sexta-feira, 31 de março de 2017

[387] CHINA 2017 - THE GREAT LEAP FORWARD: MADE IN CHINA 2025



CHINA

 

Made in China em 2025!

13.º plano quinquenal para a economia chinesa. 

Ø Autossuficiência em tecnologia de ponta, subsidiada, tornará inviável a concorrência

Fonte: OESP; Autor: RUBENS BARBOSA*; 28 Março 2017 | 03h00
Acesso RAS 31mar2017.
* RUBENS BARBOSA É PRESIDENTE DO CONSELHO DE COMÉRCIO EXTERIOR DA FIESP




1.      O governo chinês aprovou estratégia de política industrial para tornar seu país autossuficiente numa série de importantes setores, até 2025. Com esse fim abrirá linhas de financiamento de mais de 300 bilhões de yuans.

2. Embora o objetivo seja modernizar a indústria em geral, o plano indica dez setores prioritários: nova tecnologia avançada de informação; robótica e máquinas automatizadas; aeroespaço e equipamento aeronáutico; equipamento naval e navios de alta tecnologia; equipamento de transporte ferroviário moderno; veículos e equipamentos elétricos; equipamento de geração de energia; implementos agrícolas; novos materiais, biofármacos e produtos médicos avançados.


3. Um dos aspectos mais importantes dessa estratégia consiste na produção doméstica de partes e componentes de alto valor agregado, aumentando a porcentagem do conteúdo nacional utilizado nos produtos tecnológicos para 40% até o ano de 2020, chegando a 70% dos componentes produzidos em manufaturas chinesas em 2025, com critérios e indicadores específicos para medir os avanços nos diferentes setores industriais abordados. 

4. O plano governamental prevê que as empresas que se beneficiarem desse apoio deverão ter uma participação de pelo menos 80% do mercado doméstico em apenas oito anos.

5. O primeiro-ministro Li Keqiang, no início de março, apresentou na 6.ª sessão plenária do Comitê Central do Partido Comunista alguns desdobramentos do 13.º plano quinquenal para a economia chinesa. 


6. Uma das metas é estimular a ampliação das áreas de serviços e de alta tecnologia, que estão crescendo, mas não têm ainda peso suficiente para substituir os atuais (cada vez menos eficientes) motores do crescimento da economia chinesa: infraestrutura e construção civil. “Vamos acelerar a pesquisa e o desenvolvimento e a comercialização de novos materiais, inteligência artificial, biofarmacêutica, comunicação móvel e outras tecnologias, além de apoiar a criação de clusters industriais nessas áreas”, anunciou.

7. O governo oferecerá empréstimos de grande monta e a juros baixos, subsidiados, originários de fundos estatais e bancos de desenvolvimento; assistência financeira para a aquisição de concorrentes estrangeiros e incentivos para pesquisa. Além da política de subsídios domésticos, o programa prevê também apoio para a internacionalização de empresas chinesas a partir de compras de ativos no exterior.

8. O investimento chinês em alta tecnologia, que pretende transformar o país numa superpotência manufatureira, deve ser interpretado como apenas uma das etapa de um amplo programa de expansão econômica e política.

9. A “inovação nativa” objetiva identificar, digerir, absorver e reinventar tecnologias estrangeiras nos domínios civil e militar. O “Made in China em 2025” representa uma política industrial sofisticada e estratégica, que rapidamente aumentará a competitividade global das companhias chinesas. 

10. Essas companhias vão escolher seletivamente os mais importantes setores industriais do futuro e passarão a representar um desafio para as principais economias de hoje.

11. Não é difícil imaginar as consequências para a produção e o intercâmbio comercial global, caso esse plano seja bem-sucedido. As companhias industriais do mundo inteiro começam a preocupar-se porque a política de autossuficiência em tecnologia de ponta dará às empresas chinesas uma vantagem no mercado doméstico e no resto do mundo.

12. Segundo relatório da Câmara de Comércio da União Europeia na China, o “Made in China em 2025”, com fortes incentivos do governo de Pequim para as indústrias dos setores que forem privilegiados, deverá tornar inviáveis os concorrentes do exterior e fortalecerá as empresas chinesas subsidiadas no mercado global.

