[110] URBANISMO E MOBILIDADE URBANA E RURAL (22): SLZ - PAITT 1977 e outros Planos e Projetos para Melhoria do Transporte e Trânsito e da Mobilidade Urbana e Rural no Município de São Luís no período 1977-2014

São Luís, Patrimônio Cultural Nacional e Mundial, Maranhão

PAITT SLZ-MA 1977

Plano de Ação Imediata de Transporte e Trânsito da São Luís, MA, 1977.

E outros Planos e Projetos para Melhoria do Transporte e Trânsito e da Mobilidade Urbana e Rural no Município de São Luís no período 1977-2014

[Reportagem 01/03]

[TV Mirante:] PROBLEMAS DO TRANSPORTE PÚBLICO DE SÃO LUÍS [2014] são mostrados em série

 

Repórteres Alex Barbosa e Jéssica Melo embarcaram em linhas integradas.

Disputa por espaço nos coletivos e assaltos são as principais reclamações.

Fonte: TV Mirante / Rede Globo; portal g1

Repórteres: Alex Barbosa e Jéssica Melo; TV Mirante

Publicado em 31/03/2014; 20h52 - Atualizado em; 31/03/2014; 21h02

http://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2014/03/problemas-do-transporte-publico-de-sao-luis-sao-mostrados-em-serie.html12 comentários

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Acesso em 2015-09-10

A rotina de quem precisa pegar ônibus diariamente em São Luís é o tema de uma série que começou a ser exibida, nesta segunda–feira (31), no JMTV 2ª Edição. Os repórteres Alex Barbosa e Jéssica

Melo embarcaram nos coletivos para mostrar o sufoco dos passageiros na hora da volta para casa.

De acordo com a Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT),:

Ø  A frota atual [2014] de ônibus em São Luís é de 1.180 coletivos.

Ø  O total de usuários do sistema integrado é de 550 mil pessoas.

Ø  Dados do Censo do IBGE [2010], mostram que a capital maranhense tem 1.014.837 habitantes,

Ø  [o que dá uma] média um ônibus para cada 860 moradores.

Barbosa viu como funciona a linha Calhau-Litorânea, que tem o maior número de reclamações. “É uma humilhação. A gente pagando é uma humilhação, imagine se fosse pedindo carona”, disse um dos passageiros do coletivo em que o repórter Alex Barbosa estava.

Jéssica acompanhou a rotina do outro lado da cidade, saindo do Terminal de Integração da Cohama, passando pela Cohab, em direção ao Terminal do São Cristóvão. “Quem é novo entra, quem já é dessa idade não vai entrar. Pode cair ou se machucar”.

As reclamações dos passageiros são constantes. E há quem diga que têm dias mais difíceis.

Passageiro: “A lotação do BR é bem pior.”
Jéssica Melo: “- então como faz?”
Passageiro: “Acho que quebra até aquele conceito da física que diz que dois corpos não ocupam o mesmo espaço”.

Na falta de espaço, o motor vira banco e a temperatura aumenta. Para o trabalhador, é como se fosse uma segunda jornada. 

Passageiro: “Às vezes a gente se cansa, mas aqui no transporte do que propriamente no trabalho que a gente tá fazendo”
Alex Barbosa: “O senhor trabalha com o quê?”
Passageiro: “Pedreiro”.

No destino ao bairro São Cristóvão, os passageiros continuam as reclamações.

Passageiro: “Isso aqui é humilhação”.
Passageiro: “É luta. Tem vez que cai, arrebenta a bolsa da gente. Tem vez que arranha as costas da gente, puxa a camisa” 
Passageira: “estressada, toda doída, toda machucada de tanto empurrão”
Jéssica Melo: “Você já foi assaltada?
Passageira: “Já. Levaram tudo: bolsa... e ainda escapei de apanhar se não desse”.

Motivo que fez a Ana Vera desistir de levar a bolsa para o trabalho. “Porque só nesse coletivo aqui já me roubaram 3 bolsas. 3 vezes. Já levaram tudo. Já tirei 3 vezes os documentos porque levaram tudo”, disse.

