PREFÁCIO RAS: 2018-12-12
A MAIS RECENTE CRISE GLOBAL DO SÉCULO XXI – 2018: DA FRANÇA PARA O MUNDO
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Foto internet
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(i) DESEMPREGO, (ii) EXPECTATIVA DE BAIXA QUALIDADE DE VIDA E (iii)
MIGRAÇÕES EM MASSA DE REFUGIADOS, UMA TRILOGIA PERFEITA PARA DETONAR AS VELHAS
ECONOMIAS E AS VELHAS POLÍTICAS.
Uma nova e turbulenta onda de insatisfação global contra projetos
econômicos neoliberais e a incompetência das classes políticas avança da FRANÇA
para outros países europeus.
50 anos após 1968 – exato meio século - a FRANÇA vive um grave tormento
de convulsão social e resistência feroz às políticas neoliberais de ajuste
fiscal: protestos violentos por todo o país não cessam mesmo com a derrota do
projeto MACRON de aumentar combustíveis e de arrocho fiscal.
Nesse caldeirão social em ebulição crescente reaparecem e
recrudescem protestos contra as políticas de absorção legal de migrantes e
refugiados de países em conflito, como as definidas no recente PACTO DE
MARRAKECH*. [ver matéria ao final desta edição]
Esse fenômeno das migrações em massa e a leniência de vários mandatários – como ANGELA MERKEL - enfurece várias camadas refratárias a esse liberalismo humanitário em momento em que mesmo as nações mais ricas não conseguem atender às novas demandas das suas respectivas populações autóctones. Não há emprego para todos e nem oportunidades suficientes de empregos qualificados para a maioria dos jovens.
Esse fenômeno das migrações em massa e a leniência de vários mandatários – como ANGELA MERKEL - enfurece várias camadas refratárias a esse liberalismo humanitário em momento em que mesmo as nações mais ricas não conseguem atender às novas demandas das suas respectivas populações autóctones. Não há emprego para todos e nem oportunidades suficientes de empregos qualificados para a maioria dos jovens.
Atualmente [2018], em todo o mundo, cerca de 258 milhões de pessoas
estão deslocadas ou são migrantes. Isso representa 3,4% da população mundial.
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Foto
internet.
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O MOVIMENTO DECOLA: Os protestos dos chamados “coletes amarelos”
franceses (iniciados em 17nov2018) se propagam pela União Européia e reverberam
em vários outros países, da HOLANDA à BULGÁRIA, passando pela ALEMANHA, BÉLGICA
e SÉRVIA.
Vejam cronologia e mais detalhes da crise dos protestos que
assolam a FRANÇA e ameaçam o Governo de EMMANUEL MACRON nas reportagens do
Portal G1 – Grupo GLOBO; Le Monde e outros veículos:
São Luís, Maranhão, Brasil. 12dez2018.
RONALD DE ALMEIDA SILVA, 71 anos.
Arquiteto Urbanista FAU-UFRJ 1972
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LE MONDE: «GILETS JAUNES» : UNE RÉVOLTE QUI DIVISE LES
INTELLECTUELS
[09dec2018]
[09dec2018]
Le
surgissement du mouvement des « gilets jaunes » est une aubaine tant
pour la gauche révolutionnaire que pour la droite identitaire, analyse le
journaliste du « Monde » NICOLAS TRUONG.
Source: Le Monde; Par Nicolas Truong Publié le 09 décembre
2018 à 20h29
Temps deLecture 4 min. / Article réservé aux abonnés
Acesso / Edição RAS 2018-12-12
ANALYSE.
Avant d’être le signe
d’une division, les « gilets jaunes » sont l’emblème d’une communion.
Des libéraux aux socialistes, des identitaires aux anarchistes, de l’essayiste ALAIN FINKIELKRAUT à l’écrivaine ANNIE ERNAUX, du philosophe LUC FERRY au romancier EDOUARD LOUIS, tous
endossent la cause des « gilets jaunes ».
Une convergence qui recoupe, de ronds-points bloqués en murs
tagués, certaines alliances de circonstances. Mais l’unanimisme apparent masque
de nombreuses divergences.
