FACEBOOK RAS nº 3.524 (11jul2018): SOBRE O “NOTÓRIO SABER JURÍDICO”
DO ENTÃO ADVOGADO GERAL DA UNIÃO E HOJE MINISTRO DO STF NOMEADO POR DILMA ROUSSEFF POR BONS SERVIÇOS PRESTADOS COMO
ADVOGADO DILIGENTE DO PT E REPRESENTANTE OFICIAL DO PRESIDENTE LULA NA CERIMÔNIA
DO CENTENÁRIO DA ACADEMIA MARANHENSE DE LETRAS EM SÃO LUÍS [em 10ago2008].
É O
CURRÍCULO QUE DIZ QUEM É TOFFOLI, NÃO EU!
Ø O currículo
do jovem Advogado Geral da União, JOSÉ ANTÔNIO DIAS TOFFOLI, que vai fazer 42
anos em novembro, tem 34.397 toques — sem espaço — e 6.510 palavras.
Ø É coisa pra
chuchu. Impressiona. Diante de tal portento, a gente logo sente palpitar a
tentação de apelar a Hipócrates, mas na versão em latim, que […]
Fonte: Por Reinaldo Azevedo;
22 fev 2017, 13h06 - Publicado em 6 set 2009, 08h43
Acesso RAS 2018-07-11
O currículo do jovem Advogado
Geral da União, José Antônio DIAS TOFFOLI, que vai fazer 42 anos em novembro,
tem 34.397 toques — sem espaço — e 6.510 palavras. É coisa pra chuchu.
Impressiona. Diante de tal portento, a gente logo sente palpitar a tentação de apelar a Hipócrates, mas na versão em latim, que ganhou o mundo: “Ars longa, vita brevis” – a arte é longa, a vida é breve.
Impressiona. Diante de tal portento, a gente logo sente palpitar a tentação de apelar a Hipócrates, mas na versão em latim, que ganhou o mundo: “Ars longa, vita brevis” – a arte é longa, a vida é breve.
É claro que o sentido original tem de passar por uma ligeira torção. O autor fazia uma espécie de lamento: tanto há a fazer, e é tão curta a vida.
A julgar pelo volume do currículo, TOFFOLI é mais feliz do que Hipócrates: parece já ter feito tanto em vida ainda tão curta! Estaria, assim, caracterizado o notório saber que justificaria a sua nomeação para o Supremo Tribunal Federal (íntegra aqui). Será?
Algumas pessoas reclamaram: “Você está superestimando os dois concursos para juiz de primeiro grau em que ele foi reprovado; isso não quer dizer grande coisa”.
Bem, já respondi devidamente: se a reprovação não impede a nomeação, não pode servir como uma distinção, não é mesmo? Se elas não negam o seu notório saber, ele não se torna notoriamente sábio por ter sido reprovado.
Estamos ainda, como se vê, em
busca do notório saber de TOFFOLI — para ocupar uma vaga no Supremo, bem
entendido! Foi o que me levou a seu currículo. É claro que ninguém é obrigado a
prestar concurso para juiz de primeiro grau se quer, um dia, integrar o
Supremo.
Se prestar, no entanto, convém ser aprovado. Vá lá: naqueles dois anos em que fez a prova, TOFFOLI poderia não estar muito bem, não deu sorte, fez a prova em jejum, sei lá eu. Acontece.
Então fui ao seu currículo em busca das evidências de que construiu o “notório saber” depois.
Se prestar, no entanto, convém ser aprovado. Vá lá: naqueles dois anos em que fez a prova, TOFFOLI poderia não estar muito bem, não deu sorte, fez a prova em jejum, sei lá eu. Acontece.
Então fui ao seu currículo em busca das evidências de que construiu o “notório saber” depois.
Formou-se bacharel em direito,
pela Universidade de São Paulo, em 1990. O doutorado, ele o fez na… Ops!
Ele não fez doutorado.
Também não fez mestrado.
Nada impede um advogado, mesmo sem essas qualificações acadêmicas — nem todo mundo se dá bem na carreira universitária —, de escrever livros sobre a sua área.
Eu diria até que pode haver algo de especialmente charmoso nisso. O autor se torna, assim, uma espécie de livre-pensador, articulando, muitas vezes, um pensamento original, mas vital, fora dos cânones.
Acontece que TOFFOLI também não escreveu livro nenhum.
Então estamos assim até agora [2009]:
Ele não fez doutorado.
Também não fez mestrado.
Nada impede um advogado, mesmo sem essas qualificações acadêmicas — nem todo mundo se dá bem na carreira universitária —, de escrever livros sobre a sua área.
Eu diria até que pode haver algo de especialmente charmoso nisso. O autor se torna, assim, uma espécie de livre-pensador, articulando, muitas vezes, um pensamento original, mas vital, fora dos cânones.
Acontece que TOFFOLI também não escreveu livro nenhum.