Em alguns coletivos, a maioria das saídas de emergência está quebrada. E não é preciso nem enxergar para conseguir ver que é preciso mais estrutura. “O ônibus não tem nada assim adaptado pra gente. Se é alguma coisa com voz... tem que pedir para alguém que está na parada... olhar o ônibus pra gente”, disse um passageiro que é deficiente visual.

E, após mais de uma hora a bordo de ônibus completamente lotados, a passageira Maria do Amparo, grávida, sente alívio ao seguir a pé para casa.

Alex Barbosa: “Amanhã começa tudo de novo?”
Maria do Amparo: “Tudo de novo”
Alex Barbosa:  “Vai caminhar quanto tempo agora?”
Maria do Amparo: “Mais ou menos cinco minutos pra chegar em casa”.
Alex Barbosa:  “Tá pertinho já?”
Maria do Amparo: “Já”.
Alex Barbosa: “Alívio?”
Maria do Amparo: “Com certeza”
Alex Barbosa: “Bom descanso pra senhora”
Maria do Amparo: “Obrigada”.

Veja a íntegra da reportagem no vídeo acima.

[Reportagem 02/03]

Série [de 3 reportagens] mostra que o uso de bicicleta agiliza ida ao trabalho em São Luís

 

Desafios enfrentados por trabalhador foram mostrados na 2ª reportagem.

Eletricista percorre, diariamente, 10,5 km um trajeto sem ciclovias.

Fonte: TV Mirante / Rede Globo; portal g1

Repórteres: Alex Barbosa e Jéssica Melo; TV Mirante

Publicado em 01/04/2014 20h43 - Atualizado em 01/04/2014 20h43

http://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2014/04/serie-mostra-que-o-uso-de-bicicleta-agiliza-ida-ao-trabalho-em-sao-luis.html

Acesso em 2015-09-10

Na segunda [02/03] reportagem da série sobre o transporte coletivo de São Luís, um desafio foi lançado aos repórteres Alex Barbosa e Jéssica Melo: quem chegará primeiro a um mesmo destino, acompanhando um ciclista ou fazendo o percurso de ônibus?

Barbosa seguiu o eletricista Carlos Henrique da Silva a bordo de uma motocicleta.

Alex Barbosa: “Henrique, porque você prefere ir de bicicleta trabalhar?”

Carlos Henrique: “Pelo trânsito caótico e por me dar saúde boa pedalando”. o percurso de ônibus?

O eletricista que mora no bairro Aurora, próximo ao Anil, trabalha no bairro Cohafuma. Uma distância de 10,5 km.

Enquanto Henrique já iniciava o percurso, a repórter Jéssica aguardava por um coletivo na parada. À frente, o ciclista pedalava em meio aos carros, já que durante todo o trajeto não encontrou nenhuma ciclovia.

Após 10 minutos de espera, a repórter Jéssica Melo conseguiu embarcar em um ônibus. Tempo em que o ciclista já tinha chegado próximo ao bairro Cohama.

Por telefone, os dois repórteres conversaram:

Alex Barbosa: “Oi, Jéssica”
Jéssica Melo: “Oi, Alex”
Alex Barbosa: “Já andou bastante? Progrediu?”
Jéssica Melo: “Então... A gente ainda está aqui na Cohab. E vocês?”
Alex Barbosa: “Já passamos o elevado da Cohama. E se prepare porque o trânsito está pesado, viu?”
Jéssica Melo: “Tá... A gente já sabe”
Alex Barbosa: “Boa sorte pra vocês no trajeto. Boa viagem”.

Na Avenida Jerônimo de Albuquerque, o motorista também reclamou do longo engarrafamento. “Para tudo. Aqui não anda nada não. Para tudo”, disse.

Um passageiro, também chamado Henrique, aproveitou o congestionamento para passar orientações e, assim adiantar o trabalho do dia. “Quando vocês chegarem lá, bota logo ele pra ir fazendo aquela massa lá e ir rejuntando aquela parede”, pediu o mestre de obras.

A velocidade média do ônibus era de 7km/h. Já o ciclista chegou a velocidade de 20km/h. E, com essa diferença, o eletricista chegou mais rápido ao trabalho pedalando.

Alex Barbosa: “Chegou? Um pouquinho suado, mas fugiu daquele trânsito todo?”
Carlos Henrique: “É meio complicado no meio do trânsito que não tem acostamento e nem ciclovia. Aí tem que vir no meio dos carros”.

