pp. 49-55.
9 The NKVD filmed executions carried out in Smolensk, either at the local prison or in the basement of its headquarters. During the Korean war, the Soviets gave North Korea a copy of the film for instructional purposes.
10 US Congress, House of Representatives, Select Committee on the Katyn Forest Massacre.The Katyn Forest Massacre: Hearings before the Select Committee on Conduct an Investigation of the Facts, Evidence and Circumstances of the Katyn Forest Massacre, 82d Congress, lst and 2d Session, 1951-1952, 7 parts. (Washington, DC: US Government Printing Office, 1952).
11 Representative Madden's district included a substantial Polish-American population in Gary, Indiana. The hearings began in a campaign year.
12 In 1946, the chief Soviet prosecutor at the Nuremberg Tribunal tried to indict Germany for the Katyn killings but dropped the matter after the United States and the UK refused to support it and German lawyers promised to mount an embarrassing defense.
13 See Benjamin J. Stein, "Can We Talk?" American Spectator, November 1998, p. 66.
14 During the Cold War, the Soviet Union constantly reminded Poland, which had absorbed much of Germany's former eastern regions, that it was the Poles' sole protection against German revanchism.
15 Pavel Sudoplatov and Anatoli Sudoplatov, Special Tasks: The Memoirs of an Unwanted Witness--A Soviet Spymaster (New York: Little, Brown & Company, 1994), pp. 278-279, n14.
16 Godziemba-Maliszewski's lifelong interest in Katyn was personal as well as scholarly. A relative of his, an uncle of his father's, was among the victims.
17 The document's survival is in itself an interesting story. In March 1959, the head of the KGB recommended to Nikita Khrushchev that all records of the execution of Polish soldiers and civilians be destroyed, arguing that they had no operational or historical value and could come back to haunt the Soviet Government. For reasons that remain unclear, Khrushchev refused. A rumor that has never been confirmed claims that Khrushchev wanted to reveal the truth about Katyn, but Polish leader Wladislaw Gomulka rejected the idea because it would discredit the Polish Communist Party, which had fabricated evidence to implicate the Germans and exculpate the Soviets. The rumor is probably not true, however; even while acknowledging some of Stalin's crimes, Khrushchev was always careful not to implicate the Communist Party. Volkogonov, Autopsy of an Empire, p. 220.
18 Ibid.
19 Yeltsin almost certainly was emulating former West German Chancellor Willy Brandt, who, in December 1970, fell to his knees after placing a wreath at a Warsaw memorial commemorating the Nazis' destruction of the Warsaw Ghetto in 1943. A press photo of the event became one of the most poignant images of the Cold War.
20 N. Lebedeva, Katyn: prestuplenie protiv chelovechestva [Katyn: A Crime Against Humanity] (Moscow: Izdatel'skaia gruppa Progress: Kul'tura, 1994).
21 Warsaw PAP in English, 1658 GMT, 31 May 1995.
22 Warsaw PAP in Polish, 1017 GMT, 4 June 1995.
23 Moscow ITAR-TASS in English, 1523 GMT, 15 June 1995.
24 Mr. Godziemba-Maliszewski kindly sent me a copy of his study after reading a monograph I had written for the Center for the Study of Intelligence. Copies are available from the author, whose address is PO Box 343, Bethel, Connecticut 06801. The price is $60.00.
25 The letter was given to the press. See Wojciech Duda and Czary Chmyz, "Back to the Past," Zycie, 12-13 September 1998, p. 1.
26 Yuri Ivanov, "The Tragedy of the Polish Camps," Nezavisimaya Gazeta, 16 July 1998, pp. 1, 6.
27 R. G. Pikoia and Aleksander Gieysztor, eds., Katyn': plenniki neob' iavlennoi voiny(Moscow: Mezhdunarodnyi Fond "Demokratiia," 1997).
28 Nina Tumarkin, The Living & the Dead: The Rise & Fall of the Cult of World War II in Russia(New York: Basic Books, 1994), p. 180.
29 Ibid., p. 203. The graverobbers were looking for artifacts to sell to military collectors.
30 See, for example, B. V. Sokolov, "Did Stalin Intend to Attack Hitler?" in The Journal of Slavic Military Studies 11:2 (June 1998), pp. 113-141. The author's answer is yes. In an intrductory note, the US editors expressed their disagreement with this view.

Historical Document; Posted: Apr 14, 2007 11:27 AM; Last Updated: Jun 27, 2008 07:34 AM

 




[2] MASSACRE DE KATYN [Wikipedia]

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Massacre_de_Katyn

Massacre de Katyn
   Em cima: cova coletiva na floresta de Katyn.
Embaixo: mapa das áreas onde ocorreram os massacres
Data
abril de 1940  maio de 1940
Local
Desfecho
execução em massa de cerca de 22 mil militares e civis poloneses
Combatentes

Massacre de Katyn (em polonês/polaco: zbrodnia katyńska; em russo: Катынский расстрел), também conhecido como Massacre da Floresta de Katyn, [próxima a Smolensk, Rússia] foi uma execução em massa ocorrida durante a Segunda Guerra Mundial contra oficiais poloneses prisioneiros de guerra, policiais e cidadãos comuns acusados deespionagem e subversão pelo Comissariado do Povo para Assuntos Internos (NKVD, a polícia secreta soviética, comandada por Lavrentiy Beria), entre abril e maio de 1940, após a rendição da Polônia à Alemanha Nazista.
Através de um pedido oficial de Beria, datado de 5 de março de 1940, o líder soviético Josef Stalin e quatro membros do Politburo aprovaram o genocídio.
O número de vítimas é calculado em cerca de 22.000, sendo 21.768 o número mínimo identificado.[1] As vítimas foram executadas na floresta de Katyn, na Rússia, em prisões em Kalinin e Kharkov e em outros lugares próximos. Do total de mortos, cerca de 8 mil eram militares prisioneiros de guerra, outros 6 mil eram policiais e o restante dividido entre civis integrantes da intelectualidade polonesa -professores, artistas, pesquisadores, historiadores, etc - presos sob a acusação de serem sabotadores, espiões, latifundiários, donos de fábricas, advogados, funcionários públicos perigosos e padres.[1]
O termo "Massacre de Katyn" originalmente refere-se especificamente ao massacre na floresta de Katyn, perto das vilas de Katyn e Gnezdovo, localizadas cerca de 19,5 km a oeste de Smolensk, dos oficiais do exército polonês presos no campo de prisioneiros de guerra de Kozelsk. Esta foi a maior das execuções simultâneas perpetradas contra prisioneiros poloneses.
Ocorreram outras execuções em campos mais afastados, situados em Starobelsk e Ostashkov, no quartel-general da NKVD em Smolensk, em prisões em Kharkov, Kalinin, Moscou e em locais da Bielorrússia e da Ucrânia ocidental, baseadas em listas de execução de prisioneiros preparadas pela NKVD especialmente para estas regiões. Várias organizações polonesas do pós-guerra investigaram não só os massacres na floresta mas também os ocorridos nestas regiões, e consideram as vítimas polonesas de outras regiões além de Katyn como parte do massacre em geral.[1]
Em 1943, quase dois anos depois da Operação Barbarossa, a invasão da URSS pelas tropas nazistas, o governo alemão anunciou a descoberta das valas cheias de corpos na floresta de Katyn. O governo polonês no exílio, em Londres, pediu de imediato à Cruz Vermelha Internacional que abrisse investigações, o que levou Stalin a romper relações com os poloneses expatriados. A União Soviética alegou que o genocídio havia sido praticado pelos nazistas e continuou a negar responsabilidade sobre os massacres até 1990, quando o governo de Mikhail Gorbachev reconheceu oficialmente o massacre e condenou os crimes levados a cabo pela NKVD em 1940, assim como ao seu subsequente encobrimento.[1] [2] [3] No ano seguinte, Boris Yeltsin trouxe a público os documentos datados de meio século antes que autorizavam o genocídio.[4]
Investigações feitas pelo gabinete do procurador-geral da União Soviética (1990-1991) e da Federação Russa (1991-2004) confirmaram a responsabilidade soviética sobre os massacres e a morte de 1.803 cidadãos poloneses, mas se recusaram a classificar a ação como crime de guerra ou um ato de genocídio. A investigação foi encerrada sob o argumento de que os responsáveis já estavam todos mortos e como o governo russo não classificou os mortos como vítimas da repressão stalinista, foi descartada uma reabilitação póstuma formal.[5]
A organização não-governamental de direitos humanos russa Memorial lançou um comunicado afirmando que o fim das investigações era inadmissível e que a confirmação por parte do governo de que apenas 1 803 pessoas haviam sido mortas "precisava de uma explicação porque se sabe que mais de 14.500 prisioneiros foram executados".[6] Em novembro de 2010, a Duma Estatal russa aprovou uma declaração culpando Stalin e outros dirigentes soviéticos por haverem pessoalmente ordenado o massacre.[7]