Une partie de l’intelligentsia médiatique, plutôt majoritaire,
campe une France coupée en deux, divisée entre les prolos et les bobos, les
citadins et les ruraux. La thèse
du géographe CHRISTOPHE GUILLUY, à
nouveau déclinée dans No society.
LA FIN DE LA CLASSE MOYENNE OCCIDENTALE (Flammarion, 242 pages, 18 euros), qui oppose les grandes métropoles
mondialisées aux territoires périurbains formés par une classe moyenne
paupérisée, est devenue son mantra.
Transformant une simplification géographique en caricature
idéologique, le pamphlétaire identitaire ERIC
ZEMMOUR explique que deux France
se font face:
Ø celle des
« gilets jaunes », composée d’une « majorité d’homme blancs
entre 30 et 50 ans »parée de toutes les vertus – de la dignité à la
francité –,
Ø et celle des
« minorités », des gauchistes et des mouvements féministes qui
défilaient, notamment le samedi 24 novembre (comme si on ne pouvait pas
être à la fois insurgé contre les inégalités sociales et remonté contre les
violences sexistes).
Une « situation populiste », résume la
philosophe belge CHANTAL MOUFFE,
auteure de POUR UN POPULISME DE GAUCHE (Albin Michel, 144 pages, 14 euros)
et proche des « Insoumis » de JEAN-LUC
MÉLENCHON, à savoir une polarisation du conflit politique entre « ceux
d’en haut » et « ceux d’en bas ».
Un « moment poujadiste », corrige le
philosophe BERNARD-HENRI LÉVY,
directeur de la revue La Règle du jeu, qui oppose « ceux qui ont de
la mémoire » – des émeutes fascisantes unissant les
« rouges » et les « bruns » – à « ceux qui n’en
ont pas ».
Une vision, plutôt minoritaire, soutenue par DANIEL COHN-BENDIT et ROMAIN
GOUPIL, mais dépassant le cercle des écolos libéraux-libertaires, qui
estiment que ce soulèvement n’est pas révolutionnaire et qu’il contient, au
contraire, les ferments d’une dérive autoritaire : «En 1968, on se battait contre un
général au pouvoir. Les
“gilets jaunes”, aujourd’hui, demandent un général au pouvoir», déclare l’ancien leader du Mouvement du 22 mars.
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CRISE DOS 'COLETES AMARELOS': AS FASES DE PROTESTO INÉDITO NA
FRANÇA
[G1; 12dez2018]
[G1; 12dez2018]
Ø No sábado,
17 de novembro 2018, o
primeiro dia de protestos, com bloqueios em estradas e rodovias, reúne
cerca de 290 mil
manifestantes em toda a França, em uma ação incomum, organizada fora de
qualquer partido ou sindicato.
Ø Durante o
dia dos protestos, uma pessoa morreu e 227 ficaram feridas, sete delas
gravemente.
Ø Em quatro dias, os protestos deixaram 530 feridos
e uma segunda vítima fatal.
Fonte: Portal G1 - Grupo GLOBO; Por
France Presse; 11/12/2018 16h50;
Acesso / Edição RAS 2018-12-12
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FOTO 01: Imagem de 19 de novembro 2018
mostra manifestantes 'coletes amarelos' protestando na avenida
Champs-Elysees, em Paris — Foto: Kamil Zihnioglu / AP Photo
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[1] [O
PRINCÍPIO]
Movimento
começou com manifestações contra aumento de imposto sobre combustíveis, mas
teve pauta ampliada. Novas mobilizações já foram convocadas para quinto fim de
semana consecutivo, apesar de medidas anunciadas pelo presidente Macron.
O movimento
dos "coletes amarelos", que começou contra o aumento do imposto sobre
o combustível e agora reflete uma insatisfação social mais ampla, abala a
França há semanas.
Estas foram
as fases do movimento, desde as primeiras mobilizações até o discurso de
segunda-feira à noite do presidente EMMANUEL MACRON.