O repórter Alex Barbosa ligou para a repórter Jéssica Melo assim que chegou junto com o Carlos Henrique ao seu local de trabalho.

Alex Barbosa: “Oi, Jéssica. Quanto tempo marcado aí de cronômetro?”
Jéssica Melo: “Então. Trinta minutos já se passaram e a gente continua na Cohab, saindo do retorno da Cohab”
Alex Barbosa: “Foi exatamente o tempo que a gente levou pra chegar até aqui. O nosso ciclista já está aqui no local de trabalho dele [na Ceasa]”
Jéssica Melo: “Ele já chegou aí, né?”
Alex Barbosa: “Já chegou. Vocês ainda têm muito pela frente , né?”
Jéssica melo: “O trânsito está parado aqui”
Alex Barbosa: “paciência pra vocês”.

Após mais de uma hora, a repórter Jéssica Melo reencontrou o repórter Alex Barbosa.

Alex Barbosa: “Eu fique 40 minutos te esperando aqui, Jéssica. Foi bem mais rápido de bicicleta, né? Você enfrentou muita dificuldade no ônibus?”
Jéssica Melo: “Então, Alex. Um calor daqueles, um trânsito caótico... O ônibus para várias vezes para pegar os passageiros e isso leva tempo. Então tudo isso acaba atrapalhando os trabalhadores que tentam chegar mais cedo no trabalho e não conseguem né?
Alex Barbosa: “Tem que ter paciência e disposição, né?”
Jéssica Melo: “Paciência e disposição. E como é que foi o seu trajeto aí de bicicleta?”
Alex Barbosa: “Bastante rápido. Como vocês puderam perceber, foi bem mais rápido que o ônibus. Só que não deixa de ter as suas dificuldades: pista irregular durante boa parte do trajeto; dificuldade de passar entre os carros, o risco que isso representa, e a falta de ciclovias, que na cidade de São Luís, infelizmente não existe. Pelo menos nesse trajeto não pegamos um trecho sequer com ciclovias”
Jéssica Melo: “A gente espera ter mostrado um pouco da rotina desses trabalhadores, o que eles enfrentam diariamente na ida de casa até o trabalho.
Alex Barbosa: “Sufoco, né? Para muitos, amanhã começa tudo de novo. Essa maratona para chegar até o trabalho”.

Na última reportagem da série, o tema será o que poderia ser feito para melhorar o transporte público na capital.

[Reportagem 03/03]

[PAITT] Plano de trânsito da capital espera há 37 anos para ser colocado em prática [03abr2014]

[PAITT: Entrevista com do arquiteto urbanista Ronald de Almeida Silva]

 

Projeto foi elaborado por 30 engenheiros, 50 técnicos e 120 estudantes.

Medida foi mostrada em última reportagem da série da TV Mirante.

Fonte: TV Mirante / Rede Globo; portal g1

Repórteres: Alex Barbosa e Jéssica Melo; TV Mirante

Publicado em 2/04/2014 20h41 - Atualizado em; 03/04/2014 18h55

http://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2014/04/plano-de-transito-da-capital-espera-ha-37-anos-para-ser-colocado-em-pratica.html

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Na última reportagem [03/03] da série sobre o transporte urbano na capital maranhense, os repórteres Jéssica Melo e Alex Barbosa buscaram soluções para melhorar a mobilidade de São Luís. Dentre elas está um plano elaborado há 37 anos por especialistas, para dar maior fluidez ao trânsito de pedestres e veículos.

Os especialistas são unânimes: uma cidade com problemas no transporte público vai sentir os reflexos no trânsito. Ou seja: se a população não confia no transporte coletivo, certamente vai evitá-lo e a consequência é que mais pessoas passam a ficar à frente dos volantes de veículos. Com mais carros nas ruas, o trânsito que não ‘anda’...

O que é preciso, segundo os especialistas, é investir na chamada mobilidade urbana; uma cidade pensada e planejada para o crescimento, para que as pessoas possam usar meios de transporte alternativos, como a bicicleta, por exemplo, e sem correr o risco diante de um trânsito desordenado, perigoso e mal planejado.