13. Trata-se da versão chinesa da nossa conhecida política de “campeões nacionais”, talvez com melhores perspectivas de êxito. Em vista dos ambiciosos objetivos e recursos financeiros envolvidos, o programa pode levar a um gasto extraordinário dos governos provinciais pelos investimentos ineficientes e duvidosos.

14. A divulgação dessa política é feita num momento delicado para a China no comércio internacional. Na campanha eleitoral, Donald Trump confrontou o gigante chinês em questões de comércio, ameaçando impor altas tarifas para reduzir o déficit dos EUA na balança comercial bilateral, atribuído em grande parte à manipulação cambial. 

15. Embora nada tenha sido anunciado até aqui, está sendo discutida nos EUA a redução de tributos sobre as empresas norte-americanas e a imposição de tarifa de 20% (border tax) sobre todas as importações, não apenas sobre o produtos chineses.


16. Os EUA não reconhecem a China como economia de mercado para fins de medidas de defesa comercial, como antidumping, o que poderá fazer Pequim recorrer à Organização Mundial de Comércio (OMC), como já o fez contra a União Europeia (UE). 

17. Certamente, a estratégia “Made in China em 2025” de substituição tecnológica e de participação governamental no mercado interno poderá ser questionada por violação das regras da OMC sobre conteúdo local, tal como vem ocorrendo com a questão aberta pela UE e pelo Japão contra a política julgada discriminatória de subsídios na indústria automobilística e na de informática no Brasil.

18. Para o Brasil, uma das dez maiores economias do mundo, o “Made in China em 2025” apresenta muitos desafios. Trata-se talvez do mais recente e dramático exemplo de como os limites entre política econômica e comercial interna e externa desapareceram, não sendo mais possível definir uma delas sem levar em conta a outra. Essa realidade torna urgente a discussão de políticas de médio e de longo prazos que redefinam o papel do Brasil num mundo em tão rápida transformação.

RUBENS BARBOSA É PRESIDENTE DO CONSELHO DE COMÉRCIO EXTERIOR DA FIESP



TEMA ESTRATÉGICO PARA O MUNDO INTEIRO PRESTAR MUITA ATENÇÃO.


Made in China 2025
Access RAS in 1mar2017.

1. China’s State Council announced ‘Made in China 2025’ in May 2015 as a national initiative to improve the manufacturing industry – initially up to 2025 and then on to 2035 and 2049. 

2. The goal is to transform China into a leading manufacturing power and the process has already begun – with 50 pilot projects started across China in 2015. 

3. Made in China 2025 is a report delivered by the China-Britain Business Council (CBBC) and UK Trade and Investment (UKTI) to analyse what this initiative is, and how UK companies can benefit.

4. China is striving to move up the value chain, to avoid being pinched at one end by lower cost countries and at the other end by higher quality manufacturers around the world. 

5. This will require a major overhaul of its enormous but plateauing manufacturing base. This presents opportunities for globally renowned UK expertise in the export of high tech equipment, technical and management consultancy services, joint R&D, design, education and skills training, and financial and professional services. 

6. The Made in China 2025 report focuses on 10 priority sectors for China, highlighting areas of opportunity for UK companies. 


7. The sectors include
  • advanced rail and equipment,
  • aviation and aerospace equipment, 
  • agricultural machinery and technology, 
  • power equipment and technology, 
  • low and new-energy vehicles, 
  • new materials, 
  • high-end manufacturing control equipment and robotics, 
  • biopharmaceuticals and high-end medical equipment, 
  • advanced marine equipment and high-tech vessels, and 
  • integrated circuits and new generation information technology.


Made in China 2025 Report - Part One
Part One of the report introduces the background to Made in China 2025 including the State Council's plan, the Ten Priority Sectors, Five Nationwide Initiatives and the main objectives of the government plan. In addition, it gives an overview of the key opportunities for UK companies categorised by sector and location.


Made in China 2025 Report - Part Two
Part Two of the report looks in detail at the Ten Priority Sectors of the Made in China 2025 initiative. Within each sector, we outline the background and future trends of the industry, its key Chinese players and the areas of strength and opportunity for the UK. Part Two also contains a helpful range of case studies, giving direct examples of how UK companies can work with China, helping the country meet its objectives.
  








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