 

Origem


Em 1 de setembro de 1939 a Alemanha de Adolf Hitler invadiu a Polônia, dando início à Segunda Guerra Mundial. A França e a Grã-Bretanha, obrigadas por seus tratados de assistência e defesa militar mútuos com a Polônia, exigiram a imediata retirada das tropas alemãs do país. Tendo seus ultimatos sido ignorados, em 3 de setembro os dois países e a maioria dos integrantes da Commonwealth declararam guerra ao Terceiro Reich. Entretanto, muito pouco apoio militar foi dado ao país invadido [8] e durante meses nenhuma ação militar significativa foi tomada em sua defesa, num período que ficou conhecido como a Guerra de Mentira.[9]

Atrás dele de pé, Joachim von Ribbentrop eJosef Stalin.

Em 17 de setembro, a União Soviética começou sua própria invasão, de acordo com os termos do Pacto Molotov-Ribbentrop ou Pacto de Não Agressão Germânico-Soviético, assinado ainda nos últimos dias de paz. O Exército Vermelho avançou rapidamente e encontrou pouca resistência, já que os soldados poloneses haviam sido orientados por seu governo para evitar o combate com os soviéticos.[10] Entre 250 mil[1] e 454 mil[11] poloneses foram feitos prisioneiros e internados em campos pela autoridades soviéticas. Alguns deles foram libertados pouco tempo depois ou escaparam, enquanto 125 mil foram aprisionados em campos sob controle da NKVD.[1] 

Destes, 42 400 soldados de etnia ucraniana oubielorrussa que viviam nas regiões da Polônia recém-incorporadas à URSS foram libertados em outubro.[12] Os 43.000 prisioneiros oriundos da Polônia ocidental, agora sob domínio alemão, foram transferidos para a Alemanha. Em troca, a Alemanha entregou 13.575 poloneses aos soviéticos.[12]
Além de militares e funcionários do governo, outros cidadãos civis sofreram perseguição e repressão. Milhares de integrantes da intelligentsia polonesa foram presos por diversos tipos de acusações. 

Como o sistema de recrutamento militar da Polônia requeria que universitários formados se tornassem automaticamente oficiais da reserva das forças armadas,[13] com o acesso a essas listas e documentos o NKVD não teve muita dificuldade em identificá-los, reuni-los e prender uma grande quantidade de representantes da classe mais educada. De acordo com o Instituto da Memória Nacional, cerca de 320 mil cidadãos poloneses foram deportados para a União Soviética [1] (número questionado por vários historiadores que o elevam a algo entre 700 mil e 1 milhão)[14] [15] 

Estudos deles estimam um número de 150 mil poloneses mortos sob domínio soviético durante a guerra.[14] De um grupo de 12 mil enviados para um campo perto de Kolyma, entre 1940 e 1941, sobreviveram apenas 583 homens, libertados em 1942 para se juntarem às forças polonesas criadas pelos soviéticos no leste do país para combater os nazistas.[16] De acordo com o historiador Tadeusz Piotrowski, durante a guerra e após 1944, 570 387 cidadãos poloneses foram submetidos a algum tipo de repressão pelas autoridades soviéticas.[17]

Prisioneiros de guerra poloneses capturados pelos soviéticos.

Em 19 de setembro, apenas dois dias após a invasão, Beria ordenou ao NKVD que criasse uma rede e centros de recepção, triagem e administração de prisioneiros de guerra feitos pelo Exército Vermelho, providenciando o transporte ferroviário de muitos deles para o oeste da União Soviética. Os maiores campos estavam localizados em Kozelsk, Ostashkov e Starobelsk, tendo também sido criados campos menores em Vologda e pequenas cidades da região.[18]

Kozelsk e Starobelsk foram criados especialmente para abrigar oficiais poloneses capturados, enquanto Ostashkov abrigava policiais, guardas de prisão e até escoteiros.[19]Alguns destes prisioneiros eram civis e parte da elite intelectual polonesa, como advogados, artistas, professores e padres. A lotação dos campos era de 5 000 em Kozelsk, 6 570 em Ostashkov e 4 000 em Starobelsk, num total de 15 570 homens.[20]

Em 19 de novembro, a NKVD tinha sob sua custódia cerca de 40 mil prisioneiros de guerra, divididos entre oficiais militares, oficiais de polícia e 25 mil soldados. Em dezembro, uma nova onda de prisões apreendeu uma nova leva de oficiais ainda em liberdade. Em 3 de dezembro, o general Ivan Serov enviou um relatório a Beria informando que, ao todo, tinham sido aprisionados 1 057 oficiais do extinto exército polonês. Os 25 mil soldados e oficiais descomissionados foram transportados para campos de trabalho forçado no interior da URSS.[12]

Quando chegavam a estes campos, os prisioneiros eram submetidos a interrogatórios e constante agitação política por agentes da NKVD. Eles acreditavam que seriam libertados rapidamente, já que a Polônia tinha assinado sua rendição, mas os interrogatórios na verdade constituíam um processo de seleção para decidir quem ia viver e quem ia morrer.[21] De acordo com o relatório dos interrogadores, os prisioneiros que não assumissem uma atitude pró-soviética eram declarados "inimigos endurecidos e intransigentes para com a autoridade soviética".[21]

Documento com assinatura de Stalin aprovando os massacres. 05mar1940.