[2] O VÍDEO DE UMA DESCONHECIDA
Em um vídeo no Facebook, em 18 de outubro 2018, JACLINE MOURAUD, uma desconhecida,
apela para "SENHOR MACRON"
denunciando "a caça por motoristas". Este vídeo rapidamente se tornou
viral. A petição "Pela redução do
preço dos combustíveis", lançada em maio por PRISCILLA LUDOSKY, varejista de cosméticos, supera 1 milhão de
assinaturas em outubro. As convocações para bloquear as estradas se multiplicam
nas redes sociais.
[3]
'MOBILIZAÇÃO GERAL'
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FOTO 02: Manifestantes de 'coletes amarelos'
protestam contra o aumento dos preços do combustível e do petróleo em
Vendenheim, no leste da França, em 17 de novembro — Foto: Frederick
Florin/AFP
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No sábado, 17 de novembro 2018, o primeiro dia de protestos,
com bloqueios em estradas e rodovias, reúne cerca de 290 mil manifestantes em
toda a França, em uma ação incomum, organizada fora de qualquer partido ou
sindicato.
Durante o dia dos protestos, uma pessoa morreu e 227 ficaram
feridas, sete delas gravemente.
"O objetivo que estabelecemos é bom e vamos mantê-lo", diz
no dia seguinte o primeiro-ministro, ÉDOUARD
PHILIPPE.
O ministro do Interior, CHRISTOPHE
CASTANER, denuncia a "deriva total" do movimento em
20 de novembro 2018. Em quatro dias, os protestos
deixaram 530 feridos e uma segunda vítima fatal.
[4] 'SEGUNDO
ATO'
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FOTO 03: Protesto com coletes amarelos
chega a avenida do Champs-Elysees, em Paris — Foto: REUTERS/Benoit Tessier
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No sábado, 24 de novembro 2018, no
"segundo ato" de sua mobilização, vários milhares de
manifestantes se opõem às forças de segurança nos Champs-Elysées, em Paris. Os confrontos deixam 24 feridos, 5 deles entre as forças de segurança e
101 detentos.
CASTANER critica a
"extrema direita". Mas os partidos da oposição censuram o governo por
ter reduzido o movimento à violência sem pensar nas demandas.
Um balanço provisório oficial registra mais de 106 mil
manifestantes na França, 8 mil deles em Paris.
[5] ENCONTRO FRACASSADO
Na terça-feira, 27 de novembro 2018, EMMANUEL MACRON anuncia que quer adaptar a TAXAÇÃO DE COMBUSTÍVEIS às flutuações de preços, bem como organizar
um "grande acordo" em nível nacional.
Dois integrantes dos "coletes amarelos", PRISCILLA LUDOSKY e ERIC DROUET, encontram-se com o ministro da Transição Ecológica, FRANÇOIS DE RUGY.
Após a entrevista, não convencidos, os "coletes
amarelos" pedem uma nova manifestação no sábado, 1º de dezembro 2018, na
Champs-Elysées.
Nesta quinta-feira, o primeiro-ministro recebeu um "colete
amarelo" pela primeira vez. No dia seguinte, mais dois se encontram com
ele, mas um deles deixa o local rapidamente porque a reunião não é transmitida
ao vivo.
[6]
'TERCEIRO ATO': CAOS EM PARIS
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FOTO 04: Carro queimado após protestos dos coletes-amarelos em
Paris — Foto: Reuters/Benoit Tessier
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No sábado,
1º de dezembro 2018, o
terceiro grande dia de mobilizações resultou em incidentes
violentos em várias cidades da França e especialmente em Paris, onde cenas de
guerrilha urbana são produzidas no Arco do Triunfo e em vários bairros
prósperos.
Neste dia, uma terceira pessoa morreu em decorrência dos protestos.
Cerca de 136
mil manifestantes participam dos protestos em todo o país, menos que no sábado
anterior, depois que as autoridades revisaram o balanço para 166 mil.
Foram registrados 263 feridos e, em Paris, 370 foram detidos.