O engenheiro [arquiteto urbanista] carioca RONALD ALMEIDA chegou a São Luís em 1976, para fazer parte do plano de ação imediata de transporte e trânsito, encomendado pelo então prefeito Antonio Baima Junior. Durante um ano, um grupo de 30 engenheiros, 50 técnicos e 120 estudantes da Universidade Federal do= Maranhão (UFMA) pesquisou soluções para melhorar o transporte público ao longo dos anos.

O projeto ficou pronto em 1977. Era pra ser executado com dinheiro de dois órgãos federais que custeavam projetos desse tipo a ‘fundo perdido’, ou seja, sem que o município precisasse pagar: a extinta Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes (GEIPOT), e a também extinta Empresa Brasileira de Transportes Urbanos (EBTU). Mas o projeto que deu tanto trabalho pra ser feito, nunca foi colocado em prática por nenhum dos prefeitos nos últimos 37 anos.

E houve mais oportunidades. Em 2001, o Congresso aprovou o Estatuto das Cidades. Que obriga cidades com mais de quinhentos mil habitantes a terem um plano de transporte público integrado [PTUI]. “Não existe esse plano até hoje. Nunca foi feito. Esse é fundamental para que se defina as prioridades de BRT, VLT, de vias expressas... é muito importante essa integração no tempo e no espaço”, afirmou o engenheiro [arquiteto Ronald Almeida].

Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte (SET), falta de dinheiro para renovar a frota. Há ônibus que roda na cidade há 15 anos, 10 a mais do que o recomendado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Para o SET, fraudes em gratuidades aumentam os custos das empresas. Pelos cálculos do sindicato, são R$ 2,5 milhões perdidos por mês, que poderiam ser usados na manutenção dos veículos.

O relatório de identificação facial feito pela Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT) e cedido pelo sindicado mostra, por exemplo, que jovens usam o cartão e bilhetagem de idosos para não pagar passagem. Há, também, adultos usam de crianças para pagar meia-passagem.

O sindicato alega também que o transporte clandestino, em vans, carros piratas diminui a renda das empresas. “Sem ter condições financeiras de comprar carros novos, de fazer uma manutenção devida, a situação a cada dia se agrava. Infelizmente esse é o quadro de São Luís, como o de outras capitais. Porém, algumas cidades têm buscado alternativas, como o subsídio, onde a prefeitura contribui para que as empresas possam sem manter. Infelizmente São Luís está fora desse quadro”, argumentou Luís Carlos Siqueira, representante do SET.

Mas o secretário municipal de Trânsito e Transporte, CARLOS ROGÉRIO, contesta: “A prefeitura está sim repassando, a exemplo de outras cidades no país, fazendo o aporte de dinheiro de R$ 2 milhões por mês”.

As empresas também dizem que precisam gastar com segurança. Foram instaladas câmeras em 90% dos ônibus e , mesmo assim, os assaltos continuam a aumentar o prejuízo. Nos três primeiros meses do ano foram 159 assaltos. Além disso, esse ano, 13 ônibus foram incendiados.

O Sindicato dos Rodoviários diz que os assaltos, inclusive, são um dos motivos do estresse dos motoristas. “O trabalhador que sai de casa já sai preocupado. Quando chega o período da noite, piora mais. Dobra a preocupação deles. (...) É estressante viver como motorista em são Luís”, disse Gilson Coimbra, presidente do sindicato dos trabalhadores em transportes rodoviários do maranhão (Sttrema).

Tudo isso poderia ser evitado, se os projetos de planejamento para o transporte público feitos há anos saíssem do papel. A cidade poderia ter hoje corredores exclusivos para os ônibus, que diminuiria o tempo das viagens; meios alternativos como o veículo leve sobre trilhos, o vlt...E quem sabe, menos linhas de ônibus, só que mais eficientes, priorizando regiões mais populosas.

Alex Barbosa: Ainda há como correr atrás do tempo perdido...

Ronald Almeida: Sim, claro. Porque a prefeitura não pode ficar olhando só pelo retrovisor. Ela tem que, à luz da experiência, tem que dar prosseguimento às políticas e acelerar, porque a demanda da população é muito urgente.

Veja a matéria completa no vídeo acima.