Em 5 de março de 1940, de acordo com uma nota de Beria para Stalin, quatro membros do Politburo - Stalin, Vyacheslav Molotov, Kliment Voroshilov e Anastas Mikoyan - assinaram a ordem para a execução de 25.700 poloneses "nacionalistas e contra-revolucionários" mantidos em campos ocupados na Ucrânia e na Bielorrússia.[22] 

Stalin assassino



A principal razão para o massacre, segundo o historiador Gerhard Weinberg, seria a intenção do líder soviético em privar de um futuro exército polonês o seu oficialato mais comprometido e capacitado.[23] Além disso, os soviéticos perceberam que estes presos constituíam uma grande massa de poloneses treinados e motivados, que não aceitariam uma quarta partilha da Polônia.[1]

 

Execuções

O número de vítimas de Katyn é estimado em cerca de 22.000, com pelo menos 21.768 mortes confirmadas.[1] 
De acordo com documentos soviéticos liberados em 1990, 21.857 prisioneiros e internos poloneses foram executados após 3 de abril de 1940:
Ø  14.552 prisioneiros de guerra (a maioria deles dos três campos, Kozelsk, Ostashkov e Starobelsk) e
Ø  7.305 prisioneiros em áreas do oeste da Ucrânia e da Bielorrússia.
Do total,
Ø  4 421 eram de Kozelsk,
Ø  3.820 de Starobelsk,
Ø  6.311 de Ostashkov, e
Ø  7.305 de prisões ucranianas e bielorrussas.[24] 
O chefe do departamento de prisioneiros de guerra da NKVD, major-general P.K. SOPRUNENKO, organizou seleções de oficiais poloneses para serem massacrados em Katyn e nas outras áreas.[25]
Entre os que morreram na floresta de Katyn, estavam:
um almirante,
dois generais,
24 coronéis,
258 majores, 654 capitães,
3 420 suboficiais, sete capelães,
três fazendeiros,
um príncipe,
43 oficiais de forças diversas,
85 soldados,
131 refugiados,
20 professores universitários,
300 médicos,
várias centenas de advogados, engenheiros e mais de 100 jornalistas e escritores, assim como
200 pilotos de combate da Força Aérea.[21]

No total, a NKVD executou mais da metade do corpo de oficiais das forças armadas polonesas. Contando com os massacres nas outras áreas, foram executados catorze generais , entre eles Leon Billewicz.[26]

Nem todos os mortos eram de etnia polonesa, uma vez que a Segunda República Polonesa era um estado multiétnico e vários de seus oficiais eram ucranianos, bielorrussos e judeus. Estima-se que cerca de 8% dos militares assassinados em Katyn sejam judeus poloneses.[27]

Mais de 99% dos prisioneiros restantes foram executados posteriormente.
Ø  Prisioneiros do campo de Kozelsk foram executados no local dos assassinatos em massa, em Katyn, na área de Smolensk.
Ø  Prisioneiros de Starobelsk foram assassinados dentro da prisão da NKVD em Kharkov e os corpos enterrados em Piatykhatky e
Ø  oficiais de polícia de Ostashkov mortos na prisão da NKVD em Kalinin e enterrados em Mednoye.[18]

[Método de execução]
Informações detalhadas sobre as execuções foram prestadas por Dmitrii Tokarev, ex-chefe da NKVD em Kalinin, durante uma audiência. De acordo com ele, os fuzilamentos começavam no início da noite e terminavam ao amanhecer. O primeiro transporte de prisioneiros trazia 390 pessoas e os executores tiveram um árduo trabalho para matar tantas pessoas durante uma noite.

As levas seguintes de homens traziam no máximo 250 presos. As execuções eram normalmente feitas com uma arma automática alemã, a Walther PPK, calibre 7,65 mm, fornecidas por Moscou, mas foram também usados revólveres Nagant M1895 russos.[28] 

Os assassinos usaram armas alemães ao invés do revólver-padrão das forças soviéticas, em virtude do coice dessas armas ser muito forte, o que provocava dores no braço após as primeiras dúzias de tiros.
Vasili Blokhin, um oficial soviético conhecido por ser o principal carrasco de Stalin, matou pessoalmente mais de 7 mil prisioneiros do campo de Ostashkov, alguns deles com apenas 18 anos, na prisão da NKVD em Kalinin, num período de 28 dias, em abril de 1940.[25]

Os assassinatos eram metódicos. Após a verificação das suas informações pessoais, o prisioneiro era algemado e levado para uma cela isolada com pilhas de sacos de areia e encerrada por uma porta pesada. A vítima recebia ordens de se ajoelhar no meio da cela, o executor se aproximava por trás e lhe dava um tiro na nuca ou na parte de trás da cabeça.

O corpo era então carregado por uma porta de saída, do outro lado da cela, e jogado dentro de um dos caminhões que esperavam para recolher os corpos, enquanto o próximo condenado era introduzido na cela pela porta de entrada.

Além do abafamento do barulho dos tiros causados pelo isolamento da cela, máquinas - talvez grandes ventiladores - passavam a noite toda operando fazendo grande barulho. Este procedimento foi seguido todas as noites, à exceção do feriado dePrimeiro de Maio.[29]

Foram enterrados em Bykivnia Kurapaty, nos arredores de Minsk, entre 3 e 4 mil internos poloneses mortos em prisões na Ucrânia e na Bielorrússia. A tenente Janina Lewandowska, filha do general Józef Dowbor-Muśnicki, comandante-militar da Revolta da Grande Polônia, ao término da Primeira Guerra Mundial, foi a única mulher assassinada nos massacres de Katyn.[29]

 

Descoberta

"O mau cheiro era horrível. Quando nós chegamos os alemães estavam removendo uma camada de terra de um metro de espessura. E nela haviam corpos e casacos, dispostos em fileiras. Eles estavam mexendo nos corpos, verificando os bolsos, retirando relógios e montando uma espécie de museu com aquilo fora das covas. Os alemães queriam testemunhas. Eles nos queriam como testemunhas para a História".
Dmitry Khudykh, morador de Katyn[30]

O destino dos prisioneiros poloneses foi debatido logo após a invasão da União Soviética, em junho de 1941. O governo polonês no exílio e o governo soviético assinaram o Tratado Sikorski-Mayski, que anunciou a disposição de ambos para lutar juntos contra a Alemanha Nazista e pela criação de um exército polonês a ser formado no território soviético. O general polonês Władysław Anders começou a organizar este exército e logo pediu informações ao governo soviético sobre os oficiais que haviam sido aprisionados e estavam desaparecidos. 

