segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

[724] ENOLOGIA - VINHOS ESPANHÓIS: VEGA SICILIA, UM ÍCONE ESPANHOL [Sommeliere, 27jun2014]



VEGA SICILIA, UM ÍCONE ESPANHOL 
[27jun2014]

Fonte: BLOG Sommeliere; Maria Uzêda; 27/06/2014 por crisapx
Acesso Edição RAS 2018-12-17

https://sommeliere.com.br/2014/06/27/vega-sicilia-um-icone-espanhol/

Uma visita à lendária vinícola Vega Sicilia é um privilégio muito especial concedido a poucos, pois não é aberta ao público, e nós, do Blog Sommelière, tivemos o prazer de viver essa experiência que agora compartilhamos com vocês, nossos leitores e amantes do vinho.

Muito bem recebidas e assessoradas pela simpática Yolanda, iniciamos ali o que seria uma inesquecível “viagem” através da história, da tradição e da arte, alicerces sobre os quais ergueu-se essa famosa vinícola, ícone da Espanha: a Vega Sicilia. Conta-se que a origem do nome vem daquela parcela de terra fértil (Vega) próxima ao rio Douro, habitada em tempos remotos pelos monges sicilianos (Sicilia) que ali já faziam vinho.

Localizada na região de Castilla Y Léon, na área da D.O. Ribeira Del Duero, próxima à cidade de Valladolid, a Vega Sicilia possui cerca de 900 hectares dos quais 200 são cobertos por vinhedos cuja maioria das cepas é de Tempranillo, com uma minoria de Cabernet Sauvignon, Merlot e Malbec que entram na composição do blend de seus vinhos.

Sua história se inicia em 1848, quando a Família Toríbio Lecanda adquiriu as terras do Marquês de Valbuena, uma propriedade utilizada, na época, para atividades agropecuárias. Em 1864, Eloy, filho de Toríbio, fundou a Bodega, dando início às primeiras produções com cepas procedentes da França.

Ao longo dos anos, a vinícola passou por diversos proprietários, sempre mantendo no entanto, uma inquestionável personalidade, produzindo vinhos concentrados, amadurecidos em carvalho, generosos e extremamente elegantes.


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No início do século XX, a figura do importante viticultor basco, Domingo Garramiola, foi crucial para alavancar os investimentos e aprimorar a qualidade da produção vinícola, focando no estilo que deu origem a um vinho com fruta profunda e perfumada e tremenda persistência.

Assim, em 1915, nascem os dois excepcionais vinhos que conhecemos até hoje: o Valbuena e o Único. Foram lançados, não para seguir o simples propósito de se fazer vinho, mas como uma amostra que simbolizasse o Poder. Por isso, sua distribuição inicial não atendia a uma proposta comercial e sim à classe da alta burguesia e à aristocracia.

Em 1929, a Vega Sicilia teve enorme reconhecimento graças ao prêmio de suas safras 1917/1918, recebido por ocasião da grande Exposição Universal de Barcelona.

Em 1982, a Família Alvarez, atual proprietária, compra a Vega Sicilia e investe para modernizar a Bodega e elevar os vinhos a padrões comerciais competitivos.



Em nossa visita, seguimos em companhia da Yolanda, percorrendo todos os ambientes correspondentes a cada etapa da produção dos vinhos e ficamos muito impressionados com as impecáveis instalações, a rigorosa higiene e as inúmeras obras de arte elegantemente integradas a vários espaços.

Uma das surpresas ficou por conta da Tonelaria que a Família, caprichosamente, montou na década de oitenta para produzir os barris de carvalho americano onde seus vinhos descansam e evoluem por longos períodos. Ela é equipada com modernas máquinas de precisão e tem artesãos treinados e experientes que passam sua sabedoria profissional de pai para filho.

A Vega Sicilia possui também a vinícola de Alión, adquirida em 1991 com a ideia de se fazer um vinho mais moderno com a tradição da região Ribera Del Duero. Além disso, existem vários outros projetos sendo desenvolvidos em outras regiões.

Na região da Hungria, por exemplo, em 1993, inicou-se o projeto da Bodega Tokaj Oremus que produz o Tokaji Aszú 5 Puttonyos, um dos vinhos de sobremesa mais nobres do mundo. Na região de Toro, uma das D.O. de Castilla Y León, o projeto da Bodega Pintia tem produzido o Pintia desde 2001. Outro projeto em Rioja, uma “joint venture” com franceses, produz os vinhos Mácan desde 2009.

