quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

[722] A MAIS RECENTE CRISE GLOBAL DO SÉCULO XXI – 2018: A TRANSFORMAÇÃO DA FRANÇA E A REVOLTA DOS COLETES AMARELOS.

PREFÁCIO RAS: 2018-12-12
A MAIS RECENTE CRISE GLOBAL DO SÉCULO XXI – 2018: DA FRANÇA PARA O MUNDO

Foto internet

(i) DESEMPREGO, (ii) EXPECTATIVA DE BAIXA QUALIDADE DE VIDA E (iii) MIGRAÇÕES EM MASSA DE REFUGIADOS, UMA TRILOGIA PERFEITA PARA DETONAR AS VELHAS ECONOMIAS E AS VELHAS POLÍTICAS.

Uma nova e turbulenta onda de insatisfação global contra projetos econômicos neoliberais e a incompetência das classes políticas avança da FRANÇA para outros países europeus.

50 anos após 1968 – exato meio século - a FRANÇA vive um grave tormento de convulsão social e resistência feroz às políticas neoliberais de ajuste fiscal: protestos violentos por todo o país não cessam mesmo com a derrota do projeto MACRON de aumentar combustíveis e de arrocho fiscal.

Nesse caldeirão social em ebulição crescente reaparecem e recrudescem protestos contra as políticas de absorção legal de migrantes e refugiados de países em conflito, como as definidas no recente PACTO DE MARRAKECH*. [ver matéria ao final desta edição]

Esse fenômeno das migrações em massa e a leniência de vários mandatários – como ANGELA MERKEL - enfurece várias camadas refratárias a esse liberalismo humanitário em momento em que mesmo as nações mais ricas não conseguem atender às novas demandas das suas respectivas populações autóctones. Não há emprego para todos e nem oportunidades suficientes de empregos qualificados para a maioria dos jovens.

Atualmente [2018], em todo o mundo, cerca de 258 milhões de pessoas estão deslocadas ou são migrantes. Isso representa 3,4% da população mundial.


Foto internet.


O MOVIMENTO DECOLA: Os protestos dos chamados “coletes amarelos” franceses (iniciados em 17nov2018) se propagam pela União Européia e reverberam em vários outros países, da HOLANDA à BULGÁRIA, passando pela ALEMANHA, BÉLGICA e SÉRVIA.

Vejam cronologia e mais detalhes da crise dos protestos que assolam a FRANÇA e ameaçam o Governo de EMMANUEL MACRON nas reportagens do Portal G1 – Grupo GLOBO; Le Monde e outros veículos:


São Luís, Maranhão, Brasil. 12dez2018.
RONALD DE ALMEIDA SILVA, 71 anos.
Arquiteto Urbanista FAU-UFRJ 1972


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LE MONDE: «GILETS JAUNES» : UNE RÉVOLTE QUI DIVISE LES INTELLECTUELS 
[09dec2018]

Le surgissement du mouvement des « gilets jaunes » est une aubaine tant pour la gauche révolutionnaire que pour la droite identitaire, analyse le journaliste du « Monde » NICOLAS TRUONG.

Source: Le Monde; Par Nicolas Truong Publié le 09 décembre 2018 à 20h29
Temps deLecture 4 min. / Article réservé aux abonnés
Acesso / Edição RAS 2018-12-12

ANALYSE.

Avant d’être le signe d’une division, les « gilets jaunes » sont l’emblème d’une communion. Des libéraux aux socialistes, des identitaires aux anarchistes, de l’essayiste ALAIN FINKIELKRAUT à l’écrivaine ANNIE ERNAUX, du philosophe LUC FERRY au romancier EDOUARD LOUIS, tous endossent la cause des « gilets jaunes ».

Une convergence qui recoupe, de ronds-points bloqués en murs tagués, certaines alliances de circonstances. Mais l’unanimisme apparent masque de nombreuses divergences.