[7] REUNIÕES
DE CRISE
Em seu
retorno do G20 na Argentina, Emmanuel Macron anuncia uma reunião de crise no
Palácio do Eliseu em 2 de dezembro.
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FOTO 05: Um homem corre na frente de um [caminhão de] lixo em
chamas em Marselha, no sul da França, durante uma manifestação de estudantes
secundaristas contra as reformas da educação do governo francês — Foto:
Gerard Julien/AFP
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Em Marselha, uma mulher de 80 anos morre pelos ferimentos sofridos pelo
lançamento de uma bomba de gás lacrimogêneo.
Em todo o
país, barreiras e bloqueios de tanques de combustível continuam, e os primeiros
relatos de falta de combustível aparecem.
Estimulados
pelos protestos, um movimento de estudantes do ensino médio contra reformas na
educação paralisa a operação de 188 liceus na França.
[8] MORATÓRIA
E DEBATE
Na
terça-feira, 04dez2018, EDOUARD PHILIPPE
anunciou a suspensão
por seis meses do aumento dos impostos sobre combustível e o
endurecimento do controle técnico dos carros. O governo também congelará os preços da eletricidade e do gás
"durante o inverno".
No dia seguinte [05dez2018], a presidência recua e anuncia
o cancelamento definitivo do aumento de impostos sobre combustível.
O
primeiro-ministro também anuncia um debate a nível nacional, na qual participam
organizações sindicais e patronais, ONG, autoridades locais e deputados.
A oposição e
vários "coletes amarelos" consideram estas medidas insuficientes.
[9] QUARTO
SÁBADO DE PROTESTOS TENSOS
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FOTO 06: Policiais prendem um manifestante durante protestos em
Paris, no dia 8 de dezembro — Foto: Benoit Tessier/Reuters
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Os coletes
amarelos participam no dia 8 de dezembro 2018 do quarto
sábado de protestos, sob um dispositivo policial "excepcional"
formado por 89 mil agentes das forças de segurança, dos quais 8 mil em Paris.
Veículos blindados também foram implantados na capital francesa.
Segundo dados do governo, 125 mil pessoas participaram dos protestos,
em que mais de 1,7 mil pessoas foram detidas e 320 ficaram feridas.
[10]
ANÚNCIOS DE MACRON
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FOTO 07: O presidente francês Emmanuel Macron durante
pronunciamento à nação, transmitido do Palácio Eliseu, em Paris, na
segunda-feira (10) — Foto: Ludovic Marin/Pool/AFP
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EMMANUEL MACRON reconhece em 10 de dezembro 2018, em
discurso televisionado, que entende "como justa, em muitos
aspectos", a "raiva profunda" dos franceses.
Anuncia um
aumento de 100 euros no salário daqueles que recebem apenas o salário mínimo e
que as horas extras serão pagas "sem impostos" complementares. Mas
confirma que não vai restabelecer o Imposto
Solidário sobre a Fortuna (ISF), uma das principais exigências dos "coletes amarelos".
Insatisfeitos
com os anúncios, os "coletes amarelos" convocam
novos protestos para o sábado seguinte, dia 15 de dezembro 2018.
PROTESTOS DOS COLETES AMARELOS NA
FRANÇA
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DA HOLANDA À BULGÁRIA, 'COLETES AMARELOS' SURGEM POR TODA A EUROPA
[06dez2018]
Enquanto a
França [treme e] teme mais violência nas ruas, a causa [da resistência feroz
aos projetos econômicos neoliberais e de ajuste fiscal] tem se estendido por
toda a Europa, da Alemanha à Sérvia, passando por Bélgica, Bulgária e Holanda.
Fonte: Portal G1 - Grupo GLOBO; Por
RFI; 06/12/2018 17h56 Atualizado há 6 dias
Acesso / Edição RAS 2018-12-12
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FOTO 01: Manifestantes com coletes amarelos entram
em confronto com policiais em Bruxelas, na Bélgica, no dia 30 de novembro 2018
— Foto: Reuters/Yves Herman
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[1]
[O MOVIMENTO DECOLA]
O movimento dos “coletes amarelos” continua, apesar
da suspensão das novas taxas sobre os combustíveis, anunciada na quarta-feira (05dez2018)
pelo primeiro-ministro francês, EDOUARD
PHILIPPE. Nas redes sociais, mais uma manifestação está sendo organizada para o sábado (08dez2018)
em Paris.