Durante um encontro pessoal, Stalin assegurou a ele e ao primeiro-ministro exilado Władysław Sikorski que todos haviam sido libertados e que nem todos poderiam ser contabilizados porque o governo havia "perdido o rastro" deles na Manchúria.[31] [32]

Centenas de corpos numa das valas coletivas de Katyn.

Em 1942, trabalhadores de ferrovias poloneses na região ouviram habitantes locais referir-se a sepulturas coletivas de Kozielsk perto de Katyn, tendo sido descoberta uma delas e reportado o caso à resistência polonesa.[33] A princípio, não foi dada importância à notícia, já que ninguém pensava que pudessem haver muitos corpos ali. No começo de 1943, Rudolf von Gersdorff, um oficial alemão servindo como elemento de ligação entre o Grupo de Exércitos Centro da Wehrmacht e a Abwehr, teve conhecimento da existência de valas coletivas de oficiais poloneses.

A informação indicava que essas sepulturas encontravam-se na floresta de Katyn. A notícia foi passada a seus superiores - fontes divergem de quando exatamente os alemães tiveram conhecimento do fato, entre o fim de 1942 e janeiro/fevereiro de 1943, e de quando os líderes em Berlim receberam essas informações, entre 1 de março a 4 de abril).[34]

Joseph Goebbels viu na descoberta uma excelente ferramenta para criar uma rachadura entre os poloneses, os aliados ocidentais e a União Soviética, e para reforçar a propaganda nazista contra os horrores do bolchevismo e a submissão dos americanos e britânicos a ele. Após intensa preparação, em 13 de abril de 1943 a Rádio Berlim transmitiu para o mundo a notícia de que forças alemães haviam descoberto na floresta de Katyn, perto de Smolensk, "... uma vala com 28 metros de comprimento por dezesseis de largura, dentro da qual estavam enterrados e empilhados em doze camadas o corpo de 3 mil oficiais poloneses...".[35] A transmissão então começou a acusar os soviéticos de terem cometido o massacre em 1940.

Os alemães levaram a Katyn um grupo de doze especialistas forenses da Bélgica, Bulgária, Dinamarca, Itália, Suécia, Suíça, Finlândia, Croácia, Romênia, Hungria, França,Eslováquia e Países Baixos para analisar a descoberta.[36] Eles estavam tão ansiosos para provar a culpa dos soviéticos que chegaram a levar até ao local prisioneiros de guerra aliados. Este grupo, liderado pelo suíço Naville, e do qual também fazia parte o italiano Vincenzo Mario Palmieri, professor de Medicina Legal e Seguro na Universidade de Nápoles, chegou a um veredito unânime. Com base no exame de cadáveres, roupas de inverno e em documentos encontrados, todos mostrando serem anteriores a março de 1940, e na dendrocronologia de árvores florestais, revelando uma idade inferior a três anos mas superior a dois, a responsabilidade do massacre foi atribuída aos soviéticos.[37] 

Depois da guerra, dois destes técnicos forenses, o búlgaro Marko Markov e o tcheco Frantisek Hajek, com seus países ocupados pela URSS, foram obrigados a desmentir as evidências que tinham encontrado nas análises feitas em 1943.[38]

A descoberta do massacre foi benéfica para a propaganda nazista, que o usou para desacreditar os soviéticos. Goebbels escreveu em seu diário, em 14 de abril de 1943: "Nós agora estamos usando a descoberta de 12 mil soldados poloneses mortos pela polícia secreta soviética para propaganda anti-bolchevista em grande estilo. Enviamos jornalistas de países neutros e intelectuais poloneses ao local onde foram encontrados. Seus relatos que nos chegam agora da frente são horríveis. O Führer também nos deu permissão para passar estas notícias drásticas à imprensa alemã. Eu dei instruções para que seja feita a utilização mais ampla possível do material de propaganda. Seremos capazes de viver disso por algumas semanas."[39] Os alemães tiveram uma grande vitória de propaganda, retratando o comunismo como um perigo para a civilização ocidental.

O governo soviético negou de imediato as acusações dos alemães, afirmando que os prisioneiros de guerra poloneses tinham sido engajados em trabalhos de construção a oeste de Smolensk e ali capturados e executados por unidades alemães invasoras em agosto de 1941. A resposta soviética em 15 de abril, depois da transmissão radiofônica nazista em 13 de abril, preparada pelo Gabinete de Informação Estatal, conhecido comumente como 'Sovinformburo' (hoje, a agência de notícias RIA Novosti) foi:[...]..prisioneiros de guerra poloneses trabalhando em construções a oeste de Smolensk [...] caíram em mãos de carrascos nazi-fascistas [...].[37]

Em abril de 1943, o governo polonês exilado em Londres insistiu em trazer o assunto para a mesa de negociações com os soviéticos, na sequência da abertura de uma investigação pela Cruz Vermelha Internacional. Stalin, em resposta, acusou os exilados de cooperação com os nazistas, cortou relações diplomáticas com eles[40] e começou uma campanha para fazer os demais Aliados reconhecerem a União de Patriotas Poloneses, um governo alternativo pró-soviético baseado em Moscou e liderado por Wanda Wasilewska.[41] Sikorski, o primeiro-ministro polonês no exílio, morreu num acidente de avião em 4 de julho de 1943, o que foi de grande conveniência para os líderes aliados.[42]

 

Reação soviética

Em setembro de 1943, quando Goebbels foi informado de que as forças alemães iriam se retirar da área de Katyn, ele profetizou em seu diário: "Infelizmente, teremos que renunciar a Katyn. Os bolchevistas, sem dúvida, logo vão "descobrir" que nós matamos 12 mil militares poloneses. Este episódio nos causará problemas no futuro. Os soviéticos farão o possível para descobrir quantas covas existirem para então nos culpar disso."[39]

Retomando a área de Katyn logo após o Exército Vermelho recapturar Smolensk, por volta de setembro-outubro de 1943, as forças da NKVD começaram uma operação de encobrimento no local.[21] Entre outras evidências removidas, foi destruído um cemitério que a Cruz Vermelha Polonesa havia construído com a permissão dos alemães.[21] Testemunhas eram "entrevistadas" e ameaçadas de prisão sob alegações de colaboração com os alemães se seus testemunhos fossem diferentes das declarações oficiais.[43] 

Como nenhum dos documentos achados nos corpos mostrava datas posteriores a abril de 1940, a polícia secreta forjou falsas evidências que colocavam a data do massacre no verão de 1941, quando os nazistas já controlavam a área.[44] Foi publicado por agentes da NKVD um relatório preliminar, datado de 10-11 de janeiro de 1944, concluindo que os oficiais poloneses tinham sido fuzilados pelos alemães.[43]

Exumações em Katyn, 1943.