Une partie de l’intelligentsia médiatique, plutôt majoritaire, campe une France coupée en deux, divisée entre les prolos et les bobos, les citadins et les ruraux. La thèse du géographe CHRISTOPHE GUILLUY, à nouveau déclinée dans No society.



LA FIN DE LA CLASSE MOYENNE OCCIDENTALE (Flammarion, 242 pages, 18 euros), qui oppose les grandes métropoles mondialisées aux territoires périurbains formés par une classe moyenne paupérisée, est devenue son mantra.

Transformant une simplification géographique en caricature idéologique, le pamphlétaire identitaire ERIC ZEMMOUR explique que deux France se font face:
Ø celle des « gilets jaunes », composée d’une « majorité d’homme blancs entre 30 et 50 ans »parée de toutes les vertus – de la dignité à la francité –,
Ø et celle des « minorités », des gauchistes et des mouvements féministes qui défilaient, notamment le samedi 24 novembre (comme si on ne pouvait pas être à la fois insurgé contre les inégalités sociales et remonté contre les violences sexistes).

Une « situation populiste », résume la philosophe belge CHANTAL MOUFFE, auteure de POUR UN POPULISME DE GAUCHE (Albin Michel, 144 pages, 14 euros) et proche des « Insoumis » de JEAN-LUC MÉLENCHON, à savoir une polarisation du conflit politique entre « ceux d’en haut » et « ceux d’en bas ».

Un « moment poujadiste », corrige le philosophe BERNARD-HENRI LÉVY, directeur de la revue La Règle du jeu, qui oppose « ceux qui ont de la mémoire » – des émeutes fascisantes unissant les « rouges » et les « bruns » – à « ceux qui n’en ont pas ».


Une vision, plutôt minoritaire, soutenue par DANIEL COHN-BENDIT et ROMAIN GOUPIL, mais dépassant le cercle des écolos libéraux-libertaires, qui estiment que ce soulèvement n’est pas révolutionnaire et qu’il contient, au contraire, les ferments d’une dérive autoritaire : «En 1968, on se battait contre un général au pouvoir. Les “gilets jaunes”, aujourd’hui, demandent un général au pouvoir», déclare l’ancien leader du Mouvement du 22 mars.





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CRISE DOS 'COLETES AMARELOS': AS FASES DE PROTESTO INÉDITO NA FRANÇA 
[G1; 12dez2018]

Ø No sábado, 17 de novembro 2018, o primeiro dia de protestos, com bloqueios em estradas e rodovias, reúne cerca de 290 mil manifestantes em toda a França, em uma ação incomum, organizada fora de qualquer partido ou sindicato.
Ø Durante o dia dos protestos, uma pessoa morreu e 227 ficaram feridas, sete delas gravemente.
Ø Em quatro dias, os protestos deixaram 530 feridos e uma segunda vítima fatal.

Fonte: Portal G1 - Grupo GLOBO; Por France Presse; 11/12/2018 16h50;
Acesso / Edição RAS 2018-12-12


FOTO 01: Imagem de 19 de novembro 2018 mostra manifestantes 'coletes amarelos' protestando na avenida Champs-Elysees, em Paris — Foto: Kamil Zihnioglu / AP Photo

[1] [O PRINCÍPIO]

Movimento começou com manifestações contra aumento de imposto sobre combustíveis, mas teve pauta ampliada. Novas mobilizações já foram convocadas para quinto fim de semana consecutivo, apesar de medidas anunciadas pelo presidente Macron.

O movimento dos "coletes amarelos", que começou contra o aumento do imposto sobre o combustível e agora reflete uma insatisfação social mais ampla, abala a França há semanas.
Estas foram as fases do movimento, desde as primeiras mobilizações até o discurso de segunda-feira à noite do presidente EMMANUEL MACRON.