Enquanto a França
teme mais violência nas ruas, a causa tem se estendido por toda a Europa, da Alemanha à Sérvia, passando por Bélgica e Holanda.
Os “coletes amarelos” belgas também protestam contra
o preço dos combustíveis. A última mobilização no país vizinho da França foi no dia 30 de novembro, com
reivindicações similares aos franceses. Em um ano, o preço do diesel aumentou
em 15% na Bélgica.
Mas, como na França,
o movimento passou a denunciar outros problemas, como o peso dos impostos, que
atrapalha o poder aquisitivo, e as medidas de austeridade do governo. Em Bruxelas, os protestos também
terminaram em quebra-quebra, com algumas viaturas queimadas e o uso, por parte
da polícia, de canhões de água para dispersar a multidão.
Na Holanda,
cerca de 120 “coletes amarelos” se manifestaram no dia 1º de dezembro 2018, ao
mesmo tempo em que acontecia o “terceiro ato” da mobilização na França. Eles se reuniram diante do
Parlamento holandês para protestar contra a queda do poder aquisitivo, como os
belgas e os franceses.
Segundo o jornal "Le Figaro", cerca de 50
manifestantes também bloquearam a rodovia A2 em Maastricht. O organizador do bloqueio foi detido, assim como outros
três “coletes amarelos”. Um novo protesto está previsto para o próximo sábado
em Amsterdã. Na página do movimento
holandês, eles já são 12 mil, contra 2 mil na semana passada.
[2] “COLETES AMARELOS” DA EXTREMA DIREITA
No sábado (01dez2018), três movimentos da extrema
direita organizaram um “encontro de coletes amarelos” no centro de Berlin: o PEGIDA, que luta “para acabar com a
‘islamização’ do ocidente”, o coletivo contra a imigração, ZUKUNFT HEIMAT (“Com a pátria”, em português), e o grupo MERKEL-MUSS-WEG-MITTWOCH, que faz
oposição à chanceler alemã, ANGELA
MERKEL. Cerca de 1.000 pessoas compareceram.
Em Munique,
os “coletes amarelos” alemães também protestaram. As reivindicações são
diferentes das que foram vistas na França,
na Bélgica e na Holanda: eles pedem o fim do PACTO
DE MARRAKECH*,
aprovado nesta semana pela Assembleia alemã. O texto prevê “migrações seguras,
organizadas e regulares”.
(*) PACTO
GLOBAL POR UMA MIGRAÇÃO ORDENADA, REGULAR E SEGURA [ONU 10dez2018]
“Nosso combate se junta ao dos ‘coletes amarelos’
franceses. Aqui, queremos que MERKEL parta. Na França, querem que MACRON peça
demissão. Mas, no fundo, temos o mesmo objetivo : dar poder aos povos da
Europa, acabar com essas políticas inconsequentes que dão direitos aos
estrangeiros, enquanto os europeus são tratados como cidadãos de segunda
classe”,
disse um manifestante ao jornal "Le Monde".
[3] COLETE AMARELO NO PARLAMENTO
Na Bulgária,
milhares de pessoas, incluindo “coletes amarelos”, bloquearam grandes rodovias,
incluindo zonas da fronteira entre o país, a Turquia e a Grécia, em
18 de novembro 2018, dia seguinte à primeira manifestação francesa. Eles também
protestam contra o aumento no preço dos combustíveis. Na capital, Sofia, dezenas de manifestantes
fecharam avenidas, gritando “máfia” e “demissão”.
Na Sérvia,
um deputado da oposição, BOSKO OBRADOVIC,
apareceu no Parlamento com um colete amarelo, para denunciar o alto valor da
gasolina no país. “Queremos preços normais para o combustível, ou vocês terão
‘coletes amarelos’ nas ruas”, alertou o político, líder do partido da direita
nacionalista, Dveri.