Em janeiro de 1944, o governo da União Soviética enviou outra comissão ao local. O próprio nome desta comissão, Comissão Especial para Investigação e Determinação do Fuzilamento de Prisioneiros de Guerra Poloneses pelos Invasores Nazi-Fascistas na Floresta de Katyn, (em russo: Специальная Комиссия по установлению и расследованию обстоятельств расстрела немецко-фашистскими захватчиками в Катынском лесу военнопленных польских офицеров; transl.: Spetsial'naya Kommissiya po ustanovleniyu i rassledovaniyu obstoyatel'stv rasstrela nemetsko-fashistskimi zakhvatchikami v Katynskom lesu voyennoplennyh polskih ofitserov) já implicava numa conclusão antecipada.[21] 

Foi chefiada por Nicolai Burdenko, presidente da Academia de Ciências Médicas da União Soviética, motivo pelo qual ficou conhecida como "Comissão Burdenko" e era integrada por membros proeminentes da sociedade soviética, entre eles o escritor Alexei Tolstoi.[21] 

A comissão exumou os corpos encontrados, rejeitou as alegações alemães de que os soldados haviam sido fuzilados pelos soviéticos, atribuiu a culpa aos nazistas e concluiu que as mortes tinham ocorrido no outono de 1941. Apesar de falta de evidências, também acusaram os alemães de fuzilar prisioneiros de guerra russos depois de os usar para cavar as valas na floresta.[21] As conclusões da Comissão Burdenko sobre o massacre foram sistematicamente alegadas pelos soviéticos, até à admissão pública de culpa por parte do governo Gorbachev em 13 de abril de 1990.[43]


Ainda em janeiro de 1944, o governo soviético convidou um grupo de jornalistas britânicos e norte-americanos ao local, acompanhados de Kathleen Harriman, filha do novo embaixador dos Estados Unidos em Moscou, W. Averell Harriman, e de um secretário da embaixada americana.[44] A inclusão dos dois no grupo foi considerada uma tentativa de oficializar a propaganda. As conclusões de John Melby, o secretário da embaixada, apontaram para uma série de deficiências do caso soviético: testemunhas problemáticas e desencorajamento de tentativas de fazer perguntas a estas supostas testemunhas, além da impressão de que "foi montada uma encenação para os correspondentes". De qualquer maneira, na época o diplomata colocou os fatos na balança e achou que a versão dos soviéticos era convincente. O relatório de Harriman chegou à mesma conclusão e após a guerra foram pedidas explicações a ambos, porque eles não desconfiaram que suas conclusões, apesar de suas suspeitas, foram dadas na medida certa do que oDepartamento de Estado queria ouvir. Os jornalistas do grupo se impressionaram menos e não ficaram totalmente convencidos com a apresentação armada pelos russos.[44]

 

Resposta do Ocidente

O crescimento da crise russo-polonesa sobre o assunto começava a ameaçar as relações entre os soviéticos e as potências ocidentais numa época em que a importância da Polônia, significante no início e nos primeiros anos do conflito, começava a diminuir com a entrada na guerra das grandes potências militares e econômicas, Estados Unidos e União Soviética. O primeiro-ministro britânico Winston Churchill e o presidente norte-americano Franklin Roosevelt estavam cada vez mais divididos entre seus compromissos com seu aliado polonês e as demandas de Stalin e seus diplomatas [45]

Numa conversa privada com o primeiro-ministro polonês no exílio, Sikorski, Churchill teria admitido que "as revelações nazistas eram provavelmente verdadeiras e que os soviéticos podiam ser cruéis".[46] Entretanto, ao mesmo tempo, ele assegurava aos soviéticos em 15 de abril de 1943, que "nós certamente nos opomos a qualquer investigação feita pela Cruz Vermelha Internacional ou qualquer outro organismo em território sob autoridade nazista. Tal investigação seria uma fraude e suas conclusões seriam um terrorismo."[47] 

Documentos secretos e não oficiais dos britânicos afirmavam que a responsabilidade soviética era "quase uma certeza", mas a aliança com os comunistas contra o inimigo comum foi considerada mais importante que as questões morais. Assim, a versão oficial dos Aliados sobre o tema apoiou os soviéticos, além de censurar qualquer outra opinião contraditória.[48] 

Churchill pediu a um de seus diplomatas, Owen O'Malley, que investigasse o massacre, mas numa nota ao secretário do exterior avisou que "tudo isso é apenas para apurar realmente os fatos, mas nenhum de nós deve dizer uma palavra sobre isso".[44] 

O'Malley, em seu relatório, apontou várias inconsistências e impossibilidades na versão dos soviéticos. Em 13 de agosto, Churchill enviou uma cópia deste relatório a Roosevelt. Ele desconstruía a versão montada pelos soviéticos e aludiu às consequências políticas dentro de uma estrutura fortemente moral, mas reconheceu que não havia alternativa viável à política existente. Roosevelt nunca respondeu oficialmente.[44]

No começo de 1944, um militar e agente britânico e polonês trabalhando infiltrado na Polônia ocupada, Ron Jeffery, conseguiu iludir a Abwehr, o serviço de inteligêncianazista, e deixar o país, chegando a Londres com um relatório para o governo britânico. Seus esforços, a princípio considerados, foram depois ignorados pelo governo, o que mais tarde ele atribuiu a maquinações do espião Kim Philby - um funcionário do governo britânico então trabalhando secretamente para os soviéticos - e outros comunistas entrincheirados no governo. Sua tentativa de informar o governo britânico sobre detalhes do massacre de Katyn acabaram lhe valendo a baixa forçada do exército.[49]

Nos Estados Unidos foi seguida uma posição similar, não obstante dois relatórios oficiais da Inteligência sobre Katyn, contradizendo a versão soviética. No meio do ano, Roosevelt enviou seu próprio emissário aos Balcãs para investigar o caso, George Earle, um comandante naval.[21] O relatório de Earle foi igual ao dos britânicos, concluindo que o massacre tinha sido cometido pelos soviéticos. Depois de consultar seus assessores militares, o presidente rejeitou (oficialmente) as conclusões, declarou que estava convencido da responsabilidade nazista e ordenou que o relatório de Earle fosse suprimido. Quando o oficial requereu permissão para publicar suas descobertas, Roosevelt lhe deu uma ordem expressa para que desistisse desse intento.[21]

Em 1943, o coronel John Van Vliet foi um dos prisoneiros levados a Katyn pelos nazistas.[50] Em 1945, logo após o fim da guerra na Europa, ele fez um relatório de suas observações, culpando os soviéticos pelo massacre, e submeteu-o ao comando do exército. Seu superior, general Clayton Bissell, chefe de staff para assuntos de Inteligência do general George Marshall, destruiu o documento.[51] Durante as investigações oficiais do Congresso dos Estados Unidos feitas em 1951-52 sobre o massacre de Katyn, Bissell defendeu sua ação, alegando que não era do interesse do país naquele momento se antagonizar com a aliada URSS, que ainda poderia ser útil na guerra ainda em curso contra o Japão.[21]