Para culminar nossa visita, seguimos para a Sala de Degustação, instalada em meio a um belíssimo jardim (um encanto à parte). Degustamos cinco vinhos:
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1-     “OREMUS MANDOLAS” 2011 – REGIÃO DE TOKAJ.
Casta: Furmint
Vinho branco, com 13,5% de graduação alcoólica, passa 7 meses em barrica de carvalho húngaro, com meses “sur lie”. De coloração amarelo palha, possui aromas doces de mel e frutas brancas maduras; em boca muita leveza e frescor, um abacaxi maduro, um toque cítrico e a mineralidade dos solos vulcânicos da região. A alta acidez permite uma guarda de até seis anos.

2- “PINTIA” 2008 – REGIÃO DE TORO.
Casta: 100% Tinta de Toro (denominação da Tempranillo naquela região), 15% de graduação alcoólica.
Vinho que passa por fermentação malolática, envelhece em barricas novas por um ano e aguarda dois anos em garrafa antes de chegar ao mercado. É um vinho de coloração violeta, com aromas de frutas negras; em boca, é redondo e carnudo, com taninos marcantes. Vinho elegante e potente que pede comida.

3- “VEGA SICILIA VALBUENA” 2009 – REGIÃO RIBERA DEL DUERO.
Castas: 90% Tempranillo e 10% Malbec, com 14,5% de graduação alcoólica.
Vinho de coloração rubi com reflexos violáceos. No nariz, aromas fechados de início, liberando aos poucos um tostado e um tabaco; em boca, é bem encorpado, mostrando frutas negras, groselha, coco, baunilha e notas tostadas, com taninos bem presentes. Um vinho para ser bebido lentamente e curtido por horas.

4- “VEGA SICILIA ÚNICO” 2004 – REGIÃO RIBERA DEL DUERO.
Castas: 85% Tempranillo e 15% Cabernet Sauvignon, com 14% de graduação alcoólica.
Vinho que só chega ao mercado 10 anos após a safra. Possui coloração rubi com reflexos atijolados e bom halo de evolução. No nariz há frutas negras, um toque terroso e notas tostadas. Em boca, frutas negras em compota, bom corpo, taninos bem domados e coco notório. Vinho de guarda: dentro de 20 a 25 anos, haverá sempre um bom momento para se beber esse vinho.

5- “TOKAJI ASZÚ” 2000 – 5 PUTTONYOS – REGIÃO DE TOKAJI.
Castas: 60% Furmint, 20% Muscat e 20% Harslevelu.
Vinho doce com aromas complexos, predominando o mel; passa três anos envelhecendo e mais dois a três anos em garrafa antes de chegar ao mercado. Em boca, é untuoso, com uma combinação perfeita entre acidez e doçura, e ao final, uma longa e deliciosa persistência. Excelente!

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Após quase quatro horas de visitação, que nem sentimos passar, a verdade é que saímos de lá apaixonadas por um pedaço da Espanha.

O que adoro sobre vinhos é a história que há por trás deles. Por isso posso dizer que o vinho é um produto evocativo. Falar da Vega Sicilia é uma tarefa particularmente complexa, porque ela é muito mais do que uma grande Bodega com seus respeitáveis vinhos. Trata-se de uma empresa que evoca todo um passado, nos remete a uma trajetória que impõe respeito e deve ser exemplo para qualquer país produtor de vinhos.

No Brasil, você pode encontrar os vinhos da Vega Sicilia na Mistral (www.mistral.com.br).
MARIA UZÊDA


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PREÇOS DO VINHO VEJA SICILIA.(São Paulo, dez.2018)


R$ 3.400,00
DiVinho

R$ 4.505,64
Garrafeira Nacio...

R$ 575,50
DiVinho


R$ 546,48
Garrafeira Nacio...

R$ 1.320,24
Garrafeira Nacio...

R$ 5.181,71
Garrafeira Nacio...



R$ 2.104,23
Garrafeira Nacio...





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AVISO AOS NAVEGANTES!
NOTAS DO EDITOR do Blog Ronald.Arquiteto e do Facebook Ronald Almeida Silva:

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RONALD DE ALMEIDA SILVA
Rio de Janeiro, RJ, 02jun1947; reside em São Luís, MA, Brasil desde 1976.
Arquiteto Urbanista FAU-UFRJ 1972 / Registro profissional CAU-BR A.107.150-5
Blog Ronald.Arquiteto (ronalddealmeidasilva.blogspot.com)
Facebook ronaldealmeida.silva.1



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