OBRADOVIC ressaltou que
EMMANEUL MACRON negociou com os
“coletes amarelos” franceses, enquanto o “poder [sérvio] não quis falar a seus
cidadãos que, pacificamente, exprimiram descontentamento com o preço da
gasolina”. Em junho, diversas cidades da Sérvia
tiveram manifestações contra o aumento do valor dos combustíveis.
PACTO MUNDIAL* PARA A MIGRAÇÃO DA ONU É APROVADO EM CONFERÊNCIA NO
MARROCOS
[G1; 10dez2018]
(*)
PACTO GLOBAL POR UMA MIGRAÇÃO ORDENADA, REGULAR E SEGURA [ONU 10dez2018]
1. Acordo deve
ser ratificado em 19 de dezembro 2018 na Assembleia Geral das Nações Unidas.
2. Brasil
assinou tratado, mas governo Bolsonaro pretende deixar o pacto.
Fonte: Portal G1 - Grupo GLOBO; Por
France Presse; 10/12/2018; 08h27
Acesso / Edição RAS 2018-12-12
[1] [O PACTO
DE MARRAKECH, CAPITAL DO MARROCOS, ÁFRICA]
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FOTO 01: Sede de conferência sobre migração em Marrakech, no
Marrocos — Foto: Abderrahmane Mokhtar/Reuters
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Representantes
de quase 160 países aprovaram formalmente o PACTO MUNDIAL PARA MIGRAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS nesta segunda-feira
(10dez2018), em MARRAKECH, no Marrocos.
O Brasil,
ainda representado pelo ministro das Relações Exteriores, ALOYSIO NUNES,
assinou o acordo – mas o governo JAIR BOLSONARO
afirmou que vai se retirar do pacto (leia mais no fim da reportagem).
O
secretário-geral da ONU,
[o português] ANTONIO GUTERRES,
destacou os esforços para a assinatura do pacto e afirmou que os países
"não devem sucumbir ao medo da migração".
No discurso
de abertura, ele denunciou as "muitas mentiras" sobre o texto, que
recebeu críticas de nacionalistas e dos partidários do fechamento das
fronteiras.
O pacto, que
pretende reforçar a cooperação internacional para uma "migração segura, ordenada e regular", ainda deve passar
por uma última votação de ratificação em 19 de dezembro 2018 na Assembleia
Geral da ONU.
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FOTO 02: Um migrante, parte da caravana de milhares que seguem
pela América Central rumo aos EUA, caminha na lama após tomar um banho em um
abrigo temporário em Tijuana, no México — Foto: Lucy Nicholson/Reuters
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A
conferência de Marrakech deveria ser
uma etapa puramente formal do processo, mas, como o tema provoca paixões,
alguns países anunciaram sua retirada, ou o congelamento de sua decisão sobre o
pacto.
Embora não
tenha publicado uma lista oficial, quase 160 dos 193 países representados na ONU tinham confirmado presença em Marrakech, uma centena deles com chefes
de Estado, de Governo, ou ministros.
[2] O QUE
PREVÊ O PACTO?
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FOTO 03: Migrante venezuelano em campo de refugiado em Bogotá,
na Colômbia — Foto: Ivan Valencia/AP Photo
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Atualmente, em todo o mundo, cerca de 258 milhões de pessoas estão
deslocadas ou são migrantes. Isso representa 3,4% da população mundial.
O pacto, não
vinculante, destaca princípios (defesa dos direitos humanos, das crianças,
reconhecimento da soberania nacional) e enumera propostas para ajudar os países
a enfrentar as migrações, como o intercâmbio de informação e de experiências,
ou a integração dos migrantes.
Também proíbe
as detenções arbitrárias e apenas autoriza as prisões como medida de último
recurso.
Os ativistas
dos direitos humanos consideram que o acordo não vai longe o suficiente em
termos de ajuda humanitária, serviços básicos e direitos trabalhistas dos migrantes.
Seus críticos o consideram uma incitação aos fluxos migratórios sem controle.