 

Julgamentos de Nuremberg

Entre 28 de dezembro de 1945 e 4 de janeiro de 1946, sete soldados alemães da Wehrmacht foram julgados por uma corte militar soviética em Leningrado. Um deles, Arno Diere, foi acusado de ajudar a cavar sepulturas durante as execuções. Diere, que era também acusado de assassinatos em vilas soviéticas usando metralhadoras, confessou ter tomado parte no enterro dos corpos, mas não dos fuzilamentos, de entre 15 a 20 mil soldados em Katyn. Pela confissão, ele foi poupado da execução e condenado a 15 anos de trabalhos forçados. Sua confissão era tão cheia de absurdos, que não pôde ser usada pela acusação soviética aos nazistas durante o Julgamento de Nuremberg. Muitos anos depois, já em liberdade, ele retratou-se da confissão, afirmando que foi obrigado a fazê-la por seus interrogadores.[52]

Numa conferência em Londres, que elaborou as acusações de crimes de guerra alemães antes de Nuremberg, os negociadores soviéticos apresentaram para inclusão na lista a seguinte alegação: "em setembro de 1941, 925 oficiais poloneses que eram prisioneiros de guerra foram mortos na floresta de Katyn, perto de Smolensk". Os negociadores norte-americanos concordaram em incluí-la, mas ficaram incomodados com a inclusão, e concluíram que caberia aos soviéticos prová-la.[53] 

Durante os julgamentos, em 1946, o general soviético Roman Rudenko levantou a acusação, afirmando que "um dos mais importantes atos criminosos pelos quais os maiores criminosos de guerra aqui são responsáveis, foi a execução em massa de prisioneiros poloneses na floresta de Katyn, perto de Smolensk, pelos invasores fascistas alemães".[54]Rudenko, entretanto, não conseguiu provar suas acusações e os juízes britânicos e americanos arquivaram o caso.[55]

 

O massacre na Guerra Fria

Em 1951 e 1952, tendo a Guerra da Coreia como pano de fundo mundial, uma investigação do Congresso dos Estados Unidos chefiada pelo senador republicano Ray Madden, conhecida como 'Comitê Madden', foi instalada sobre os crimes de Katyn. Ela concluiu que os poloneses haviam sido assassinados pelos soviéticos e recomendou que eles fossem julgados pelo Tribunal Internacional de Justiça.[56] Porém, a questão da responsabilidade continuou controversa no Ocidente e atrás da Cortina de Ferro

No Reino Unido do fim dos anos 1970, planos de um memorial contendo a inscrição 'Katyn 1940' (ao invés de 1941) foram vistos como uma provocação no clima reinante da Guerra Fria. Também foi alegado que a escolha feita em 1969 para erguer um memorial na cidade de Khatyn, na então República Socialista Soviética da Bielorrússia, lugar de um massacre civil cometido pelos nazistas em 1943, tinha sido feita para causar confusão com Katyn.[57] Os dois nomes são similares ou idênticos em várias línguas e frequentemente confundidos.

Na Polônia, as autoridades pró-soviéticas encobriram o assunto de acordo com a linha de propaganda comunista, deliberadamente censurando quaisquer fontes que pudessem fornecer informações sobre o crime. Katyn foi um assunto proibido na Polônia pós-guerra. A censura oficial no país era um grande empreendimento e Katyn foi especificamente mencionado no "Livro Negro da Censura" usado pelas autoridades para controlar a imprensa e os meios acadêmicos. 

Não apenas os censores suprimiam qualquer referência ao fato como apenas falar do assunto era perigoso. Em 1981, o Sindicato Solidariedade ergueu um memorial com uma simples inscrição: "Katyn 1940". Ele foi confiscado pela polícia e substituído por um monumento oficial com a inscrição:"Aos soldados poloneses — vítimas do fascismo hitlerista — repousando no solo de Katyn". Katyn permaneceu sendo um tabu em toda a Polônia comunista até a queda do comunismo em 1989.[21]
"É proibida qualquer tentativa de responsabilizar a União Soviética pelas mortes de oficiais poloneses na floresta de Katyn".
do Livro Negro da Censura da República Popular da Polônia[58]

Na União Soviética dos anos 1950, o chefe da KGB, Alexander Shelepin, levou a cabo a destruição de vários documentos sobre o massacre para minimizar a chance da verdade ser conhecida.[59] Uma nota sua aNikita Krushev, datada de 3 de maio de 1959, com a informação da morte de 21 857 poloneses em Katyn e a proposta de destruir todos os arquivos referentes ao caso, tornou-se um dos documentos preservados e que depois foram tornados públicos.[59]

 

Revelação

A partir do fim dos anos 1980, a pressão aumentou tanto no governo polonês quanto no soviético para liberarem documentos relacionados ao massacre. Intelectuais poloneses tentaram incluir Katyn na agenda de discussões na comissão conjunta russo-polonesa de 1987, a fim de investigar episódios censurados da história dos dois países.[21] 

Em 1989, estudiosos soviéticos revelaram que Stalin tinha realmente ordenado o massacre e em 1990 Mikhail Gorbachev admitiu publicamente que a NKVD havia executado os poloneses e confirmou mais dois locais de sepultamento além da floresta, em Mednoye e Piatykhatky.

Zbigniew Brzezinski. Sua visita a Katyn em 1989 foi bastante explorada pela televisão soviética.

Em 30 de outubro de 1989, Gorbachev permitiu que uma delegação de centenas de poloneses, organizada pela associação Familiares das Vítimas de Katyn, visitasse o memorial em Katyn. Entre estes visitantes, estava o ex-conselheiro de Segurança Nacional do governo dos Estados Unidos na admistração do presidente Jimmy Carter, Zbigniew Brzezinski, nascido em Varsóvia. Uma missa foi rezada no local e faixas exaltando o Solidariedade foram estendidas. Um dos participantes afixou "NKVD" na inscrição do memorial, por cima da palavra "Nazis" constante nele, de maneira que se ficou lendo "Em memória dos soldados poloneses mortos pela NKVD em 1941". Vários visitantes escalaram a cerca do complexo da NKVD nas proximidades e deixaramvelas acesas pelo chão dele.[60] Brzezinski declarou:
"Não foi uma dor pessoal que me trouxe aqui, como é o caso da maioria das pessoas aqui reunidas, mas sim o reconhecimento da natureza simbólica de Katyn. Parece-me muito importante que a verdade deve ser dita sobre o que aconteceu, porque apenas a verdade pode distanciar a nova liderança soviética dos crimes de Stalin e da NKVD. Somente a verdade pode servir de base a uma verdadeira amizade entre os povos soviético e polonês"[61]

Mais tarde ele afirmaria que o fato dos soviéticos permitirem sua presença ali, era um símbolo da ruptura com o stalinismo que a Perestroika de Gorbatchev representava.[62] Sua visita a Katyn e suas declarações tiveram uma extensa cobertura da televisão e da mídia soviética em geral. Na cerimônia acontecida no memorial, ele deixou um buquê de rosas vermelhas com uma mensagem escrita à mão em polonês e inglês onde se lia: "Às vítimas de Stalin e da NKVD. Zbigniew Brzezinski."[63]

