segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

[726] VIOLÊNCIA MADE IN BRAZIL: RIO tem quase 10 vezes mais homicídios que LONDRES. PORTAL G1; 09NOV2017.





PROJETO G1/NEV-USP MONITOR DA VIOLÊNCIA:

 

RIO tem quase 10 vezes mais homicídios que LONDRES, mas metade dos policiais para investigar!

[09nov 2017]


 


Dados coletados pelo G1 de 21 a 27 de agosto mostram o impacto do número de homicídios sobre o trabalho de investigação policial. Levantamento exclusivo é parte do projeto MONITOR DA VIOLÊNCIA, em parceria com o Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP e com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.


Fonte: Portal Grupo GLOBO; G1; Por Felipe Grandin, Henrique Coelho e Patricia Teixeira, G1 Rio; 09/11/2017 05h01  
Acesso RAS 2019-01-07

RJ tem quase 10 vezes mais homicídios que Londres, mas metade dos policiais pra investigar; Fonte: G1

G1 registrou, no período de 21 a 27 de agosto, todas as mortes violentas ocorridas no Brasil. Agora, acompanha todos esses casos. 

O trabalho é resultado de uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP e com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública [FBSP]. Com uma série de iniciativas que envolvem reportagem e análise de dados, o projeto se chama Monitor da Violência.

Enquanto a polícia londrina tem um efetivo de mais de 500 policiais dedicados a investigar homicídios, a Delegacia de Homicídios da Capital tem uma equipe de 208 profissionais, incluindo delegados, agentes e peritos.

Os números do crime no RJ — Foto: Editoria de Artes / G1

 “Em um ano, na capital do Rio de Janeiro, nós temos 1.300 homicídios para serem apurados por 200 policiais. Eles têm 100 casos para 500 policiais”, afirma o delegado Rivaldo Barbosa, diretor da Divisão de Homicídios do RJ. “Nós temos a capacitação, temos pessoas especializadas. A gente precisava de mais pessoas dentro da Polícia Civil para poder dar uma resposta.”

Os policiais cariocas foram até a capital do Reino Unido e trouxeram representantes para conhecer a realidade do Rio. 

Segundo o delegado, a disparidade dos números tem efeito direto sobre o trabalho de investigação policial. Enquanto o índice de resolução de casos fica em torno de 90% no Reino Unido, na DH do RJ é de cerca de 30%. Já a média brasileira de resolução no Brasil é estimada em apenas 5%.

Londres tem população de 8,7 milhões de habitantes, maior que a carioca, de 6,3 milhões de pessoas. Mas não tem territórios dominados pelo crime organizado e nem uso de fuzis e armamentos pesados pelos criminosos. Os próprio policiais não andam armados - o porte só é autorizado para equipes especializadas.

Estudos internos feitos pela DH mostram que, quanto menor o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e menor expectativa de vida, maior é a taxa de homicídios. Isso porque o crime organizado acaba ocupando o espaço do estado e provocando disputas territoriais.

"Não é que as pessoas nesses lugares sejam violentas. Pelo contrário. Essas pessoas sofrem duas vezes. Pela falta de serviços públicos e pela violência", afirma Barbosa.

Os dados revelam a falta de investigadores no estado — Foto: Editoria de Arte/G1

Mortes no estado RJ

Em todo o estado do RJ, 83 pessoas morreram de forma violenta na semana entre 21 e 27 de agosto, de acordo com levantamento do G1

Nem todos os casos são investigados pela Divisão de Homicídios, que é responsável pela apuração dos crimes da Região Metropolitana, por meio de três delegacias: Capital, Baixada Fluminense e Niterói/São Gonçalo.

As ocorrências fora da DH são apuradas pelos próprios policiais das delegacias, que não têm a mesma especialização e dividem o tempo com o trabalho diário, como o registro e investigação de outros crimes.

Das mortes ocorridas no período, 66 têm inquéritos em andamento, parte deles em sigilo. Outros 10 casos já tiveram as investigações concluídas. Em três ocorrências, não foi instaurado inquérito. Não foi possível conseguir informações sobre quatro casos.

Em pelos menos 25 casos os autores foram identificados. Não foi possível obter informações sobre 24 casos. Em quase metade, ainda não houve confirmação de autoria.

Foram realizadas ao menos 27 prisões. Em 24 casos, não foi possível obter informações.

 

Treinamento e padronização


Para superar a falta de efetivo e aumentar as taxas de resolução, a DH está adotando dois programas. Um é de treinamento contínuo de técnicas de investigação, que envolve a troca de experiências entre os policiais.

O primeiro encontro foi realizado no dia 30 de outubro e envolveu a apresentação de “casos frios”, crimes antigos que ainda não tiveram solução e também de casos de sucesso, como a Operação Calabar, primeira a usar delação premiada no Rio de Janeiro, que resultou na prisão de 60 PMs acusados de receber propina de traficantes de drogas.

Outra iniciativa é a padronização dos processos adotados nas delegacias, que deve entrar em vigor nos próximos meses. 

O objetivo é fazer com que todos os integrantes das delegacias de homicídios sigam sempre o mesmo roteiro em todos os casos investigados, para reduzir erros e o tempo gasto em cada inquérito, a exemplo do que é feito em programas de gestão adotados em empresas privadas.

 

CARTÓRIO DA IMPUNIDADE: diretores do FBSP analisam

SEM INVESTIGAÇÃO, GRUPOS ARMADOS SE FORTALECEM: o que diz pesquisador do NEV

 

MONITOR DA VIOLÊNCIA - INQUÉRITOS PELO BRASIL [nov.2017]




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RONALD DE ALMEIDA SILVA
Rio de Janeiro, RJ, 02jun1947; reside em São Luís, MA, Brasil desde 1976.
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