[3] OPOSIÇÃO
DOS EUA
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FOTO 04: O presidente dos EUA, Donald Trump, assina uma ordem
executiva sobre a política de imigração, na Casa Branca, em Washington —
Foto: Leah Millis/Reuters
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Os Estados Unidos se
retiraram da elaboração do texto em dezembro de 2017 por considerá-lo contrário
à política migratória do presidente americano, DONALD TRUMP.
Até agora, nove países se
retiraram do processo, após sua aprovação em 13 de julho em Nova York:
i.
ÁUSTRIA
ii.
AUSTRÁLIA
iii.
CHILE
iv.
ESLOVÁQUIA
v.
HUNGRIA
vi.
LETÔNIA
vii.
POLÔNIA
viii.
REPÚBLICA DOMINICANA
ix.
REPÚBLICA TCHECA
Outros seis solicitaram mais
tempo para consultas internas, segundo Louise Arbor, representante especial da
ONU para migrações:
i.
BÉLGICA
ii.
BULGÁRIA
iii.
ESLOVÊNIA
iv.
ESTÔNIA
v.
ITÁLIA
vi.
SUÍÇA
Na
sexta-feira (07dez2018), os Estados Unidos lançaram um novo ataque ao pacto. "As
decisões sobre a segurança das fronteiras, sobre quem é autorizado a residir,
ou a obter cidadania legalmente, são algumas das decisões soberanas mais
importantes de um país", ressaltou a missão diplomática americana
na ONU em um comunicado.
Nos últimos
meses, Washington se esforçou para partilhar sua opinião sobre o pacto com
outros países signatários, especialmente na Europa, de acordo com diplomatas da
ONU.
[4] E O
BRASIL?
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FOTO 05: O presidente eleito Jair Bolsonaro e o futuro ministro
das Relações Exteriores, Ernesto Araújo — Foto: Alvaro Costa/TV Globo
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O atual
ministro das Relações Exteriores, ALOYSIO
NUNES, confirmou a assinatura do acordo. No entanto, ele admitiu nesta
terça-feira (11dez2018) que o governo
JAIR BOLSONARO pode se desassociar
do pacto – medida que o futuro Itamaraty, comandado por ERNESTO
ARAÚJO, já anunciou que vai tomar.
"O
Pacto não é incompatível com a realidade brasileira. Somos um país multiétnico,
formado por migrantes, de todos os quadrantes", defendeu NUNES, pelo Twitter.
A questão é sim uma questão global. Todas as regiões do mundo
são afetadas pelos fluxos migratórios, ora como pólo emissor, ora como lugar
de trânsito, ora como destino. Daí a necessidade de respostas de âmbito
global.
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Aloysio Nunes: ✔@Aloysio_Nune
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O Pacto tampouco autoriza migração indiscriminada. Basta olhar
seu título. Busca apenas servir de referência para o ordenamento dos fluxos
migratórios, sem a menor interferência com a definição soberana por cada país
de sua política migratória.
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Ainda na
segunda-feira, o futuro ministro ARAÚJO
criticou o pacto da ONU. Ele classificou o acordo como "instrumento inadequado para
lidar com o problema", ponderando que a "imigração é bem vinda, mas
não deve ser indiscriminada".
"A
imigração não deve ser tratada como questão global, mas sim de acordo com a
realidade e a soberania de cada país", analisou ARAÚJO, pelo Twitter.
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Para
facilitar a leitura, reproduzo aqui, em conjunto, o texto dos meus três
tweets desta noite sobre o tema das migrações:
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AVISO AOS NAVEGANTES! Internet civilizada:
NOTAS DO EDITOR do Blog
Ronald.Arquiteto e do Facebook Ronald Almeida Silva:
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publicados - NÃO CONSTAM da edição original deste documento (mensagem, artigo;
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ortográficos foram acrescidos meramente com intuito pedagógico de facilitar a
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original.
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Arquiteto Urbanista FAU-UFRJ 1972
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Rio de Janeiro, RJ, 02jun1947;
reside em São Luís, MA, Brasil desde Nov.1976.
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