[2] O VÍDEO DE UMA DESCONHECIDA
Em um vídeo no Facebook, em 18 de outubro 2018, JACLINE MOURAUD, uma desconhecida, apela para "SENHOR MACRON" denunciando "a caça por motoristas". Este vídeo rapidamente se tornou viral. A petição "Pela redução do preço dos combustíveis", lançada em maio por PRISCILLA LUDOSKY, varejista de cosméticos, supera 1 milhão de assinaturas em outubro. As convocações para bloquear as estradas se multiplicam nas redes sociais.

[3] 'MOBILIZAÇÃO GERAL'

FOTO 02: Manifestantes de 'coletes amarelos' protestam contra o aumento dos preços do combustível e do petróleo em Vendenheim, no leste da França, em 17 de novembro — Foto: Frederick Florin/AFP

No sábado, 17 de novembro 2018, o primeiro dia de protestos, com bloqueios em estradas e rodovias, reúne cerca de 290 mil manifestantes em toda a França, em uma ação incomum, organizada fora de qualquer partido ou sindicato.
Durante o dia dos protestos, uma pessoa morreu e 227 ficaram feridas, sete delas gravemente.
"O objetivo que estabelecemos é bom e vamos mantê-lo", diz no dia seguinte o primeiro-ministro, ÉDOUARD PHILIPPE.
O ministro do Interior, CHRISTOPHE CASTANER, denuncia a "deriva total" do movimento em 20 de novembro 2018. Em quatro dias, os protestos deixaram 530 feridos e uma segunda vítima fatal.

[4] 'SEGUNDO ATO'

FOTO 03: Protesto com coletes amarelos chega a avenida do Champs-Elysees, em Paris — Foto: REUTERS/Benoit Tessier

No sábado, 24 de novembro 2018, no "segundo ato" de sua mobilização, vários milhares de manifestantes se opõem às forças de segurança nos Champs-Elysées, em Paris. Os confrontos deixam 24 feridos, 5 deles entre as forças de segurança e 101 detentos.

CASTANER critica a "extrema direita". Mas os partidos da oposição censuram o governo por ter reduzido o movimento à violência sem pensar nas demandas.
Um balanço provisório oficial registra mais de 106 mil manifestantes na França, 8 mil deles em Paris.

[5] ENCONTRO FRACASSADO

Na terça-feira, 27 de novembro 2018, EMMANUEL MACRON anuncia que quer adaptar a TAXAÇÃO DE COMBUSTÍVEIS às flutuações de preços, bem como organizar um "grande acordo" em nível nacional.

Dois integrantes dos "coletes amarelos", PRISCILLA LUDOSKY e ERIC DROUET, encontram-se com o ministro da Transição Ecológica, FRANÇOIS DE RUGY.
Após a entrevista, não convencidos, os "coletes amarelos" pedem uma nova manifestação no sábado, 1º de dezembro 2018, na Champs-Elysées.

Nesta quinta-feira, o primeiro-ministro recebeu um "colete amarelo" pela primeira vez. No dia seguinte, mais dois se encontram com ele, mas um deles deixa o local rapidamente porque a reunião não é transmitida ao vivo.

[6] 'TERCEIRO ATO': CAOS EM PARIS

FOTO 04: Carro queimado após protestos dos coletes-amarelos em Paris — Foto: Reuters/Benoit Tessier

No sábado, 1º de dezembro 2018, o terceiro grande dia de mobilizações resultou em incidentes violentos em várias cidades da França e especialmente em Paris, onde cenas de guerrilha urbana são produzidas no Arco do Triunfo e em vários bairros prósperos.

Neste dia, uma terceira pessoa morreu em decorrência dos protestos.
Cerca de 136 mil manifestantes participam dos protestos em todo o país, menos que no sábado anterior, depois que as autoridades revisaram o balanço para 166 mil.

Foram registrados 263 feridos e, em Paris, 370 foram detidos.