Em 13 de abril de 1990, no 47º aniversário da descoberta das covas coletivas em Katyn, a União Soviética formalmente expressou seu "profundo pesar" e admitiu a responsabilidade da polícia secreta soviética pelos crimes.[64] 

O dia 13 de abril foi declarado mundialmente como o Dia da Memória de Katyn.[65]

 

Investigações oficiais

Depois dos russos e dos poloneses descobrirem novas evidências em 1991 e 1992, o presidente da Federação Russa Boris Yeltsin liberou os documentos ultra-secretos do selado "Pacote nº1" e os transferiu para o novo presidente polonês Lech Walesa.[21] Entre estes documentos estava a proposta de Beria, datada de 5 de março de 1940, para executar 25 mil prisioneiros poloneses dos campos de Kozelsk, Ostashkov e Starobels e de algumas prisões na Bielorrússia e na Ucrânia ocidental, assinada por Stalin, entre outros.[66] Outro documento entregue a 

Walesa foi a nota de Shelepin a Krushev com a informação da execução de 21 857 poloneses, assim como a proposta com a destruição de todos os documentos sobre o caso. As revelações também foram publicadas pela imprensa soviética, o que foi interpretado como sendo um resultado da luta pelo poder em curso entre Yeltsin e Gorbachev.[66]

Em 1991, o procurador-geral militar da URSS iniciou ações judiciais contra P.K. Soprunenko por seu papel no massacre, mas declinou de processá-lo por Soprunenko estar com 83 anos, quase cego e se recuperando de uma operação de câncer. Durante o interrogatório feito, o carrasco defendeu-se negando sua própria assinatura.[25]
Durante a visita do presidente polonês Aleksander Kwaśniewski à Rússia em 2004, os russos anunciaram sua intenção de transferir todos os documentos em seu poder sobre Katyn aos poloneses tão logo eles fossem liberados.[67] 

Em março de 2005, a procuradoria-geral concluiu uma investigação de dez anos sobre o massacre. O procurador militar Alexander Savenkov declarou que as investigações confirmavam a morte de 1 803 dos 14 542 cidadãos poloneses que haviam sido sentenciados à morte enquanto estavam nos três campos.[68] Ele nada declarou sobre o destino de 7 mil poloneses desaparecidos que não estavam presos nestes campos mas em prisões. Savenkov declarou que o massacre não foi um genocídio, que os responsáveis soviéticos estavam mortos e que, consequentemente, "não havia qualquer base para falar do assunto em termos jurídicos". 116 dos 183 volumes de arquivos reunidos durante a investigação foram considerados segredo de estado e continuaram secretos.[69]

Em 22 de março de 2005, o Sejm polonês passou um decreto exigindo que os arquivos russos foram liberados.[70] O parlamento também requereu que o massacre de Katyn fosse considerado um genocídio. A resolução sublinhou que as autoridades russas "procuravam diminuir a carga desse crime, recusando-se a reconhecer que era um genocídio e a dar acesso aos registros da investigação sobre o assunto, o que tornava difícil determinar toda a verdade sobre o assassinato e os seus autores".[71]

Entre o fim de 2007 e início de 2008, diversos jornais russos, incluindo o Komsomolskaia Pravda, publicaram reportagens que implicavam os nazistas nos crimes, espalhando o sentimento de que isto estava sendo feito com o consentimento do Kremlin.[72] Em vista disso, o Instituto da Memória Nacional, polonês, resolveu abrir sua própria investigação.[1]

Em 2008, o ministro das Relações Exteriores da Polônia solicitou ao governo russo pretensas filmagens que haviam sido feitas pela NKVD dos massacres. Autoridades polonesas acreditavam que estes filmes, junto com documentos que mostravam uma cooperação entre a NKVD e a Gestapo nazista durante as operações, era a principal razão para a Rússia continuar se negando a liberar a maioria dos arquivos de Estadosobre Katyn.[73] Nos anos seguintes, mais 81 volumes do caso foram liberados e entregues aos poloneses. Até 2012, 35 destes volumes, de um total inicial de 183, continuavam secretos.[74]

 

Audiências posteriores

Em junho de 2008, tribunais russos concordaram em ouvir o caso sobre a liberação dos documentos sobre Katyn e a reabilitação judicial das vítimas. Numa entrevista a um jornal polonês, Vladimir Putin classificou o massacre como um crime politico.[75]

Em 21 de abril de 2010, a Suprema Corte da Federação Russa determinou à corte de Moscou que abrigasse um apelo de um caso legal em andamento sobre Katyn.[76] Uma organização de direitos civis,Memorial, disse que a ordem poderia levar a uma decisão da corte de abrir os documentos secretos contendo detalhes sobre o massacre.[76] Em 8 de maio de 2010 os russos entregaram aos poloneses 67 volumes do "Caso Criminal nº159", aberto nos anos 1990 para investigar os crimes em massa contra poloneses durante a era soviética. As cópias destes volumes, cada um deles com cerca de 250 páginas, foram colocadas em seis caixas, num total de 70 kg de documentos. 

O presidente russo Dmitry Medvedev entregou pessoalmente um dos volumes ao presidente polonês Bronislaw Komorowski. Os dois líderes concordaram que os dois países continuassem seus esforços para revelar toda a verdade sobre a tragédia. Medvedev reiterou que a Rússia continuaria a liberar documentos secretos. O ato foi considerado pelos poloneses como uma boa decisão para melhorar as relações bilaterais entre os dois países.[77]

Em 2011, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos considerou pertinentes duas queixas de familiares de vítimas do massacre contra a Rússia sobre a adequação da investigação oficial. Num comunicado de 16 de abril de 2012, ela decidiu que a Rússia tinha violado os direitos dos parentes das vítimas por não lhes fornecer informações suficientes sobre a investigação e considerou o massacre como "crime de guerra". No entanto, a mesma corte se recusou a julgar a eficácia das investigações russo-soviéticas, porque elas ocorreram antes da ratificação da Rússia da Declaração dos Direitos Humanos, feita apenas em 1998.[78]

 

Relações russo-polonesas

Russos e poloneses continuam divididos quanto à denominação do massacre de Katyn. Os poloneses consideram o caso um genocídio e demandam mais investigações, assim como a liberação de todos os documentos russos ainda secretos.[71] 

Em junho de 1998, Boris Yeltsin e Aleksander Kwaśniewski concordaram em construir memoriais em Katyn e Mednoye, os dois locais de execução da NKVS em solo russo. Entretanto, em setembro daquele ano, os russos levantaram o caso da morte de prisioneiros de guerra soviéticos em 1919 na Polônia. Cerca de 16 a 20 mil soldados morreram nestes campos entre 1919 e 1924 devido a doenças transmissíveis.[79] 