Então estamos assim até agora [2009]:
– ele foi reprovado duas vezes em
concurso para juiz de primeiro grau;
– ele não fez doutorado ou
mestrado;
– ele não é autor de livro
nenhum.
A justificar a sua condição de “favorito” para a vaga no STF só mesmo a sua proximidade com o PT. Advogava para Lula e para o partido quando a legenda pagou Duda Mendonça em dólares, no exterior, com “recursos não-contabilizados”. Adiante.
E como é que, sem aprovação em
concurso, sem doutorado, sem mestrado, sem livros, fez-se um currículo daquele?
Bem, ao ler a página, ficamos sabendo, por exemplo, que, como advogado geral da
União, ele já produziu 19 súmulas, 4 pareceres e
ASSINOU 3.284 manifestações protocoladas no STF e outros 280 memoriais distribuídos no tribunal.
ASSINOU 3.284 manifestações protocoladas no STF e outros 280 memoriais distribuídos no tribunal.
FICA, ASSIM, CLARO QUE ELE NÃO
CHEGOU NEM À ADVOCACIA GERAL POR CAUSA DO SEU CURRÍCULO. ELE FOI NOMEADO PARA
PRODUZIR CURRÍCULO. O MESMO ACONTECERIA CASO FOSSE PARA O SUPREMO.
Dos 34.397 toques, nada menos de 8.136 — 23,65% — são reservados às 91 entrevistas que concedeu. Na verdade, nem é bem isso: às vezes, ele lista intervenções em programas jornalísticos de TV, em que é apenas uma das pessoas ouvidas.
Há lá um item curioso chamado “Defesa de importantes políticas governamentais”: dedica-lhe 1.108 toques. É como se, sei lá, um pediatra fizesse questão de destacar: “Cuida da saúde de crianças”.
Há o item “Publicações” nesta sua biografia intelectual e profissional? Há, sim. São os 342 toques (na verdade, 267) que seguem abaixo, na íntegra, correspondendo a 1% do total:
6.1.1. A Constitucionalidade da
Lei de Biosegurança (sic) – Coletânea de Estudos Jurídicos em
comemoração ao Bicentenário da Justiça Militar do Brasil. Brasília, Editora
STM, 2008, 1ª edição.
6.1.2. A Excelência da Advocacia
Pública na Defesa do Estado e do Cidadão. Jornal Valor Econômico, 04 de
fevereiro de 2009.
6.1.3. A Excelência da Advocacia
Pública. Jornal O Estado do Maranhão, 08 de fevereiro de 2009.
É o que o “notório saber
jurídico” de TOFFOLI produziu até agora em letra impressa — observando que,
acima, o mesmo artigo aparece duas vezes porque publicado em jornais
diferentes.
O que realmente dá corpo ao documento são as palestras e participações em seminários — 113 ao todo, 14.977 toques (43,54%).
O que realmente dá corpo ao documento são as palestras e participações em seminários — 113 ao todo, 14.977 toques (43,54%).
Não estou desmerecendo TOFFOLI.
Nada mais faço do que chamar a atenção para informações que ele mesmo tornou disponíveis.
E elas demonstram por que ele não tem condições — não por enquanto — de ser
ministro do Supremo Tribunal Federal.
Aquelas duas reprovações eram dados que NÃO CONTRIBUÍAM PARA PROVAR o seu “notório saber jurídico”; o seu currículo traz dados que PROVAM QUE ELE NÃO TEM “notório saber jurídico”.
Aquelas duas reprovações eram dados que NÃO CONTRIBUÍAM PARA PROVAR o seu “notório saber jurídico”; o seu currículo traz dados que PROVAM QUE ELE NÃO TEM “notório saber jurídico”.
Um candidato ao STF que tem dois
míseros artigos listados no capítulo “Publicações” deveria ser o primeiro a
reconhecer que se trata de um passo muito maior do que a sua perna pode dar.
Insistir na postulação revela uma de duas coisas, e nenhuma é boa: ou se trata
de alguém com excesso de amor próprio — incapaz de ver-se com olhos minimamente
críticos — ou sem amor próprio nenhum: está disposto a cumprir uma tarefa a
qualquer custo, pouco importando o ridículo por que possa passar.
É legítima a pretensão de TOFFOLI
de integrar o Supremo.
Mas ele tem de fazer por merecer. O direito tem de vir a ser grato por seus serviços.
Por enquanto, gratos lhe são apenas o PT e Lula, seu cliente até outro dia.
Mas ele tem de fazer por merecer. O direito tem de vir a ser grato por seus serviços.
Por enquanto, gratos lhe são apenas o PT e Lula, seu cliente até outro dia.
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tese ou reportagem). Os mencionados adendos ortográficos foram
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compreensão e a captação mnemônica dos fatos mais relevantes da mensagem por um
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RONALD DE ALMEIDA SILVA
Rio de Janeiro, RJ, 02jun1947; reside em São
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Arquiteto Urbanista FAU-UFRJ 1972 / Registro
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