[7] REUNIÕES DE CRISE

Em seu retorno do G20 na Argentina, Emmanuel Macron anuncia uma reunião de crise no Palácio do Eliseu em 2 de dezembro.

FOTO 05: Um homem corre na frente de um [caminhão de] lixo em chamas em Marselha, no sul da França, durante uma manifestação de estudantes secundaristas contra as reformas da educação do governo francês — Foto: Gerard Julien/AFP

Em Marselha, uma mulher de 80 anos morre pelos ferimentos sofridos pelo lançamento de uma bomba de gás lacrimogêneo.

Em todo o país, barreiras e bloqueios de tanques de combustível continuam, e os primeiros relatos de falta de combustível aparecem.

Estimulados pelos protestos, um movimento de estudantes do ensino médio contra reformas na educação paralisa a operação de 188 liceus na França.

[8] MORATÓRIA E DEBATE

Na terça-feira, 04dez2018, EDOUARD PHILIPPE anunciou a suspensão por seis meses do aumento dos impostos sobre combustível e o endurecimento do controle técnico dos carros. O governo também congelará os preços da eletricidade e do gás "durante o inverno".

No dia seguinte [05dez2018], a presidência recua e anuncia o cancelamento definitivo do aumento de impostos sobre combustível.

O primeiro-ministro também anuncia um debate a nível nacional, na qual participam organizações sindicais e patronais, ONG, autoridades locais e deputados.
A oposição e vários "coletes amarelos" consideram estas medidas insuficientes.

[9] QUARTO SÁBADO DE PROTESTOS TENSOS

FOTO 06: Policiais prendem um manifestante durante protestos em Paris, no dia 8 de dezembro — Foto: Benoit Tessier/Reuters

Os coletes amarelos participam no dia 8 de dezembro 2018 do quarto sábado de protestos, sob um dispositivo policial "excepcional" formado por 89 mil agentes das forças de segurança, dos quais 8 mil em Paris. Veículos blindados também foram implantados na capital francesa.

Segundo dados do governo, 125 mil pessoas participaram dos protestos, em que mais de 1,7 mil pessoas foram detidas e 320 ficaram feridas.

[10] ANÚNCIOS DE MACRON

FOTO 07: O presidente francês Emmanuel Macron durante pronunciamento à nação, transmitido do Palácio Eliseu, em Paris, na segunda-feira (10) — Foto: Ludovic Marin/Pool/AFP

EMMANUEL MACRON reconhece em 10 de dezembro 2018, em discurso televisionado, que entende "como justa, em muitos aspectos", a "raiva profunda" dos franceses.
Anuncia um aumento de 100 euros no salário daqueles que recebem apenas o salário mínimo e que as horas extras serão pagas "sem impostos" complementares. Mas confirma que não vai restabelecer o Imposto Solidário sobre a Fortuna (ISF), uma das principais exigências dos "coletes amarelos".
Insatisfeitos com os anúncios, os "coletes amarelos" convocam novos protestos para o sábado seguinte, dia 15 de dezembro 2018.

PROTESTOS DOS COLETES AMARELOS NA FRANÇA

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DA HOLANDA À BULGÁRIA, 'COLETES AMARELOS' SURGEM POR TODA A EUROPA 

[06dez2018]


Enquanto a França [treme e] teme mais violência nas ruas, a causa [da resistência feroz aos projetos econômicos neoliberais e de ajuste fiscal] tem se estendido por toda a Europa, da Alemanha à Sérvia, passando por Bélgica, Bulgária e Holanda.

Fonte: Portal G1 - Grupo GLOBO; Por RFI; 06/12/2018 17h56  Atualizado há 6 dias
Acesso / Edição RAS 2018-12-12


FOTO 01: Manifestantes com coletes amarelos entram em confronto com policiais em Bruxelas, na Bélgica, no dia 30 de novembro 2018 — Foto: Reuters/Yves Herman

[1] [O MOVIMENTO DECOLA]

O movimento dos “coletes amarelos” continua, apesar da suspensão das novas taxas sobre os combustíveis, anunciada na quarta-feira (05dez2018) pelo primeiro-ministro francês, EDOUARD PHILIPPE. Nas redes sociais, mais uma manifestação está sendo organizada para o sábado (08dez2018) em Paris.