Autoridades russas consideravam este caso um genocídio comparável a Katyn. Uma reivindicação parecida tinha sido levantada em 1994. Os poloneses acreditaram ser isto uma tentativa de provocação russa para "criar um "anti-Katyn" e descompensar a "equação histórica".[80]

Em 4 de fevereiro de 2010, o primeiro-ministro Vladimir Putin convidou seu colega Donald Tusk para comparecer a um serviço memorial em Katyn. A visita aconteceu em 7 de abril, quando os dois líderes juntos lembraram os 70 anos do massacre. Pouco antes da visita, o filme polonês Katyń, de Andrzej Wajda, produzido em 2007, passou na televisão estatal pela primeira vez.[81]
  
Em 10 de abril de 2010, um avião da força aérea polonesa transportando o presidente Lech Kaczyński, sua esposa e mais 87 passageiros, entre eles altas patentes militares,caiu perto de Smolensk, matando todos a bordo.[82] Eles se dirigiam a uma cerimônia na Rússia que marcava os 70 anos do massacre. A tragédia deixou em choque a população polonesa e o primeiro-ministro Tusk, que não estava na viagem, declarou aquele ser o pior momento da história da Polônia desde a guerra. 

Logo depois, váriasteorias da conspiração começaram a se formar. A catástrofe teve grande repercussão internacional, particularmente na imprensa russa, e o filme Katyń foi novamente reprisado pela televisão. O presidente Kaczyński faria um discurso nas cerimônias formais em honra às vítimas, ressaltando o significado dos massacres no contexto da história política do comunismo no pós-guerra assim como a necessidade de russos e poloneses pela reconciliação. Apesar do discurso nunca ter sido feito, ele foi publicado em polonês original com uma tradução em inglês.[83] [84]

Em novembro de 2010, a Duma Estatal (Câmara Baixa do Parlamento russo) passou uma declaração de que os documentos por tanto tempo secretos mostravam que os crimes de Katyn foram cometidos sob ordens de Stalin e outras altas autoridades soviéticas. A declaração também clamava por investigações mais profundas, de maneira a confirmar a lista total de vítimas. 

Membros do Partido Comunista integrantes da Duma, porém, se negaram a assinar a petição e votaram contra ela, negando que a URSS pudesse ser responsabilizada pelos massacres.[85] Em dezembro de 2010, o presidente Medvedev prometeu o esclarecimento público de todo o crime, declarando que "a Rússia tem dado vários passos em direção a esclarecer totalmente o legado do passado e continuaremos nesta direção".[86]

Apesar de todas estas evidências e dos diversos livros escritos incriminando os russos através dos anos,[87] [88] ainda hoje o Partido Comunista da Federação Russa, políticos russos pró-soviéticos,[89]monarquistas,[90] analistas dos meios de comunicação, pesquisadores como Yuri Jukov,[91] principal editor da Grande Enciclopédia Soviética, historiadores militares como Alexander Shirokorad e teóricos da conspiração,[92] continuam a negar a culpa da União Soviética no caso, alegam que os documentos tornados públicos são falsos, insistem nas alegações originais - que os poloneses foram mortos pelos nazistas em 1941 - e pedem uma nova investigação que revisaria as conclusões daquela encerrada em 2004.[93] [94]

 

Memoriais

As cruzes do memorial de Katyn.

Diversos memoriais sobre o massacre foram erguidos ao redor do mundo. Durante a Guerra Fria, o governo britânico impediu a construção de um grande memorial no Reino Unido. A União Soviética não queria que o massacre fosse relembrado e pediu aos britânicos, através de seu embaixador, que impedissem a construção do monumento. Para não criar um antagonismo político com os soviéticos, a construção foi adiada por anos.[95] Em julho de 1976, quando ele finalmente foi inaugurado em Londres, em meio a controvérsias, nenhum representante do governo apareceu.[95] Três anos depois, outro monumento foi eregido pela Sociedade Anglo-Polonesa em Staffordshire.[96]

Em 28 de julho de 2000, um memorial foi inaugurado na Rússia, no Cemitério de Guerra de Katyn, pelo Ministério da Cultura da Federação Russa e pelo Conselho para a Proteção da Memória da Luta e Martírio da Polônia. Nele, estão enterrados os restos de 4.412 oficiais poloneses.[97] Antes disso, o local tinha um monumento dedicado "às vítimas dos hitleristas".[98] No Canadá, uma grande escultura de metal foi erguida pela comunidade polonesa em Toronto.

Na África do Sul, em Joanesburgo um memorial homenageia os mortos de Katyn junto com os aviadores poloneses e sul-africanos que voaram em missões aéreas para jogar suprimentos aos combatentes do Levante de Varsóvia.[99]

Nos Estados Unidos, uma estátua dourada, conhecida como National Katyn Massacre Memorial (Memorial Nacional do Massacre de Katyn) está situada no centro da cidade de Baltimore. Outras estátuas lembrando o massacre fora instaladas em Nova Jersey, Doylestown e Niles.[100] Em Detroit, a comunidade polonesa ergueu um monumento de pedra branca em forma de cruz com uma placa, dentro de uma igreja católica.[101]

Na Ucrânia, foi erguido um complexo em honra aos 4 300 oficiais mortos na cidade de Piatykhatky, 14 km ao norte de Kharkov. O complexo memorial fica situado num lado do terreno de uma antiga casa de repouso para oficiais da NKVD. Crianças têm descoberto centenas de botões de uniformes militares poloneses brincando ao redor da área.[102]

 



Arte e literatura

O massacre de Katyn tem sido tema de filmes, livros biográficos, romances e artes plásticas em geral. O primeiro livro em inglês sobre o tema foi publicado em 1951 em Nova York por Józef Mackiewicz com o nome The Katyn Wood Murders. Ele é parte central no romance Enigma, de Robert Harris, e também do filme dirigido por Michael Apted e baseado no livro.[103] O maestro e compositor polonês Andrzej Panufnikescreveu um tema orquestral em 1967 chamado Epitáfio de Katyn em memória do massacre.[104]
Em 2007, o cineasta polonês Andrzej Wajda, cujo pai, capitão Jakub Wajda, foi assassinado enquanto preso em Kharkov pela NKVD, dirigiu um filme sobre o evento, que reconta a história de algumas mulheres (mães, esposas e filhas) de prisioneiros que morreram no massacre. O filme, chamado apenas Katyń (no Brasil, O Massacre de Katyn) tem seu roteiro baseado no livro póstumo de Andrzej Mularczyk Post mortem — A História de Katyn, em tradução livre. O filme foi indicado para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2007.[105]
Em 2008, o historiador britânico Laurence Rees produziu e dirigiu um documentário de seis horas de duração para a BBC intitulado World War II Behind Closed Doors: Stalin, the Nazis and the West, em que o massacre de Katyn é um dos temas centrais da obra.[106]

 

Ver também