Enquanto a França teme mais violência nas ruas, a causa tem se estendido por toda a Europa, da Alemanha à Sérvia, passando por Bélgica e Holanda.

Os “coletes amarelos” belgas também protestam contra o preço dos combustíveis. A última mobilização no país vizinho da França foi no dia 30 de novembro, com reivindicações similares aos franceses. Em um ano, o preço do diesel aumentou em 15% na Bélgica.

Mas, como na França, o movimento passou a denunciar outros problemas, como o peso dos impostos, que atrapalha o poder aquisitivo, e as medidas de austeridade do governo. Em Bruxelas, os protestos também terminaram em quebra-quebra, com algumas viaturas queimadas e o uso, por parte da polícia, de canhões de água para dispersar a multidão.

Na Holanda, cerca de 120 “coletes amarelos” se manifestaram no dia 1º de dezembro 2018, ao mesmo tempo em que acontecia o “terceiro ato” da mobilização na França. Eles se reuniram diante do Parlamento holandês para protestar contra a queda do poder aquisitivo, como os belgas e os franceses.

Segundo o jornal "Le Figaro", cerca de 50 manifestantes também bloquearam a rodovia A2 em Maastricht. O organizador do bloqueio foi detido, assim como outros três “coletes amarelos”. Um novo protesto está previsto para o próximo sábado em Amsterdã. Na página do movimento holandês, eles já são 12 mil, contra 2 mil na semana passada.

 



[2] “COLETES AMARELOS” DA EXTREMA DIREITA


No sábado (01dez2018), três movimentos da extrema direita organizaram um “encontro de coletes amarelos” no centro de Berlin: o PEGIDA, que luta “para acabar com a ‘islamização’ do ocidente”, o coletivo contra a imigração, ZUKUNFT HEIMAT (“Com a pátria”, em português), e o grupo MERKEL-MUSS-WEG-MITTWOCH, que faz oposição à chanceler alemã, ANGELA MERKEL. Cerca de 1.000 pessoas compareceram.

Em Munique, os “coletes amarelos” alemães também protestaram. As reivindicações são diferentes das que foram vistas na França, na Bélgica e na Holanda: eles pedem o fim do PACTO DE MARRAKECH*, aprovado nesta semana pela Assembleia alemã. O texto prevê “migrações seguras, organizadas e regulares”.
(*) PACTO GLOBAL POR UMA MIGRAÇÃO ORDENADA, REGULAR E SEGURA [ONU 10dez2018]

“Nosso combate se junta ao dos ‘coletes amarelos’ franceses. Aqui, queremos que MERKEL parta. Na França, querem que MACRON peça demissão. Mas, no fundo, temos o mesmo objetivo : dar poder aos povos da Europa, acabar com essas políticas inconsequentes que dão direitos aos estrangeiros, enquanto os europeus são tratados como cidadãos de segunda classe”, disse um manifestante ao jornal "Le Monde".

 



[3] COLETE AMARELO NO PARLAMENTO


Na Bulgária, milhares de pessoas, incluindo “coletes amarelos”, bloquearam grandes rodovias, incluindo zonas da fronteira entre o país, a Turquia e a Grécia, em 18 de novembro 2018, dia seguinte à primeira manifestação francesa. Eles também protestam contra o aumento no preço dos combustíveis. Na capital, Sofia, dezenas de manifestantes fecharam avenidas, gritando “máfia” e “demissão”.

Na Sérvia, um deputado da oposição, BOSKO OBRADOVIC, apareceu no Parlamento com um colete amarelo, para denunciar o alto valor da gasolina no país. “Queremos preços normais para o combustível, ou vocês terão ‘coletes amarelos’ nas ruas”, alertou o político, líder do partido da direita nacionalista, Dveri.

OBRADOVIC ressaltou que EMMANEUL MACRON negociou com os “coletes amarelos” franceses, enquanto o “poder [sérvio] não quis falar a seus cidadãos que, pacificamente, exprimiram descontentamento com o preço da gasolina”. Em junho, diversas cidades da Sérvia tiveram manifestações contra o aumento do valor dos combustíveis.



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PACTO MUNDIAL* PARA A MIGRAÇÃO DA ONU É APROVADO EM CONFERÊNCIA NO MARROCOS 
[G1; 10dez2018]

(*) PACTO GLOBAL POR UMA MIGRAÇÃO ORDENADA, REGULAR E SEGURA [ONU 10dez2018]

1.     Acordo deve ser ratificado em 19 de dezembro 2018 na Assembleia Geral das Nações Unidas.
2.     Brasil assinou tratado, mas governo Bolsonaro pretende deixar o pacto.

Fonte: Portal G1 - Grupo GLOBO; Por France Presse; 10/12/2018; 08h27
Acesso / Edição RAS 2018-12-12


[1] [O PACTO DE MARRAKECH, CAPITAL DO MARROCOS, ÁFRICA]

FOTO 01: Sede de conferência sobre migração em Marrakech, no Marrocos — Foto: Abderrahmane Mokhtar/Reuters

Representantes de quase 160 países aprovaram formalmente o PACTO MUNDIAL PARA MIGRAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS nesta segunda-feira (10dez2018), em MARRAKECH, no Marrocos.

O Brasil, ainda representado pelo ministro das Relações Exteriores, ALOYSIO NUNES, assinou o acordo – mas o governo JAIR BOLSONARO afirmou que vai se retirar do pacto (leia mais no fim da reportagem).

O secretário-geral da ONU, [o português] ANTONIO GUTERRES, destacou os esforços para a assinatura do pacto e afirmou que os países "não devem sucumbir ao medo da migração".

No discurso de abertura, ele denunciou as "muitas mentiras" sobre o texto, que recebeu críticas de nacionalistas e dos partidários do fechamento das fronteiras.

O pacto, que pretende reforçar a cooperação internacional para uma "migração segura, ordenada e regular", ainda deve passar por uma última votação de ratificação em 19 de dezembro 2018 na Assembleia Geral da ONU.

FOTO 02: Um migrante, parte da caravana de milhares que seguem pela América Central rumo aos EUA, caminha na lama após tomar um banho em um abrigo temporário em Tijuana, no México — Foto: Lucy Nicholson/Reuters

A conferência de Marrakech deveria ser uma etapa puramente formal do processo, mas, como o tema provoca paixões, alguns países anunciaram sua retirada, ou o congelamento de sua decisão sobre o pacto.

Embora não tenha publicado uma lista oficial, quase 160 dos 193 países representados na ONU tinham confirmado presença em Marrakech, uma centena deles com chefes de Estado, de Governo, ou ministros.

[2] O QUE PREVÊ O PACTO?

FOTO 03: Migrante venezuelano em campo de refugiado em Bogotá, na Colômbia — Foto: Ivan Valencia/AP Photo

Atualmente, em todo o mundo, cerca de 258 milhões de pessoas estão deslocadas ou são migrantes. Isso representa 3,4% da população mundial.

O pacto, não vinculante, destaca princípios (defesa dos direitos humanos, das crianças, reconhecimento da soberania nacional) e enumera propostas para ajudar os países a enfrentar as migrações, como o intercâmbio de informação e de experiências, ou a integração dos migrantes.

Também proíbe as detenções arbitrárias e apenas autoriza as prisões como medida de último recurso.

Os ativistas dos direitos humanos consideram que o acordo não vai longe o suficiente em termos de ajuda humanitária, serviços básicos e direitos trabalhistas dos migrantes. Seus críticos o consideram uma incitação aos fluxos migratórios sem controle.

[3] OPOSIÇÃO DOS EUA

FOTO 04: O presidente dos EUA, Donald Trump, assina uma ordem executiva sobre a política de imigração, na Casa Branca, em Washington — Foto: Leah Millis/Reuters

Os Estados Unidos se retiraram da elaboração do texto em dezembro de 2017 por considerá-lo contrário à política migratória do presidente americano, DONALD TRUMP.

Até agora, nove países se retiraram do processo, após sua aprovação em 13 de julho em Nova York:
       i.            ÁUSTRIA
     ii.            AUSTRÁLIA
   iii.            CHILE
   iv.            ESLOVÁQUIA
     v.            HUNGRIA
   vi.            LETÔNIA
 vii.            POLÔNIA
viii.            REPÚBLICA DOMINICANA
   ix.            REPÚBLICA TCHECA

Outros seis solicitaram mais tempo para consultas internas, segundo Louise Arbor, representante especial da ONU para migrações:
       i.            BÉLGICA
     ii.            BULGÁRIA
   iii.            ESLOVÊNIA
   iv.            ESTÔNIA
     v.            ITÁLIA
   vi.            SUÍÇA

Na sexta-feira (07dez2018), os Estados Unidos lançaram um novo ataque ao pacto. "As decisões sobre a segurança das fronteiras, sobre quem é autorizado a residir, ou a obter cidadania legalmente, são algumas das decisões soberanas mais importantes de um país", ressaltou a missão diplomática americana na ONU em um comunicado.

Nos últimos meses, Washington se esforçou para partilhar sua opinião sobre o pacto com outros países signatários, especialmente na Europa, de acordo com diplomatas da ONU.

[4] E O BRASIL?


FOTO 05: O presidente eleito Jair Bolsonaro e o futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo — Foto: Alvaro Costa/TV Globo

O atual ministro das Relações Exteriores, ALOYSIO NUNES, confirmou a assinatura do acordo. No entanto, ele admitiu nesta terça-feira (11dez2018) que o governo JAIR BOLSONARO pode se desassociar do pacto – medida que o futuro Itamaraty, comandado por ERNESTO ARAÚJO, já anunciou que vai tomar.

"O Pacto não é incompatível com a realidade brasileira. Somos um país multiétnico, formado por migrantes, de todos os quadrantes", defendeu NUNES, pelo Twitter.

A questão é sim uma questão global. Todas as regiões do mundo são afetadas pelos fluxos migratórios, ora como pólo emissor, ora como lugar de trânsito, ora como destino. Daí a necessidade de respostas de âmbito global.
Aloysio Nunes: @Aloysio_Nune
O Pacto tampouco autoriza migração indiscriminada. Basta olhar seu título. Busca apenas servir de referência para o ordenamento dos fluxos migratórios, sem a menor interferência com a definição soberana por cada país de sua política migratória.

Ainda na segunda-feira, o futuro ministro ARAÚJO criticou o pacto da ONU. Ele classificou o acordo como "instrumento inadequado para lidar com o problema", ponderando que a "imigração é bem vinda, mas não deve ser indiscriminada".
"A imigração não deve ser tratada como questão global, mas sim de acordo com a realidade e a soberania de cada país", analisou ARAÚJO, pelo Twitter.

Para facilitar a leitura, reproduzo aqui, em conjunto, o texto dos meus três tweets desta noite sobre o tema das migrações:



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RONALD DE ALMEIDA SILVA
Arquiteto Urbanista FAU-UFRJ 1972 / Registro profissional CAU-BR A.107.150-5
Rio de Janeiro, RJ, 02jun1947; reside em São Luís, MA, Brasil desde Nov.1976.
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Facebook ronaldealmeida.silva.1


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